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Nos termos das disposições referidas, a admissão da Nos termos do artigo 6.o da Convenção, o Reino
República da Polónia à CIEC e ao seu Protocolo de Unido designou a seguinte autoridade central para
25 de Setembro de 1950 produziram efeitos 30 dias após Montserrat:
a data da votação, ou seja, a partir de 9 de Outubro The Attorney General, Attorney General’s Cham-
de 1998. bers, Montserrat. West Indies.
Os Estatutos da CIEC e os textos dos instrumentos
internacionais relativos à sua constituição, os regula- Portugal é Parte na mesma Convenção, que foi apro-
mentos da CIEC, bem como os acordos celebrados por vada, para ratificação, pelo Decreto do Governo
esta Conferência e o Conselho da Europa e a Con- n.o 33/83, de 11 de Maio, tendo depositado o seu ins-
ferência da Haia de Direito Internacional Privado, res- trumento de ratificação em 29 de Outubro de 1983,
pectivamente, foram aprovados, para adesão, pelo conforme aviso publicado no Diário da República,
Decreto n.o 563/73, de 27 de Outubro. 1.a série, n.o 126, de 31 de Março de 1984. A autoridade
Portugal tornou-se membro de pleno direito da central em Portugal é o Instituto de Reinserção Social,
Comissão a partir de 27 de Outubro de 1973. Foi admi- conforme o Aviso n.o 302/95, de 18 de Outubro.
tido na Comissão em 13 de Setembro de 1973, por vota-
Departamento de Assuntos Jurídicos, 20 de Janeiro
ção unânime, passando a ficar habilitado a fazer parte
de 1999. — O Director, José Maria Teixeira Leite Martins.
20 dias depois da votação, nos termos do n.o 3 do Pro-
tocolo Adicional de 25 de Setembro de 1952, conforme
aviso publicado no Diário do Governo, 1.a série, n.o 274,
de 23 de Novembro de 1973.
Departamento de Assuntos Jurídicos, 12 de Janeiro MINISTÉRIO DA ECONOMIA
de 1999. — O Director, José Maria Teixeira Leite Martins.
Decreto-Lei n.o 47/99
de 16 de Fevereiro
Aviso n.o 32/99
Os espaços naturais surgem cada vez mais, no con-
Por ordem superior se torna público que, agindo na texto internacional e nacional, como destinos turísticos
sua qualidade de depositário dos Protocolos I e II Adi- em que a existência de valores naturais e culturais cons-
cionais às Convenções para a Protecção das Vítimas tituem atributos indissociáveis do turismo de natureza.
da Guerra, adoptados em Genebra em 8 de Junho de As áreas protegidas são, deste modo, locais privilegiados
1977, o Conselho Federal Suíço notificou ter a República como novos destinos, em resposta ao surgimento de
Libanesa depositado o seu instrumento de adesão em outros tipos de procura, propondo a prática de acti-
23 de Julho de 1997. vidades ligadas ao recreio, ao lazer e ao contacto com
Nos termos das suas disposições finais, os Protocolos a natureza e às culturas locais, cujo equilíbrio, traduzido
entraram em vigor para a República Libanesa seis meses nas suas paisagens, conferem e transmitem um sentido
após o depósito do instrumento de adesão, isto é, em e a noção de «único» e de «identidade de espaço», que
23 de Janeiro de 1998. vão rareando um pouco por todo o nosso território.
Portugal é Parte nos mesmos Protocolos, os quais Considerando que o turismo de natureza é uma ver-
foram aprovados, para ratificação, pela Resolução da tente da actividade turística ainda incipiente no nosso
Assembleia da República n.o 10/92, de 1 de Abril, tendo país, a qual se torna necessário dotar de capacidade
depositado o seu instrumento de ratificação em 27 de de afirmação e competitividade, assegurando, porém,
Maio de 1992, conforme os Avisos n.os 100/92, de 17 a regulamentação necessária à compatibilização com a
de Julho, e 277/94, de 28 de Outubro, tornando pública preservação dos valores naturais e com as premissas
a declaração facultativa referente ao artigo 90.o do do desenvolvimento local sustentável;
Protocolo I. Considerando que por todo o País ocorrem valores
do nosso património natural que identificam locais,
Departamento de Assuntos Jurídicos, 13 de Janeiro regiões e paisagens ímpares e que, adequadamente uti-
de 1999. — O Director, José Maria Teixeira Leite Martins. lizados, permitem atenuar as assimetrias regionais, criar
emprego e promover o desenvolvimento local;
Considerando que é necessário uma promoção fle-
xível e adequada, garantindo os fluxos necessários à ren-
Aviso n.o 33/99 tabilização dos investimentos, não pondo em causa a
rentabilidade e a preservação das riquezas naturais ou
Por ordem superior se torna público que, por nota
construídas em prol de um turismo sustentável;
de 23 de Dezembro de 1998 e nos termos do artigo 45.o Considerando que a consolidação da imagem de Por-
da Convenção sobre os Aspectos Civis do Rapto Inter- tugal como um destino turístico de qualidade, diferen-
nacional de Crianças, concluída na Haia, em 25 de Outu- ciado e competitivo pode ser alcançada desde que os
bro de 1980, o Ministério dos Negócios Estrangeiros recursos naturais sejam preservados, as políticas sec-
do Reino dos Países Baixos comunicou que, por nota toriais articuladas, qualificados os recursos humanos,
de 8 de Dezembro de 1998, o Reino Unido da Grã- estimulada a criatividade e a iniciativa privada dos
-Bretanha e Irlanda do Norte estendeu a mencionada empreendedores do turismo, defendido o consumidor,
Convenção, nos termos do artigo 39.o, a Montserrat. mas favorecendo a estabilização e o crescimento con-
Nos termos do artigo 43.o, segundo paragráfo, sub- trolado dos níveis de fluxo turístico e não comprome-
parágrafo 2), a Convenção entrará em vigor para Mont- tendo a competitividade das empresas do sector nos
serrat em 1 de Março de 1999. mercados;
806 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 39 — 16-2-1999
Considerando que essa articulação deve ser feita tam- Artigo 2.o
bém entre o património cultural, histórico e natural, Âmbito
valorizando-o e divulgando-o, na perspectiva do desen-
volvimento integrado da economia turística, promo- 1 — O turismo de natureza compreende os serviços
vendo, simultaneamente, a protecção do ambiente, a de hospedagem prestados em:
dinamização da vida cultural portuguesa e a qualidade a) Casas e empreendimentos turísticos de turismo
de vida dos cidadãos, através de um aproveitamento no espaço rural;
das infra-estruturas suporte da actividade turística e de b) Casas de natureza nas seguintes modalidades:
um melhor aproveitamento das condições naturais e cli-
matéricas no todo nacional; i) Casas-abrigo;
Considerando que uma visão limitada e condicionada ii) Centros de acolhimento;
do desenvolvimento turístico não pode deixar de gerar iii) Casas-retiro.
uma dependência excessiva do património natural, con-
duzindo a uma concentração em zonas sobrecarregadas 2 — Integram-se ainda no turismo de natureza as acti-
e a um incremento da indústria paralela, travando a vidades de animação ambiental nas modalidades de:
qualidade, desvirtuando os preços, reforçando a sazo- a) Animação;
nalidade da oferta e reduzindo a capitação turista/dia b) Interpretação ambiental;
e, sobretudo, inviabilizando, a prazo, a própria susten- c) Desporto de natureza.
tabilidade entre a actividade turística e a protecção
ambiental; 3 — Os requisitos das instalações, da classificação e
Considerando as orientações preconizadas quer pela do funcionamento das casas de natureza previstas na
Resolução do Conselho de Ministros n.o 60/97, de 10 alínea b) do n.o 1, bem como as actividades de animação
de Abril, que têm em vista o estabelecimento de orien- ambiental previstas no número anterior, são definidos
tações estratégicas para o sector do turismo, articulando através de decreto regulamentar.
e promovendo as várias políticas sectoriais que suportam
o desenvolvimento turístico integrado, quer pela Reso- Artigo 3.o
lução do Conselho de Ministros n.o 102/96, de 8 de
Julho, que tem em vista o estabelecimento de medidas Instalações
concretas para o desenvolvimento sustentável das áreas As instalações onde se desenvolve o turismo de natu-
protegidas; reza devem integrar-se de modo adequado nas áreas
Tendo em consideração o disposto no n.o 4 da Reso- onde se situam, por forma a preservar, recuperar e valo-
lução do Conselho de Ministros n.o 112/98, de 25 de rizar o património arquitectónico, histórico, ambiental
Agosto; e paisagístico das respectivas regiões, designadamente
Tendo sido ouvidos os órgãos de governo próprios através do aproveitamento e manutenção de casas ou
das Regiões Autónomas, a Associação Nacional de construções tradicionais.
Municípios e as associações representativas dos traba-
lhadores e dos consumidores:
Assim, nos termos do disposto na alínea a) do n.o 1 Artigo 4.o
do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta, para Áreas protegidas
valer como lei geral da República, o seguinte:
Para efeitos do disposto no presente diploma, con-
sideram-se áreas protegidas as áreas classificadas ao
CAPÍTULO I abrigo do Decreto-Lei n.o 19/93, de 23 de Janeiro, e
demais diplomas legais aplicáveis.
Disposições gerais
SECÇÃO II
SECÇÃO I
Serviços de hospedagem
Âmbito
Artigo 5.o
Artigo 1.o
Casas e empreendimentos de turismo no espaço rural
Noção
Às casas e empreendimentos de turismo no espaço
1 — Turismo de natureza é o produto turístico com- rural aplica-se o disposto no n.o 1 do artigo 14.o do
posto por estabelecimentos, actividades e serviços de presente diploma.
alojamento e animação turística e ambiental realizados
e prestados em zonas integradas na rede nacional de Artigo 6.o
áreas protegidas, adiante designadas por áreas pro-
Casas de natureza
tegidas.
2 — O turismo de natureza desenvolve-se segundo Para efeitos do presente diploma, entende-se por
diversas modalidades de hospedagem, de actividades e casas de natureza as casas integradas em áreas prote-
serviços complementares de animação ambiental, que gidas, destinadas a proporcionar, mediante remunera-
permitam contemplar e desfrutar o património natural, ção, serviços de hospedagem e que, pela sua implantação
arquitectónico, paisagístico e cultural, tendo em vista e características arquitectónicas, contribuam decisiva-
a oferta de um produto turístico integrado e diver- mente para a criação de um produto integrado de valo-
sificado. rização turística e ambiental das regiões onde se insiram.
N.o 39 — 16-2-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 807
SUBSECÇÃO I CAPÍTULO II
Modalidades de serviços de hospedagem em casas de natureza Competências
Artigo 7.o Artigo 10.o
Modalidades Competência da Direcção-Geral do Turismo
1 — Designa-se por casas-abrigo o serviço de hospe- Para efeitos do presente diploma, compete à Direc-
dagem prestado a turistas em casas recuperadas a partir ção-Geral do Turismo, sem prejuízo de outras compe-
do património do Estado cuja função original foi desac- tências atribuídas por lei:
tivada, quer sejam ou não utilizadas como habitação
a) Dar parecer, no âmbito dos pedidos de infor-
própria do seu proprietário, possuidor ou legítimo
mação prévia, sobre a possibilidade da cons-
detentor. trução de casas de natureza;
2 — Designam-se por centros de acolhimento as casas b) Dar parecer sobre os projectos de arquitectura
construídas de raiz ou adaptadas a partir de edifício das casas de natureza previstas nas subalíneas i),
existente, que permitam o alojamento de grupos, com ii) e iii) da alínea b) do n.o 1 do artigo 2.o;
vista à educação ambiental, visitas de estudo e de carác- c) Autorizar as obras a realizar no interior das
ter científico. casas de natureza a que se refere a alínea ante-
3 — Designam-se por casas-retiro as casas recupera- rior, quando não sujeitas a licenciamento muni-
das, mantendo o carácter genuíno da sua arquitectura, cipal, nos casos previstos no presente diploma;
a partir de construções rurais tradicionais ou de arqui- d) Vistoriar as casas de natureza referidas nas
tectura tipificada, quer sejam ou não utilizadas como subalíneas i), ii) e iii) da alínea b) do n.o 1 do
habitação própria do seu proprietário, possuidor ou legí- artigo 2.o, para efeitos da sua classificação, revi-
timo detentor. são da mesma ou desclassificação como casas
de natureza;
SECÇÃO III e) Aprovar o nome e a classificação das casas de
natureza referidas nas subalíneas i), ii) e iii) da
Actividades de animação ambiental alínea b) do n.o 1 do artigo 2.o
b) Dar parecer, no âmbito dos pedidos de infor- habitação, cessionário de exploração ou como-
mação prévia, sobre as iniciativas da instalação datário;
das casas de natureza e das actividades de ani- b) A escritura de constituição da sociedade, se se
mação ambiental. tratar de uma sociedade familiar;
c) A denominação a atribuir à casa ou ao empreen-
CAPÍTULO III dimento;
d) A localização e a descrição das casas e seus
Da instalação das casas de natureza logradouros e das propriedades, se estas exis-
SECÇÃO I tirem, bem como dos seus arredores;
e) A descrição sumária dos acessos rodoviários,
Do regime aplicável dos transportes públicos, dos serviços médicos
e de primeiros socorros e dos estabelecimentos
Artigo 13.o de restauração que servem a casa ou a aldeia;
Instalação f) A enumeração e a descrição dos quartos e das
restantes divisões, dependências e zonas comuns
Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo seguinte, destinadas aos hóspedes e a indicação das zonas
para efeitos do presente diploma, considera-se insta- das casas e das propriedades de acesso vedado
lação de casas de natureza o licenciamento da cons- a estes;
trução e ou da utilização de edifícios destinados ao fun- g) A indicação do número de telefone da casa,
cionamento daquelas casas. quando exigível;
h) A enumeração dos serviços a prestar, quando
Artigo 14.o exigível;
i) O período ou períodos de abertura anual;
Regime aplicável j) A indicação das línguas estrangeiras faladas pelo
1 — Às casas e empreendimentos de turismo no requerente;
espaço rural aplica-se o disposto no Decreto-Lei l) A identificação dos equipamentos de animação
n.o 169/97, de 4 de Julho, e no Decreto Regulamentar e desportivos ou outros de interesse cultural e
n.o 37/97, de 25 de Setembro. recreativo disponíveis para utilização pelos hós-
2 — Os processos respeitantes à instalação de casas pedes ou visitantes.
de natureza previstas nas subalíneas i), ii) e iii) da alí-
nea b) do n.o 1 do artigo 2.o são regulados pelo regime 7 — Os estudos e projectos das casas de natureza
jurídico de licenciamento municipal de obras particu- devem ser subscritos por arquitecto ou por arquitecto
lares, com as especificidades estabelecidas nos artigos em colaboração com engenheiro civil, devidamente
seguintes, competindo às câmaras municipais o licen- identificados.
ciamento respectivo.
3 — Quando se prevejam obras de urbanização no SECÇÃO II
presente diploma, aplica-se o regime de licenciamento
previsto na lei geral para essa realidade. Pedido de informação prévia
4 — Os pedidos de informação prévia e de licencia-
mento relativos à instalação de casas de natureza devem Artigo 15.o
ser instruídos com os elementos constantes do número Requerimento
seguinte, devendo o interessado indicar no pedido a
modalidade do serviço de hospedagem, bem como o Qualquer interessado pode requerer à câmara muni-
nome e a classificação pretendidos. cipal informação prévia sobre a possibilidade de instalar
5 — O requerimento referido no número anterior é uma casa de natureza e quais os respectivos condicio-
instruído com os seguintes elementos: namentos urbanísticos.
a) Plantas, à escala de 1:25 000 ou de 1:1000, refe-
rentes à localização das casas; Artigo 16.o
b) Fotografias, no formato de 20 cm×25 cm, do Consulta à Direcção-Geral do Turismo
interior dos edifícios ou das suas partes des-
tinadas aos hóspedes e das suas fachadas, bem 1 — Sempre que a Direcção-Geral do Turismo deva
como do local onde se integram; emitir parecer sobre o licenciamento da construção das
c) Documentos respeitantes às características his- casas de natureza, a câmara municipal deve consultar
tóricas, arquitectónicas, ambientais e paisagís- aquela entidade no âmbito da apreciação do pedido
ticas da região; de informação prévia, remetendo-lhe, para o efeito, a
d) Plantas da edificação ou edificações existentes, documentação necessária no prazo de oito dias após
respeitantes a todos os pisos, à escala de 1:100, a recepção do requerimento referido no artigo anterior.
com referência às unidades de alojamento afec- 2 — O parecer da Direcção-Geral do Turismo des-
tas à exploração turística, quando as mesmas tina-se a verificar os seguintes aspectos:
não carecerem de obras.
a) A adequação das casas de natureza projectada
ao uso pretendido;
6 — O requerimento deve especificar os seguintes
b) O cumprimento das normas estabelecidas no
elementos:
presente diploma e seus regulamentos;
a) O nome e o domicílio do requerente, bem como c) A apreciação da localização das casas de natu-
a indicação da qualidade de proprietário, usu- reza, quando esta não se situar em área abran-
frutuário, locatário, titular do direito de uso e gida por plano de urbanização, plano de por-
N.o 39 — 16-2-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 809
menor ou alvará de loteamento sobre os quais anterior aplica-se o disposto no artigo 35.o do Decre-
aquela Direcção-Geral tenha sido consultada. to-Lei n.o 445/91, de 20 de Novembro.
3 — O parecer da Direcção-Geral do Turismo des-
3 — A Direcção-Geral do Turismo deve pronun- tina-se a verificar os seguintes aspectos:
ciar-se no prazo de 30 dias a contar da data da recepção
a) A adequação da casa de natureza projectada
da documentação.
ao uso pretendido;
4 — A não emissão de parecer dentro do prazo fixado
b) O cumprimento das normas estabelecidas no
no n.o 3 entende-se como parecer favorável.
presente diploma e seus regulamentos;
5 — Quando desfavorável, o parecer da Direcção-Ge-
c) A localização da casa de natureza, quando esta
ral do Turismo é vinculativo.
não se situar em área abrangida por plano de
urbanização, plano de pormenor ou alvará de
Artigo 17.o loteamento sobre os quais aquela Direcção-
Prazo para a deliberação -Geral tenha sido consultada.
O prazo para a deliberação da câmara municipal sobre 4 — A Direcção-Geral do Turismo, juntamente com
o pedido de informação prévia conta-se a partir da data o parecer, aprova o nome da casa e, a título provisório,
da recepção do parecer referido no artigo anterior ou fixa a capacidade máxima e aprova a classificação que
do termo do prazo estabelecido para a sua emissão. o mesmo pode atingir de acordo com o projecto
apresentado.
Artigo 18.o 5 — A Direcção-Geral do Turismo pode sujeitar a
aprovação definitiva da classificação pretendida ao cum-
Consulta ao Instituto da Conservação da Natureza
primento de condicionamentos legais ou regulamen-
1 — Sempre que o Instituto da Conservação da Natu- tares.
reza deva emitir parecer sobre o licenciamento da cons- 6 — A Direcção-Geral do Turismo deve pronun-
trução das casas de natureza, nos termos do disposto ciar-se no prazo de 30 dias a contar da data da recepção
no n.o 1 do artigo 23.o, a câmara municipal deve con- da documentação.
sultar aquela entidade no âmbito da apreciação do
pedido de informação prévia, remetendo-lhe para o Artigo 20.o
efeito a documentação necessária no prazo de oito dias Parecer desfavorável
após a recepção do requerimento referido no artigo
anterior. 1 — Pode ser emitido parecer desfavorável pela
2 — O parecer do Instituto da Conservação da Natu- Direcção-Geral do Turismo com fundamento na ina-
reza destina-se: dequação da casa de natureza projectada ao uso pre-
tendido nas seguintes situações:
a) A verificar se as casas de natureza previstas nas
subalíneas i), ii) e iii) da alínea b) do n.o 1 do a) Caso se verifique a existência de indústrias, acti-
artigo 2.o se localizam em áreas protegidas, vidades ou locais insalubres, poluentes, ruidosos
como tal consideradas nos termos previstos no ou incómodos nas proximidades da casa ou a
Decreto-Lei n.o 19/93, de 23 de Janeiro; previsão da sua existência em plano especial ou
b) A apreciar se os serviços de hospedagem pre- municipal de ordenamento do território legal-
vistos na alínea anterior contribuem, pela sua mente aprovado;
implantação e características arquitectónicas, b) Quando não forem preservadas as condições
para a criação de um produto integrado de valo- naturais ou paisagísticas do meio ambiente e
rização turística e ambiental nas áreas prote- do património cultural e arquitectónico;
gidas onde se insiram. c) Quando não existirem vias de acesso adequadas;
d) Quando não existirem ou forem insuficientes
3 — O Instituto da Conservação da Natureza deve as estruturas hospitalares ou de assistência
pronunciar-se no prazo de 30 dias a contar da data da médica, se o tipo e a dimensão da casa as
recepção da documentação. justificarem;
4 — A não emissão de parecer dentro do prazo fixado e) Quando se situarem na proximidade de estru-
no n.o 3 entende-se como parecer favorável. turas urbanas degradadas.
5 — Quando desfavorável, o parecer do Instituto da
Conservação da Natureza é vinculativo. 2 — Pode ainda ser emitido parecer desfavorável pela
Direcção-Geral do Turismo com fundamento do des-
respeito das normas referidas nas alíneas b) e c) do
SECÇÃO III n.o 3 do artigo anterior.
Licenciamento da construção 3 — Quando desfavorável, o parecer da Direcção-Ge-
ral do Turismo é vinculativo.
Artigo 19.o
Parecer da Direcção-Geral do Turismo
Artigo 21.o
Audição prévia
1 — A aprovação, pela câmara municipal, do projecto
de arquitectura das casas de natureza carece sempre 1 — Quando a Direcção-Geral do Turismo estiver na
de parecer da Direcção-Geral do Turismo. posse de elementos que possam conduzir a um parecer
2 — Quando a casa de natureza se situe em área desfavorável, esta notifica o interessado, dando-lhe a
abrangida por plano de urbanização, plano de pormenor conhecer os mesmos, antes de o comunicar à câmara
ou alvará de loteamento, à consulta prevista no número municipal.
810 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 39 — 16-2-1999
2 — No caso previsto no número anterior pode o inte- se tiver pronunciado no âmbito do pedido de informação
ressado, no prazo de oito dias a contar da data da comu- prévia.
nicação prevista no número anterior, pronunciar-se por 2 — À consulta e à emissão do parecer do Instituto
escrito, junto do director-geral do Turismo, de forma da Conservação da Natureza aplica-se o disposto no
fundamentada. artigo 35.o do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novem-
3 — Logo que recebida a resposta do interessado pre- bro, com excepção do prazo previsto no n.o 5 daquele
vista no número anterior, o director-geral do Turismo artigo, que é alargado para 30 dias.
pode determinar a intervenção de uma comissão, com- 3 — O parecer do Instituto da Conservação da Natu-
posta por: reza destina-se:
a) Um perito por ele nomeado, que presidirá; a) A verificar se as casas de natureza previstas nas
b) Um representante da Direcção-Geral do Turismo; subalíneas i), ii) e iii) da alínea b) do n.o 1 do
c) Um representante do Instituto da Conservação artigo 2.o se localizam em áreas protegidas,
da Natureza; como tal consideradas nos termos previstos no
d) Um representante da Confederação do Turismo Decreto-Lei n.o 19/93, de 23 de Janeiro;
Português; b) A apreciar se os serviços de hospedagem pre-
e) Um representante de outra associação patronal vistos na alínea anterior contribuem, pela sua
do sector. implantação e características arquitectónicas,
para a criação de um produto integrado de valo-
4 — Poderão ainda integrar a comissão prevista no rização turística e ambiental nas áreas prote-
número anterior representantes de outros serviços ou gidas onde se insiram.
organismos cuja intervenção seja considerada conve-
niente pelo director-geral do Turismo, embora sem 4 — Quando desfavorável, o parecer do Instituto da
direito a voto. Conservação da Natureza é vinculativo.
5 — A comissão pronuncia-se sobre a resposta do
interessado no prazo de 15 dias a contar da data do Artigo 24.o
despacho que determina a sua intervenção. Obras não sujeitas a licenciamento municipal
6 — Compete ao presidente da comissão convocar os
restantes membros com uma antecedência mínima de 1 — Carecem de autorização da Direcção-Geral do
cinco dias, devendo para tal solicitar previamente às Turismo as obras a realizar no interior das casas de
diversas entidades a indicação dos seus representantes. natureza, quando não sujeitas a licenciamento muni-
7 — A ausência dos representantes das entidades cipal, desde que:
referidas nas alíneas b) a e) do n.o 3 e no n.o 4, desde a) Se destinem a alterar a classificação ou a capa-
que regularmente convocados, não é impeditiva nem cidade máxima da casa; ou
constitui justificação do não funcionamento da comissão b) Sejam susceptíveis de prejudicar os requisitos
nem da emissão do parecer. mínimos exigíveis para a classificação da casa,
8 — A Direcção-Geral do Turismo, quando for caso nos termos do presente diploma e dos regu-
disso, reformulará a posição inicial de acordo com o lamentos a que se refere o n.o 3 do artigo 2.o
sentido do parecer da comissão.
9 — No caso previsto no n.o 1, a Direcção-Geral do 2 — Para os efeitos previstos no número anterior, o
Turismo deve comunicar à câmara municipal que o interessado deve dirigir à Direcção-Geral do Turismo
prazo previsto no n.o 6 do artigo 19.o se considera sus- um requerimento instruído nos termos dos n.os 4 a 6
penso, de acordo com o estabelecido naquele número. do artigo 14.o
10 — Quando o director-geral do Turismo não deter- 3 — A autorização a que se refere o n.o 1 deve ser
minar a intervenção da comissão, a Direcção-Geral do emitida no prazo de 15 dias a contar da data da recepção
Turismo enviará o parecer à câmara municipal no prazo da documentação, sob pena de o requerimento se enten-
de 15 dias a contar da data da recepção da resposta der como tacitamente deferido.
do interessado ou do termo do prazo previsto no n.o 2. 4 — A Direcção-Geral do Turismo deve dar conhe-
11 — Quando o director-geral do Turismo determinar cimento à câmara municipal das obras que autorize nos
a intervenção da comissão, nos termos previstos no n.o 3, termos dos números anteriores e, se for caso disso, da
enviará o parecer à câmara municipal no prazo de 30 alteração da classificação ou da capacidade máxima da
dias a contar da data da recepção do parecer da comissão casa, para efeito do seu averbamento ao alvará da licença
ou do termo do prazo previsto no n.o 5. de utilização turística para casas de natureza.
5 — Se o interessado pretender realizar as obras refe-
Artigo 22.o ridas no n.o 1 durante a construção da casa, deve reque-
rer previamente à Direcção-Geral do Turismo a res-
Alterações a introduzir pectiva autorização, aplicando-se nesse caso o disposto
Quando emitir parecer desfavorável, a Direcção-Ge- na parte final do n.o 2 e nos n.os 3 e 4.
ral do Turismo deve fundamentar as alterações a intro-
duzir no projecto de arquitectura. SECÇÃO IV
Licenciamento da utilização
Artigo 23.o
Parecer do Instituto da Conservação da Natureza Artigo 25.o
Licença de utilização turística para casas de natureza
1 — A aprovação, pela câmara municipal, do projecto
de arquitectura das casas de natureza carece de parecer 1 — O funcionamento das casas de natureza depende
do Instituto da Conservação da Natureza, se este não apenas de licença de utilização turística para casas de
N.o 39 — 16-2-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 811
natureza, a emitir nos termos do disposto nos artigos 7 — Quando o auto de vistoria conclua em sentido
seguintes, a qual substitui, relativamente a estas casas, desfavorável ou quando seja desfavorável o voto, fun-
a licença prevista no artigo 26.o do Decreto-Lei damentado, do elemento referido na alínea b) do n.o 2,
n.o 445/91, de 20 de Novembro. não pode ser emitida a licença de utilização turística
2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 4, a licença de para casas de natureza.
utilização turística para casas de natureza pressupõe a
permissão de funcionamento de todas as suas partes Artigo 28.o
integrantes.
Prazo para a emissão e deferimento tácito
3 — A licença de utilização turística para casas de
natureza destina-se a comprovar, para além da confor- 1 — A licença de utilização turística para casas de
midade da obra concluída com o projecto aprovado, natureza é emitida pelo presidente da câmara municipal,
a observância das normas relativas às condições sani- com a faculdade de delegação nos vereadores ou nos
tárias e de saúde pública. directores de serviço, no prazo de 15 dias a contar da
data da realização da vistoria referida no artigo anterior
Artigo 26.o ou do termo do prazo para a sua realização, dela noti-
Emissão da licença
ficando o requerente, por correio registado, no prazo
de 8 dias a contar da data da decisão.
1 — Concluída a obra e equipada a casa em condições 2 — A falta de notificação no prazo de 23 dias a contar
de iniciar o seu funcionamento, o interessado requer da data da realização da vistoria ou do termo do prazo
ao presidente da câmara municipal a emissão da licença para a sua realização vale como deferimento tácito do
de utilização turística para casas de natureza dos edi- pedido de licença de utilização turística para casas de
fícios novos, reconstruídos, reparados, ampliados ou natureza.
alterados ou das fracções autónomas cujas obras tenham
sido licenciadas nos termos do presente diploma. Artigo 29.o
2 — A emissão da licença de utilização turística para
Alvará de licença de utilização turística para casas de natureza
casas de natureza é sempre precedida da vistoria a que
se refere o artigo seguinte. 1 — Com a notificação prevista no artigo anterior,
o presidente da câmara municipal comunica ao inte-
Artigo 27.o ressado o montante das taxas devidas nos termos da
lei.
Vistoria
2 — No prazo de cinco dias a contar do pagamento
1 — A vistoria deve realizar-se no prazo de 30 dias das taxas, o presidente da câmara municipal, com a facul-
a contar da data da apresentação do requerimento refe- dade de delegação referida no n.o 1 do artigo anterior,
rido no n.o 1 do artigo anterior e, sempre que possível, emite o alvará de licença de utilização turística para
em data a acordar com o interessado. casas de natureza.
2 — A vistoria é efectuada por uma comissão com- 3 — Se o pedido de licença de utilização turística para
posta por: casas de natureza tiver sido deferido tacitamente, o
prazo de cinco dias referido no número anterior conta-se
a) Três técnicos a designar pela câmara municipal; da data da apresentação de requerimento do interessado
b) O delegado concelhio de saúde ou o adjunto para a emissão do respectivo alvará e liquidação das
do delegado concelhio de saúde; taxas devidas.
c) Um representante do Instituto da Conservação 4 — No caso de a câmara municipal recusar o rece-
da Natureza; bimento das taxas devidas ou não proceder à liquidação
d) Um representante do órgão regional ou local das mesmas nos termos dos números anteriores, apli-
de turismo; ca-se o disposto no n.o 8 do artigo 26.o do Decreto-Lei
e) Um representante da Confederação do Turismo n.o 445/91, de 20 de Novembro.
Português; 5 — Na falta ou recusa da emissão do alvará no prazo
f) Um representante de outra associação patronal previsto nos n.os 2 e 3, o interessado pode proceder
do sector, no caso do requerente o indicar no à abertura da casa, mediante comunicação, por carta
pedido de vistoria. registada, à câmara municipal.
3 — O requerente da licença de utilização turística
Artigo 30.o
para casa de natureza, os autores dos projectos e o téc-
nico responsável pela direcção técnica da obra parti- Especificações do alvará
cipam na vistoria, sem direito a voto.
1 — O alvará de licença de utilização turística deve espe-
4 — Compete ao presidente da câmara municipal con-
cificar, para além dos elementos referidos no artigo 28.o
vocar as entidades referidas nas alíneas b) a f) do n.o 2
do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novembro:
e as pessoas referidas no número anterior com a ante-
cedência mínima de oito dias. a) A identificação da entidade exploradora da casa
5 — A ausência das entidades referidas nas alíneas b) de natureza;
a f) do n.o 2 e das pessoas referidas no n.o 3, desde b) O nome da casa;
que regularmente convocadas, não é impeditiva nem c) A classificação provisoriamente aprovada pela
constitui justificação da não realização da vistoria nem Direcção-Geral do Turismo;
da emissão da licença de utilização turística para casas d) A capacidade máxima da casa provisoriamente
de natureza. fixada pela Direcção-Geral do Turismo.
6 — A comissão referida no n.o 2, depois de proceder
à vistoria, elabora o respectivo auto, devendo entregar 2 — Sempre que haja alteração de qualquer dos ele-
uma cópia ao requerente. mentos constantes do alvará, a entidade titular da licença
812 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 39 — 16-2-1999
de utilização turística para casas de natureza ou a enti- termos dos artigos 19.o, 20.o, 22.o e 23.o, com as neces-
dade exploradora das mesmas deve, para efeitos de aver- sárias adaptações, ainda que ela não implique a rea-
bamento, comunicar o facto à câmara municipal no lização de obras ou implique apenas a realização de
prazo de 30 dias a contar da data do mesmo, enviando obras não sujeitas a licenciamento municipal.
cópia à Direcção-Geral do Turismo. 2 — Nos casos previstos no número anterior aplica-se
3 — O modelo de alvará de licença de utilização turís- o disposto no n.o 2 do artigo anterior.
tica para casas de natureza é aprovado por portaria con-
junta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas Artigo 34.o
do planeamento e administração do território e do
turismo. Caducidade da licença de utilização turística para casas de natureza
Artigo 32.o
SECÇÃO V
Alteração ao uso fixado em anterior licença de utilização
Classificação
1 — Se for requerida a alteração ao uso fixado em
anterior licença de utilização para permitir que o edi- Artigo 35.o
fício, ou sua fracção, se destine à instalação de uma
Requerimento
das casas referidas nas subalíneas i), ii) e iii) da alínea b)
do n.o 1 do artigo 2.o, a licença de utilização turística 1 — No prazo de dois meses a contar da data da emis-
para casas de natureza carece de parecer da Direcção- são do alvará de licença de utilização turística para casas
-Geral do Turismo e do Instituto da Conservação da de natureza ou da abertura da casa nos termos no n.o 5
Natureza, a emitir, respectivamente, nos termos dos do artigo 29.o o interessado deve requerer à Direcção-
artigos 19.o, 20.o, 22.o e 23.o, com as necessárias adap- -Geral do Turismo a aprovação definitiva da classifi-
tações, ainda que tal alteração não implique a realização cação das casas de natureza.
de obras ou apenas envolva a realização de obras não 2 — Salvo no caso de se verificar alguma das situações
sujeitas a licenciamento municipal. previstas no n.o 5 do artigo 29.o, o requerimento referido
2 — Nos casos previstos no número anterior, o prazo no número anterior deve ser acompanhado de cópia
para a realização da vistoria a que se refere o artigo 27.o do alvará de licença de utilização turística para casas
conta-se da data da recepção do último dos pareceres. de natureza.
3 — A aprovação a que se refere o n.o 1 é sempre
Artigo 33.o precedida de vistoria a efectuar pela Direcção-Geral
do Turismo, nos termos do artigo seguinte.
Utilização turística de edifícios sem anterior licença de utilização
2 — A vistoria deve realizar-se no prazo de 45 dias ou local de turismo ou a requerimento dos interessados,
a contar da data da apresentação do comprovativo do nas seguintes situações:
pagamento das taxas a que se refere o artigo 64.o, e,
sempre que possível, em data a acordar com o inte- a) Verificada a alteração dos pressupostos que a
ressado. determinaram ao abrigo das normas e dos requi-
3 — A vistoria é efectuada por uma comissão com- sitos previstos nos regulamentos a que se refere
posta por: o n.o 3 do artigo 2.o;
b) Se o interessado, na sequência de vistoria efec-
a) Dois técnicos da Direcção-Geral do Turismo; tuada ao empreendimento, não realizar as obras
b) Um representante do órgão regional ou local ou não eliminar as deficiências para que foi noti-
de turismo; ficado no prazo, não superior a 18 meses, que
c) Um representante da Confederação do Turismo lhe tiver sido fixado pela Direcção-Geral do
Português;
Turismo ou pelo presidente da câmara muni-
d) Um representante de outra associação patronal
cipal, consoante os casos, sem prejuízo do dis-
do sector, no caso do requerente o indicar no
pedido de vistoria. posto no n.o 3.
a) Penetrar nas áreas de acesso vedado; Nas informações de carácter geral relativas às casas
b) Cozinhar nas salas dos quartos, salvo se estes de natureza e aos serviços que nelas são oferecidos
dispuserem de equipamento eléctrico para o devem ser usados os sinais normalizados constantes de
efeito; tabela a aprovar por portaria do membro do Governo
c) Fazer lume nos quartos, excepto se os mesmos responsável pela área do turismo.
dispuserem de lareira;
d) Alojar terceiros sem autorização do responsável
pela casa; CAPÍTULO V
e) Fazer-se acompanhar de animais, excepto se Fiscalização e sanções
para tal estiverem autorizados.
Artigo 53.o
3 — Os hóspedes são responsáveis pelos danos que
causem à casa e ao seu equipamento e mobiliário. Competência de fiscalização
6 — Nos casos previstos nas alíneas a), c), d), e), f), Artigo 60.o
g), j), l), n), o), p) e q) do n.o 1, a tentativa é punível. Competência sancionatória
7 — A negligência é punível.
1 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
o
previstas no presente diploma e nos regulamentos a que
Artigo 58. se refere o n.o 3 do artigo 2.o, da competência da Direc-
Sanções acessórias ção-Geral do Turismo, é exercida pelo director-geral
do Turismo.
1 — Em função da gravidade e da reiteração das con- 2 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
tra-ordenações previstas no artigo anterior e nos regu- previstas no diploma que regula as actividades de ani-
lamentos nele referidos, bem como da culpa do agente mação ambiental a que se refere o n.o 3 do artigo 2.o,
e do tipo e classificação do empreendimento, podem da competência do Instituto da Conservação da Natu-
ser aplicadas as seguintes sanções acessórias: reza, é exercida pelo presidente do Instituto da Con-
servação da Natureza.
a) Apreensão do material através do qual se pra- 3 — A aplicação das coimas e das sanções acessórias
ticou a infracção; previstas no regime jurídico do licenciamento municipal
b) Suspensão, por um período até dois anos, do de obras particulares, da competência da câmara muni-
exercício de actividade directamente relacio- cipal, é exercida pelo presidente da câmara.
nada com a infracção praticada;
c) Encerramento da casa de natureza. Artigo 61.o
2 — O encerramento da casa de natureza só pode, Produto das coimas
porém, ser determinado, para além dos casos expres- 1 — O produto das coimas aplicadas pela Direcção-
samente previstos na alínea c) do n.o 2 do artigo 5.o -Geral do Turismo por infracção ao disposto no presente
do Decreto-Lei n.o 336/93, de 29 de Setembro, e nos diploma reverte em 60 % para os cofres do Estado e
regulamentos a que se refere o n.o 3 do artigo 2.o, com em 40 % para a Direcção-Geral do Turismo.
base nos comportamentos referidos nas alíneas a), h), 2 — O produto das coimas aplicadas pelas câmaras
i) e m) do n.o 1 do artigo anterior. municipais constitui receitas dos municípios.
3 — O encerramento da casa de natureza pode ainda
ser determinado como sanção acessória da coima apli-
Artigo 62.o
cável pela contra-ordenação prevista na alínea c) do
n.o 1 do artigo 54.o do Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 Embargo e demolição
de Novembro. Os presidentes das câmaras municipais são compe-
4 — Quando for aplicada a sanção acessória de encer- tentes para embargar e ordenar a demolição das obras
ramento da casa de natureza, o presidente da câmara realizadas em violação do disposto no presente diploma
municipal, oficiosamente ou a solicitação da Direcção- e nos regulamentos a que se refere o n.o 3 do artigo 2.o,
-Geral do Turismo, deve apreender o respectivo alvará por sua iniciativa ou mediante comunicação da Direc-
de licença de utilização turística para casas de natureza ção-Geral do Turismo, consoante o caso, sem prejuízo
pelo período de duração daquela sanção. das competências atribuídas por lei a outras entidades.
5 — Pode ser determinada a publicidade da aplicação
das sanções previstas nas alíneas b) e d) do n.o 1
mediante: Artigo 63.o
Interdição de utilização
a) A fixação de cópia da decisão, pelo período de
30 dias, na própria casa, em lugar e por forma O director-geral do Turismo é competente para deter-
bem visíveis; e minar a interdição temporária da utilização de partes
b) A sua publicação, a expensas do infractor, pela individualizadas, instalações ou equipamentos das casas
Direcção-Geral do Turismo ou pela câmara de natureza que, sem prejuízo das competências atri-
municipal, consoante os casos, em jornal de difu- buídas às autoridades de saúde pelo Decreto-Lei
são nacional, regional ou local, de acordo com n.o 336/93, de 29 de Setembro, nessa matéria, pelo seu
o lugar, a importância e os efeitos da infracção. deficiente estado de conservação ou pela falta de cum-
primento do disposto no presente diploma e nos regu-
6 — A cópia da decisão publicada nos termos da alí- lamentos a que se refere o n.o 3 do artigo 2.o, sejam
susceptíveis de pôr em perigo a saúde pública ou a segu-
nea b) do número anterior não pode ter dimensão supe-
rança dos utentes, ouvidas as autoridades de saúde
rior ao tamanho A6.
pública com competência territorial.
Artigo 59.o
CAPÍTULO VI
Limites da coima em caso de tentativa e de negligência
Disposições finais e transitórias
1 — Em caso de punição da tentativa, os limites
máximo e mínimo das coimas são reduzidos para um Artigo 64.o
terço.
Taxas
2 — Se a infracção for praticada por negligência, os
limites máximo e mínimo das coimas são reduzidos para Pelas vistorias requeridas pelos interessados às casas
metade. de natureza realizadas pela Direcção-Geral do Turismo
818 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 39 — 16-2-1999
são devidas taxas à Direcção-Geral do Turismo, de mon- divulgação do turismo de natureza e prestarão apoio
tante a fixar por portaria conjunta dos Ministros das técnico à formulação e apresentação do requerimento
Finanças e da Economia. previsto no artigo 14.o, bem como os necessários ao
licenciamento da construção e da utilização, bem como
das actividades de animação ambiental previstas no n.o 2
Artigo 65.o do artigo 2.o do presente diploma.
Registo