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Estudo de Desenvolvimento de uma Ferramenta

para Monitoramento e Diagnóstico Térmico de


Unidades Geradoras com Motor Diesel
Eraldo C. Santos1; Gonçalo Rendeiro2; Diego F. L. Costa3; Ederson S. Freitas3; Juan G. Reis3; Mayron
P. Cardoso3; Carlos E. A. Costa4, Tânia C. A. Reis4 e Kelly C. A. Pereira4

 em funcionamento de UTEs, pelo Operador Nacional do


Resumo – Este projeto de pesquisa visa ao desenvolvimento Sistema – ONS, demandam de instalações que utilizem
de uma ferramenta de monitoramento e diagnótico térmico de motor diesel para geração elétrica com maiores níveis de
unidades diesel geradoras – UDGs com motor a diesel, disponibilidade e confiabilidade do sistema e, com um
aplicando a metodologia “Ciclo de Rotinas” que é baseada em
sistema de gerenciamento constante das UDGs.
um sistema especialista para gerência de processos. A principal
meta do projeto é a concepção de uma skid móvel para Neste contexto o projeto PD-5614-0003/2015, “Estudo de
aquisição de dados, monitoramento, medição e análise de Desenvolvimento de uma Ferramenta para Monitoramento e
parâmetros operacionais de Unidades Diesel Geradoras – Diagnóstico Térmico de Unidades Geradoras com Motor
UDGs em operação, como por exemplo, as temperaturas, as Diesel”, ainda em execução pelas Universidades Federal do
energia, o consumo específico de combustível, as pressões de Pará – UFPA e Federal de São João Del Rei – UFSJ, além
operação, o nível de vibração, as emissões de gases, a potência
do suporte técnico e financeiro da empresa Brentech Energia
sonora e vazão de ar da instalação, proporcionando o
acompanhamento e a comparação das condições operacionais S. A. e do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Nordeste –
de equipamentos de mesmo porte, além da identificação da NEPEN propõem a aplicação de uma metodologia
perda de desmpenho e de possíveis falhas. A ferramenta gerencial-administrativo para que a empresa geradora utilize
desenvolvida deverá aumentar a disponibilidade e a a ferramenta para monitorar, supervisionar e ter subsídios na
confiabilidade do sistema, reduzir os custos operacionais e de tomada de decisões referentes às atividades de operação e
manutenção, além de propiciar a aplicação de técnicas de
manutenção do sistema de geração.
manutenção preditiva para pessoal envolvido na geração.
Nas primeiras fases do P&D foram desenvolvidas
Palavras-chave – Geração de Energia, Diagnóstico térmico, diversas atividades para embasamentos teóricos do projeto e
Manutenção Preditiva, Monitoramento, Motor Diesel. alcance de metas e objetivos como: Pesquisas bibliográficas
em normas, livros, manuais; Visitas técnicas para obtenção
de dados técnicos em UTEs reais; Identificação de
I. INTRODUÇÃO
parâmetros operacionais relevantes em UTEs; Identificação
O regime de operação de Usinas Termelétricas – UTEs no de equipamentos para monitoramento, entre outras.
Brasil é um dos pontos críticos no que concerne aos Como resultados alcançados até o estágio atual, foram
procedimentos de manutenção à serem adotados pelas desenvolvidas atividades como: testes laboratoriais para
empresas geradoras de energia. A situação ideal para usinas verificar a influência de diferentes concentrações de
que operam com motores a diesel é de forma contínua sem biodiesel no desempenho de UDGs; obtenção de parâmetros
sobrecarga e a plena carga [3]. No entanto, o acionamento operacionais de grupo gerador, testado no laboratório de
desse modal é condicionado à disponibilidade da geração motores – Labmotor da UFPA, projetos de módulos de
hidrelétrica que tem 63,8% de participação na matriz aquisição de dados de temperatura, de vazão e de potência;
brasileira [2]. criação de um software chamado de “Sistema de
Os cenários de incerteza sobre o momento de colocação Monitoramento de Motores de Usinas Dieselétricas –
SISMMUDE”. Todos esses elementos serão integrados em
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa e um skid móvel, juntamente com os analisadores de emissão
Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica regulado pela de gases, de análise de vibração e de ruídos, com interface
ANEEL, cujo projeto de P&D “Estudo de Desenvolvimento de uma
Ferramenta para Monitoramento e Diagnóstico Térmico de Unidades gráfica de fácil utilização, a fim de obter as condições
Geradoras com Motor Diesel”, código ANEEL PD-5614-0003/2015. operacionais de UDGs.
Eraldo C. Santos trabalha na Universidade Federal do Pará – UFPA, 1’ Ao final do projeto espera-se obter o desenvolvimento de
(e-mail: eraldocs@ufpa.br). uma ferramenta que terá a capacidade de aquisição de
Gonçalo Rendeiro trabalha na empresa I9AR Engenharia de Aplicação dados, monitoramento e análise dos principais parâmetros
2’ (e-mail: grendeiro2011@hotmail.com).
Diego F. L. Costa; Ederson S. Freitas; Juan G. Reis; Mayron P. Cardoso operacionais das UDGs, uma vez que o aparato contará com
são pesquisadores da Universidade Federal do Pará – UFPA, 3’ (e-mails: a vantagem da mobilidade e consistirá em um sistema
diego_felipe95@hotmail.com, engmec.ederson@gmail.com, especialista que auxiliará os responsáveis pela gerência de
juangrsoares@gmail.com e mpc_cardoso@hotmail.com). manutenção das UTEs nas decisões a partir de um banco de
Carlos E. A. da Costa; Tânia C. A. dos Reis e Kelly C. A. Pereira
trabalham na Brentech Energia S. A. 4’ (e-mails: tania@brentech.com.br, dados, baseado em um histórico operacional e em um
carlos@brentech.com.br, kelly@brentech.com.br). conjunto de procedimentos e normas operacionais.
Este artigo tem como objetivo mostrar as características diversos parâmetros como: pressão do óleo do Carter,
do sistema de monitoramento, com as escolhas de seus temperatura de saída dos gases, vazão de combustível, entre
componentes e da criação do software de gerência outros. Mesmo com equipamentos eletrônicos sofisticados,
administrativa, chamado de SISMMUDE, a ser integrado no em algumas UTEs todo controle ainda é efetuado
sistema de monitoramento de motores. manualmente através do preenchimento de planilhas pelos
operadores, chamadas de “Apontamentos Diários”.
Ainda dentro das limitações de controle dos parâmetros
II. USINAS TERMELÉTRICAS COM MOTORES A DIESEL
operacionais das UTEs, foram observadas instalações fora
As UTEs foram projetadas para operação contínua sem dos padrões exigidos pela Eletrobrás para atividades de
sobrecarga ou em plena carga [3]. Contudo, de acordo com descarregamento de combustível, além de procedimentos
o nível das bacias hidrográficas das centrais hidrelétricas, o para medição do combustível nos tanques de armazenagem
ONS determina o regime de operação das UTEs, deste que reduzem os níveis de precisão dos dados utilizados.
modo, algumas têm que trabalhar de forma intermitente e Para a realização deste P&D com a aplicação da
com carga parcial e outras usinas ficam fora de operação por “Metodologia Ciclo de Rotinas” e a utilização de uma
longos períodos. ferramenta para monitoramento e diagnóstico térmico de
Tal de regime de trabalho apresenta vantagens e UDGs, foi selecionada a UTE Goiânia II, localizada no
desvantagens, se por um lado, reduz as emissões de gases, o município de Aparecida de Goiânia, controlada pela
alto custo de operação e de manutenção, por outro resulta a empresa Brentech Energia S.A., como estudo de caso.
necessidade de um gerenciamento constante da operação das Dentre as informações mais relevantes obtidas durante as
UDGs, principalmente nos instantes em que a usina se visitas técnicas destacam-se os dados principais, conforme
encontra em operação contínua, ou quando se encontra fora mostrado na tabela II, e os tópicos elencados sobre as
de operação, porém em disponibilidade para o sistema características técnicas de manutenção da UTE Goiânia II.
elétrico Nacional – SIN.
Em estudos e visitas técnicas se verificou que em muitas Tabela II. Dados Principais da UTE Goiânia II.
UTEs que operam com motor a diesel, não existem
UTE Goiânia II – Brentech Energia S/A
procedimentos de manutenção preditiva para a conservação,
Potência Total 142,5 [MW]
hibernação, reativação e avaliação das condições Potência Efetiva 140 [MW]
operacionais das UDGs, quando as mesmas estão fora de Número de Unidades 116 (Ciclo Diesel)
operação. Em vista do exposto buscou desenvolver uma Tipo de Operação PIE (Produtor Independente de Energia)
ferramenta, em forma de skid móvel, para o monitoramento Sistema Interligado
e diagnóstico das condições operacionais de UDGs. Situação Operacional Em disposição do SIN
O que se espera desenvolver é um sistema de aquisição de
dados móvel, que possa gerar avaliações, a partir das B. Descrição dos parâmetros de medição para
informações da gerencia preditiva para motores: análises de diagnóstico de UDGs
óleo, de vibração, qualidade dos fluidos de arrefecimento,
Os parâmetros de medição de vazão de combustível, de
emissão de gases, campo básico de potência e temperaturas, grandezas elétricas, de emissões de gases e de análise de
a fim de auxiliar no desenvolvimento de um conjunto de
vibrações foram obtidos durante testes de comissionamento
procedimentos de manutenção das UDGs.
realizados em um grupo gerador YANMAR, modelo
4TNV88, com potência de 21,6 kW, existente no Labmotor,
A. Características das UTEs Alvo da pesquisa da UFPA com o objetivo de padronizar as ações para testes
Nas primeiras fases deste P&D foram realizadas visitas de UDGs em usinas reais.
técnicas a várias UTEs no Brasil conforme apresentado na Para os experimentos foi utilizado óleo Diesel dos tipos
tabela I, com o objetivo de levantar dados sobre as suas B0 (Diesel puro), e as misturas B2, B5, B7 e B10. As
características operacionais e identificar os procedimentos misturas foram avaliadas através das coletas de dados
usados no monitoramento e diagnóstico térmico adotados. realizadas em períodos de 30 minutos para as cargas de
30 %, 50 %, 70 % e 100 % aplicadas aos conjuntos
Tabela I. UTEs visitadas pelos pesquisadores do projeto. obedecendo a um intervalo também de 30 minutos para
estabilização observada pelos dados de temperatura dos
UTE Local/Data Empresa
gases de exaustão [9 – 12].
Soure Ilha de Marajó/PA (22/03/15) Guascor do Brasil
Salvaterra Ilha de Marajó/PA (22/03/15) Guascor do Brasil
A medição do parâmetro de vazão de combustível foi
Xavantes Goiânia/GO (27/03/2015) Usina Xavantes realizada nos pontos de entrada e retorno da linha de
Cotijuba Belém/PA (28/03/15) SoEnergy combustível, a fim de quantificar o consumo específico
Daia Anápolis/GO (31/03/15) UTEDAIA usando a equação (1) da UDG estudada, também foi feita a
Ponta de Pedras Ilha de Marajó/PA (10/04/15) Guascor do Brasil aferição de temperatura com o intuito de monitorar se o
Potiguar I e III Macaíba/RN (24/04/15) CEP
combustível atingiria o seu ponto de fulgor.
Aparecida de Goiânia/GO Brentech Energia
Goiânia II
(10/01/09) ̇
( ) (1)

Com as visitas técnicas foi possível observar a existência Onde ̇ é a vazão mássica de combustível e é a
de equipamentos para o monitoramento e controle de potência elétrica do gerador.
A composição do sistema montado conta com dois outros fabricantes) para coleta e pré-processamento dos
medidores de vazão, modelo LSF45, dois termômetros sinais – SCD-Md.
resistivos PT-100 e um controlador PHI-ID da TechMeter
para conversão de sinais elétricos em medidas de vazão. A primeira arquitetura pesquisada, SCC-Mi, trabalha
Para a avaliação das grandezas elétricas foi utilizado o processando todas as informações em um único módulo
medidor SAGA 4500, modelo 1382-4B da Landys +Gryr e central. Nela os sinais são aquisitados, com exceção
o reigstro em software do mesmo fabricante. Os dados do daqueles referentes aos da análise de vibrações, pelo módulo
SAGA 4500 foram utilizados com os dados de vazão para o central. Além disso, utiliza-se uma rede local para gerenciar
cálculo do consumo específico e do rendimento da UDG. o fluxo de informação dos diversos dispositivos.
O rendimento do sistema foi calculado utilizando-se os É importante ressaltar o papel de três dispositivos nessa
valores das potências elétricas , das vazões mássicas ̇ , arquitetura, conforme a Figura 1 com D1, D2 e D3:
e o poder calorífico inferior PCI (kJ/kg) para cada mistura  Dispositivo D1 – Módulo Computacional: esse
de combustível, com o uso da equação (2) [3 – 5]. dispositivo deve ser capaz de receber os sinais pré-
processados, e executar todos os algoritmos de
(2) monitoramento térmico da UDG. Para isso, esse
̇
dispositivo deve embarcar um sistema operacional
Os parâmetros de emissões de gases foram obtidos com o compatível com diversos periféricos e softwares como,
equipamento OPTIMA 7 da CONFOR que opera nos limites por exemplo, LabviewRM, máquina virtual JavaRM,
de 100 a 1100 °C de sua sonda termopar. compilador JavaRM, entre outros;
Com a utilização do OPTIMA 7 foi possível a aquisição  Dispositivo D2 – Módulo de conversão AD: esse
dos seguintes gases no pleno de exaustão: oxigênio (O2), dispositivo deve ser usado para pré-processar os sinais
monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), advindos dos sensores, tendo, no mínimo, 25 canais de
Óxido nitroso (NO), Dióxido de nitrogênio (NO2), além da entrada. Nesse caso, a proposta é utilizar o que se tem
temperatura dos gases, da temperatura diferencial, da consolidado no contexto industrial, ou seja, poderia ser
temperatura do ar de combustão e da pressão diferencial. utilizado um mini programador lógico controlável – PLC
Esses dados foram comparados com os dados do fabricante com número suficiente de cartões de entrada analógica
do motor e com as normas de controle ambiental em para a quantidade de informação que se deseja coletar;
posterior análise.  Dispositivo D3 – Módulo de rede: esse dispositivo deve
A análise de vibrações foram realizadas com o ser utilizado para se configurar uma rede local interna ao
posicionamento de 8 (oito) acelerômetros com bases sistema, com o objetivo de gerenciar o fluxo de
magnéticas AC102-1A nas partes não móveis (bloco do informações obtidas.
motor e carcaça do alternador) [9], utilização de um monitor
e analisador de vibrações NK880, além de software para Vale ressaltar que a aquisição da variável vibração deve
análise de dados SDAV e cabos para ICP o que viabilizou, ser feito por meio de um módulo de aquisição e
dessa forma, a medição dos níveis típicos e o espectro de processamento separado, chamado de NK880, ou seja, é
vibração em frequência natural do equipamento quando em considerado que tal variável está disponível adequadamente
operação no regime nominal. para o processamento pelo módulo computacional (D1).
A proposta dessa arquitetura é aliar a robustez de
dispositivos consolidados no meio industrial (PLC, bornes
III. MÓDULOS PARA AQUISIÇÃO E PROCESSAMENTO DE
relés, entre outros), com um sistema de processamento mais
DADOS
potente.
Para concretizar a ferramenta de monitoramento Entretanto, existem diversas dificuldades a serem
SISMMUDE foi necessária a realização de pesquisas as superadas, principalmente relacionadas ao módulo D2, tais
quais indicaram a arquitetura do sistema que melhor se como: Programação de drivers de interface entre os
enquadra no projeto. Dentre as arquiteturas pesquisadas, três softwares dedicados dos fabricantes industriais e o módulo
ganharam papel de destaque e foram analisadas, o que computacional (interface entre D2 e D1); Dependência de
possibilitou a seleção daquela mais qualificada. fabricantes industriais, no que tange: software, manutenção,
reposição de componentes entre outros (módulo D2);
C. Arquiteturas do Sistema de Aquisição e Processamento Compatibilização de variáveis com natureza diferentes:
de Dados pode gerar dificuldade na solução de possíveis problemas de
As arquiteturas analisadas foram: calibração dos equipamentos, aquisição e pré-processamento
 Sistema computacional centralizado, utilizando módulos (módulo D2); Elevado custo dos dispositivos industriais:
industriais para coleta e pré-processamento dos sinais – aquisição de PLC, cartões analógicos, softwares dedicados,
SCC-Mi; entre outros (módulo D2).
 Sistema computacional centralizado, utilizando módulos A possível perda de um desses dispositivos pode acarretar
da empresa National Instruments para coleta e pré- a parada do sistema de monitoramento, pois esta
processamento dos sinais – SCC-Mni; configuração centralizada gera uma dependência mútua
 Sistema computacional descentralizado, utilizando entre os módulos.
módulos diversos (National Instruments, industriais e de
Figura 1. Arquitetura para Sistema de Computação Centralizado com módulos industriais para coleta e pré-processamento dos sinais – SCC-Mi.

A segunda arquitetura pesquisada, SCC-Mni, é muito danificação do sistema de monitoramento) com a redução de
semelhante à anterior, apresenta alguns pontos de vantagem, custos, manutenções, dependências de fabricantes, etc.
principalmente no que tange a não dependência de A terceira proposta de arquitetura, SCD-Md, é
fabricantes industriais específicos. apresentada na Figura 2. Nessa estrutura rompe-se em
Entretanto, as arquiteturas centralizadas sempre se definitivo com o modelo centralizado, assumindo-se que
enquadram no dilema que relaciona a fragilidade do sistema cada variável a ser monitorada é pré-processada por um
(por se atrelar os módulos e o fato de que a possível perda sistema independente de módulos.
de um destes pode acarretar na parada ou até mesmo,

Figura 2. Arquitetura para Sistema de Computação Descentralizado com módulos diversos fabricantes para a coleta e pré-processamento dos
sinais – SCC-Md.
Conforme mostrado na Figura 2, percebe-se a  RaspBerry Pi modelo B versão 2 (RPi-2B): modelo
descentralização e a modularidade no processo de lançado em 2015, com melhorias no processador,
monitoramento é a solução mais viável e barata. Neste caso memória RAM e, aumento de terminais GPIO, em
cada variável terá um módulo específico para aquisição. comparação ao antecessor, modelo B+. Esse é um dos
Esta arquitetura apresenta diversas vantagens, dentre as modelos mais atuais disponibilizados comercialmente
quais podem ser citadas: Facilidade do processo de pela RaspBerry Pi Foundation e parceiros comerciais.
calibração do módulo: para cada módulo será estabelecido
um procedimento de calibração, de acordo com a variável a Um ponto importante a ressaltar são os terminais GPIO
ser medida pelo mesmo, o que reduz a possibilidade de erros (General Purpose Input/Output) destas plataformas. Os
grosseiros, facilitando, também, a manutenção; redução da terminais definidos como GPIO podem ser atribuídos como
influência de variáveis interferentes: as grandezas físicas são entrada ou saída de informação, sendo responsabilidade do
traduzidas para sinais elétricos. programador indicar o sentido do fluxo de dados no
Os agrupamentos de sinais com informação semelhante software. As placas da versão 1 (RPi-1A+ e RPi-1B+)
são, em geral, mais compatíveis do que agrupamentos de possuem 26 terminais GPIO, enquanto que o modelo RPi-
sinais características elétricas, ou seja, nível de tensão, 2B possui 40.
frequência, entre outras, muito díspares. O nível lógico de tensão nos terminais é definido como:
De fato, a compatibilização reduz a influência de  Nível lógico alto: superior a 1,7 V até 3,3 V;
capacitâncias e indutâncias parasitas, geradas, em grande  Nível lógico baixo: inferior a 1,7 V até 0 V.
parte, pela mescla de sinais elétricos díspares; aumento na
confiabilidade: o sistema pode ser programado para alertar a Porém, as plataformas RPi também possuem o nível de
supervisão central da perda de algum módulo de tensão de 5 V, para compatibilidade com outras plataformas
monitoramento, seja por algum surto elétrico ou outro e/ou periféricos. A capacidade de fornecimento de corrente
fortuito, e, mesmo assim, continuar o monitoramento das em cada terminal é baixa, em torno de 5 mA.
outras grandezas; redução de custos: a modularização Sabe-se que o modelo RPi-1B+ é totalmente compatível
conduz a uma redução de custos, pois uma possível perda ou com o modelo RPi2B, ou seja, softwares, bibliotecas,
troca de algum módulo representa um custo menor do que periféricos de expansão entre outros, desenvolvidos para o
no caso de um sistema centralizado. primeiro modelo podem ser utilizados no segundo. Esse fato
Por fim, tendo os prós e contras de cada arquitetura em é importante uma vez que o modelo RPi-1B+ está
mãos, aquela mais indicada foi a SCD-Md, por se enquadrar consolidado em diversas aplicações e contextos.
mais nos requisitos operacionais e por ser de baixo custo. Desde a primeira versão da plataforma, diversas outras
foram apresentadas pela Texas Instruments, dentre as quais
se destaca:
D. Plataformas Computacionais
 BeagleBone xM (BBxM): modelo lançado em 2010,
Foram analisadas duas plataformas computacionais, as que, em relação ao modelo anterior, incorporou
quais usariam como quesito processamento de grande melhorias no processador, mais terminais de GPIO,
quantidade de dados. Estas foram: USB, conexão de vídeo S-video e DVI-D, entre outras.
 RaspBerry Pi, da RaspBerry PI Foundation, que surgiu Além disso, incluiu funcionalidades específicas, tais
no mercado com intuito educacional; como: interface de câmera, e interface Ethernet;
 BeagleBone, da Texas Instruments, desenvolvida como  BeagleBone (BB): modelo lançado em 2011, com
uma forma de testar a aplicabilidade de um processador enfoque maior na interface de controle e comando.
de imagem de código aberto OMAP3530. Nessa plataforma foram incluídas: oito saídas de sinais
PWM, sete canais de conversão ADC, saída para quatro
A despeito da proposta inicial, a plataforma RaspBerry PI temporizadores, e grande quantidade de protocolos de
se mostrou adequada para uso em diversos cenários, pois comunicação serial;
apresenta razoável poder computacional e baixo custo.  BeagleBone Black (BBB): modelo lançado em 2013,
Existem diversos modelos disponíveis comercialmente, incorporando melhorias sugeridas na versão anterior
dentre os quais podem ser citados: (BeagleBone). Nesta placa foi mantida a interface de
 RaspBerry Pi modelo A+ versão1 (RPi-1A+): modelo comunicação serial, aumentou-se a velocidade de
lançado em 2014, sucessor do primeiro modelo lançado processamento e a memória RAM. Além disso, foi
pela RaspBerry em 2012, modelo A, apresentou incluído um conector padrão na placa para saída de
melhorias no consumo de energia e mudança da conexão vídeo, mini-HDMI, para saída no formato DVI-D.
do cartão SD para micro-SD e, aumento no número de
GPIO. Entretanto, esse modelo não apresenta a rede Alguns pontos foram determinantes na escolha e ressaltá-
Ethernet embarcado; los se faz necessário: A quantidade expressiva de terminais
 RaspBerry Pi modelo B+ versão 1 (RPi-1B+): modelo GPIO apresentada pelos modelos BeagleBone. No caso dos
também lançado em 2014, como a opção mais avançada modelos BB e BBB, em que ambos possuem 66 terminais
da plataforma RaspBerry Pi. Incorporou diversas GPIO, todos os terminais GPIB podem ser utilizados para
melhorias em relação ao modelo B, dentre as quais:
interrupção, limitado ao máximo de oito terminais
aumento no número de portas USB, mudança da
simultâneos operando com interrupção; a quantidade de
conexão do cartão SD para mini-SD e, aumento no
conexões de interface serial apresentados pelos modelos
número de terminais GPIO;
BeagleBone, o que possibilita uma maior conexão de outros Tais condições impostas levaram à seleção de duas
dispositivos; o conversor AD dos modelos BB e BBB requer tecnologias: termopares e termorresistências (RTD –
sinais dentro da faixa de 0 a 1,8 V. Resistence Temperature Detectior).
Esse requisito gera a necessidade de um pré- Sendo os termopares transdutores simples e amplamente
processamento eletrônico dos sinais oriundos dos sensores, utilizados para medição de temperatura em diversos
de forma a condicioná-los nessa faixa. Apesar de parecer contextos, destacam-se suas principais vantagens:
uma vantagem, o uso desse conversor AD requer a  Elevado range de temperatura;
elaborações de outros circuitos eletrônicos, a disponibilidade  Elevada robustez a choques mecânicos e vibração;
de sinais PWM, para uso em controle de atuadores.  Rápida resposta dinâmica: é possível detectar mudança
No caso deste P&D, a princípio, não haveria necessidade na temperatura em centésimos de milissegundos;
de sinais PWM, uma vez que a intenção é, também, o  Não é influenciado pelo auto aquecimento: diferente de
monitoramento térmico; a saída de vídeo da plataforma outros transdutores que necessitam de fonte de energia
BeagleBone não apresenta conector próprio na placa, ou para funcionamento.
seja, tem-se acesso apenas aos terminais, sendo, portanto,
Para justificar a escolha da solução apresentada nesse
necessário construir uma ligação entre os terminais e
P&D é importante ressaltar que o sistema de monitoramento
plugues padrões.
e diagnóstico necessita coletar quinze sinais de temperatura,
A exceção é para o caso da BBxM, que apresenta um
ao mesmo tempo, com sensores alocados em diversos
conector mini-HDMI para a saída de vídeo no formato DVI- pontos da UDG.
D. Entretanto, conforme recomenda o manual, para saída Com os devidos cálculos e considerações de projeto,
funcionar é necessário um conversor HDMI para DVI-D. optou-se pela escolha do sensor de temperatura termopar
A presença in circuit de conversores AD, a quantidade de tipo K, com o circuito integrado ADS1118 para medição,
terminais GPIO e o processamento de dados (processador conversão AD e transmissão serial.
ARM Córtex 8) realizado mais rapidamente em relação à
plataforma RPi-2B (processador ARM Córtex 7), poderiam
ser um atrativo para a escolha da BeagleBone. Entretanto, o F. Termopar de Aquisição do SAPS-MT
uso dos conversores AD requer, conforme mencionado, Durante as pesquisas dos tipos de motores, onde o sistema
circuitos para condicionamento do sinal. Além disso, a falta de monitoramento possa ser utilizado, foi verificado que nas
de conectores in circuit para saída de vídeo, saída de áudio, janelas de inspeção os materiais usados são o aço carbono e
e a escassez de conectores USB (apenas 1), se configuram o alumínio. Assim sendo, existe a necessidade de se usar
desvantagens maiores que as possíveis vantagens. uma base magnética para a conexão do termopar com o
O modelo sugerido, portanto, é o Raspberry Pi 2 modelo motor bloco do motor que usam janelas em aço carbono.
B, designado neste P&D por RPi-2B, que possui um Para a aquisição da temperatura em diversos pontos de
processador ARM (Advanced RISC Machine) Cortex A7 um motor, como por exemplo, nas janelas de inspeção do
(ARMv7), de 900 MHz, 1,0 GB de RAM (Random Access bloco do motor, foi desenvolvido pela equipe deste P&D um
Memory), GPU (Graphics Processing Unit) integrado ao termopar do tipo K com base magnética e uma haste de
processador, e diversos meios de conexão com periféricos. prolongamento, com o termopar completamente isolado,
conforme mostrado na figura 3.

E. Módulo de Aquisição e Processamento de Sinal de


Temperatura - MT
O módulo SAPS – MT é utilizado para aquisição e
processamento de sinais de temperatura do motor a Diesel
visando à supervisão e diagnóstico de falhas correlacionadas
à grandeza temperatura.
Este módulo prevê quinze pontos de medição, sendo um
para cada janela do motor, totalizando 08 pontos, um para a
temperatura ambiente, dois para coletar a temperatura nos
escapamentos, dois para temperatura de alimentação e de
retorno do óleo combustível e, por fim, mais dois pontos
destinados a monitorar a temperatura da água do motor.
Algumas premissas foram adotadas para a escolha do
princípio de medição da temperatura, a saber:
 Resposta dinâmica adequada: o transdutor teve possuir
tempo de convergência adequado;
 Range: 800 °C;
 Elevada precisão; Figura 3. Sensor de temperatura desenvolvido para o skid móvel.
 Faixa de trabalho: 0 a 800 °C;
 Linearidade: o transdutor deve apresentar No caso dos motores com janelas de inspeção em
comportamento linear, na faixa de medição de interesse; alumínio, além da base magnética é necessária uma haste de
 Disponibilidade de mercado; prolongamento, figura 3, onde o termopar possa ser
posicionado mais próximo do centro da janela de inspeção. Mediante tais premissas e pesquisa de mercado, a unidade
Em ambos os casos a temperatura do motor pode ser de condicionamento que melhor atendeu foi a Accuenergy
avaliada, informado qual o setor do motor apresenta algum RIK 5A Rogowski Integrator Kit.
tipo de anomalia. Por fim, a unidade para condicionamento de sinais
elétricos dos grupos geradores – SAPS-ME, utilizará como
unidade microcontroladora embarcada uma placa Raspberry
G. Placa de Aquisição SAPS-MT Pi 3, a qual não possui conversor A/D incorporado.
Partindo das informações mencionadas anteriormente, foi Portanto, deverá ser utilizado um conversor A/D para
projetada uma placa de aquisição para o SAPS-MT, com um interface entre tal placa e as saídas condicionadas de tensão
CI ADS1118, com dois canais e um sensor de temperatura e corrente. Como premissa para escolha do conversor A/D,
interno [8]. foram considerados os seguintes itens:
A figura 4 mostra o projeto final da placa de aquisição  Capacidade de interface SPI, uma vez que este é o
para parâmetros elétricos. padrão de comunicação com a placa Raspberry Pi 3;
 Banda passante do sinal condicionado de corrente, a qual
é igual a 65 Hz;
 Taxa de amostragem do próprio conversor A/D, o qual
deve ser pelo menos 18 vezes maior que a banda
passante do sinal de corrente em sua entrada;
 Compatibilidade com o sistema de aquisição SAPS-MT,
o qual viabilizaria o aproveitamento de homem x hora
para comunicação do conversor A/D com o Raspberry.

Mediante estas premissas, foi escolhido o conversor A/D


ADS1018.
Da mesma forma foi desenvolvida uma placa de aquisição
e o sensor de temperatura para o SAPS-MT, foi construída
uma placa para aquisição de parâmetros elétricos para o
SAPS-ME. Esta placa usa as conexões dos transformadores
de corrente e de potencial do gerador elétrico da UDG.
A figura 5 mostra o resultado do projeto final da placa de
aquisição para parâmetros elétricos do SAPS-ME.
Figura 4. Placa de aquisição de dados de parâmetros térmicos.

H. Módulo de Aquisição e Processamento de Sinais


Elétricos – ME
Tendo em mãos os parâmetros nominais dos grupos
geradores que serão atendidos pela unidade de medição
contemplada neste projeto, os devidos cálculos de diâmetros
mínimos das sondas foram efetuados, garantindo a melhor
escolha dentre as opções disponíveis no mercado.
A unidade para sensoriamento de corrente foi escolhida
considerando-se as seguintes premissas:
 Possibilidade se comunicar com sondas Rogowski, as
quais são mais adequadas para conexão aos cabos do Figura 5. Placa de aquisição de dados de parâmetros elétricos.
gerador dada sua flexibilidade e baixo peso;
 Baixa corrente de saída da unidade condicionadora; IV. SISTEMA DE MONITORAMENTO DE MOTORES DE
 Isolação elétrica entre o cabo de estator do grupo gerador USINAS DIESELÉTRICAS – SISMMUDE
e a saída da unidade de condicionamento, garantindo
assim que o usuário também esteja eletricamente isolado O software SISMMUDE compreende os drivers dos
da sonda; módulos de temperatura, de potência e de vazão, bem como
 Sondas de corrente com diâmetro suficiente para enlaçar uma interface homem/máquina – IHM de fácil manipulação.
todos os cabos de uma fase do gerador; Esta plataforma tem por objetivo a integração do software
 Aquisição de um firmware de condicionamento e sondas através de uma rede local com o auxílio de dois protocolos
Rogowski de um mesmo fabricante, tal que os mesmos de rede – SSH (Security Shell) e FTP (File Transfer
já estejam calibrados e garantam a melhor leitura Protocol), o primeiro tem por finalidade a criação de
possível decorrente nos grupos geradores. servidores nos módulos que aceitem a entrada de comandos
no sistema operacional através de um terminal remoto, já o
Pelo diâmetro dos cabos, a sonda TC de Rogowski que segundo concentra um servidor de armazenamento e transito
melhor se adequa é a RIK24-5A com diâmetro de janela de arquivos na IHM, de modo que ela centralize os dados
igual a 178 mm. dos ensaios.
I. Sistema de Gerenciamento de Geração de Energia código fosse de fácil construção e manipulação mesmo a
O SISMMUDE é um software que visa promover à programadores menos experientes, nesse interim optou-se
integração entre os sensores de aquisição, as placas de pela linguagem Python.
aquisição (temperatura, potência e vazão) e os arquivos A linguagem Python foi criada em 1991 por Guido Van
gerados durante o processo de análise dos grupos geradores. Rossum tem como característica ser orientada a objetos de
Para a avaliação dos motores das UDGs de UTEs são alto nível proporcionando um altíssimo grau de abstração
utilizados os seguintes elementos no SISMMUDE: sendo muito próxima a linguagem humana, contrastando as
 Realização de um inventário dos componentes dos linguagens de baixo nível, consequentemente facilitando o
equipamentos; aprendizado e a construção do projeto como um todo. Além
 Avaliação dos limites operacionais, a partir da curva de disso, sua grande versatilidade possibilita comunicação com
comissionamento dos componentes do grupo gerador; outras linguagens como C++ (linguagem a qual foi
 Cadastro dos componentes do motor a ser avaliado no construída o driver), possibilidade de integração com
banco de dados do motor; linguagens direcionadas a Web, bibliotecas para construção
 Cadastro do histórico de ocorrências das UDGs; de interfaces e manipulação do sistema.
 Avaliação e monitoramento dos parâmetros operacionais Para o desenvolvimento de uma interface amigável ao
das UDGs [4], como por exemplo: usuário GUI - (Grafical User Interface) - escolheu-se um
 Análise das temperaturas de operação, envolvendo: dos pacotes padrão de interface gráfica do Python, Tkinter.
 Temperatura das janelas de inspeção do motor; Por ser um pacote antigo apresentando ampla quantidade de
 Temperatura do óleo lubrificante no Cárter; informação, ser mais “leve” do que GUIs similares - não
 Temperatura do fluido para radiador; exigindo demais do hardware gráfico, contudo apresenta um
 Temperatura do ar de admissão; design arcaico, sem grande possibilidade de variação.
 Temperatura do ar na saída do alternador Foram desenvolvidas algumas janelas para navegação
(gerador) elétrico; entre as várias funcionalidades do programa, que conta com
 Temperatura de operação dos rolamentos do uma tela de monitoramento com diversas janelas de
alternador elétrico; inspeção representadas sobre uma figura representativa de
 Temperatura do combustível na tubulação de um grupo gerador.
alimentação do motor; As janelas apresentam um monitoramento dinâmico
 Temperatura do combustível na tubulação de
mudando as cores conforme a variação dos parâmetros do
retorno do motor.
grupo gerador.
 Análise das condições operacionais para a aplicação
do motor; O programa conta ainda com um banco de dados
 Condições do consumo de combustível em função da estruturado a partir de arquivos de texto comuns distribuídos
carga de operação; em pastas, conforme a hierarquia de cadastro.
 Verificação de vazamentos durante a operação; A escolha da extensão *.txt deve-se a quantidade de
 Análise das condições do óleo combustível usado; memória RAM e poder de processamento reduzido da
 Análise das condições do sistema de filtragem; Raspberry Pi.
 Análise das condições da carga de óleo lubrificante Nos modos houve a necessidade da manipulação direta de
usado no motor; alguns elementos, para tanto seria necessária à utilização de
 Verificação da periodicidade de troca dos elementos uma linguagem de baixo nível.
consumíveis do motor; Nesse contexto escolheu-se a linguagem de médio nível
 Análise da emissão de gases; (possui tanto elementos no nível de máquina como
 Análise da velocidade de vibração. elementos semelhantes à comunicação humana) C.
 Elaboração dos diagnósticos da operação do motor; Trata-se da linguagem de programação mais utilizada no
 Elaboração do prognóstico de operacionais; mundo, sendo uma poderosa linguagem com documentação
 Elaboração dos relatórios gerenciais do funcionamento consolidada e comunidade ativa e por possuir técnicas
do motor. conhecidas de integração com Python.

Estas tarefas de identificação dos componentes críticos


das UDGs devem ser complementadas com a formação do V. RESULTADOS
banco de dados do software SISMMUDE, pois a partir das O software SISMMUDE é um sistema de gerencia
informações reais das anomalias e falhas no sistema de destinado a UTEs que operam com motores a diesel.
geração, será possível identificar, classificar, diagnosticar e A Figura 6 mostra a janela de apresentação desenvolvida
propor as melhores práticas para sanar os vários tipos de para o software chamado de Sistema de Monitoramento de
anomalias existentes nos componentes da usina. Motores de Usinas Dieselétricas – SISMMUDE.
O SISMMUDE foi desenvolvido em módulos de
aquisição e análise para que um usuário possa ter acesso ao
J. Interfase Homem/Máquina – IHM
sistema é necessário que se disponha do software e do
A IHM foi desenvolvida visando agilidade e versatilidade conjunto de placas de aquisição. Após a instalação do
no que tange a os sistemas operacionais existentes, programa, é necessário que as pessoas envolvidas na
priorizando uma linguagem que disponibilizasse uma elaboração dos diagnósticos operacionais dos motores
documentação rica e sintaxe compreensível, de modo que o estejam cadastradas no banco de dados do aplicativo.
proceder com a instalação dos sensores, que com as bases
magnéticas facilitam a operação.
Com os sensores instalados, tanto da UDG como na
maleta do SISMMUDE, e, de posse das análises e dos
históricos de ocorrências é possível realizar o
Figura 6. Janela de apresentação do SISMUDE. monitoramento dos parâmetros operacionais da UDG.
A figura 9 mostra a janela de monitoramento do
Depois de acessado o sistema é apresentada a janela de SISMMUDE, onde se podem notar os botões de
menu principal, conforme mostrado na Figura 7. movimentação das imagens, de forma que seja possível se
visualizar as diversas posições do motor (posição frontal,
lateral direita, lateral esquerda e posição traseira).

Figura 7. Janela do menu principal do software SISMUDE.

Para facilitar as operações foram desenvolvidas um


conjunto de orientações que visam auxiliar nas tarefas. Essas Figura 9. Janela de monitoramento do software SISMUDE – Lateral direita
do motor.
tarefas são apresentadas em cada janela na cor “verde”,
conforme podem ser visto na Figura 7. Nela é possível
Em cada tela de monitoramento os motores são
observar ainda que as atividades do SISMMUDE estão
mostrados, nas suas respectivas posições, os valores das
divididas em [3]:
grandezas e parâmetros que estão sendo aquisitadas,
 Cadastro;
conforme pode ser constatado nas figuras 9, 10 e 11.
 Análise de ocorrências;
 Histórico de ocorrências;
 Monitoramento; e
 Sobre

Depois de o usuário clicar no botão cadastro, na janela de


menu principal, ele é conduzido para a janela mostrada na
Figura 8, que é a janela de cadastros do software que
apresenta as seguintes funcionalidades:

Figura 10. Janela de monitoramento do software SISMUDE – Vista frontal


do motor.

Para cada grandeza exposta foram pesquisados os limites


operacionais que fazem parte do banco de dados do
programa e que usam o padrão de cores para a sua
Figura 8. Janela de cadastros do software SISMUDE.
exposição, sendo a cor “branca” usada para a faixa de
operação normal, a cor “amarela”, para as condições de
Logo após o cadastro de todas as informações da atenção e alerta e a cor “vermelha” para as condições de
instalação é possível o usuário realizar a seleção da UDG e valores mínimos e de perigo.
aquisição de dados, ou usar o botão “cancel” para cancelar a
operação, podendo o usuário retornar ao menu principal,
mostrado na figura 7, bastando para isso clicar no botão
“Voltar”.
O SISMMUDE foi programado para realizar o registro
dos dados a cada cinco segundos ou quando houver uma
tendência de aumento dos parâmetros que estão sendo
monitorados, ou quando os mesmos ficarem abaixo dos
valores limites mínimos exigidos para a operação do motor.
Nestas circunstâncias são gravados arquivos no formato
*.txt, que podem ser pós-processados na investigação de
anomalias na UDG.
Dentro da metodologia utilizada pelo SISMMUDE, o
funcionamento de um grupo gerador deverá de ter como
referência os limites operacionais, conforme mostrado na
tabela III, onde podem ser vistos os limites principais de
Figura 11. Janela de monitoramento do software SISMUDE – Vista operação de uma UDG para algumas grandezas a serem
traseira do motor.
avaliadas [5 - 6].
Nas figuras 9, 10 e 11 podem ser vistos o botão “start”
(iniciar), a ser utilizado para iniciar, a qualquer momento, a

Tabela III. Limites Principais de operação de uma UDG para a UTE Goiânia II.

Faixa de Valor
Valor Valor de Valor de Valor de
Parâmetro Unidade Operação de
Mínimo Atenção Atenção Parada
Normal Alerta
Temperatura do óleo lubrificante °C 70 < 75 75 – 99 > 100 > 106 > 115
Temperatura da água de refrigeração °C 70 < 75 75 – 90 > 91 > 96 > 105
Temperatura do bloco do motor (até oito pontos) °C 80 < 85 85 – 110 > 110 > 111 > 120
Temperatura dos gases de escape °C 480 < 500 500 – 650 > 640 > 650 > 680
Temperatura de operação do turbocompressor °C 480 < 490 490 – 600 > 605 > 610 > 620
Temperatura de admissão do ar °C 25 < 25 25 – 50 > 55 > 59 > 65
Temperatura do combustível na alimentação °C 35 < 40 35 – 55 > 65 > 70 > 75
Temperatura do combustível no retorno ao tanque °C 70 < 75 75 – 90 > 95 > 100 > 105
Consumo específico para motor de pequeno porte l/kWh 0,290 < 0,295 0,295 – 0,350 > 0,350 > 0,355 > 0,360
Consumo específico para motor de médio porte l/kWh 0,260 < 0,265 0,265 – 0,300 > 0,305 > 0,310 > 0,315
Consumo específico para motor de grande porte l/kWh 0,240 < 0,245 0,245 – 0,270 > 0,275 > 0,280 > 0,290

O SISMMUDE deverá ter como parâmetro de avaliação módulo SAPS-ME, além da placa do módulo de vazão.
os valores mostrados na tabela III, onde a partir do banco de Todas as placas serão comandadas por mais duas placas
dados deve-se comparar o funcionamento normal das RaspBerry PI, onde será instalado o software SISMMUDE.
condições operacionais das UDGs em análise através de um
teste de comissionamento.
Para cada grandeza a ser analisada foram programados os
alertas com as seguintes características: valores mínimos;
valores de atenção; faixa de operação normal; valores de
alerta; valores de atenção e valores de corte ou de parada
(neste caso, o SISMMUDE atuará, quando possível, no
sistema de proteção da UDG retirando-a de operação).
Durante o pós-processamento para cada grandeza serão
criados gráficos de acompanhamento, com correção dos
valores, de forma que seja possível comparar os resultados
com motores similares em operação.
Conforme mencionado anteriormente este P&D está na
sua fase final e, dentre os resultados, tem-se os
procedimentos de integração dos diversos componentes
projetados durante os estudos do projeto.
A figura 12 mostra um esquema de montagem da maleta
principal do sistema de monitoramento com a topologia
Figura 12. Posição dos componentes internos da maleta de monitoramento
escolhida, ou seja, com as placas RaspBerry PI, do modulo de motores diesel montada.
SAPS-MT (oito placas) e a placa de parâmetros elétricos, do
Na figura 12 ainda é possível observar o teclado com Os próximos passos são a realização de testes de
mousepet e o monitor tolthscreen usados para interação com comissionamento, no mesmo motor diesel do Labmotor,
os usuários. com o uso da maleta do sistema de monitoramento, a fim de
A figura 13 mostra uma visão geral da maleta do sistema comparar os resultados e ajustar e/ou calibrar as grandezas
de monitoramento já montada. para identificação das condições de operação das UDGs.
Em seguida serão realizados testes em UTEs em
operação, a fim de formar um banco de dados de ocorrências
e de anomalias.
Ao final dessa tarefa serão criados os padrões de
diagnósticos a serem usado nos relatórios e elaboração do
relatório final do P&D.
O uso do sistema de monitoramento em UTEs com
grande numero de UDGs poderá reduzir significativamente
os custo de operação e de manutenção das usinas, pois um
único sistema poderá ser programado para o diagnóstico
periódico e várias UDGs em operação, além de servir para a
realização dos testes de comissionamento de UDGs, após a
realização de revisões gerais.

Figura 13. Esquema da maleta de monitoramento de motores diesel VII. AGRADECIMENTOS


montada.
Os autores e pesquisadores deste P&D agradecem a
Brentech Energia S. A., ao Núcleo de Estudos e Pesquisas
O sistema de monitoramento é formado por quatro
do Nordeste – NEPEN e a ANELL, pelo apoio financeiro e
maletas que serão montadas em um carrinho desmontável
ao Grupo de Estudos de Energia, Biomassa e Meio
para facilitar a movimentação dentro da instalação da usina.
Ambiente – EBMA da UFPA, através do Laboratório de
Motores – Labmotor, da Faculdade de Engenharia Mecânica
VI. CONCLUSÕES – FEM, pelo desenvolvimento do projeto de pesquisa.
Conforme descrito ao longo deste artigo às decisões
tomadas para o desenvolvimento de um sistema de VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
monitoramento de motores de combustão interna tem se [1] ANEEL, BIG – Banco de Informações de Geração, Capacidade de
tornado efetivo, com os objetivos gerais e específicos sendo Geração do Brasil. Disponível em:<
alcançados paulatinamente. http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebras
il.cfm>. Acesso em: 25 Nov 2016.
O ineditismo do P&D reside no desenvolvimento de uma [2] Ministério de Minas e Energia – MME, Anuário estatístico da energia
arquitetura com topologias montadas em módulos, onde elétrica 2015, ano base 2014. Empresa de pesquisa energética.
foram projetadas placas de aquisição de dados para os Brasília – DF, 2015.
parâmetros térmicos, elétricos, de vazão, da emissão de [3] Santos, E. C. (2012), “Ciclo de rotinas para melhoria da manutenção
em unidades diesel de geração de energia elétrica”. Tese (Doutorado).
gases, de vibração e de ruídos. Para cada módulo foram Universidade Federal de Itajubá. Itajubá – MG, Brasil. 183 p.
desenvolvidos drivers específicos para que houvesse [4] Brunetti, F., Motores de Combustão Interna, Vol. 1, Editora Blucher,
independência entre as grandezas a serem aquisitadas. ISBN 9788521207085, São Paulo – SP, 2012.
[5] Santos, Eraldo C., Curso de Operação e Manutenção de Unidades
Para integrar todos os módulos foi criado pela equipe de Geradoras - Departamento de Manutenção da Geração, Engenharia da
pesquisadores um software de gerenciamento técnico Manutenção da Geração - DEMAG / Engenharia, Centrais Elétricas
administrativo para a realização de manutenção preditiva, do Pará S. A. - CELPA, Belém - PA, Janeiro, 2004, 122 p.
[6] M. Duff, and J. Towey, "Two ways to measure temperature using
que apresenta a interligação entre os drivers dos módulos e thermocouples feature simplicity, accuracy, and flexibility," Analog
uma interfase homem / máquina bastante amigável. Dialog, vol. 44, pp. 44-557, Oct. 2010.
Foram criados os procedimentos para a aquisição de [7] Analógica Instrumentação e Controle, "Fundamentos e
recomendações para calibração de termopares," Relatório Técnico.
dados e definidos os limites operacionais e relatórios de NT-005 (1-9). Maio 2013.
diagnósticos para os mais diversos tipos de motores, [8] Texas Instruments, “Folha de Dados ADS1118,” Oct. 2015.
cadastrados no banco de dados do aplicativo. Disponível em: <http://www.ti.com/lit/ds/symlink/ads1118.pdf>.
Acessado em: 23/01/2017, as 05h58.
Os procedimentos normalizados para aquisição de cada [9] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR ISO –
uma das grandezas, que foram aplicados, tanto em 8528 – 9 (2014): Grupos Geradores de Corrente Alternada Acionados
laboratório quanto em uma instalação com motores diesel por Motores Alternativos de Combustão Interna – Parte 9: Medição e
em operação. Avaliação de Vibrações Mecânicas, Rio de Janeiro.
[10] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR – 14489
Na primeira fase do P&D foram realizados testes de (2000) – Motor Diesel – Análise e Determinação dos Gases e do
comissionamento, com o uso de equipamentos Material Particulados Emitidos por Motores do Ciclo Diesel – Ciclo
convencionais, como medidores, analisadores e sensores de 13 pontos, Rio de Janeiro.
[11] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR – 5462 –
comerciais, onde se buscou identificar o campo básico de Confiabilidade e Manutenabilidade, Rio de Janeiro, 1994.
funcionamento de motores a diesel. Estes testes fora feitos [12] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR – 8422 –
em um motor diesel instalado no Labmotor da UFPA. Motor Auxiliar para Grupo Diesel Gerador de Embarcações –
Verificação do Desempenho em Bancada, Rio de Janeiro – RJ, 1984.

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