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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Num. Processo : 0004904-08.2015.8.05.0201
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ITAU SEGUROS S A
Recorrido(s) : ALEX SOUZA LIMA
Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - PORTO SEGURO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO-E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CONTRATO DE SEGURO DE


VEÍCULO. RECUSA AO CUMPRIMENTO DE CLÁUSULA QUE
GARANTE UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO RESERVA PELO PRAZO DE 30
( TRINTA ) DIAS. PREJUÍZOS COMPROVADOS NOS AUTOS.
COBRANÇA INDEVIDA PELO PERÍODO DA LOCAÇÃO DO VEÍCULO
EXCEDENTE. NEGATIVAÇÃO DO NOME DA PARTE AUTORA NOS
CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. FALHA NA PRESTAÇÃO
DOS SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. QUANTUM ARBITRADO DE ACORDO COM OS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


parcialmente o pedido, nestes termos: “Isto Posto, diante da doutrina e da
jurisprudência apresentada, e com fulcro no art. 269, I do Código de Processo Civil,
JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido constante da peça vestibular,
RECONHEÇO o descumprimento contratual das Acionada e CONDENO-AS,
solidariamnete, ao pagamento da quantia de R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS) em favor
da parte autora, a título de indenização por danos morais, valor esse a ser devidamente
acrescido de juros e correção monetária, a partir deste preceito, em conformidade com a
Súmula 362, do STJ. Indefiro o pedido de restituição do indébito.. ”.

2. O recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que


a parte autora não faz jus à indenização pleiteada, que não houve a prática
de ato ilícito, haja vista a recusa justificada no que tange ao pleito da parte
autora de obter carro reserva pelo prazo de 30 ( trinta ) dias, em virtude de
o sinistro ter ocorrido durante o prazo de carência, que não há que se falar
em danos morais em virtude da negativação do nome da parte autora por
dívida contraída junto à 2ª demandada, e por solicitação desta; em caráter
eventual pugna pela redução do quantum.

3. A despeito das alegações da seguradora ré, esta não logrou êxito na


comprovação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte
autora. Com efeito, consta dos autos a apólice do contrato de seguro, em
que prevista a possibilidade de utilização de carro reserva pelo prazo de 30
( trinta ) dias, em caso de sinistro (evento n 08, doc “05monica”). A
seguradora ré admite a ocorrência do sinistro, todavia não apresenta razão
suficiente para a recusa ao cumprimento da cláusula que prevê a
concessão de veículo reserva na hipótese de sua ocorrência.

4. Em virtude da negativa quanto ao cumprimento da referida cláusula, a


parte autora veio a sofrer prejuízos, consistente em cobrança indevida por
parte da demandada Localiza, que passou a exigir o pagamento relativo ao
contrato de locação pelo período de utilização do veículo a partir do 15º
dia, vindo por fim a culminar com a negativação do nome da parte autora
nos cadastros de proteção ao crédito.

5. A parte autora, nesta senda,Consta, dos autos, a consulta do órgão de


proteção ao crédito no evento 18, em que consta o apontamento indevido,
por solicitação da demandada, desincumbindo-se assim do ônus de
provar o fato constitutivo de seu direito , nos termos do art.373, inciso
I do NCPC. É cediço na jurisprudência pátria que a negativação do
nome do consumidor nos cadastros de proteção ao crédito por
cobrança indevida gera dano moral in re ipsa, que prescinde de
comprovação.

6. O valor da reparação do dano moral deve ser fixado de acordo com os


princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, os quais, em síntese
apertada querem significar, aquilo que é justo e na medida certa.
7. Da mesma forma, a fixação do montante indenizatório deve guardar
uma equivalência entre as situações que tragam semelhante colorido fático.
As variações nos valores das indenizações existem conforme as
circunstâncias fáticas que envolvam o evento.

8. Tendo em vista tais parâmetros, entendo que o valor da indenização


fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos morais, guarda
compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a repercussão
do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantido.

9. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E


NEGAR-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos
próprios fundamentos. Custas processuais e honorários advocatícios
pelo recorrente, que arbitro em 20% sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 24 de Novembro de 2016.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS
Num. Processo : 0004904-08.2015.8.05.0201
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : ITAU SEGUROS S A
Recorrido(s) : ALEX SOUZA LIMA
Origem : 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - PORTO SEGURO
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do
julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios pelo êxito da parte no
recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 24 de Novembro de 2016.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Presidente e Relatora

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