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É uma condição geralmente progressiva e com ruim prognóstico; causa principal ou contribuinte de pelo menos 300 mil pessoas, é o principal
diagnostico registrado em pacientes com mais de 65 anos nos EUA.
Ocorre quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional as necessidades metabólicas ou é capaz disso apenas na
presença de uma pressão de enchimento elevada;
Estresses hemodinâmicos agudos podem ser um causa de aparecimento súbito de ICC
Quando a função cardíaca está prejudicada, outros mecanismos mantem a PA e a perfusão dos órgãos vitais, sendo eles:
o Mecanismos de Frank-Starling → a dilatação do coração aumenta a formação de pontes transversas funcionais dentro dos
sarcômeros: ↑ contratilidade.
o Adaptações miocárdicas → inclui hipertrofia sem dilatação das câmaras cardíacas; no geral essas alterações são denominadas remodelagem ventricular → adaptativas,
mas podem prejudicar a função cardíaca.
o Ativação dos sistemas neuro-humorais: liberação da norepinefrina pelos nervos cardíacos do SNA; ativação do SRAA; liberação do peptídeo natriurético atrial.
Com mais frequência a ICC resulta em deterioração progressiva da função contrátil do miocárdio (disfunção sistólica) → pode ser atribuída à lesão isquêmica, sobrecarga de
pressão ou volume, ou cardiomiopatia dilatada. Mas do outro lado tem-se o erro de enchimento (disfunção diastólica), ocorre associada a hipertrofia maciça do ventrículo
esquerdo, fibrose de miocárdio, deposição amiloide ou pericardite constritiva.
Epidemiologia: As últimas taxas de mortalidade e internação por IC apresentaram leve declínio entre 2013/2014;
o As DCV são ainda a primeira causa de mortalidade nos EUA em todas as idades e em ambos os sexos;
o Há uma tendência de ascendência de casos de IC até 2030;
o No BR se estima que 6,5 milhões de brasileiros sofrem de IC; o número de internações e mortes na última década tem se mantido estáveis
o A associação de fatores de risco aumenta a taxa de IC, sendo que o maior fator de risco para IC é idade, mas dos fatores modificáveis a HAS é o principal fator de risco;
o A HAS e a doença arterial coronária são os mais potentes fatores de risco para IC;
Diagnóstico: os sinais e sintomas da IC constituem a principal forma de diagnóstico, há uma dificuldade na interpretação nos idosos devido a presença de outras morbidades
associadas;
o A manifestação da IC depende do tempo de evolução da doença e os mecanismos compensatórios utilizados;
o Dispneia de esforço, ortopneia, edema de MMII e redução da tolerância ao exercício são sintomas cardinais da IC; sendo que a dispneia é o principal sintoma de IC e
sua manifestação inicial ocorre ao esforço.
o A evolução da dispneia segue: dispneia → ortopneia → dispneia paroxística noturna →
dispneia de repouso → edema agudo de pulmão;
o Sintomas atípicos são mais comuns em IC de idosos, principalmente acima de 80 anos
(sonolência, déficit de memória, irritabilidade, fadiga, sincopes, anorexias); os sintomas
gastrointestinais são mais frequentes.
o Nictúria é comum no início da IC;
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
o Outros sinais: pressão venosa jugular elevada, refluxo hepatojugular, terceira bulha e estertores pulmonares (porta rangendo);
o A NYHA elaborou um quadro de avaliação funcional → classificação dos pacientes com IC;
o O edema por aumento de pressão hidrostática e retenção de sódio deve ser observado com atenção, apesar da pouca atenção que se dá; o edema periférico precedido
por hepatomegalia → pode evoluir para anasarca com ascite e derrame pleural (unilateral direito).
o Os estertores são caraterísticos de IC em fase congestiva → menos fidelidade em idosos; bilaterais, de alta
frequência e ocorrem no final da inspiração;
o O peptídio natriurético cerebral é um avanço na distinção ente dispneia por IC e outras causas;
o Vasoconstrição periférica causa extremidades frias e cianóticas;
o Sinal de Kussmaul positivo;
o Hipertensão venosa sistêmica leva a sinais congestivos com estase jugular;
o Segundo Framingham a presença de dois sinais maiores ou de um sinal maior e dois maiores é necessário para
diagnostico de IC;
o O critério de Boston utiliza pontuação de acordo sinais e sintomas + exame clinico + exame radiográfico;
o Porem a determinação da fração de ejeção ventricular esquerda tem papel determinante, sendo que mesmo na
ausência de critérios clínicos, uma fração de ejeção ventricular esquerda inferior a 40% → disfunção ventricular sistólica.
o A IC pode ser por disfunção sistólica (fração de ejeção reduzida) ou diastólica (fração de ejeção preservada), ou por associação de ambas;
o Em 50% dos pacientes idosos, a IC é causada por alteração diastólica; quando é isolada os sintomas congestivos resultam de hipertensão venosa pulmonar → com
função sistólica normal e sem aumento de área cardíaca; a taca de mortalidade é de 50% em 5 anos.
Comorbidades e IC:
o A anemia é referida como preditor independente de mau prognostico para IC → má oxigenação tecidual;
o Os problemas de função renal associados podem levar à transgressão terapêutica;
o Alterações cognitivas interferem no diagnóstico e tratamento;
o O uso de AINES aumentam a retenção de sódio e reabsorção de água → agravam a IC;
o Idosos frágeis tem pior prognóstico;
Etiologia e fatores precipitantes:
o Em idosos é multifatorial, sendo necessário identificar e tratar todas as causas tratáveis;
o A HAS e DAC são responsáveis por 70 a 80% dos casos de IC, sendo a primeira é mais comum em mulheres e a
segunda em homens;
o Fatores precipitantes ou agravantes
também devem ser observados;
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
o TRATADO: tem como visão atual de fisiopatologia, que a IC é entidade com declínio progressivo de função
ventricular, devido a disfunção miocítica progressiva causada por alterações na expressão de genes, perda de células
por necrose e apoptose e remodelamento celular e das câmaras cardíacas;
O resultado é uma dilatação e hipertrofia ventricular, estresse parietal, isquemia miocárdica, depleção de
energia e fibrose intersticial → mediado por ativação de sistemas neuro-humorais e autócrino/parácrino →
pela queda do débito cardíaco → IC uma doença do sistema
As alterações tem intuito compensatório → porem com o tempo tornam-se mais deletérias → fatores
patogenéticos;
As resposta neuro-humorais se dividem em: sistema que provocam vasoconstricção, retenção se sódio e água
e proliferação celular → via ativação do SNS e SRAA, liberação de arginina, vasopressina, endotelina e
citocinas; ou sistemas que causam vasodilatação, natiurese e são antiproliferativos: peptídios natiuréticos,
prostaglandinas, bradicinina e óxido nítrico. As primeiras ações sobrepõem as seguintes e resultam em
aumento da resistência vascular periférica, pré e pós carga, edema e congestão visceral;
O envelhecimento por si só altera a estrutura e função cardiovascular, que comprometem a reserva cardíaca e predispõe os idosos a IC; a diminuição da resposta
btea-adrenérgica associada as alterações degenerativas do nó sinusal limitam a resposta cronotrópica; o comprometimento do relaxamento miocárdico e a
menor complacência do ventrículo esquerdo dificultam o enchimento e reduzem a pré-carga; o enrijecimento vascular e menor resposta vasodilatadora mediada
por beta2-adrenérgicos elevam a pós-carga;
Situações de estresse fisiológico ou patológico podem precipitar a IC em idosos;
Elevadas concentrações plasmáticas de BNP e norepinefrina se correlacionam com maior gravidade da IC;
SNS – Catecolaminas: o aumento da atividade simpática e níveis plasmáticos de norepinefrina são
respostas precoces de pacientes com IC; podem ser detectados na fase assintomática e elevam-
se com o agravamento; paralelamente ocorre a depleção de catecolaminas miocárdicas →
liberação amentada e receptação diminuída. A ativação simpática tem efeito de: eleva FC,
vasoconstricção, aumento da resistência vascular periférica e renal, redução do fluxo sanguíneo
renal e excreção de sódio e água → aumento de pressão e volume ventricular → aumenta
trabalho cardíaco e demanda metabólica. A norepinefrina pode induzir hipertrofia miocárdica,
mas reduz a capacidade de suprimento da parede espessada → isquemia. A ativação simpática
também pode causar arritmias, além de hipopotassemia mediada por receptores beta2; além dos
efeitos tóxicos dessa a longo prazo e desencadeia a apoptose;
O estimulo persistente dessensibiliza os betarreceptores de membrana → regulação
inferior → resposta ineficiente;
Cronicamente induz a expressão de citocinas pró-inflamatórias → afetam a contração, promovem dilatação → caracterização do coração com IC
Isso também atinge a função renal → ativa o SRAA → liberação de mais catecolaminas → circulo vicioso;
A atividade parassimpática e reflexos barorreceptores são deprimidos na IC → taquicardia do estado descompensado e elevação da FC, resistência
periférica às mudanças de postura e hipotensão;
SRAA: é ativo em pacientes com IC → mais elevado com a progressão da doença; as ações da angiotensina II são mediadas por receptores específicos da
superfície celular (AT1 E AT2) → isso gera efeitos biológicos: vasoconstricção arteriolar periférica, aumento da resistência vascular, facilita a liberação de
norepinefrina e do efluxo simpático, liberação de arginina-vasopressina pela hipófise, constrição de arteríolas eferentes pós-glomerulares, reabsorção de sódio,
estimulação da sede, liberação de aldosterona → aumenta ainda mais a retenção de sódio na IC.
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
Pulmões: a congestão e edema pulmonar deixam o órgão pesado e úmido, as alterações são: edema perivascular e intersticial (linhas B de Kerley – RX);
alargamento edematoso progressivo dos septos alveolares, acúmulo de liquido edematoso;
OBS: algumas hemácias extravasam para o fluido do edema → fagocitadas → converte hemoglobina em hemossiderina → indicativo de episódios
anteriores de edema pulmonar → células da insuficiência cardíaca.
Clinicamente os sintomas podem ser sutis e estarem relacionados à congestão e edema pulmonar; tosse e dispneia inicialmente com exercício e depois ao
repouso → queixas iniciais; com a progressão há uma evolução para ortopneia ou dispneia paroxística noturna; pode haver fibrilação atrial (contração
desordenada e caótica do átrio, a estase eleva o risco de trombose. O débito cardíaco reduz, e consequentemente reduz a perfusão renal → ativa SRAA →
retenção de água e sal → expansão de volume dos fluidos intersticial e intravascular. Se a hipoperfusão renal se agrava → pode-se ter azotemia pré-renal; em
casos avançados a hipóxia cerebral pode gerar a encefalopatia hipóxia (irritabilidade, perda de foco e inquietude; chega a coma em estágios finais).
Essa IC pode ser dividida em sistólica e diastólica:
Sistólica: insuficiência do débito cardíaco (bomba), causada por qualquer desordem que lesam ou desorganizam a função contrátil do ventrículo
esquerdo;
Diastólica: o débito é preservado em repouso, mas o ventrículo esta anormalmente inflexível ou limitado na sua capacidade de relaxamento na diástole
→ incapaz de aumentar o debito por aumento de demanda metabólica; rapidamente se produz edema pulmonar; ocorre frequentemente em idosos e
acomete mais mulheres;
HAS é a principal etiologia; os fatores de risco são DM, obesidade e estenose arterial renal bilateral;
A redução da capacidade de relaxamento pode ocorrer por fibrose, desordens infiltravas associadas a cardiomiopatias restritivas e pericardite restritiva; porém
em idosos pode aparecer sem fatores predisponentes → enrijecimento fisiológico da velhice.
o IC DIREITA: é comumente provocada pela IC esquerda, pois o aumento da circulação pulmonar decorrente da IC esquerda produz uma carga do lado direito do
coração; além disso, todas as causas se repetem aqui.
Ela pura não é frequente e geralmente ocorre em pacientes com qualquer uma das várias doenças que afetam os pulmões → cor pulmonale → esta associado a
doenças parenquimatosas do pulmão, mas pode surgir por desordens que afetem a vascularização do mesmo (TEP) ou que produzem hipóxia. A característica
comum das desordens é a hipertensão pulmonar, que resulta em hipertrofia e dilatação do lado direito do coração;
Em casos extremos, o desvio para esquerda do septo ventricular → disfunção ventricular esquerda;
Seus principais efeitos morfológicos e clínicos, difere já que a congestão pulmonar é mínima, e o ingurgitamento do sistema venoso portal e sistêmico pode ser
pronunciado;
Coração: morfologia varia com a causa, defeitos estruturais são raros, os principais achados são hipertrofia e dilatação;
Figado e Sistema Porta: a congestão dos vasos hepáticos e portais pode produzir alterações em todos os órgãos relacionados (baço, estomago e intestino); o fígado
normalmente sofre hepatomegalia congestiva por congestão passiva → sendo essa mais centralizadas e interiorizadas → fígado em noz moscada; pode haver
necrose centrolobular se em associação com IC esquerda. Na direita intensa e de longa duração áreas centrais tendem a se tornar fibroticas → esclerose cardíaca
e em casos extremos → cirrose cardíaca;
Espaço pleural, pericárdico e peritoneal: a congestão sistêmica venosa leva ao acumulo de fluido nesses espaços → derrames; grandes derrames podem causar
atelectasia do pulmão;
Tecidos subcutâneos: edema periférico nas partes mais inferiores do corpo, especialmente o edema de tornozelo e o pré-tibial → característica inconfundível de
IC direita; em acamados pode ser pré-sacral;
A clinica isolada é a da congestão venosa sistêmica → hepatoesplenomegalia, edema periférico, derrames pleurais e ascites. Os órgãos mais comumente afetados
são os rins e o cérebro, sendo o rim mais intensamente acometido que na direita, com retenção de fluido, edema e azotemia.
EXAMES COMPLEMENTARES: auxiliam no diagnostico, mas tem papel importante na determinação do fator causal;
o Eletrocardiograma: pouco especifico, habitualmente normal; pode apresentar distúrbios de ritmo, bloqueio de ramo, sobrecarga de câmaras e sinais de isquemia;
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
o RX tórax: a cardiomegalia favorece o diagnóstico de IC, principalmente se associado a congestão pulmonar e hipertensão pulmonar, com inversão do padrão vascular,
presença das linhas B de Kerley e derrame pleural; a área cardíaca não é interpretada isoladamente devido as alterações do envelhecimento; método mais utilizado na
clínica;
o Ecodopplercardiograma: deve ser rotina, sendo indispensável ao diagnóstico preciso → avaliação funcional e anatômica; também auxilia no diagnóstico diferencial.
Fração de ejeção abaixo de 45% → disfunção ventricular esquerda, mas se a fração ≥ 45% com sinais e/ou sintomas de IC → disfunção com fração de ejeção preservada;
o Teste ergométrico: valor limitado para IC, avalia mais a resposta ao tratamento;
o Teste de caminhada de 6min: avaliação funcional dos pacientes de IC, distancias inferiores a 300m → mau prognóstico
o Medicina nuclear: estima as funções ventriculares esquerdas sistólica e diastólica e identifica isquemia e viabilidade miocárdica;
o Peptídeo natriurético tipo B: é associado ao estiramento das fibras miocárdicas → útil para confirmação diagnostica e estimar prognostico. Elevadas concentrações
plasmáticas do PNB apresentam sensibilidade de 97% e especificidade de 84% para o diagnóstico de IC por disfunção sistólica, com valor preditivo negativo ao redor
de 98% (valores normais < 100 pg/dℓ). Na disfunção diastólica, apesar da sensibilidade elevada, a baixa especificidade limita seu valor diagnóstico.
o Exames laboratoriais: identifica doenças associadas e avalia glicemia, distúrbios eletrolíticos e função renal.
TRATAMENTO: O atual tratamento busca além do alivio de sintomas a melhora da capacidade funcional e qualidade de vida, e também atenua o remodelamento ventricular,
prevenindo a progressão da IC e reduzindo a mortalidade; o esquema terapêutico é complexo;
o Identificação e tratamento de etiologias reversíveis: a etiologia PRECISA de controle muito próximo; a HAS deve ser monitorada rigorosa e constantemente,
quando a isquemia é fator importante a terapia medicamentosa e intervenções podem resultar em grandes benefícios; a estenose mitral pode ser tratada com valvoplastia
com balão ou cirurgicamente (próteses), a estenose aórtica grave e sintomática → tratamento cirúrgico.
Eliminação ou correção de fatores precipitantes ou agravantes e comorbidades: anemia, insuficiência renal, infecções, distúrbios tireoidianos;
o Medidas não farmacológicas: mudanças no estilo de vida tornam o tratamento farmacológico mais eficaz → dieta (relação da alimentação, obesidade, restrição ade
sódio), álcool (deprime contratilidade e pode precipitar arritmias), atividade física, vacinação (infecções descompensam a cardiopatia)
o Tratamento farmacológico: é a mesma terapia de jovens porem com peculiaridades relacionadas as doses → menor tolerância e maior propensão aos efeitos adversos
e a polifarmácia que aumenta a possibilidade de interações;
Digitálicos: exercem efeito inotrópico miocárdico positivo moderado; modulam a atividade neuro-humoral, reduzem a atividade simpática e estimulam a ação
vagal: ↓ a FC; aumentam a sensibilidade dos barorreceptores e cardiopulmonares, e reduzem a deposição intersticial de colágeno.
O coração do idoso responde menos aos efeitos dessas medicações, porem não reduzem os seus efeitos tóxicos → contrariamente os idosos são mais
suscetíveis a intoxicação digitálica.
O medicamento é excretado primariamente pelos rins → o declínio da função renal no idoso pode reduzir em até 40% o clearance do fármaco →
aumenta a meia vida plasmática, isso associado a redução do volume de distribuição devido a sarcopenia → maior concentração miocárdica, a menor
ligação proteica resulta em mais fármaco livre;
Em idosos a dose de digoxina é mais baixa → costuma ser metade em pacientes acima de 75 a 80 anos;
Efeitos colaterais: são medicamentos com índice terapêutico baixo → pequenos aumentos dos níveis séricos podem induzir efeitos colaterais; os
sintomas de saturação digitálica em idosos se relacionam com o aparelho digestivo (inapetência, náuseas e vômitos) e ao SNC, e ainda podem resultar
em bradicardias, arritmias ventriculares e supraventriculares e vários graus de bloqueio sinoatrial e atrioventricular;
No geral a digoxina é o fármaco de primeira linha no tratamento da IC associada à fibrilação atrial e reduz hospitalizações;
Inotrópicos não digitálicos: são agentes que melhoram o desempenho cardíaco por aumentarem a contractilidade e provocarem dilatação da vasculatura periférica
e renal; podem tem efeitos deletérios na evolução → aumento a mortalidade no tratamento a longo prazo → combinação de efeitos: aumento de consumo de
oxigênio, aumento de arritmias, esgotamento energético celular, alteração do relaxamento ventricular, redução da densidade e sensibilidade de betarreceptores,
morte celular → logo NÃO devem ser utilizados para tratar IC crônica estável;
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
Diuréticos: antagonizam a retenção de sódio na IC, podem ser de alça ou agirem nos túbulos distais; os mecanismos são diferentes, mas no geral aumentam o
volume urinário e a excreção de sódio.
Diuréticos desempenham papel crucial no manuseio clínico da IC. Primeiramente, podem aliviar o edema pulmonar e periférico em poucas horas ou
dias, enquanto os efeitos dos digitálicos e inibidores da ECA podem demandar vários dias ou semanas.
Diuréticos são os únicos fármacos capazes de controlar adequadamente a retenção de líquidos e o balanço de sódio na IC.
Na insuficiência cardíaca do idoso, os diuréticos têm indicação universal de aceitação para redução do edema e de outros sinais de retenção hídrica,
melhora dos sintomas de congestão visceral, melhora da capacidade de exercício e tratamento do edema agudo de pulmão.
É importante estar atento a depleção de volume que os idosos estão vulneráveis pelas suas alterações fisiológicas; a depleção volumétrica acentua a
redução do debito e gera alterações psíquicas, hiperzonatemia e hipotensão ortostática;
Diureticos ainda podem provocar hipopotassemia;
Epirolactona: espironolactona é um antagonista específico da aldosterona que durante muito tempo foi utilizado como poupador de potássio em associação com
outros diuréticos.
Inibidores da ECA: As consequências diretas da diminuição da angiotensina II incluem a redução da vasoconstrição, do efeito retentor de sódio, via inibição da
produção de aldosterona, e do efeito trófico na musculatura lisa dos vasos, nas células miocárdicas e fibroblastos. Outros efeitos potencialmente benéficos
resultam da diminuição da ativação simpática; restauração da função barorreflexa, por aumento da atividade parassimpática; inibição da arginina-vasopressina
e endotelina; normalização da função endotelial e redução do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1).
Em uso de ECA fazer o controle de função renal;
Seu efeito adverso mais comum é a hipotensão arterial sintomática;
Bloqueadores dos receptores da angiotensina II: são recomendados quando os inibidores da ECA apresentam efeitos colaterais ou reações adversas;
Vasodilatadores diretos: a única experiência que foi favorável foi a associação de hidralazina e dinitrato de isossorbida → efeitos vasodilatadores periféricos, reduz
a pós-carga e pré-carga; ainda podem inibir o crescimento miocárdico e vascular anormal → atenua o remodelamento ventricular;
Bloqueadores beta-adrenérgicos: Os mecanismos pelos quais os betabloqueadores exercem efeitos benéficos na IC são complexos e resultam de ações
hemodinâmicas, eletrofisiológicas e, sobretudo, neuro-humorais.
A terapia crônica com betabloqueadores na IC reduz progressivamente os volumes ventriculares esquerdos e a massa miocárdica, aumenta a fração de
ejeção do ventrículo esquerdo, em magnitude maior do que a observada com qualquer outro medicamento, melhora a geometria do ventrículo esquerdo,
que adquire forma menos esférica, e diminui a regurgitação mitral;
As ações neuro-humorais dos betabloqueadores na IC são múltiplas e incluem: inibição da atividade simpática e dos efeitos cardiotóxicos diretos da
norepinefrina; redução da norepinefrina no seio coronário (carvedilol); inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona; redução da síntese de
endotelina (carvedilol); aumento dos peptídios natriuréticos atrial (ANP) e cerebral (BNP); atenuação da expressão miocárdica do fator de necrose
tumoral alfa e interleucina-1β; melhora da regulação, expressão e desacoplamento dos betarreceptores, bem como da proteína G inibidora; ação
antioxidante (carvedilol); ação antiproliferativa (carvedilol);
Os efeitos colaterais gerais dos betabloqueadores – astenia, fadiga, letargia, depressão, distúrbio do sono – e as reações adversas relacionadas com o
aparelho cardiovascular – bradicardia, bloqueio atrioventricular, depressão miocárdica e distúrbios da circulação periférica – são mais acentuados em
idosos.
Anticoagulantes
Antiarrítmicos
Ressincronização
IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA: Não há um modelo fisiopatológico estabelecido, porem se admite mecanismos miocárdicos, extramiocárdicos, celulares
e extracelulares e ativação neuro-humoral;
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
O mecanismo de ação dos digitálicos resulta de múltiplas ações diretas e indiretas no sistema cardiovascular com consequências terapêuticas -inotrópicas e antiarrítmicas - e
toxicológicas - arritmogenicidade no sistema nervoso central, vegetativo, tubo digestivo e rim
A digoxina melhora a contratilidade cardíaca através da inibição da bomba de Na+/K+- ATPase ligada à membrana, que se encontra envolvida no restabelecimento do potencial
de repouso de membrana da maior parte das células excitáveis.
A digoxina vai acionar o coração através de diversos mecanismos:
o inotropismo positivo - aumento da força de contração – relacionado com o aumento de disponibilidade de Ca2+ para produzir uma contração mais forte;
o dromotropismo negativo - diminuição da condução através do NAV - e prolongamento do período refratário;
o cronotropismo negativo - diminuição da frequência cardíaca relacionado com a automaticidade, ou seja, a habilidade do coração para iniciar impulsos com estímulos
externos;
Tem uma meia-vida de 24 a 48 horas (com uma média de 35 horas). Como a digoxina é eliminada principalmente por meio de excreção renal, os pacientes com função renal
reduzida apresentam meia-vida sérica mais longa.
A digoxina deve ser avaliada até que o efeito terapêutico seja alcançado, no acompanhamento da estabilidade e no uso adequado da droga pelo paciente e ao primeiro sinal de
aparecimento de efeito tóxico (como anorexia ou arritmia).
A intoxicação digitálica acontece com freqüência, já que o intervalo entre os níveis terapêuticos e tóxicos é muito pequeno. Os sintomas clínicos mais comuns de superdosagem
são anorexia, náusea e vômitos, visão embaçada e desorientação. A manifestação miocárdica mais importante e comum da intoxicação digitálica é a arritmia cardíaca.
Freqüentemente, o diagnóstico clínico de intoxicação digitálica torna-se difícil em pacientes com patologias cardíacas graves, pois a maioria das manifestações pode ser causada
pela doença ou por drogas. Por isso, a dosagem de digoxina sérica é especialmente útil na interpretação de arritmias.
Yasmin Nascimento – 4º período – Envelhecimento
As maiores causas de intoxicação digitálica são a depleção de potássio e a diminuição da função renal com a idade. Alterações da função renal, hipercalcemia, alcalose, mixedema,
hipomagnesemia, infarto do miocárdio recente, hipóxia e hipocalemia podem aumentar a sensibilidade aos efeitos tóxicos da digoxina. O uso de drogas como quinidina,
verapamil, amiodarona, ciclosporina, espironolactona, entre outras, pode aumentar os níveis séricos por diminuição do clearance da digoxina.
Na intoxicação aguda, há um aumento exagerado da força sistólica que pode originar a paragem do coração em sístole devido a uma ação direta sobre o cento regulador →
inicia com diarreia, suor, fibrilação ventricular com diminuição marcada dos batimentos cardíacos e depois sincope e morte;
Nas leves os sinais são: vômitos, náuseas, bradicardia, transtornos neuropsíquicos, fadiga, cefaleias, sonolência, confusão e vertigem → se relaciona com superdosagem;
As manifestações cardíacas constituem o sinal mais sério de toxicidade, quer aguda, quer crónica, atingindo o seu máximo, geralmente, 3 a 6 horas após
sobredosagem podendo persistir por mais 24 horas.
A intoxicação digitálica é uma situação de risco, tanto maior quanto mais comprometido estiver o equilíbrio hidroeletrolítico. Importa pois, corrigir a desidratação
e a hipocaliemia que eventualmente ocorram. Dependendo da gravidade e das manifestações de intoxicação, o tratamento pode implicar suspensão do fármaco, suplementos
de potássio, fármacos antiarrítmicos ou em intoxicações muito severas, anticorpos de fragmentos Fab que se ligam à digoxina;
DADOS CLÍNICOS
o em até 25% dos pacientes hospitalizados com ICC
o anorexia, fadiga distúrbio visual, confusão mental, diarréia, palpitações (arritmia).
o bradicardia sinusal, bloqueio sino-atrial, bloqueio atrioventricular, extrassistolia atrial, taquicardia juncional e extrassístoles ventriculares
o concentração sérica > 3mg/ml.
FATORES PREDISPONENTES
o doses excessivas.
o uso de medicamentos que aumentam nível sérico do digital (amiodarona, propafenona, quinidina, verapamil).
o diuréticos: hipopotassemia.
o com piora da ICC há menor excreção renal e extra renal
TRATAMENTO
o 1- descontinuação temporária do medicamento
o 2- se necessário MP temporário, bradicardia severa ou BAV
o 3- correção da hipopotassemia e hipomagnesemia
o 4- medicamentos antiarrítmicos em taquicardia atrial, juncional ou ventricular:
a-difenilhidantoína: 100 mg EV de 6/6hs até abolir arritmia ou completar 1000 mg, ou causar vertigem nistagmo ou náuseas
b-lidocoaina: 2 a 4mg/min
c-procainamida