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DESCARTES, René. Abrégé de la musique. In: ______.

Ouvres de Descartes, publiées


par Victor Cousin. Paris: F. G. Levrault, 1824a. t. V, p. 445-503.

O fim da música é estimular em nós diversas paixões (DESCARTES, 1824a, p.


445). Os meios para tal fim, que constituem as propriedades mais dignas de nota do
som, são as diferenças em relação ao tempo ou à duração, e aquelas atinentes à força ou
intensidade (grave ou agudo). Para verificar a qualidade de uma música, portanto, torna-
se importante saber de quais meios se deve servir o som para que seja mais agradável
(DESCARTES, 1824a, p. 445-446).

É importante notar, assim, que desde o princípio está Descartes preocupado


com a satisfação de uma necessidade subjetiva à qual deve o som produzido agradar. E,
segundo ele, o que nos agrada mais é aquilo que é mais conforme a natureza de nossos
espíritos (DESCARTES, 1824a, p. 446). Tal “agrado” consiste, ainda, naqueles prazeres
suscitados em nossos sentidos, os quais, por sua vez, são todos capaz de algum prazer
(DESCARTES, 1824a, p. 446).

Trata-se, assim, de uma relação de correspondência e de proporção entre o


objeto que deve nos agradar e o(s) sentido(s) cujo prazer será suscitado (DESCARTES,
1824a, p. 446).

Descartes considera que, para gerar algum prazer, nesta relação o objeto deve
se apresentar aos sentidos de uma maneira que não seja muito confusa, a fim de que os
sentidos não necessitem de muito esforço para os conhecer e os distinguir
(DESCARTES, 1824a, p. 446-447). Isso se torna mais fácil quando os elementos deste
objeto são menos diferentes entre si, isto é, quando apresentam certa regularidade e
simetria (DESCARTES, 1824a, p. 447). Quanto menos diferença entre si, mais
proporção há entre as partes (DESCARTES, 1824a, p. 447), proporção esta que,
segundo Descartes, deverá ser aritmética e não geométrica, já que o que importa é que
haja menos coisas a considerar a fim de que mais facilmente possam os sentidos delas
se aperceber com distinção, sendo melhor, portanto, que as diferenças permaneçam
iguais (DESCARTES, 1824a, p. 447).

Há que se notar, contudo, que para Descartes o que pode ser considerado
agradável à alma se encontra numa justa medida, segundo a qual o objeto não é nem
muito facilmente, nem muito dificultosamente percebido. Tal medida é aquela pela qual
o objeto não é, primeiramente, tão fácil de ser conhecido pelos sentidos a ponto de
deixar a desejar à paixão que os sentidos estão acostumados a portar diante de seus
objetos, e muito menos tão difícil, a ponto de fazer se afligirem os sentidos no trabalho
de lhe conhecer (DESCARTES, 1824a, p. 448). É preciso, portanto, que o objeto a ser
apreciado pelos sentidos deva representar certo desafio, isto é, deva ser minimamente
convidativo aos sentidos, com a condição de nunca resvalar em grandes dificuldades,
com o que se exige dos sentidos algo além de seu alcance. É apenas segundo uma
medida adequada que a “variedade é muito agradável em todas as coisas”
(DESCARTES, 1824a, p. 448).

Quando Descartes fala dos acordes, por exemplo, e dos seus diferentes efeitos e
do poder que eles possuem para estimular diversas paixões na alma, ele afirma,
resumidamente, que os ... 469-470.

“uma dissonância desagradável” (474)

As próprias canções se estruturam em graus em razão da “natural” razão de


que, se assim não o fosse, a desproporção entre as partes não agradaria, mas faria sofrer
os cantores e especialmente os espectadores (474). A razão de determinadas formas de
organização não estão em outra coisa senão na necessidade de agradar à orelha (475).

Descartes fala do que é mais e do que é menos agradável.

O importante é que os ouvidos não tenham dificuldades em discernir os


elementos do som (489). Os mais perfeitos são aqueles sons com os quais os ouvidos se
satisfazem mais plenamente, e a partir dos quais ele, assim que os reconhece, está
realizado (492).

A poesia, “como nossa música, foi inventada para recriar o espírito e estimular
na alma várias paixões” (DESCARTES, 1824a, p. 500).

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