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Universidade Tecnológica Federal do Paraná campus Curitiba

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Departamento Acadêmico de Eletrotécnica
Disciplina de Instalações Prediais
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Professor Paulo Sérgio Walenia

Capítulo 11 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

11.1 Dimensionamento de uma instalação de pára-raios

O correto dimensionamento de uma instalação de proteção contra descargas


atmosféricas proporciona um elevado grau de segurança às construções em geral e
em particular aos empreendimentos fabris, principalmente àqueles que trabalham
com produtos de alto risco e estão localizados em região de elevado índice
ceráunico, que representa o número de dias de trovoada por ano.
Esse dimensionamento será feito tanto para proteção de construções em
geral, como para a proteção de subestações de consumidor instaladas ao tempo.
Antes de se tomar uma decisão aleatória sobre a necessidade de dotar
determinada construção de uma proteção adequada contra incidência de raios, é
prudente que se calcule a probabilidade ponderada que permitirá uma decisão
técnica sobre o empreendimento.
O método a ser utilizado é da norma BS6651 (origem inglesa) e inserido na
revisão da NBR 5419. Esse método considera valores de ponderação em função do
tipo de ocupação predial, o material de construção utilizado, localização, etc, de
acordo com a tabela 11.1.

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Tabela 11.1 -Fatores de ponderação.


Tipo de Material de
A B Conteúdo C Localização D Topografia E
ocupação construção

Áreas
circundadas
Construções Sem valor
por árvores
Habitação 0,3 de cobertura 0,2 patrimonial 0,3 0,4 Planícies 0,3
ou estruturas
não metálica ou histórico
de qualquer
natureza

Construções
Habitação com de concreto e Sensível a Áreas semi-
0,7 0,4 0,8 1,0 Colinas 1,0
antena externa cobertura danos isoladas
não metálica

Subestações,
Construção centrais
Montanhas
de metal ou telefônicas,
Construções Áreas com altura
1,0 concreto e 0,8 instalações 1,0 2,0 1,3
industriais isoladas entre 300 a
cobertura de gás,
900m
metálica estações de
rádio e TV

Museus,
Construções monumentos Montanhas
destinadas a Construções e com altura
1,2 1,0 1,3 1,7
hóteis, móteis, de alvenaria construções acima de
salas comerciais de mesma 900m
natureza

Construções
destinadas a
Escolas,
shopping center, Construção
1,3 1,4 hospitais e 1,7
museus, centros de madeira
similares
esportivos e
similares

Construção
de alvenaria
Escolas,
ou madeira
hospitais e 1,7 1,7
com
similares
cobertura
metálica

Construções
com
coberturas de 2,0
palha e
similares

Fonte: NBR 5419

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O fator de ponderação final é dado pela equação:


P0 = A × B × C × D × E × N pr

A, B, C, D, E – fatores de ponderação da tabela 11.1;


Npr – número provável de raios que possa atingir a construção é dado pela
equação:
N pr = Sc × N da × 10 −6

Sc – área da construção, em m², dada por:


Ae = LW + 2 LH + 2 HW + πH 2 [m²]
L – largura;
W – comprimento;
H – altura.

Nda – densidade de raios, em raios/km²/ano, dada pela equação:


N da = α × N tβ

N βt - trovoada por ano obtido do mapa isoceráunico, anexo ao final deste

capítulo. Para a região de Curitiba – Paraná: curva 40;

α = 0,04;
β = 1,25;

A partir do valor P0 pode-se determinar, através da tabela 11.2, a necessidade


ou não de se investir na proteção contra descargas atmosféricas.

Tabela 11.2 -Probabilidade ponderada


Probabilidade Ponderada Proteção desejada
P0 < 0,00001 Recomendada
0,001 > P0 > 0,00001 Recomendada
P0 ≥ 0,001 Obrigatória

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11.2 Níveis de proteção

Mesmo com a instalação de um sistema de pára-raios, há sempre a


possibilidade de falha desse sistema, podendo a construção protegida, neste caso,
ser atingida por uma descarga atmosférica. A partir dessa premissa, a IE-1024-I,
determina quatro diferentes níveis de proteção, com base nos quais devem estar
tomadas decisões de projeto mais ou menos severas. Esses níveis de proteção
estão assim definidos:

• Nível I: é o nível mais severo quanto à perda de patrimônio. Refere-se


às construções protegidas, cuja falha no sistema de pára-raios pode
provocar danos às estruturas adjacentes, tais como as industrias
petroquímicas, de materiais explosivos, etc.
• Nível II: refere-se às construções protegidas, cuja falha no sistema de
pára-raios pode ocasionar a perda dos bens de estimável valor ou
provocar pânico aos presentes, porém sem nenhuma conseqüência
para as construções adjacentes. Enquadram-se neste nível os museus,
teatros, estádios, etc.
• Nível III: refere-se às construções de uso comum, tais como os prédios
residenciais, comerciais e industriais de manufaturados simples.
• Nível IV: refere-se às construções onde não é rotineira a presença de
pessoas. São feitas de material não inflamável, sendo o produto
armazenado nelas de material não combustível, tais como armazéns
de concreto para produtos de construção.

Existem basicamente três métodos de proteção contra descargas


atmosféricas, ou seja:

11.3 Método de Franklin

Consiste em se determinar o volume de proteção propiciado por um cone,


cujo ângulo de geratriz com a vertical varia segundo o nível de proteção desejado e

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para uma determinada altura da construção. A tabela 11.3 fornece o ângulo máximo
de proteção para uma altura da construção não superior a 20m.

Tabela 11.3 -Ângulo de proteção


Nível de Proteção Ângulo de proteção (º)
I 25
II 35
III 45
IV 55

Já a tabela 11.4 fornece o ângulo de proteção contra descargas atmosféricas


tomando como base diferentes alturas de construção.

Tabela 11.4 -Ângulo de proteção (º) e altura da construção


Nível de Altura da construção (m)
Proteção 20 30 45 60 >60
I 25 Não é permitida a proteção pelo método
II 35 25 de Franklin
III 45 35 25
IV 55 45 35 25

Por exemplo, num projeto de uma construção predial comercial de 12


andares, ou seja, 42 m de altura aproximadamente, o ângulo de proteção deve ser
de 25º, já que se trata de prédio classificado no nível III.
Os projetos de instalação de pára-raios pelo método de Franklin podem ser
elaborados tomando-se a seguinte seqüência de cálculo.

(a) Zona de proteção


O pára-raios oferece uma proteção dada por um cone cujo vértice
corresponde à extremidade superior do captor e cuja geratriz faz um ângulo α com a
vertical, propiciando um raio de base do cone de valor dado pela equação a seguir,
conforme se observa na figura 11.1.

R p = H c × tgα

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Rp – raio de base do cone de proteção, em m;


Hc – altura da extremidade do captor, em m;
α – ângulo de proteção com a vertical dado na tabela 11.4. Se houver mais de
um captor, pode-se acrescer 10º ao ângulo α.

Hc
Rp

Figura 11.1 Zona de proteção

Deve-se estabelecer uma proteção de borda da parte superior da edificação,


através de um condutor pondo a malha de interligação dos captores.

(b) Número de condutores de descida


Deve ser função do nível de proteção desejado e do afastamento entre os
condutores de descida, ou seja:
Pco
N cd =
Dcd
Ncd – número de condutores de descida
Pco – perímetro da construção, em m;
Dcd – distância entre os condutores de descida, dada na tabela 11.5.

Tabela 11.5 - Distância máxima entre os condutores de descida


Nível de proteção Distância máxima (m)
I 10
II 15
III 20
IV 25

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Os condutores de descida devem ser distribuídos ao longo de todo o


perímetro da construção, com um espaçamento máximo em função do nível de
proteção desejado e dado na tabela 11.5 não se admitindo um número de descidas
inferior a 2.
A figura 11.2 mostra esquematicamente os condutores de descida de uma
construção fabril.

Cabo

Tubo PVC
Caixa de
Anel intermediário no
inspeção
máximo a cada 20m

Haste
D1 D2 D3 Copperfield
16x2400mm

h=3m
(proteção mecânica)

Figura 11.2 Condutores de descida de um SPDA

Deve ser de no mínimo quatro o número de descidas em torres ou chaminés


de altura superior a 25m e com seções transversais quadradas ou hexagonais.
Devem ser previstos pelo menos dois captores para as chaminés.
Todas as partes metálicas que compõem as torres e chaminés, tais como
tirantes de estaiamento, fundações, etc., devem ser devidamente aterradas.

(c) Seção do condutor


De preferência, ddevem ser utilizados condutores de cobre nu, principalmente
em zonas industriais de elevada poluição ou próximas à orla marítima.

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A seção mínima dos condutores é dada em função do tipo do material


condutor e da altura da edificação, conforme a tabela 11.6.

Tabela 11.6 -Seção dos condutores de malha superior a de descida em mm²


Condutor de Condutor de
Material condutor Descida – h ≤ 20m Descida – h>20m Captor Aterramento
Cabo de cobre 16 35 35 50
Cabo de alumínio 25 70 70 -
Cabo de aço galvanizado 50 50 50 80

Nas interligações entre captores, descidas e massas metálicas e entre os


eletrodos de aterramento, a seção mínima do condutor de cobre é de 16mm².
(d) Resistência da malha de terra
A resistência da malha de terra não deve ser superior a 10Ω em qualquer
época do ano. Quando a construção for destinada a materiais explosivos ou
inflamáveis, a resistência da malha de terra não deve ser superior a 1Ω.

11.4 Método de Faraday

Consiste em envolver a parte superior da construção com uma malha


captadora de condutores elétricos nus, cuja distância entre eles é função do nível de
proteção desejado e dado pela tabela 11.7:

Tabela 11.7 -Dimensões máximas – Gaiola de Faraday


Nível de
Largura da malha (a)
a proteção
I 5m
b II 10 m
III 15 m
a

b IV 20 m

b≤ 2 x a
Fonte: NBR 5419

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O número de condutores da malha ( NCM ) pode ser determinado para qualquer

dimensão da malha, pela seguinte equação:

DM
NCM =
D CO

DM → dimensão da área plana da malha captadora no sentido da largura e do


comprimento, em metros;
DCO → distância entre os condutores, em metros (tabela 11.7).

É prudente a instalação de hastes verticais ligadas ao longo da malha de


proteção e distanciadas de cerca de 8 m. O comprimento das hastes verticais deve
ser de 50 cm, no mínimo.
O método de Faraday tem recebido, ultimamente, a preferência dos
projetistas. É que, pelo método de Franklin, a interligação das hastes suportes dos
captadores pode conduzir a uma malha no topo da construção de dimensões tais,
que resultam praticamente nas dimensões necessárias à aplicação do método de
Faraday.

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ANEXOS

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DETALHE DE CAPTOR TIPO FRANKLIN EM


MASTRO

CAPTOR FRANKLIN

Figura 11.3 Captor Franklin

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Figura 11.4 Detalhe da descida e caixa de inspeção do SPDA

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Figura 11.5 Mapa isoceráunico

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