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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LITERATURAS – DLL


CURSO DE LETRAS
LITERATURA PORTUGUESA II
REALISMO PORTUGUÊS: ALVES & CIA, EÇA DE QUEIROZ.
ALUNA: ROSIANE SILVA DE ALENCAR

Enredo

Este é um conto realista escrito por Eça de Queiroz cujo tema central
vai tratar de uma traição. Um dia o personagem Godofredo Alves chega em
casa e flagra a sua esposa Ludovina namorando com o seu sócio Machado no
sofá. A primeira reação de Alves foi colocá-la para fora de casa, mandando-a
morar com o pai. O pai de Ludovina o procurou falando da falta de condição
financeira que teria ao ter a filha de volta em casa, Alves então promete uma
quantia em dinheiro para ajudar nas despesas da então ex-mulher, além disso,
fornece um dinheiro para que a família passe um tempo fora a fim de não
causar um escândalo na sociedade se caso tivessem conhecimento de tal
traição. Observa-se nesse conto que a questão moral e social era posta em
evidência. Havia uma grande preocupação em como a sociedade iria reagir ao
saber que uma mulher pudesse trair o seu cônjuge, e por essa razão eram
feitos pequenos sacrifícios a fim de esconder tal fato.
Um exemplo claro neste enredo trata-se do modo como Alves agiu
após a traição, pois não despediu a empregada Margarida, que sabia de tudo
que ocorria entre Machado e Ludovina, somente para que ela não contasse o
corrido na cidade. No caso de Machado, o sócio traidor, Alves propôs um duelo
entre os dois para que o que perdesse tirasse a própria vida. Este é um dos
pontos altos da trama, pois deixa aquele suspense no ar, fazendo com que o
leitor tenha curiosidade de saber o desfecho da história.
Surge então na narrativa, amigos de ambos (Alves e Machado) que
negociam essa proposta de interesse dos dois e que conseguem conciliar tudo
ao ponto de fazerem o Alves refletir que a traição não passara de um namoro
bobo e que, portanto não necessitaria envolver morte. Alves se reconcilia com
Ludovina e faz as pazes com o sócio. O tempo passa, ambos ganham muito
dinheiro, Machado se casa e todos seguem vivendo uma vida tranquila com a
amizade permanecendo a mesma e, ao fim já com mais idade eles se
recordam do que ocorreu no passado e chegam a conclusão de que tal fato
não passou de uma tolice.

Narrador
Percebe-se neste livro que o narrador é heterodiegético, ele
desenvolve todo o enredo, mas não participa da história como personagem. O
seu papel é passar para o leitor os acontecimentos, pensamentos do
personagem, os seus sentimentos etc. Exemplos claros encontra-se no
seguinte trecho do livro Alves & Cia (2000, p.08).

Ao descer as escadas sentia-se contente, como se estivesse


casado na véspera. Era um desejo ardente de entrar em casa,
pôr aquele calor, vestir o seu casaco de linho, pôr os pés nas
chinelas, e ficar ali, esperando o jantar, gozando o seu interior,
os movimentos, a presença da sua bonita Lulu. E, naquela
onda de felicidade que o invadia, veio-lhe a boa ideia de levar
um presente a Lulu (...)

No seguinte trecho ainda é possível notar como o narrador fala sobre


os sentimentos e sensações do personagem; Alves & Cia (2000, p.36)

Godofredo não dizia nada. Mas uma sensação de paz e de


serenidade invadia silenciosamente. Aquelas grandes
afirmações do Nunes, uma rapaz de tanta honra, quase
convenciam de que realmente não houvera senão um
galanteio. Ele mesmo o dissera: se estivesse convencido que
havia adultério, não se teria metido nisso. E não, que era um
verdadeiro fidalgo. Ora se era um simples galanteio não havia
realmente motivo para que se batessem, e isto dava-lhe um
alívio, mil ideias abomináveis desapareciam, outras surgiam,
de repouso, de tranquilidade, talvez de felicidade ainda.

Personagens

 O personagem Godofredo Alves é descrito como um homem bom,


correto, bem sucedido, trabalha em um escritório juntamente com seu
amigo e sócio Machado. É casado com Ludovina há quatro anos e tem
uma relação aparentemente estável com a mesma até descobrir a
traição.

 Ludovina, de apelido Lulu, é casada com Alves. É narrada na história


como a esposa traidora. Trai o marido com o melhor amigo dele, mesmo
sem ter sentimento algum pelo o mesmo, como diz no trecho do livro
Alves & Cia (2000, p.22) “(...) e amaldiçoava a sua infelicidade de ter
caído assim nos braços dum sujeito que ela não amava, de quem não
recebia prazer, levado àquilo sem saber porquê, por tolice, por não ter
que fazer, nem ela sabia porquê.”

 Machado é sócio e amigo de Alves, é descrito como um homem


mulherengo, que se aventura a ficar com mulheres casadas e acaba
ficando com a mulher do Alves.

 Neto é o pai da Ludovina, sogro do Alves. É um homem interesseiro que


usa o divórcio da filha como forma de ganhar dinheiro.

 Margarida é a empregada de Alves. Aparentemente sabia das traições


da patroa. Por esse motivo Alves criou uma antipatia por ela, mas deixou
de demiti-la para que ela não contasse o ocorrido na cidade.

 Carvalho é um amigo íntimo de Alves, é descrito como um homem rico


e sensato, sendo aquele que Alves procura quando passa por
problemas. Contribuiu na reconciliação do casamento do mesmo.

 Medeiros É descrito como o segundo melhor amigo de Alves. É um


homem boêmio e mulherengo, gosta de ficar com mulheres casadas.
Também ajudou na desistência de Alves pelo o duelo, de forma que
contribuiu também para a sensatez do amigo, que no fim das contas
reconciliou-se com Ludovina.

Tempo

Percebe-se que o tempo em que acontece a história é


predominantemente cronológico. É narrado o tempo falando dos horários,
semanas, meses, anos etc. de modo linear. É o que é descrito nos seguintes
trechos do livro; Alves & Cia (2000, p. 05) “Nessa manhã, Godofredo da
Conceição Alves, encalmado, soprando de ter vindo do terreiro do paço quase
a correr, abria o batente de baetão verde, do seu escritório num entressolo da
rua dos Douradores (...)” / “E os meses passaram, depois os anos. A firma
Alves e Cia. crescia e enriquecia. O escritório, agora mais largo, mais rico, com
seis caixeiros, era à esquina da rua da prata (...)”

Espaço

O enredo desenvolve-se primeiramente no escritório de Godofredo, em


que mostra a relação de sociedade e amizade que o mesmo tem com o
Machado. Depois a maior parte da história é narrada na casa de Godofredo e
Ludovina. É lá que ele descobre a traição, onde planeja o duelo com Machado
e também onde se reconcilia com a Ludovina. Nos seguintes trechos é
descritos a ordem cronológica desses acontecimentos em que a casa de Alves
e Ludovina é o espaço principal da narrativa. Alves & Cia (2000, p.09):

E não se arrependia: era agora sempre um prazer, o encontrar


sob os pés, ao entrar em casa, aquele tapete desenrolando-se
pelos degraus, dando uma sensação de conforto sólido. Aquilo
dava-lhe como um acréscimo de consideração para si mesmo.
Em cima, a Margarida, que voltaria num instante, deixara a
cancela aberta: e um grande silêncio reinava dentro da casa:
tudo parecia adormecido, sob a grande calma do dia. Uma luz
forte caía da claraboia; o cordão da campainha, com a sua
grande bola escarlate, pendia imóvel.

Alves & Cia (2000, p.10)


No canapé de damasco amarelo, diante duma mesinha, com
uma garrafa de vinho, Lulu, de robe de chambre branco,
encostava-se, abandonada, sobre o ombro dum homem, que
lhe passava o braço pela cintura, e sorria, contemplando-lhe o
perfil, com um olhar afogado em languidez.

Alves & Cia (2000, p.42)


Ludovina e a irmã tinham penetrado na sala de jantar e
conservavam-se de pé, de chapéu, com as mãos nos regalos.
Godofredo, no entanto, como parvo, correra à cozinha, depois
entrara no quarto, depois precipitara-se a acender as luzes da
sala das visitas, onde não havia gás. Ludovina no entanto
olhava a sala de jantar, o aparador, escandalizada já daquele
desleixo que ali se sentia, parando a contemplar indignada uma
linda fruteira de cristal que tinha uma asa quebrada.

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