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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo


individual aplicáveis. É responsabilidade do executante o cumpri-
Prof. Adriano Augusto Placidino Gonçalves mento dos padrões que regulamentam as atividades. Entretanto, tal
condição não elimina a necessidade de uma avaliação dos riscos
Graduado pela Faculdade de Direito da Alta Paulista – FA- à segurança do homem, antes da execução de qualquer atividade,
DAP. visando identificar e reportar ao superior imediato a ocorrência de
Advogado regularmente inscrito na OAB/SP qualquer anomalia. A omissão na comunicação de anomalias poderá
enquadrar o executante nas normas da Instituição. Garantir a parti-
cipação dos executantes no entendimento e consenso dos padrões
das atividades e no processo de relato de anomalias, estimulando-os
1 TÉCNICAS OPERACIONAIS. a apresentar em propostas de solução para as anomalias reportadas.
É responsabilidade institucional, em seus diversos níveis, o
tratamento da anomalia e a divulgação aos interessados do plano de
ação e/ou do tratamento dado, bem como a administração de todo
Técnica Operacional é o conjunto de normas e procedimentos o Sistema de Segurança, o que significa planejar, organizar, dirigir,
que tem por finalidade dotar os agentes responsáveis pela segurança, coordenar e controlar todas as ações relacionadas ao sistema, nunca
de conhecimentos técnicos, visando o bom desempenho nas ativida- as dissociando de suas responsabilidades técnicas, operacionais e
des propostas. São fatores fundamentais na aplicação das técnicas administrativas.
operacionais a boa postura, a boa educação e a excelente apresen-
tação pessoal.

Vejamos alguns conceitos básicos utilizados durante o treina- 2 SEGURANÇA FÍSICA E PATRIMONIAL
mento e prática das técnicas organizacionais: DAS INSTALAÇÕES.
- RONDA: Exercer atividade móvel de observação, de fiscali-
zação, de proteção e de reconhecimento.

- PERMANÊNCIA: É a atividade predominante estática Serviço de Vigilância e Sistemas Eletrônicos Aplicados à


desempenhada pelo vigia ou segurança em locais de risco ou em Segurança
posto de serviço.
É uma noção das mais elementares na consciência do ser
- POSTO PERICULOSO OU ÁREA PERICULOSA: É humano, no espírito das instituições e nas normas administrativas
todo posto ou área que, por suas características, apresenta elevada de uma instituição, que a preservação do patrimônio constitui algo
probabilidade de ocorrência. que lhes é essencial. Na verdade, todo ser vivo possui um instinto
de defesa que se prolonga no instinto de conservação da espécie,
- OCORRÊNCIA: É todo o fato que exige intervenção dos que passa, de geração a geração, como herança através dos tempos.
profissionais de segurança, por intermédio de ações ou operações.
Vigilância: É a técnica de Busca que consiste em manter sob
- ABORDAGEM: É a ação conjugada ou isolada realizada por observação física, indivíduos, lugares ou objetos, exigindo-se o em-
profissionais, em indivíduos praticantes de atos suspeitos. prego de técnicas e instrumentos especiais, com o propósito de obter
informes detalhados sobre atividades, lugares ou pessoas suspeitas;
- PARTES ENVOLVIDAS: São as pessoas ou indivíduos en- em suma é a técnica especializada que consiste em manter alvos sob
volvidos numa ocorrência, sendo: autores de delito, vítimas, teste- observação. O agente, ao fazer vigilância, deve sempre se preocupar
munhas, etc, em vigiar e detectar uma outra vigilância adversa sobre ele, para
evitar que se transforme em alvo.
- AUTORIDADE DE PLANTÃO: É o Delegado de polícia Assim, para manutenção da segurança de determinado local se
que está de serviço no Distrito Policial. faz necessário um serviço de segurança eficaz. A segurança caracte-
riza-se pela sensação de sentir proteção seja física e/ou psicológica.
Devem-se sempre buscar melhorias contínuas da Gestão de Se- É propiciada pelas ações da Vigilância e medidas preventivas com o
gurança, tanto no aspecto ocupacional quanto na qualidade de vida, objetivo de manter a incolumidade física de pessoas e a integridade
com educação, capacitação e comprometimento dos empregados, material de instalações.
envolvendo familiares, empresas parceiras, fornecedores e demais Enquanto a Vigilância é exercida dentro dos limites dos esta-
partes interessadas. belecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finali-
Atender aos requisitos da legislação vigente de segurança apli- dade de proteger os bens patrimoniais (pessoas inclusive). Pode ser
cável à Instituição e outros requisitos desta natureza por ela subs- realizada ostensivamente ou através de outros meios (CFTV - cir-
critos. cuito fechado de televisão, sensores, alarmes monitorados...).
Nos padrões operacionais devem estar contidos os fundamentos A Vigilância deixou de ser uma atividade relacionada à perma-
de segurança das pessoas, regulamentando, assim, as condições de nência estática em determinado local para ser ferramenta primordial
produção, a identificação dos riscos à segurança de cada atividade de apoio às atividades de Segurança (de pessoas físicas e instala-
e seus respectivos controles, além dos equipamentos de proteção ções, informação e processos produtivos).

Didatismo e Conhecimento 1
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Segurança Física tem como missão promover e manter a se- e) Vulnerabilidades: toda a carência e/ou falha do sistema
gurança dos usuários, instalações e equipamentos, considerando um defensivo que permita que a instituição seja atingida de forma
conjunto de medidas e atividades empregadas, através de um plane- “violenta” por uma ameaça que se concretizou.
jamento prévio e constante fiscalização, com a finalidade de dotar a f) Sistemas defensivos (de segurança)/meios de proteção:
instituição / organização / empresa do nível de segurança necessário medidas e procedimentos adotados que visam detectar, dificultar,
para o desenvolvimento de suas atividades de administração, produ- alertar, dissuadir e/ou retardar os fatores ameaçadores que pode-
ção, ensino, pesquisa etc. riam romper a proteção da instituição, através de uma ou mais de
Segurança é um ponto importante de autoestima, de cidadania suas vulnerabilidades.
e de responsabilidade social. Por exemplo, quem usa drogas pode
dizer “a vida é minha, faço o que quero”, mas se esquece que, ao
MEIOS DE PROTEÇÃO
comprar drogas, está ajudando a financiar a violência social e o uso
de outros jovens em atividades marginais.
O que deve ser sempre lembrado é que: “A segurança depende Os meios de proteção podem ser classificados em:
de cada um”. É importante que o pessoal se habitue a trabalhar com
segurança fazendo com que ela faça parte integrante de seu trabalho. - meios de proteção física: constituídos de forma permanente
Toda tarefa a ser executada deve ser cuidadosamente programada, ou provisória, com a finalidade de dissuadir ou retardar a ação de
pois, nenhum trabalho é tão importante e urgente que não mereça ser ameaça ao patrimônio. Exemplos: barreiras perimetrais (cercas,
planejado e efetuado com segurança. muros, guaritas, portões...); barreiras estruturais (paredes, portas,
É responsabilidade de cada um zelar pela própria segurança e caixas-fortes...); barreiras provisórias (concertinas de arame far-
das pessoas com quem trabalha. pado, cancelas, divisórias...); sistemas de iluminação de proteção
A Segurança Patrimonial é um conjunto de medidas, capazes (holofotes com sensores de presença, holofotes...), sistemas de
de gerar um estado, no qual os interesses vitais de uma empresa combate a incêndios.
estejam livres de interferências e perturbações.
Conjunto de medidas: A segurança patrimonial não depende - meios eletrônicos de proteção: propiciam proteção adicional
apenas do departamento de segurança da empresa, mas envolve to- e são empregados em locais vitais à instituição, onde pelos mais
dos os seus setores e todo o seu pessoal. variados motivos, a ação humana não vai ser empregada ou neces-
Estado: significa uma coisa permanente. É diferente de uma sita de complemento para melhoria de seu desempenho. Exemplos:
situação, que é temporária.
Circuito Fechado de Televisão; sistemas de alarme; detectores de
Interesses vitais: Os interesses vitais de uma empresa não es-
metais; acionadores eletroeletrônicos de portas, portões; sistemas
tão apenas em não ser roubada ou incendiada. O mercado, os segre-
de radiocomunicação.
dos, a estratégia de marketing, pesquisas de novos produtos devem
igualmente ser protegidos.
Interferências e perturbações: Nada deve impedir o curso - meios metodológicos de proteção: são as normas, diretrizes,
normal da empresa. Deve-se prevenir não apenas contra incêndios determinações, sistemas e orientações adotadas pela instituição
e assaltos, mas também contra espionagem, sequestros de empresá- visando diminuir as vulnerabilidades existentes que por neces-
rios, greves, sabotagem, chantagem, etc. sidade de funcionamento, não podem ser totalmente eliminadas.
Exemplos de meios: sistemas de identificação de pessoal; controle
A segurança é satisfatória quando: de entrada e saída de pessoal, veículos e cargas; levantamento de
- É capaz de retardar ao máximo uma possibilidade de agressão; antecedentes de candidatos; controle de circulação interna; inte-
- É capaz de desencadear forças, no menor espaço de tempo gração de novos empregados; controle, arquivo e destruição de
possível, capazes de neutralizar a agressão verificada. documentos sigilosos; controle de estoque e armazenamento de
ferramentas, materiais, etc.; investigação de incidentes de segu-
Conceitos básicos: rança; treinamentos de segurança patrimonial; busca e coleta de
a) Segurança Patrimonial: É a atividade preventiva e defen- informações; sistema de supervisão.
siva associada à ação de pessoas treinadas, procedimentos e equipa-
mentos de segurança, com a finalidade de proteger os bens patrimo- - força de resposta: a força de resposta de uma instituição
niais contra riscos ocasionais ou provocados por terceiros.
é o ser humano, que por sinal é o mais importante componente
b) Bens Patrimoniais: São todos os bens que possuem algum
do sistema de segurança. De nada adiantariam sofisticados equi-
valor aos seus proprietários. Podem ser materiais (máquinas,
pamentos eletrônicos, se não haverem pessoas para aciona-los,
instalações, objetos...) ou imateriais (imagem, know-how...). Para
especialistas em Recursos Humanos, funcionários de uma empresa controla-los e reagirem, nos momentos em que esses equipamen-
quando desempenhando suas funções, também são patrimônios tos cumprissem suas finalidades (detectar, alarmar, filmar...), por-
desta. tanto, os seres humanos, são os únicos dentro do sistema, capazes
c) Risco: É o produto das ameaças que estão sujeitos os patri- de interpretarem os sinais emitidos pelos equipamentos, analisa-
mônios e os seus pontos de vulnerabilidades. rem os riscos e planejarem as medidas apropriadas, para reagirem
d) Ameaças: São fatores externos peculiares à atividade prin- aos efeitos das ameaças. Pela sua importância, ao ser constituída,
cipal exercida pela instituição, dificilmente serão eliminados, mas deve-se ter cuidado com os seguintes itens: avaliação de riscos;
poderão ser minimizados. Podem ser geradas pela natureza (con- análise do efetivo necessário; organização da guarda, seleção, trei-
dições climáticas) e/ou sociedade (questões ambientais, políticas, namento, qualificação e responsabilidades do efetivo; meios de
econômicas...). supervisão e controle das atividades.

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Objetivos da segurança patrimonial é assegurar: As normas sobre Proteção de Incêndios classificam o risco que
- Pessoas (diretores, empregados, visitantes, moradores, pa- se apresenta em cada tipo de edifício segundo as suas características,
cientes etc.) para adequar os meios de prevenção.
- Informações (patentes, pesquisas, informações financeiras O Risco atende a três fatores:
etc.) - Ocupação: maior ou menor quantidade de pessoas e o conhe-
- Propriedade (recursos, propriedades, bens negociáveis etc.) cimento que possuem os ocupantes do edifício;
- Composição: A construção do edifício em si, de que materiais
Metas que devem ser contempladas no planejamento de é construído, qual é sua altura, etc;
um projeto de segurança - Conteúdo: Materiais mais ou menos inflamáveis, dentro do
1. Prevenir (a perda de vidas e minimizar as perdas físicas) edifício, podem determinar o fator de risco de um incêndio.
2. Controlar (acessos , pessoas, materiais)
3. Detectar (vigilância) Prevenção e Combate a Incêndios
4. Intervir (responder à agressões)
As causas de um incêndio são as mais diversas: descargas elé-
Análise da atratividade do bem : tricas, atmosféricas, sobrecarga nas instalações elétricas dos edifí-
− Monetário – valor em moeda do patrimônio; cios, falhas humanas (por descuido, desconhecimento ou irrespon-
− Intrínseco – valor embutido na edificação; sabilidade) etc.
− Econômico – valor de produto no mercado; Há vários métodos de prevenção.
− Operacional – valor da infraestrutura e instalações; Para além dos mais óbvios, como inflamações, faíscas, cigarros
− Regulador – valor de produto no mercado, taxas, impostos; acesos, etc em locais de perigo de combustão (Depósitos de Gasoli-
− Intangível – valor de propriedade que em caso de perda não na, Áreas de serviço, etc) existe a forma mais óbvia de assegurar que
pode ser restituído; um incêndio se propague, e essa forma é a área de segurança entre o
− Pessoal – valor emocional foco de fogo e qualquer outro material passível de combustão.
Apesar de não estar regulamentada nenhuma área de seguran-
Avaliação da segurança ça considerada a justa e necessária para o efeito, em caso de um
A avaliação da segurança consiste em avaliar principalmente: incêndio pequeno, por exemplo, uma casa isolada, essa área de se-
os riscos, as ameaças e as vulnerabilidades. gurança entre essa casa e outro qualquer material combustível não
necessitaria ser muito ampla, chegando para o efeito cerca de 15 a
20 metros de distância, uma vez que possíveis fagulhas que teorica-
mente poderiam propagar esse incêndio apagar-se-iam muito antes
de atravessarem essa distância e caírem em material inflamável.
Já no caso de um incêndio de grandes proporções, várias casas
ou uma vasta área florestal (ex: Incêndio de Roma; Incêndio de Chi-
cago), a distância de segurança passaria por ser, segundo algumas
fontes, de 300 a 500 metros de distância. Esta distância de 300 a 500
metros é considerada num caso com grande intensidade de vento,
sendo que de outra forma, esta área de segurança também diminuiria
consideravelmente.
Os cuidados básicos para evitar e combater um incêndio, indi-
cados a seguir, podem salvar vidas e bens patrimoniais.
3 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO.
Cuidados Básicos:

Fatores de Risco, Prevenção e Combate a Incêndios Não brinque com fogo! Um cigarro mal apagado jogado des-
cuidadamente numa lixeira pode causar uma catástrofe. Apague o
Um  Incêndio  é uma ocorrência de fogo não controlado, que cigarro antes de deixá-lo em um cinzeiro ou de jogá-lo em uma cai-
pode ser extremamente perigosa para os seres vivos e as estruturas. xa de areia. Cuidado com fósforos. Habitue-se a apagar os palitos de
A exposição a um incêndio pode produzir a morte, geralmente fósforos antes de jogá-los fora. Obedeça às placas de sinalização e
pela inalação dos gases, ou pelo desmaio causado por eles, ou não fume em locais proibidos, mal ventilados ou ambientes sujeitos
posteriormente pelas queimaduras graves. à alta concentração de vapores inflamáveis tais como vapores de
Nem todos os fogos podem ser considerados incêndios, este é, colas e de materiais de limpeza.
no entanto um tema que o senso-comum tem ao longo dos séculos Nunca apoie velas sobre caixas de fósforos nem sobre materiais
banalizado de forma a que praticamente qualquer foco de fogo tem combustíveis.
sido visto como “incêndio”. O Incêndio para ser caracterizado como Não utilize a casa de força, casa de máquinas dos elevadores e
tal tem que possuir certos fatores inerentes ao mesmo para ser con- a casa de bombas do prédio, como depósito de materiais e objetos.
siderado como tal. Alguns desses fatores são: São locais importantes e perigosos, que devem estar sempre desim-
- A área ardida; pedidos.
- As dimensões da destruição que o mesmo causou; As baterias devem ser instaladas em local de fácil acesso e ven-
- A localização do mesmo. tilado. Não é recomendado o uso de baterias automotivas.

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Instalações Elétricas - Afaste as pessoas do local e procure ventilá-lo.
- Feche o registro de gás para restringir o combustível e o risco
A sobrecarga na instalação é uma das principais causas de in- de propagação mais rápida do incêndio.
cêndios. Se a corrente elétrica está acima do que a fiação suporta, - Não há perigo de explosão do botijão ao fechar o registro. Se
ocorre superaquecimento dos fios, podendo dar início a um incên- possível, leve o botijão para local aberto e ventilado.
dio. Por isso:
Não ligue mais de um aparelho por tomada. Esta é uma das Vazamento de Gás com Chama:
causas de sobrecarga na instalação elétrica; - Feche o registro e gás. Retire todo o material combustível que
Não faça ligações provisórias. Tome sempre cuidado com as esteja próximo do fogo.
instalações elétricas. Fios descascados quando encostam um no
outro, provocam curto-circuito e faíscas. Chame um técnico qua- Incêndio com Botijão no Local:
lificado para executar ou reparar as instalações elétricas ou quando Se possível, retire o botijão do local antes que o fogo possa
encontrar um dos seguintes problemas: atingi-lo.
Em todas essas situações, chame os BOMBEIROS - telefone
- Constante abertura dos dispositivos de proteção (disjuntores)
193.
- Queimas frequentes de fusíveis;
- Aquecimento da fiação e/ou disjuntores;
Circulação:
- Quadros de distribuição com dispositivos de proteção do tipo
chave-faca com fusíveis cartucho ou rolha. Substitua-os por disjun- - Mantenha sempre desobstruídos corredores, escadas e saídas
tores ou fusíveis do tipo Diazed ou NH; de emergência, sem vasos, tambores ou sacos de lixo.
- Fiações expostas (a fiação deve estar sempre embutida em - Jamais utilize corredores, escadas e saídas de emergência
eletrodutos) como depósito, mesmo que seja provisoriamente.
- Lâmpadas incandescentes instaladas diretamente em torno de - Nunca guarde produtos inflamáveis nesses locais.
material combustível, pois, elas liberam grande quantidade de calor; - As coletas de lixo devem ser bem planejadas para não compro-
- Inexistência de aterramento adequado para as instalações e meter o abandono do edifício em caso de emergência.
equipamentos elétricos, tais como: torneiras e chuveiros elétricos, - As portas corta-fogo não devem Ter trincos ou cadeados. Co-
ar condicionado, etc.; nheça bem o edifício em que você circula, mora ou trabalha, princi-
- Evite aterrá-los em canos d’água. palmente os meios de escape e as rotas de fuga.

ATENÇÃO: toda a instalação elétrica tem que estar de acordo Lavagem De Áreas Comuns
com a Norma Brasileira NBR 5410 da ABNT (Associação Brasilei-
ra de Normas Técnicas) Evite sempre que águas de lavagem atinjam os circuitos elétri-
cos e/ou enferrujem as bases das portas corta-fogo.
Equipamentos Elétricos Não permita jamais que a água se infiltre pelas portas dos eleva-
dores, pois isso pode provocar sérios acidentes.
Antes de instalar um novo aparelho, verifique se não vai sobre-
carregar o circuito. Utilize os aparelhos elétricos somente de modo Métodos De Extinção Do Fogo
especificado pelo fabricante.
Há três meios de extinguir o fogo:
Instalações De Gás 1. Abafamento:
Consiste em eliminar o comburente (oxigênio) da queima,
fazendo com que ela enfraqueça até apagar-se. Para exemplificar,
Somente pessoas habilitadas devem realizar consertos ou mo-
basta lembrar que quando se está fritando um bife e o óleo liberado
dificações nas instalações de gás. Sempre verifique possíveis vaza-
entra em combustão, a chama é eliminada pelo abafamento ao se
mentos no botijão, trocando-o imediatamente caso constate a míni- colocar a tampa na frigideira. Reduziu-se a quantidade de oxigênio
ma irregularidade. existente na superfície da fritura. Incêndios em cestos e lixo podem
O botijão que estiver visualmente em péssimo estado deve ser ser abafados com toalhas molhadas de pano não-sintético. Extinto-
imediatamente recusado. res de CO2 são eficazes para provocar o abafamento.
Para verificar vazamento, nunca use fósforos ou chama, apenas
água e sabão. 2. Retirada do Material:
Nunca tente improvisar maneiras de eliminar vazamentos, Há duas opções de ação na retirada de material:
como cera, por exemplo. Coloque os botijões sempre em locais ven- a) Retirar o material que está queimando, a fim de evitar que o
tilados. fogo se propague;
Sempre rosqueie o registro do botijão apenas com as mãos, para b) Retirar o material que está próximo ao fogo, efetuando um
evitar rompimento da válvula interna. isolamento para que as chamas não tomem grandes proporções.
Aparelhos que usam gás devem ser revisados pelo menos a
cada dois anos. 3. Resfriamento:
O resfriamento consiste em tirar o calor do material. Para isso,
Vazamento de Gás sem Chama: usa-se um agente extintor que reduza a temperatura do material em
- Ao sentir cheiro de gás, não ligue ou desligue a luz nem apa- chamas. O agente mais usado para combater incêndios por resfria-
relhos elétricos. mento d’ água.

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Classes de Incêndio e Agentes Extintores

Quase todos os materiais são combustíveis; no entanto, devido a diferença na sua composição, queimam de formas diferentes e exigem
maneiras diversas de extinção do fogo. Convencionou-se dividir os incêndios em quatro classes.

TABELA DE CLASSES DE INCÊNDIO E DOS AGENTES EXTINTORES MAIS USADOS


TIPOS DE EXTINTORES
GÁS CARBÔNICO
ÁGUA PRESSURIZADA ESPUMA PÓ QUÍMICO SECO
(CO²)
SIM NÃO NÃO NÃO

Excelente eficiência Não tem eficiência Insuficiente Não tem eficiência


SIM
NÃO SIM SIM
Ótima eficiência
Não tem eficiência Boa eficiência Ótima eficiência
(Jogar indiretamente)
NÃO SIM
NÃO SIM
Boa eficiência, contudo,
Perigoso – conduz pode causar danos em
Não tem eficiência Ótima eficiência
eletricidade equipamentos delicados
NÃO
Obs.: poderá ser usado água
NÃO NÃO SIM
em último caso (se não
houver PQS)
1. Puxe a trava, rompendo
o lacre, ou acione a
1. Puxe a trava, rompendo
1. Retire o grampo. 1. Vire o aparelho com válvula do cilindro de
o lacre.
2. Aperte o gatilho. a tampa para baixo. gás (Pressurizável)
2. Aperte o gatilho.
3. Dirija o jato à base 2. Dirija o jato à base 2. Aperte o gatilho ou
3. Dirija o jato à base do
do fogo. do fogo. empurre a pistola
fogo.
difusora.
3. Ataque o fogo.
ABAFAMENTO E
RESFRIAMENTO ABAFAMENTO ABAFAMENTO
RESFRIAMENTO

Extintores De Incêndio:

Os extintores de incêndio devem ser apropriados para o local a ser protegido.

Verifique constantemente se:


- acesso aos extintores não está obstruído;
- manômetros indica pressurização (faixa verde ou amarela);
- aparelho não apresenta vazamento;
- Os bicos e válvulas da tampa estão desentupidos;
- Leve qualquer irregularidade ao conhecimento do responsável para que a situação seja rapidamente sanada

A recarga do extintor deve ser feita:


- Imediatamente após ter sido utilizado;
- Caso esteja despressurizado (manômetro na faixa vermelha)
- Após ser submetido a este hidrostático;
- Caso o material esteja empedrado.
Tais procedimentos devem ser verificados pelo zelador e fiscalizado por todos.

Mesmo não tendo sido usado o extintor, a recarga deve ser feita:
- Após 1 (um) ano: tipo espuma;
- Após 3 (rês) anos: tipo Pós Químico Seco e Água Pressurizada;

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- Semestralmente: se houver diferença de peso que exceda 5% Extintores de Espuma
(tipo Pó Químico Seco e Água Pressurizada), ou 10% (tipo CO2);
Esvazie os extintores antes de enviá-los para recarga; A espuma é um agente indicado para aplicação em incêndios
Programe a recarga de forma a não deixar os locais desprote- “CLASSE A e CLASSE B”. Os extintores têm prazo máximo de
gidos; utilização de cinco anos, dentro da validade da carga e/ou do reci-
A época de recarga deve ser aproveitada para treinar as equipes piente.
de emergência.
Instruções para uso do Extintor de Espuma:
O Corpo de Bombeiros exige uma inspeção anual de todos os 1. Leve o aparelho até o local do fogo;
extintores, além dos testes hidrostáticos a cada cinco anos, por fir- 2. Inverta a posição do extintor (FUNDO PARA CIMA)
ma habilitada. Devem ser recarregados os extintores em que forem 3. Dirija o jato contra a base do fogo
constatados vazamentos, diminuição de carga ou pressão e venci- Obs.: Se o jato de espuma não sair, revire-o uma ou duas vezes,
mento de carga. para reativar a mistura.

O Uso Dos Hidrantes Gás Carbônico

São necessárias, no mínimo, duas pessoas para manusear a O gás carbônico, também conhecido como dióxido de carbono
mangueira de um hidrante. A mangueira deve ser acondicionada na ou CO2, é mau condutor de eletricidade e, por isso, indicado em
caixa de hidrante em função do espaço disponível para manuseá-la, incêndios “CLASSE C”. Cria ao redor do corpo em chamas uma
a fim de facilitar sua montagem para o combate ao fogo. atmosfera pobre em oxigênio, impedindo a continuação da combus-
tão.
O Uso Dos Extintores É indicado também para combater incêndios da «CLASSE B»,
de pequenas proporções.
Instruções para o uso de extintor de água pressurizada. Repare
Instruções para o uso do Extintor de CO2:
se no extintor tem tudo o que está descrito:
1. Retire o pino de segurança que trava o gatilho
2. Aperte o gatilho e dirija o jato à base do fogo.
1. Etiqueta ABNT
2. Etiqueta de advertência
Pó Químico Seco (PQS)
3. Etiqueta indicativa de operação
4. Recipiente
O extintor de Pó Químico Seco é recomendado para incêndio
5. Bico ejetor em líquidos inflamáveis (“CLASSE B”), inclusive aqueles que se
6. Orifício para alívio de pressão queimam quando aquecidos acima de 120º C, e para incêndios em
7. Tampa com junta de vedação interna equipamentos elétricos (“CLASSE C”).
8. Cilindro e gás O extintor de Pó Químico Seco pode ser pressurizável
9. Etiqueta indicativa de classe
Instruções para uso do Extintor de Pó Químico Seco Pressuri-
1. Etiqueta ABNT zável:
2. Etiqueta de advertência 1. Puxe a trava de segurança para trás ou gire o registro do ci-
3. Etiqueta indicativa de operação lindro (ou garrafa) para a esquerda, quando o extintor for de Pó Quí-
4. Recipiente mico com pressão injetável.
5. Tubo sifão 2. Aperte o gatilho
6. Manômetro 3. Dirija o jato contra a base do fogo procurando cobrir toda a
7. Gatilho área atingida com movimentação rápida.
8. Difusor
9. Mangueira Hidrantes e Mangotinhos
10. Alça de transporte
11. Trava de segurança IMPORTANTE: Para recarga ou teste hidrostático escolha uma
12. Etiqueta indicativa da classe firma IDÔNEA.
Os hidrantes e mangotinhos devem ser mantidos sempre bem
Importante: sinalizados e desobstruídos.
1. O extintor de água pressurizada é indicado para aplicações
em incêndio “CLASSE A”; A caixa de incêndio contém:
2. Por serem condutoras de eletricidade, a água e a espuma não - Registro globo com adaptador, mangueira aduchada (enrolada
podem ser utilizadas em incêndios de equipamentos elétricos ener- pelo meio) ou ziguezague, esguicho regulável (desde que haja con-
gizados (ligados na tomada). A água e a espuma podem provocar dição técnica para seu uso), ou agulheta, duas chaves para engate e
curtos-circuitos; cesto móvel para acondicionar a mangueira.
3. O extintor de água pressurizada não é indicado para combate - mangotinho deve ser enrolado em “oito” ou em camadas nos
a incêndio em álcool ou similar. Nesse caso, o agente extintor indi- carretéis e pode ser usado por uma pessoa apenas. Seu abrigo deve
cado é o Pó Químico. ser de chapa metálica e dispor de ventilação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Verifique se: Baterias:
a) A mangueira está com os acoplamentos enrolados para fora, As baterias devem ser instaladas acima do piso e afastadas da
facilitando o engate no registro e no esguicho; parede, em local seco, ventilado e sinalizado. Providencie a manu-
b) A mangueira está desconectada do registro; tenção periódica das baterias, de acordo com as indicações do fabri-
c) estado geral da mangueira é bom, desenrole-a e cheque se cante; devem ser verificados seus terminais (pólos) e a densidade
não tem nós, furos, trechos desfiados, ressecados ou desgastados; do eletrólito.
d) registro apresenta vazamento ou está com o volante em-
perrado; Alarme De Incêndio
e) Há juntas amassadas;
Os alarmes de incêndio podem ser manuais ou automáticos. Os
f) Há água no interior das mangueiras ou no interior da caixa
detectores de fumaça, de calor ou de temperatura acionam automa-
hidrante, o que provocará o apodrecimento da mangueira e a oxi-
ticamente os alarmes.
dação da caixa.
O alarme deve ser audível em todos os setores da área abrangi-
da pelo sistema de segurança.
ATENÇÃO: Nunca jogue água sobre instalações elétricas As verificações nos alarmes precisam ser feitas periodicamente,
energizadas. seguindo as instruções do fabricante.
- Nunca deixe fechado o registro geral do barrilete do reserva- A edificação deve contar com um plano de ação para otimizar
tório d’água. (O registro geral do sistema de hidrantes localiza-se os procedimentos de abandono do local, quando do acionamento do
junto à saída do reservatório d’água). alarme.
- Se for preciso fazer reparo na rede, certifique-se de que, após
o término do serviço, o registro permaneça aberto. Sistema de Som e Interfonia
- Se a bomba de pressurização não der partida automática, é
necessário dar partida manual no painel central, que fica próximo Os sistemas de som e interfonia devem ser incluídos no plano
à bomba de incêndio. de abandono do local e devem ser verificados e mantidos em funcio-
- Nunca utilize a mangueira dos hidrantes para lavar pisos ou namento de acordo com as recomendações do fabricante.
regar jardins.
- Mantenha sempre em ordem a instalação hidráulica de emer- Portas Corta-Fogo
gência, com auxílio de profissionais especializados.
As portas corta-fogo são próprias para isolamento e proteção
das rotas de fuga, retardando a propagação do fogo e da fumaça.
Instalações Fixas De Combate A Incêndio
Elas devem resistir ao calor por 60 minutos, no mínimo (veri-
fique se está afixado o selo de conformidade com a ABNT). Toda
As instalações fixas de combate a incêndios destinam-se a de- porta corta-fogo deve abrir sempre no sentido de saída das pessoas.
tectar o início do fogo e resfriá-lo. Seu fechamento deve ser completo. Além disso, elas nunca de-
Os tipos são: vem ser trancadas com cadeados ou fechaduras e não devem ser
a) Detector de fumaça; usados calços, cunhas ou qualquer outro artifício para mantê-las
b) Detector de temperatura; abertas. Não se esqueça de verificar constantemente o estado das
c) Detector de chama; molas, maçanetas, trincos e folhas da porta.
d) Chuveiro automático: redes de pequenos chuveiros no teto
dos ambientes; Rotas De Fuga
e) Dilúvio: gera um nevoeiro d’água;
f) Cortina d’água: rede de pequenos chuveiro afixados no teto, Corredores, escadas, rampas, passagens entre prédios gemina-
alinhados para, quando acionados, formar uma cortina d’água; dos e saídas, são rotas de fuga e estas devem sempre ser mantidas
g) Resfriamento: rede de pequenos chuveiros instalados ao desobstruídas e bem sinalizadas.
redor e no topo de tanques de gás, petróleo, gasolina e álcool. Ge- IMPORTANTE: Conheça a localização das saídas de emergên-
ralmente são usados em áreas industriais; cia das edificações que adentrar.
h) Halon: a partir de posições tomadas pelo Ministério da Saú- Só utilize áreas de emergência no topo dos edifícios e as passa-
de, o Corpo de Bombeiros tem recomendado a não utilização desse relas entre prédios vizinhos na total impossibilidade de se utilizar a
escada de incêndio.
sistema, uma vez que seu agente é composto de CFC, destruidor
As passarelas entre prédios tem que estar em paredes cegas ou
da camada de ozônio.
isoladas das chamas.
LEMBRE-SE: é sempre aconselhável DESCER.
Iluminação De Emergência
Lixeiras
A iluminação de emergência, que entra em funcionamento
quando falta energia elétrica, pode ser alimentada por gerador ou As portas dos dutos das lixeiras devem estar fechadas com alve-
bateria e acumuladores (não automotiva). naria, sem possibilidade de abertura, para não permitir a passagem
A iluminação de emergência é obrigatória nos elevadores. da fumaça ou gases para as áreas da escada ou entre andares do
Faça constantemente a revisão dos pontos de iluminação. edifício.

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Para-raios O monitoramento possibilita que o conjunto de dispositivos de
segurança eletrônica instalados, como alarmes perimetrais e CFTV
Os para-raios deve ser o ponto mais alto do edifício. Massas seja controlado 24 horas por dia 7 dias por semana através de meios
metálicas como torres, antenas, guarda-corpos, painéis de propagan- físicos de transmissão variados como telefonia fixa ou celular, ondas
da e sinalização devem ser interligadas aos cabos de descida do pa- de rádio, satélites e redes de comunicação. Conectados a uma Cen-
ra-raios, integrando o sistema de proteção contra descargas elétricas tral de Monitoramento que pode receber todas as informações sobre
atmosféricas. O para-raios deve estar funcionando adequadamente. violação de perímetro, acionamento de botão de pânico ou CFTV,
Caso contrário, haverá inversão da descarga para as massas metáli- proporcionamos respostas rápidas, eficientes e dentro dos mais rigo-
cas que estiverem em contato com o cabo do para-raios. rosos padrões internacionais de segurança.
Os para-raios podem ser do tipo FRANKLIN ou GAIOLA DE Destacaremos, a seguir, os sistemas e equipamentos eletrônicos
FARADAY. O tipo Radioativo/Iônico tem sua instalação condenada de segurança mais utilizados:
devido à sua carga radioativa e por não Ter eficiência adequada. A - Kit Investigativo: Possuído de micro câmeras esse kit consti-
manutenção dos para-raios deve ser feita anualmente, por empresas
tui na utilização de identificação de roubos ou furtos internos as mi-
especializadas, conforme instrução do fabricante. É preciso observar
cro câmeras são instaladas de modo que fique oculta, com gravação
a resistência ôhmica do aterramento entre elétrodos e a terra (máxi-
em DVR para utilização jurídica caso necessário.
mo de 10 ohm), ou logo após a queda do raio.
- Central de Alarme: Placa central de monitoramento utiliza-
Brigada Contra Incêndio da para gerenciar os alarmes instalados, (Botão de pânico, Iva, Ivp,
sensores de abertura, quebra de vidro, fumaça...). Em todos os casos
A equipe de emergência é a Brigada de Combate a Incêndio. Ë gera-se um relatório informado via linha telefônica, o evento com
uma equipe formada por pessoas treinadas com conhecimento sobre total precisão para uma central externa que assim tomará as devidas
prevenção contra incêndio, abandono de edificação, pronto-socorro providencia.
e devidamente dimensionada de acordo com a população existente O sistema de CFTV, ou circuito fechado de televisão, é a forma
na edificação. mais eficiente de produção de imagens em tempo real para siste-
Cabe à esta equipe a vistoria semestral nos equipamentos de mas de segurança. Constituído por câmera(s), meio de transmissão e
prevenção e combate a incêndios, assim como o treinamento de monitor, pode ser utilizado em inúmeras aplicações. Desde escolas
abandono de prédio pelos moradores e usuários. condomínios, residências, estabelecimentos comerciais, empresas
A relação das pessoas com dificuldade de locomoção, perma- até instituições financeiras.
nente ou temporária, deve ser atualizada constantemente e os pro- - R.F (Right Frequency): Sistema de modulação e de-modula-
cedimentos necessários para a retirada dessas pessoas em situações ção de imagem. Podendo com esse sistema realizar a transmissão de
de emergência devem ser previamente definidos. A equipe de emer- varias imagem em um único cabo coaxial, sem limite de distancia.
gência deve garantir a saída dos ocupantes do prédio de acordo com - DVR STAND ALONE: Gravador digital para câmeras, sis-
o “Plano de Abandono”, não se esquecendo de verificar a existên- tema totalmente independente, captura e grava imagens em HDD
cia de retardatários em sanitários, salas e corredores. O sistema de interno, geralmente usado em residências.
alto-falantes ajuda a orientar a saída de pessoas; o locutor recebe - QUAD: Equipamento destinado a utilizar um monitor e vi-
treinamento e precisa se empenhar para impedir o pânico. A relação sualizar até 4 câmeras simultaneamente tendo função também de
e localização dos membros da equipe de emergência deve ser conhe- sequenciar as imagens conforme o tempo determinado.
cida por todos os usuários. - Câmera Fixa: Câmera destinada para visualização de um
ponto específico com variáveis de modelos e lentes conforme visto
previamente por análise de luminosidade, ângulo e localização.
4 IDENTIFICAÇÃO, EMPREGO E - PTZ OU SPEED DOME: Câmera com movimentação por
UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS controle manual ou automático (predefinido pelo usuário) podendo
ELETRÔNICOS DE SEGURANÇA: SENSORES, ter até 360° de movimentação, essas possuem zoom para aproximar
SISTEMAS DE ALARME, CERCAS a imagem para visualização dos detalhes. Utilizadas em locais de
ELÉTRICAS, CFTV (CIRCUITO FECHADO DE grandes áreas a serem monitoradas.
TELEVISÃO). - Câmera IP: Utilizada exclusivamente para monitoramento via
internet.
- Placa de Captura: Hardware destinado a captura e gerencia-
O sistema de segurança ideal é aquele que promove a intera- mento de imagens obtendo recursos para gravação, reprodução local
ção do homem com os equipamentos eletrônicos, a fim de que a e remoto (via internet com visualização por IP).
coligação entre ambos possa promover um nível de proteção satis- - Cerca Elétrica: Barreira de fios de aço eletrificada somente
fatória. Atualmente no mercado, existem os mais variados números utilizada em muros acima de 1.80m em área comum de passagem
e tipos de equipamentos eletrônicos de segurança à disposição dos (muros, grades, marquises...). Choque de 8.000 a 10.000Volts (pul-
usuários, portanto, deve-se adquirir aqueles que mais se adaptem às sativo) na área urbana e até 5 joules em áreas Rurais ou afastadas de
necessidades do local a ser protegido. alta circulação de pessoas. Obs. Choque não fatal.
Entende-se por Sistema Eletrônico de Segurança o conjunto - Cerca Concertina: nada mais é do que uma “evolução” das
de elementos técnicos destinados a advertir in loco ou a distância tradicionais cercas de arame farpado. O uso da Cerca Concertina é
qualquer evento que pode acarretar risco para vidas, bens ou conti- mais comum para proteção de propriedade (casas e prédios) e no uso
nuidade das atividades. militar para isolamento de áreas.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
- Sensores passivos infravermelhos: São sensores que Em defesa pessoal utilizam-se técnicas simples e evitam-se mo-
utilizam o princípio do radar, onde o sensor emite continuamente um vimentos complexos.
sinal constante e permanece na espera do retorno do sinal refletido Utilizam-se principalmente bloqueios, retenções e alavancas
de um eventual corpo se movimentando na área sensoreada. Este para dominar o adversário o mais rapidamente possível, encurtando
sensor é do tipo módulo único, tendo a emissão do feixe e seu siste- o tempo de combate com o objetivo de evitar riscos e deixar em
ma detector conjugados em uma única peça. Tais sensores não tem segundo plano, diferenças físicas.
um alcance muito grande - algo em torno de 15 m. A defesa com mãos nuas pode completar se com armas próprias
- Sensores ativos infravermelhos: São sensores que se uti- ou impróprias, que podem ser facas, armas de fogo ou qualquer ob-
lizam de uma barreira de luz IR alinhada, cujo rompimento dessa jeto que esteja acessível no momento do conflito.
barreira por um corpo em movimento aciona o sensor. A distância No âmbito civil tenta-se dominar o adversário de maneira segu-
entre o módulo emissor e receptor (uma vez que são necessários dois ra e sem provocar danos excessivos, devido à responsabilidade civil
módulos) pode chegar a até 60 m em área aberta ou fechada, sem da ação defensiva, quando ultrapassa os limites da legítima defesa.
sofrer eventuais interferências solares ou externas. A defesa pessoal é baseada nos fundamentos de alguns esportes e /
- Sensores de Quebra de Vidros: Usados em janelas e portas ou artes marciais, como o judô, o aikido ou karate. O caráter princi-
para detectar quebra de vidros. Trabalham através de frequência so- pal da defesa pessoal é evitar o uso da força, podendo ser aplicado
nora. a oponentes de maiores dimensões ou com força muscular. É por
- Sensores Magnéticos: são um meio comum de proteger aquela razão que as técnicas básicas como os golpes únicos (que se
portas e janelas. Quando abertos acionam o alarme. executam contra o oponente com uma parte específica dos nossos
- Sensores de impacto: Existem de dois tipos: o mais simples corpos) como o uso da palma da mão, as articulações dos dedos e
é uma espécie de pêndulo que se põe em movimento (como uma as partes macias ou golpes de joelho, passando as demais por técni-
balança) na superfície onde estão instalados. O segundo tipo funcio- cas mais profissionais como vários tipos de chutes, e também mais
na como uma espécie de microfone, que capta o som do ambiente avançadas como desequilíbrios ou imobilizações (que são usadas
(batida em vidro ou no chão) para detectar um impacto. em defesa pessoal de polícia ou em modalidades esportivas como o
- Sensores de gás e fumaça: São sensores que utilizam uma karate) são as aplicações compreendidas na defesa pessoal.
Já no âmbito militar utilizam-se técnicas com maior poder ofen-
câmara iônica interna responsável pela detecção. Este tipo de detector
sivo e letal, valendo-se também de armas. Algumas artes, a exemplo
é praticamente à prova de erros, uma vez que os componentes da
do systema (da Rússia) e do krav magá (de Israel), são de origem
câmara apenas reagem com o gás ou as partículas de fumaça e
militar, mas se espalharam também para uso civil.
fuligem presentes apenas em situações de combustão.
Segundo alguns estudiosos, “a Defesa Pessoal nasceu da neces-
- Interruptor automático de presença: Ativa a iluminação ao
sidade da sobrevivência do homem diante das situações de risco”.
detectar um movimento em um raio de + ou - 10 metros. Após uma
Segundo a maioria dos mestres, e alguns historiadores do as-
duração regulável de 10 segundos a 10 minutos, apaga automati-
sunto, a defesa pessoal é antecessora das artes marciais. As técnicas
camente a iluminação. Ainda é possível regular o funcionamento
de luta utilizadas nos vários conflitos da humanidade, sejam ideoló-
conforme o nível de iluminação ambiente. gicos, territoriais, ou de qualquer outra etiologia, mostram a defesa
- Porteiro Eletrônico com Vídeo Acoplado: Controlar o aces- pessoal sem nenhuma definição de estilo ou modalidade e sim defi-
so ao seu escritório ou residência é uma parte vital de um completo nida como a Arte de Guerra.
sistema de segurança. Com uma câmera acoplada ao seu porteiro As escrituras milenares de Sun Tzu, conhecidas como A Arte
eletrônico é possível identificar visualmente o visitante. da Guerra, trazem ensinamentos para as diversas áreas da vida. A
- Controle de Acesso: Sistema de teclado de senha utilizado integridade física e a defesa da vida também estão descritas em suas
para controlar aberturas de portas, tem característica parecida se linhas.
comparado com as portas normais que têm uma chave para permitir Relatos históricos nos fazem perceber que a Defesa Pessoal,
a entrada Num sistema micro processado, apenas ao digitar uma se- ou a necessidade de alto defesa, foi a mãe das Artes Marciais, estas,
nha, a porta se abrirá. variando em muitos aspectos como, cultura, religião, características
- IVA: Infravermelho ativo, usado como barreira de passagem estrutural de um povo etc. Mas em todos os estilos objetiva-se a
não visto a olho nu. garantia da integridade pessoal.
- AUTO IRIS: Lente para câmera de vigilância com poder de Sejam utilizadas em guerras, seja por indivíduos pacatos que
ajustar conforme luminosidade do ambiente. pretendem garantir seu direito de paz, mesmo que para isso tenham
que se utilizar da força necessária. Isso nos traz a outra garantia que
temos sobre a origem da Defesa Pessoal: ela foi criada para que pes-
soas mais fracas, através do conhecimento técnico, possam superar
5 DEFESA PESSOAL.
pessoas mais fortes em um combate ou situação de risco.
A aplicação de leis físicas, tais como “sistema de alavanca, mo-
mento de força, equilíbrio, centro de gravidade e o estudo minucioso
Defesa pessoal, ou autodefesa (do inglês self-defense), é um dos pontos vitais do corpo humano” propiciou a seus criadores fazer
conjunto de vários métodos que têm como fim neutralizar um ataque do JIU-JITSU uma arte científica de luta. Vale salientar que des-
pessoal. sa mesma origem, dessa mesma semente, saíram vários estilos de
As técnicas de defesa pessoal têm sido derivadas das artes Autodefesa, como por exemplo, o Aikido e outras Artes que, como
marciais tradicionais, adaptadas para uso por pessoas comuns, para o Judô, que têm em sua essência os princípios das alavancas e da
defender-se mesmo em sua vida normal. utilização da força do oponente contra ele mesmo.

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Agente de Segurança Escolar

PRESTAÇÔES DE SERVIÇOS / CONCESSIONÀRIAS


SERVIÇOS DE PORTARIA.
• Só deixar entrar funcionários de empresas (como TV
a cabo ou internet, por exemplo), após se certificar que houve
pedido por parte dos moradores. Caso haja dúvida, o porteiro
O porteiro é a primeira impressão do condomínio. É ele deve recorrer ao zelador
quem autoriza, ou não, a entrada de visitas, prestadores de servi- • Após tirar essa dúvida, pode-se ligar para a empresa
ços ou dos funcionários das unidades. para saber se a pessoa que está se apresentando no condomínio
É ele também o primeiro a sofrer com os assaltos – em ge- é realmente funcionário
ral, o porteiro é dominado e assim, o ladrão consegue entrar no • Quando o interessado em entrar no condomínio se
condomínio. disser funcionário de concessionária (empresa de água, luz, gás)
Ele também deve ser o cartão de visitas do local, mantendo pode-se ligar para a administradora, também. A empresa pode
um clima cordial, respeitoso e profissional na portaria. colaborar dizendo se realmente houve algum tipo de pedido de
Ele não deve temer barrar possíveis visitantes, afinal, liberar verificação ou de manutenção
ou não pessoas depende apenas dos moradores – o porteiro • Da mesma maneira, o porteiro deve fazer a identifica-
executa as ordens que lhe foram dadas. Para manter a segurança ção do suposto funcionário com a empresa em questão
do condomínio em dia, é importantíssimo lembrar que o portei- • Após ter deixado o profissional entrar, fazer um registro
ro deve ficar em um só lugar: na portaria. com o nome completo e dados da pessoa
Também vale ressaltar junto aos moradores sobre o que se • Em caso de obras no condomínio, só se deve deixar en-
pode ou não pedir ao porteiro. Em alguns casos, o abuso de “pe- trar os funcionários apontados e autorizados pela empresa pres-
quenos favores” feitos para o profissional pode configurar acú- tadora de serviços. Caso haja algum tipo de remanejamento, o
zelador, o síndico e o porteiro devem ser avisados pela empreiteira
mulo de função.
• Veja também: empresas de terceirização de portaria e
Relações com Moradores
limpeza para condomínios
Veja abaixo a descrição das funções e atribuições desse pro-
• O profissional deve manter um relacionamento cordial
fissional tão importante:
e simpático com os moradores, evitando a todo custo deixar a
portaria desassistida
FUCÔES E ATRIBUIÇÔS DO PROFISSIONAL DE PORTARIA • Deve colaborar para o comprimento do regulamento
interno
Controle de acesso aos visitantes • Deve alertar o zelador e o síndico sobre irregularidades
ocorridas durante o seu horário de trabalho
• Ao chegarem, o porteiro deve interfonar para a uni-
dade indicada. Assim, o morador pode autorizar a entrada do Cotidiando do Porteiro
visitante
• Por questões de segurança, o porteiro deve manter-se • Estar sempre com o uniforme bem passado, com a bar-
dentro da portaria e usar o porteiro eletrônico para se comunicar ba e o cabelo cortado, passando uma ideia de higiene
com o visitante que esteja do lado de fora. Mesmo que seja cha- • Não manter conversas com demais funcionários na
mado, não deve sair da guarita portaria ou em áreas comuns por tempo demasiado
• Caso haja dúvida sobre quem é o visitante, é conve- • Não comentar, fora do local de trabalho, sobre o seu
niente que o porteiro solicite que o morador venha identificar cotidiano no condomínio
visualmente o visitante • Manter portões e demais acessos ao condomínio fe-
• Durante esse período, o estranho deve esperar do lado chados em horários de recolhimento de lixo e limpeza das ruas
de fora do condomínio • Veja aqui: dicas de postura para porteiros e zeladores
• Não se deve colaborar com a entrada de visitantes re- • Baixe aqui: cartaz com 10 dicas do porteiro exemplar
gulares sem antes checar a autorização com o morador todas
as vezes   Para o Porteiro Trabalhar melhor

Recibimentos de encomendas • Portaria blindada ou com boas condições de trabalho


(bem ventilada e com um mínimo de espaço)
• Nos casos de entrega de comida o profissional interfo- • Linha telefônica na portaria
na para o morador vir retirar seu pedido na portaria, evitando a • Reciclagem a cada seis meses, para se manter atualizado
entrada de estranhos no condomínio • Conhecer bem os procedimentos do condomínio (sín-
• Se a entrega for dos Correios, como pacotes, por exem- dico e zelador devem colaborar ao explicar bem as regras para
plo, alguém da unidade é chamado para retirar o pacote e as- o funcionário)
sinar o recibo. Caso não haja ninguém na unidade, o porteiro • Números de telefone de emergência, como polícia,
pode receber o volume bombeiros, administradora, síndico, zelador, delegacia mais pró-
• Também nesse caso o entregador não adentra o con- xima, empresa responsável pela manutenção dos elevadores 
domínio • Veja aqui: Como ter porteiros motivados
• Em alguns casos, ao final do turno, o profissional entre- • Veja aqui: A guarita ideal para porteiros
ga os recebidos nas unidades – mas isso depende de cada local

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Agente de Segurança Escolar

Não pedir ao porteiro que... Quais os segmentos que compram segurança patrimonial?
• Descumpra as regras do condomínio Basicamente todo e qualquer segmento da indústria,
• Carregue sacolas de compras comércio ou habitação pode contar com o auxílio dos ser-
• Manobre carros na garagem viços da Segurança Patrimonial.
• “Fique de olho” nas crianças De toda forma, as áreas que mais frequentemente bus-
• “Sempre libere tal pessoa” cam a contratação desse tipo de serviço são empresas com
• Guarde chaves das unidades ou de automóveis na alto valor de produtos em suas sedes, empresas bancárias,
portaria  empresas em áreas consideradas de risco, condomínios etc.
Para melhor entender se sua empresa ou condomínio
Legislação SP também precisa da cobertura da segurança patrimonial, o
melhor é entrar em contato com alguma prestadora desse
Veja o que diz a convenção do Sindicato dos empre- tipo de serviço e solicitar uma avaliação da área.
gados de edifícios comerciais e residenciais de São Paulo Quando minha empresa precisa de segurança armada?
sobre o trabalho do porteiro: Uma vez realizada uma análise do local pelo gestor de
Parágrafo Segundo - Porteiro ou Vigia (diurno e notur- segurança especializado e identificado a necessidade de vi-
no) é o empregado que executa os serviços de portaria, tais gilantes em sua empresa ou condomínio, o próximo passo
como: é entender se a guarda precisa ou não ser armada.
• a) Receber e distribuir a correspondência destinada Muitos pensam que a solução mais lógica é sempre
aos condôminos ou inquilinos; contratar profissionais com posse de arma, porém, isso
• b) Transmitir e cumprir as ordens do zelador; nem sempre é uma real necessidade. Nesse âmbito, muitos
• c) Fiscalizar a entrada e saída de pessoas; itens devem entrar em questão, como o que está sendo
• d) Zelar pela ordem e respeito entre os usuários e protegido, se isso causará mais tranquilidade ou não para
ocupantes de unidades autônomas; seus funcionários, entre outras coisas.
• e) Dar conhecimento ao zelador de todas as recla- Algumas questões básicas que você pode se perguntar
mações que ocorrerem durante a sua jornada. antes de optar por um segurança armado é:
• meu negócio está propenso a ser atacado?
Fonte:https://www.sindiconet.com.br/informese/fun- • as empresas vizinhas usam segurança armado?
coes-do-porteiro-de-condominio funcionarios-de-condo- • como seus funcionários se sentem sobre armas de
minio-atribuicoes-dos-funcionarios fogo e guardas armados?
Além disso, de maneira bem clara, vigilantes armados
são mais caros do que os desarmados, por isso, é preciso
NOÇÕES DE SEGURANÇA PATRIMONIAL calcular se o custo com segurança cobre o valor dos pro-
VIGILÂNCIA DO PRÉDIO, DOS dutos. Na dúvida, confie essa decisão na análise do gestor
EQUIPAMENTOS E DOS MATERIAIS de segurança responsáve
ESCOLARES.
Fonte: http://www.globalsegmg.com.br/o-que-e-se-
guranca-patrimonial-e-como-ela-atua/
Podemos definir Segurança Patrimonial como um con-
junto de práticas e medidas de proteção, capazes de criar
um estado, em que o patrimônio do local esteja livre de
danos, interferências e perturbações. Essas práticas têm a
finalidade de poder garantir a integridade do patrimônio e
a incolumidade física das pessoas.
Podemos considerar patrimônio todos os bens, pode-
rios econômicos e a universalidade de direitos que se ex-
pressem de forma econômica ao seu proprietário.
Ao tratar de danos, falamos sobre perdas materiais,
como incêndios, acidentes, roubos, furtos, e diversas outras
ocorrências que sejam capazes de fornecer algum prejuízo
material.
As interferências, de maneira geral, são relacionadas
aos atos de sabotagem, espionagem, concorrência desleal
e furtos de informações, ou seja, ocorrências que possam
interferir no andamento dos negócios, causando prejuízos
financeiros.
Já as perturbações são sempre relacionadas com si-
tuações que interrompem, ameaçam ou alteram as ativi-
dades do local, normalmente trazendo também prejuízos
financeiros.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
3. NORMAS DE SEGURANÇA 25. NUNCA modifique as características originais da arma, e
nos casos onde houver a necessidade o faça através armeiro profis-
1. Somente aponte sua arma, carregada ou não, para onde sional qualificado;
pretenda atirar; 26. NUNCA porte sua arma quando estiver sob efeito de subs-
2. NUNCA engatilhe a arma se não for atirar; tâncias que diminuam sua capacidade de percepção (álcool, drogas
3. A arma NUNCA deverá ser apontada em direção que não ilícitas, medicamentos);
ofereça segurança; 27. NUNCA transporte ou coldreie sua arma com o cão ar-
4. Trate a arma de fogo como se ela SEMPRE estivesse car- mado;
regada; 28. Munição velha ou recarregada NÃO é confiável, podendo
5. Antes de utilizar uma arma, obtenha informações sobre ser perigosa.
como manuseá-la com um instrutor credenciado;
6. Mantenha seu dedo estendido ao longo do corpo da arma SÃO CONSIDERADAS ARMAS DE USO PERMITIDO,
até que você e esteja realmente apontando para o alvo e pronto para CONFORME LEGISLAÇÃO EM VIGOR:
o disparo;
7. Ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o SEMPRE com o 1. Armas de fogo curtas, de repetição ou semiautomáticas,
dedo estendido ao longo da arma; cuja munição comum tenha, na saída de cano, energia de até trezen-
8. SEMPRE se certifique de que a arma esteja descarregada tas libras-pé ou quatrocentos e sete joules e suas munições, como
antes de qualquer limpeza; por exemplo os calibres: 22 LR, 25 AUTO, 32 AUTO, 32 S&W, 38
9. NUNCA deixe uma arma de forma descuidada; SPL e 380 auto.
10. Guarde armas e munições separadamente e em locais fora 2. Armas de fogo longas raiadas, de repetição ou semiauto-
do alcance de crianças; máticas, cuja munição comum tenha, na saída de cano energia de até
11. NUNCA teste as travas de segurança da arma, acionando mil libras-pé ou mil trezentos e cinquenta e cinco joules e suas mu-
a tecla do gatilho; nições, como por exemplo os calibres: 22 LR, 32-22, 38-40 e 44-40;
12. As travas de segurança da arma são apenas dispositivos
3. Armas de fogo de alma lisa, de repetição ou semiautomáti-
mecânicos e não substitutos do bom senso;
ca, calibre 12 ou inferior, com comprimento de cano igual ou maior
13. Certifique-se de que o alvo e a zona que o circunda sejam
do que 24 polegadas ou seiscentos e de milímetros e suas munições
capazes de receber os impactos de disparos com a máxima segu-
de uso permitido;
rança;
4. Armas de pressão por ação de gás comprimido ou por ação
14. NUNCA atire em superfícies planas e duras ou em água,
de mola, com calibre igual ou inferior a 6 milímetros e suas muni-
porque os projéteis podem ricochetear;
ções de uso permitido;
15. NUNCA pegue ou receba uma arma, com o cano apontado
5. Armas que tenham por finalidade dar partida em compe-
em sua direção;
16. SEMPRE que carregar ou descarregar uma arma, faça tições desportivas, que utilizem cartuchos contendo exclusivamente
com o cano apontado para uma direção segura; pólvora.
17. Caso a arma “negue fogo”, mantenha-a apontada para o
alvo por alguns segundos. Em alguns casos, pode haver um retarda-
mento de ignição do cartucho;
7 SEGURANÇA DE DIGNITÁRIOS.
18. SEMPRE que entregar uma arma a alguém, entregue-a
descarregada;
19. SEMPRE que pegar uma arma, verifique se ela está real-
mente descarregada;
20. Verifique se a munição corresponde ao tamanho e ao ca- Em segurança considera-se risco qualquer evento capaz de pro-
libre da arma; duzir perdas ou danos, seja de ordem humana (a vida e a integridade
21. Quando a arma estiver fora do coldre e empunhada, NUN- física), ou de ordem patrimonial (englobam os bens tangíveis e in-
CA a aponte para qualquer parte de seu corpo ou de outras pessoas tangíveis).
ao seu redor, só a aponte na direção do seu alvo; Análise de riscos é o processo utilizado para detectar, quantifi-
22. Revólveres desprendem lateralmente gases e alguns resí- car, analisar e oferecer subsídios para priorizar o controle dos riscos
duos de chumbo na folga existente entre o cano e o tambor. Pistolas que recaem sobre o patrimônio tangível ou intangível ou sobre de-
e Rifles ejetam estojos quentes lateralmente; quando estiver atiran- terminada pessoa física ou jurídica.
do, mantenha as mãos livres dessas zonas e as pessoas afastadas; A análise de risco é uma das principais ferramentas que o gestor
23. Tome cuidado com possíveis obstruções do cano da arma de segurança tem para auxiliá-lo no processo decisório a respeito de
quando estiver atirando. Caso perceba algo de anormal com o recuo que tipo de processo será elaborado, quais serão as prioridades de
ou com o som da detonação, interrompa imediatamente os disparos, ação, até que ponto compensa investir na prevenção e no controle de
descarregue a arma e verifique cuidadosamente a existência de obs- cada risco, que tipo de procedimento será necessário e viável, e etc.
truções no cano; um projétil ou qualquer outro objeto deve ser ime- Os riscos podem ser provenientes de atos humanos, sejam eles
diatamente removido, mesmo em se tratando de lama, terra, graxa, criminosos ou não; oriundos de catástrofes naturais, que são os ris-
etc., a fim de evitar danos à arma e/ou ao atirador; cos incontroláveis; podem ser de ordem técnica, quando ocorrem
24. SEMPRE utilize óculos protetores e abafadores de ruídos determinados imprevistos, falhas técnicas ou mecânicas; ou causa-
quando estiver atirando; dos por mudanças politicas, ou ainda procedentes de acidentes.

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Vulnerabilidades frequentes:
•Rotina
•Improvisação
•Desmotivação
•Despreparo profissional
•Falta de informações
•Falta de interação da autoridade com o sistema de Segurança

Atribuições do Serviço de Segurança:


•Controle e emprego dos agentes
•Planejamento e execução de instrução
•Inspeções em locais e itinerários diversos
•Coordenação com as Polícias Civil e Militar e outros Órgãos
•Serviço de Guarda
•Controle de bagagem
•Controle de correspondência
•Controle e verificação de alimentos
•Controle de equipamentos
•Códigos de comunicação
•Levantamento de dados e acompanhamentos de empregados
•Controle de investigações especiais
Os riscos mais comuns são: furtos, roubos, sequestros, espio- •Arquivo de levantamentos
nagem, chantagem, sabotagem, desmoralização, incêndios, desvios,
entre outros. Os riscos e ameaças geram danos e perdas, que podem Atributos do Agente de Segurança:
•Resistência à fadiga
afetar a área humana, a área moral e a área material.
•Lealdade
Os danos e perdas humanas ocorrem quando há agressão ou
•Honestidade
lesão físicas, podem ser causadas por acidentes, brigas, confrontos,
•Discrição
sequestros ou atentados.
•Manejo de armas
Os danos e perdas de ordem moral ocorrem quando bens intan-
•Coragem
gíveis são afetados, são danos morais a pessoa física ou imagem da
•Dedicação
empresa.
•Inteligência
•Decisão
Gestão de Proteção à autoridades •Noções de defesa pessoal
É o seguimento da segurança que estabelece as estratégias •Nível intelectual e cultural
necessárias para impedir, neutralizar ou no mínimo reduzir riscos de •Experiência policial
ações hostis capazes de provocarem dano a integridade física, moral •Idade entre 26 e 45 anos
ou psicológica de uma pessoa ou grupo a ser protegido.
Classificação dos tipos de deslocamentos:
Princípios básicos
- clareza e coordenação, a) Quanto a Missão:
- economia de forças, ROTINEIROS: deslocamentos efetuados da residência para o
- emprego de força necessária, trabalho e vice-versa;
- flexibilidade e iniciativa, ESPECIAIS: são aqueles realizados para atender às solenidades
- objetividade e oportunidade, oficiais e as de cunho social (inaugurações, concertos, datas cívicas,
- preservação e segurança jantares);
- surpresa e unidade de comando INOPINADOS: são os deslocamentos não programados.

Definições básicas b) Quanto ao Meio de Transporte:


A Proteção de Autoridades destina-se a formar agentes de segu- AÉREOS: quando é utilizado avião ou helicóptero;
rança de dignitários, que podem ser autoridades civis ou militares. AQUÁTICOS: no caso de utilização de navios, lanches, barcos
pequenos, etc. Pode ser marítimo, fluvial ou lacustre;
Dignitário: É aquele que exerce cargo elevado, de alta gradua- TERRESTRES: realizado utilizando-se automóveis, ônibus e
ção honorífica e que foi elevado a alguma dignidade. É o VIP (Very trens.
Important Person).
c) Quanto ao sigilo:
Segurança: É uma série de medidas proporcionadas a uma au- OSTENSIVOS: quando realizado com o conhecimento do pú-
toridade que garantam, no sentido mais amplo possível, a sua inte- blico em geral, seja através da divulgação do deslocamento, seja pela
gridade física. fácil identificação pelos transeuntes da passagem da Autoridade;

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
SIGILOSOS: quando se procura furtar do conhecimento públi- •Os itinerários deverão ser reconhecidos no mesmo sentido em
co este deslocamento, agindo com discrição e se possível, utilizando que a Autoridade se deslocar;
transportes que não denunciem o citado deslocamento. •Caso haja necessidade de mudar o itinerário, por vontade da
Autoridade ou decisão do Chefe da Segurança, é necessário que o
d) Quanto ao horário: esquema de Segurança (Segurança Velada, Policiamento Ostensivo
DIURNOS: realizado à luz do dia, com todas as implicações e de Trânsito) tenha condições de se deslocar para o outro itinerário;
que um deslocamento nessas condições enfrenta (trânsito, pedestres, •Verificar nos lugares de embarque e desembarque da Autorida-
etc.). Para se diminuir o tempo de deslocamento, haverá necessidade de, o tipo de entrada e saída do veículo (ortodoxo e não-ortodoxo;
de emprego de força policial (trânsito); mão e contramão).
NOTURNOS: as condições são opostas às acima descrita. Não
há necessidade de envolvimento de grandes efetivos policiais na Se- Planejamento:
gurança. •Após o reconhecimento, é feita uma reunião para planejar o
esquema de Segurança a ser empregado;
e) Quanto à Extensão: •O planejamento deve ser o mais detalhado possível, distribuin-
CURTOS: deslocamentos realizados dentro do perímetro urba- do missões a todos os componentes do esquema de Segurança, de
no; uma forma simples e com clareza;
LONGOS: grandes deslocamentos fora do perímetro urbano ou •Deverá haver bastante entrosamento em todos os setores en-
mesmo fora da cidade (zona rural ou outras cidades). volvidos no esquema de Segurança, de modo a haver continuidade
no desenvolvimento dos trabalhos.
f) Quanto à Flexibilidade:
FLEXÍVEIS: quando há possibilidade de mudança no deslo- Decisão:
camento (itinerários alternativos) para outras opções de acesso e de Baseado nos quatro itens anteriores (tipo de deslocamento, exa-
retiradas dos locais a serem percorridos; me na carta, reconhecimento e planejamento), a decisão será então
NÃO FLEXÍVEIS: quando não há esta possibilidade (ex.: to- limitada à escolha do itinerário Principal e dos itinerários Alterna-
tivos.
davia sem retorno).
Quanto aos Meios Empregados
Execução
SIMPLES: deslocamentos que não exigem grande emprego de
meios (ex. deslocamentos inopinados e sigilosos);
Montagem do Dispositivo:
COMPLEXOS: há necessidade de grande emprego de meios.
•De acordo com o planejamento feito, cada chefe de setor de-
A utilização de pessoal e meios em apoio fica condicionado aos se-
verá assumir a sua missão e distribuir o seu pessoal, que deverá ter
guintes fatores:
pleno conhecimento de sua atuação;
•Importância da Autoridade; •Especial atenção para o pessoal empenhado nos pontos críticos
•A disponibilidade de pessoal e material; e pontos dominantes. Infiltração na multidão, da Segurança Velada
•A conjuntura atual. para sentir a reação do público em face de presença da Autoridade;
•Manter sempre uma reserva em condições de reforçar os pon-
Quanto às Comunicações: tos necessários;
Qualquer que seja o deslocamento há necessidade de uma rede •Verificar durante a montagem do dispositivo, o pleno conheci-
de comunicações. O comando da operação será feito pelo Chefe da mento da missão do pessoal em apoio: hospital, bombeiros, tropas
Segurança, se necessário, o comando poderá ser feito através da de choque, helicóptero, etc.
Central.
Reconhecimento final:
Exame na Carta: No dia do evento, após a montagem do dispositivo, com tempo
O exame na carta é importante para as fases posteriores de reco- suficiente antes da passagem da Autoridade, as equipes Precursora e
nhecimento no local e planejamento, por parte da Segurança. Vistoria realizam uma última inspeção no dispositivo. Etapas equi-
pes deverão manter contato permanente com o Chefe da Segurança
Deverá seguir os seguintes itens: para a eventualidade de uma mudança de itinerário (se necessário)
•Seleção das estradas que poderão ser utilizados nos diversos
itinerários; Tipificação das Ações Agressoras
•Escolha das estradas que permitam os deslocamentos sem pro-
blemas; Atentados:
•Identificar os pontos críticos. É preferível evitá-los, porém se Tudo pode ser motivo para um atentado: a necessidade de mo-
não for possível, reforçar a segurança nestes locais. dificar a situação político-social através do uso do terrorismo e vio-
lência; o fato de que a eliminação física de uma autoridade pode
Reconhecimento: propiciar mudanças no regime político e instauração de uma nova
•O reconhecimento é feito por etapas de acordo com a progra- ordem; a motivação de que a vítima é responsável por eventual cri-
mação da Autoridade, levando-se em consideração o tipo de deslo- se econômica ou pelas dificuldades financeiras enfrentadas pelos
camento e os dados fornecidos pelo exame na carta; agressores; a busca vantagem financeira; o desequilíbrio mental dos
•Não devemos desprezar nunca a possibilidade de um atentado, seus autores ou ainda motivações de antagonismo, o ódio, a vingan-
por menor que seja; ça, o ciúme etc.

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Um “Planejamento de Segurança de Dignitários” é especial- Criminosos Comuns
mente pensado e existe para fazer frente a um conjunto de amea-
ças previsíveis pela segurança. É dimensionado em função direta Embora se possa estranhar a inclusão desse grupo adverso,
das pessoas e grupos antagônicos, bem como dos recursos (talentos vale lembrar que diversas autoridades, notadamente em horários de
técnicos, militantes e simpatizantes, meios bélicos, disponibilidade folga ou em seus deslocamentos, já foram alvo de roubos ou fur-
financeira etc) dos quais tais eventuais agressores podem lançar mão tos e que tais ocorrências - que bem poderiam ser dissuadidas pela
no intento de desmoralizar, sequestrar, ferir ou matar aquela auto- efetiva presença ostensiva dos agentes de segurança - acabam por
ridade que é objeto da proteção. No geral, uma segurança pessoal desmoralizar, tanto a autoridade, quanto aqueles que se dedicavam
será condicionada pela necessidade de sobrepujar seus opositores a protegê-la.
potencialmente mais poderosos; e se qualificando obstinadamente
para fazer frente ao mais perigoso, a tendência (embora não a regra) Matadores Profissionais, “Pistoleiros” Ou “Assassinos De
é que consiga prevenir, dissuadir e atuar com sucesso, em face de Aluguel”
ocorrências adversas de menor gravidade, risco e sofisticação.
Profissionais do extermínio, normalmente agem de forma sele-
Fatores a serem considerados para o planejamento e execução tiva, focando apenas seus alvos especificamente. Estudam pormeno-
de um trabalho de segurança de dignitários: rizadamente seus alvos, anotam seus hábitos e rotinas, a segurança
•Grau de risco; que os cerca, planejam suas ações de forma poderem efetuar o aten-
•Importância da autoridade; tado com êxito sem se exporem à possibilidade de captura. Variando
•Conjuntura atual; em direta relação com a importância de seus alvos (e também da
•Comportamento da autoridade; segurança que os protege) podem empregar meios tecnologicamente
•Disponibilidade de recursos materiais e humanos. caros e sofisticados como armas longas com lunetas, miras infraver-
melhas, lançadores de foguetes, venenos, substâncias radioativas,
Vantagens para o executante do atentado: artefatos explosivos disfarçados etc.
•Conhecimento do local da ação;
•Disponibilidade de tempo para o planejamento; Crime Organizado
•Possibilidade de ocultação entre o público, convidados ou im-
prensa; •Despreparo do elemento de segurança; Tratam-se de organizações criminosas e como tal dispõe de re-
•Rotina conhecida e vazamento de informações das atividades cursos financeiros de grande monta, permitindo custear atentados
da autoridade; que podem ser elaborados e dispendiosos. Os “modus-operandi”
•Meios de comunicações deficientes; variam desde as ações perpetradas por numerosos grupos armados
•Falta de cooperação da autoridade. (no estilo “Bonde”, como são chamados os comboios do tráfico
carioca), às ações com atiradores de longo alcance da Máfia e as
Fontes de hostilização: bombas dos cartéis colombianos. Vale lembrar a ação contra o Juiz
•Organizações de informações adversas; Giovanne Falcone na Sicília, Itália em 1992, quando a Máfia identi-
•Organizações terroristas; ficou diversas rotas empregadas nos deslocamentos do magistrado,
•Outros: Missões Diplomáticas hostis, Imprensa, Pessoas, etc. minou (com cerca de uma tonelada de explosivos) uma extensão de
50m de estrada, e detonou a carga com extrema precisão cronomé-
Propósito dos atentados: trica, no momento que o comboio da autoridade passava pelo local
DESMORALIZAÇÃO, causado através do escândalo, normal- a 100Km/h.
mente com ampla divulgação pela imprensa;
SEQUESTRO, com a finalidade de auferir vantagem política Loucos ou Psicopatas
ou lucro financeiro;
EXTERMÍNIO da vítima, como propósito extremo, quando Embora as ações desses grupos variem desde a simples agres-
atingido o objetivo ou com a finalidade de encobrir a identidade e são física de mãos nuas às facadas e tiros à queima roupa, o principal
fuga do elemento adverso. risco repousa na absoluta imprevisibilidade de suas ações. Não se
CAUSAR TERROR ou pânico entre a população. pode estimar quem poderá atentar, onde agirá, quando e por quais
meios, gerando uma indefinição extremamente perigosa para a segu-
Desafetos rança. Embora alguns desequilibrados mentais possam ser facilmen-
te identificáveis (e por conseguinte previsíveis, como o inofensivo
Um ex-correligionário ou ex-amigo pode tentar aproximar-se “Beijoqueiro”, que se notabilizou por beijar personalidades como o
do segurado a fim de agredi-lo verbal ou fisicamente, valendo das cantor Frank Sinatra, o Papa João Paulo II e inúmeras outras cele-
mãos nuas, de armas brancas, armas de fogo ou qualquer recurso bridades) outros, dos quais ninguém desconfiaria, “a priori”, já pro-
que a sua qualificação pessoal ou profissional permita empenhar varam ser capazes de disparar contra presidentes ou celebridades.
contra nosso protegido. Em tal situação, que uma equipe de segu-
rança bem estruturada poderá enfrentar com sucesso, a segurança Partidos, Agremiações Ou Grupos Políticos De Oposição
deverá ter conhecimento prévio da existência do referido desafeto,
identificar-lhe as feições, e salvo em casos especialíssimos (como se Na América Latina vem sendo extremamente comum o recurso
por exemplo o antagonista for um exímio atirador ou um especialis- do assassinato político de juízes, prefeitos, vereadores, deputados e
ta em explosivos), apenas lhe caberá impedir que o referido cidadão até senadores. Para prevenir tais ações é extremamente importan-
possa te acesso ao dignitário. te avaliar as implicações da vida política do segurado, buscando a

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
identificação e conhecimento da personalidade de seus adversários, bem como de seu histórico de conduta e amizades. Por mais que tal prática
venha a encontrar opositores no âmbito da nossa romântica sociedade civil, se deve investigar a ação de pessoas ou grupos de tendência política
contrária, que possam intentar contra a autoridade protegida. As informações oriundas dos levantamentos de inteligência são o alicerce do pla-
nejamento de uma segurança de dignitários. É extremamente difícil proteger contra complôs, os quais normalmente contam com a colaboração
de pessoas próximas ao protegido.

Organizações Terroristas

No âmbito dos grupos realizadores de atentados, as organizações terroristas são adversários prioritários das equipes encarregadas da pro-
teção de altas autoridades. Normalmente tais organizações são objeto da vigilância constante dos órgãos de inteligência nacionais, os quais
procuram munir os setores de segurança dos respectivos dignitários, de todos os indícios e informações disponíveis sobre possíveis ações adver-
sas. Dispondo de recursos técnicos e de integrantes treinados e extremamente motivados as organizações terroristas são uma ameaça que vem
requerer da segurança planejamentos elaborados e esquemas dispendiosíssimos para proporcionar mínimas garantias aos segurados.
Quadro comparativo de motivações, atentados e contramedidas.
Observando-se o quadro abaixo, observa-se a eficiência da segurança aproximada como contramedida da maioria dos tipos de atentado.

Segurança Avançada, Velada e Aproximada

Segurança Avançada: Um agente de segurança pode realizar a coleta de informações nos locais que serão visitados pelo VIP, sendo deno-
minado nesta função de “Avançado ou Precursor”. O agente percorre o trajeto e inspeciona o local, elaborando relatório dos possíveis riscos, se
apresentando aos funcionários e/ou outros agentes do local e colhe informações dos protocolos existentes. As informações proporcionam dados
relevantes ao planejamento da segurança, tais como, mapas, rotas alternativas, nomes de pessoas relevantes à segurança, números de telefone,
esboços e entradas, saídas, pontos críticos e estratégicos.
Segurança Velada: É o grupo de agentes que se infiltram no público, são distribuídos nos locais dos eventos, ou nos itinerários do VIP,
procurando detectar, informar e neutralizar possíveis ameaças.
Segurança Aproximada: Agentes que executam a proteção imediata, ficando posicionados próximos e constantemente ao redor do VIP,
cabendo resguardá-lo, reagir a ameaças e retirá-lo em caso de emergência.

Deslocamento móvel e a pé

ESCOLTA MOTORIZADA
Um ponto fundamental em uma equipe de segurança é quando a Autoridade/VIP se desloca em veículos. Existem procedimentos para
diminuir a possibilidade de ocorrências, ou o emprego de técnicas/táticas para enfrentar as ameaças. O veículos do VIP e da equipe de escolta
devem ser potentes, fáceis de manejar e acima de tudo confiáveis.
O veículo deve:
•Estar em perfeitas condições de uso;
•Ter todos os equipamentos de segurança da viatura obrigatórios checados;

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
•A viatura da Autoridade/VIP deve ser preferencialmente blin- Blindagens:
dada;
•Utilizar carros com quatro portas, preferencialmente com me- As blindagens foram desenvolvidas como recurso de proteção
nos de dois anos de uso, boa potência e em cores discretas; contra projéteis disparados contra o veículo. A superfície externa
•Possuir dois estepes na viatura dos seguranças; do veículo é classificada em região opaca, onde a proteção é cons-
• Equipamentos de comunicação; truída com chapas de aço e mantas de aramida, e região transpa-
• Manter as portas trancadas e os vidros fechados. rente onde o vidro é construído com camadas intercaladas de vidro
e policarbonato, mantendo o grau necessário de transparência para
Vistoria dos Veículos: assegurar as condições de dirigibilidade e conforto ao dirigir. Os
a) Parte Externa: pneus também devem ser blindados.
•Pneus e rodas;
•Piscas e lanternas; Aprimoramentos e Conhecimentos do Veículo:
•Espelhos;
•Abertura de Portas e Janelas;
•Calibragem dos pneus – a maioria dos fabricantes recomenda
•Procurar plásticos, fios, fitas, adesivos, principalmente na
26 ou 28 libras, entretanto, para que os pneus não estourem com
parte inferior do veículo.
uma manobra brusca (um cavalo-de-pau, por exemplo), o ideal é
b) Parte Interna:
colocar 40 libras;
•Verificar o compartimento do Motor e o Porta-Malas;
•Aprenda a abrir por dentro o porta malas do veículo;
•Verificar a bateria do veículo;
•Verificar o painel, estepe, rádios, limpadores, tapetes, nível •Tenha no porta malas do veículo: lanterna (verifique regu-
do óleo do motor, freios, etc.; larmente as pilhas), canivete com lâmina serrilhada, duas latas de
•Procurar qualquer material estranho deixado no veículo com “Tire Repair”, evitando a troca de pneus em locais isolados e tele-
atenção especial embaixo dos bancos do veículo e no porta-luvas; fone celular desligado (verifique regularmente a bateria);
•Conheça o centro de gravidade do veículo – Hatchbacks em
ATRIBUIÇÕES geral (Gol, Palio, Fiesta, Corsa, etc) possuem o CG deslocado mais
a frente, devido ao peso do motor, isso faz que eles tendam a jogar
- Motoristas: a traseira em curvas fechadas ou frenagens bruscas.
•Películas (Insufilme) – Aspectos positivos: A maior parte das
•Respeitar as regras e normas do trânsito, exceto em situações abordagens ocorre nos deslocamentos e paradas do veículo, a pe-
de emergência que necessitem evadir-se do local; lícula dificulta a análise do risco para o marginal, ao impedir a
•Detectar as ameaças e informar qualquer suspeita a equipe visualização de seu interior. Aspectos negativos: O nível de escu-
de segurança; recimento permitido pelo Detran não impede que o marginal faça
•Conhecer os princípios de direção defensiva, evasiva e ofen- um reconhecimento do interior do veículo. Utilizar níveis acima
siva; do permitido prejudica a visibilidade à noite e sob chuva. Uma
•Permanecer atento para evitar ser engavetado ou bloqueado outra desvantagem é que, caso a vítima esteja sendo mantida como
nos deslocamentos ou áreas de estacionamento; refém dentro de seu próprio veículo, a película pode dificultar a
•Estudar o itinerário, conhecendo os possíveis pontos de intervenção de policiais, já que não podem perceber a ocorrência.
apoio, rotas alternativas e de fuga;
•Ter condições de operar os meios de comunicação em situa- Tipos de Escolta Motorizada
ções de emergência;
•Trabalhar em conjunto com a equipe de escolta evitando que As situações de risco ocorrem com maior frequência durante o
os veículos se distanciem ou se percam um do outro; deslocamento do VIP. O número de carros envolvidos depende da
•Auxiliar na vistoria e verificar as condições gerais do veículo.
disponibilidade de veículos, de pessoal, do grau de risco envolvido
•Manter o veículo sempre abastecido, sem esquecer da im-
e do nível do VIP. Dois carros, da equipe de escolta e do VIP, é o
portância de abastecer o veículo em locais seguros e de confiança,
mínimo recomendado.
para evitar sabotagens por meio de combustível adulterado (for-
çando o veículo a parar).
1 – Um veículo - VIP + Motorista segurança:
- Equipe de Escolta:

•Observa e troca informações com os motoristas e os agentes


de segurança;
•Estuda o itinerário, conhecendo os possíveis pontos de apoio,
rotas alternativas e de fuga;
•Faz a cobertura do VIP no embarque/desembarque do veí-
culo;
•Efetuar vistoria e verifica as condições gerais do veículo. Como destacado anteriormente é a pior situação possível

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
2 – Dois veículos

É o esquema utilizado quando há pequeno grau de risco. O carro da segurança deve ficar a retaguarda.

3 – Três Veículos

Quando há razoável grau de risco são utilizados dois veículos de uso exclusivo da segurança.

4 – Comboios
Comboios são utilizados para VIP´s ou Dignitários de Alto grau de risco. É comum nos comboios, uma equipe avançada reconhecer o
itinerário para detectar possíveis riscos, facilitar o fluxo do comboio, controlar a aproximação de outros veículos ou escolher caminhos alter-
nativos. É importante coordenar os trabalhos com as outras equipes que estarão atuando, a fim de evitar desencontros de informações, decisões
conflitantes, quebra de hierarquia/protocolo, ou situações de incidentes internacionais.

Comboio Padrão para Chefe de Estado ou Governo ou Alto Grau de Risco

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
DESLOCAMENTOS

Batidas/Colisões
São táticas utilizadas para parar a equipe de segurança ou o VIP. Os marginais batem na traseira do veículo, ou colidem com sua lateral
fazendo com que o carro perca o controle. É importante estar atento a aproximação de outros veículos e percebendo uma armadilha, não parar
no local.

Saídas/Mudança de Faixa em tráfego Congestionado


O veículo da Equipe de Escolta (E), dá seta e posiciona-se para facilitar a saída do carro do VIP (V). É necessário agir com discrição, evi-
tando causar situação de conflito com outros motoristas que podem causar atrasos para a segurança ou constrangimento para o VIP.

Conversões
O veículo da Equipe de Escolta (E), se posiciona para evitar que outros carros ultrapassem o carro do VIP (V).

Medidas Preventivas nos Deslocamentos


•Dê preferência às vias policiadas e movimentadas;
•Conheça os locais de apoio no trajeto, como hospitais, postos policiais, etc;
•Evite veículos personalizados ou de fácil identificação, como veículos com o logotipo da empresa, isso facilita o trabalho dos marginais
em reconhecer a vítima ou neutralizar a equipe de escolta;
•Varie horários e itinerários;
•Demonstre condição de reação, mostrando atenção, distância de segurança dos outros carros, possibilitando manobras para evasão, esco-
lha a faixa de tráfego;
•Mantenha os vidros fechados e as portas travadas;
•O motorista do carro do VIP deve trabalhar em sintonia com o carro da escolta, evitando acelerar o carro quando perceber que o farol ficará
vermelho, pois pode se distanciar ou perder-se da equipe de escolta;
•Evite parar o veículo, siga as orientações de posicionamento inteligente descritas logo abaixo.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Posicionamento Inteligente Integrantes

Cruzamentos são especialmente perigosos. Os marginais apro- - Líder ou Mosca: É o agente de segurança que coordena a
veitam a parada do veículo para abordar a vítima. Procure verificar a equipe de escolta, responsável direto por proteger/retirar o VIP em
cor do semáforo, estando fechado diminua a velocidade do veículo, situações de risco.
mantendo o carro em movimento o maior tempo possível (dificulta - Alas: são os agentes que ajudam o trabalho do Líder,
a abordagem dos marginais), estando aberto aumente a velocidade subdividindo-se em: Ala Lateral: Posicionado na Lateral da equipe,
procurando evitar ficar parado no cruzamento. A Equipe de Escol- auxilia na retirada do VIP, combate ao(s) agressor(es); Ala Avan-
ta trabalha em conjunto com o Motorista do VIP para diminuir os çado (ou Ponta): Posiciona-se a frente no deslocamento, primeira
riscos de incidentes. É necessário pensar sempre à frente da nossa linha de defesa, deve negociar com elementos suspeitos que se apro-
posição atual. Verificando que o semáforo irá fechar, diminui-se a ximem do VIP e/ou combater/imobilizaro(s) agressor(es); Ala Pos-
velocidade do veículo para ficar o menor tempo possível parado, terior (ou Rabo): Posiciona-se atrás no deslocamento, alertando/
ao parar, procura-se evitar as primeiras filas e a faixa da esquerda. evitando ataques a retaguarda.
Posiciona-se o carro de modo a ter condição de manobra e fuga se
necessário. Grupos

ESCOLTA A PÉ Em situações de risco elevado, normalmente envolvendo Auto-


ridades/Dignitários, as equipes de segurança são divididas em dois
Formações de Escolta e Atribuições grandes grupos: Grupo de Preparação, que envolve a equipe pre-
cursora e a equipe de vistoria e o Grupo de Execução, que envolve
ATRIBUIÇÕES os agentes que fazem a segurança aproximada, fixa, móvel, velada,
avançada e ostensiva.
Equipe de Escolta Todos os membros da equipe:
a) Procuram detectar as ameaças Tipos de Formações
b) Informam quando a ameaça é detectada aos outros elementos
1 – VIP + Motorista segurança: No Brasil, muitas pessoas con-
da equipe
tratam um motorista que tem funções de agente de segurança ou
c) Protegem o VIP
vice-versa. É um erro muito grave que dificulta a correta proteção,
d) Protegem os outros membros da equipe
tanto do agente quanto do VIP.
e) Mantêm coesa a formação evitando distrações
f) Não se ausentam da formação sem avisar
g) Não abandonam suas posições
h)Selecionam pessoas que possam se aproximar do VIP, me-
diante prévia autorização do Líder, evitando causar constrangimen-
tos
i) Mantêm estrito relacionamento profissional com o VIP e seus
familiares
j) Mantêm o sigilo de informações
k) Não aceitam e nem oferecem favores
l) Não bebem no horário de serviço
m) Procuram ser discretos
n) Respeitam a Privacidade do VIP e de seus familiares 2 – VIP + Dois Agentes: É o mínimo necessário para a proteção
o) Seguem as orientações dos superiores e determinações do do VIP. O líder permanece atrás na formação.
VIP, desde que não ofereça risco a sua integridade física ou das pes-
soas sob sua proteção.
p) Utilizam formações flexíveis
q) Adaptam-se a imprevistos

Formações Táticas

- Proteção Ostensiva: é representada por agentes de proteção


com armas a vista, podendo estar uniformizados. Ex: Agentes de
Proteção em Israel, policiais militares ou Militares em áreas de con-
flito;
- Proteção Aproximada: Os agentes estão com as armas ocultas
e próximas ao VIP, é o tipo mais comum de formação;
- Proteção Velada: Os agentes estão em trajes civis, dissimula-
dos no ambiente, sendo difícil sua identificação.

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
3 – VIP + Três Agentes: Com três agentes é possível conferir maior proteção ao VIP, podemos subdividir em:

3 – VIP + Quatro Agentes

SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES

Tipos de Imóveis:

Hotel:

Vantagens: A administração facilita os serviços de limpeza, arrumação, lavagem de roupas, alimentação, etc. Pode-se ocupar o último andar
para facilitar o controle de acesso de pessoas.
Desvantagens: O acesso no Hotel é livre a todos, não se tendo o controle efetivo dos que entram e saem. A existência de escadas de
incêndios facilita ao acesso de pessoas.

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Apartamentos: •Escolha de empregados;
•Visitas identificadas;
Vantagens: •Utilização de alarmes;
- O acesso ao imóvel geralmente é isolado; •Emprego de cães.
- Os elementos que circulam no prédio geralmente são conhe-
cidos (vizinhos); Cuidados com a Correspondência
- As entradas e saídas são em menor número, facilitam ao con-
trole do acesso de pessoas. Também poderá ser considerado como No caso de recebimento de cartas ou pacotes suspeitos, verificar
desvantagem (Vigilância do elemento adverso). os itens abaixo:
•Remetente procedência;
Desvantagens: •Selos, lacres e carimbos;
- O acesso é coletivo, no caso de ser a mesma entrada para salas •Peso e espessura;
•Cheiro em manchas;
comerciais;
•Rigidez da embalagem;
- A existência de escadas de incêndio facilita ao acesso de pes-
•Envelope duplo.
soas.
Cuidado com o Automóvel
Casas Geminadas:
A situação ideal é a de que carro permaneça (quando não uti-
Desvantagens: lizado) trancado numa garagem também fechada. Quando isto não
- As entradas sendo juntas dificultam a adoção de medidas de ocorrer, antes de abrir o automóvel devemos examinar:
segurança, principalmente o controle do acesso de pessoas; •O chão em torno do carro;
- Os telhados normalmente dão acesso de uma para outra casa; •Os lados do carro;
- Podem-se ouvir conversas através das paredes; •Embaixo do carro (reflexo);
- A casa vizinha pode ser utilizada como apoio para uma hos- •O seu interior.
tilização.
Planejamento De Itinerários
Casas soladas
Dentre as diversas situações vulneráveis em que se pode en-
Vantagens: contrar uma Autoridade, uma das mais críticas é durante um deslo-
- É a situação ideal, facilita a Segurança. camento a pé ou transportado, quaisquer que sejam as precauções
- Permite em melhores condições, as diversas medidas de prote- tomadas.
ção (sistema da alarmes, comunicações, gerador reserva, etc.). Por esta razão, o planejamento e a escolha de itinerários a serem
- Facilita o controle do acesso de pessoas e veículos. percorridos por uma Autoridade, merecem especial atenção por par-
te da Segurança com o objetivo de evitar, dificultar ou minimizar os
Desvantagens: A existência de pontos dominante nas proximi- efeitos de uma agressão.
dades dificulta a Segurança.
ESCOLHA DE ITINERÁRIOS: é a decisão decorrente de um
Segurança no local de Trabalho reconhecimento e planejamento sobre o deslocamento a pé ou trans-
portado, a ser percorrido por uma Autoridade.
O local de trabalho poderá estar localizado em imóveis confor-
Aspecto a serem observados na escolha de itinerários
me as situações acima apresentadas e em consequência apresentará
•Classificação dos tipos de deslocamentos;
as mesmas vantagens e desvantagens correspondentes. •Exame na carta;
•Reconhecimento;
Seleção de Residências •Planejamento;
•Decisão;
Caso seja possível selecionar uma residência, antes da ocupa- •Execução.
ção, devemos nos preocupar com os seguintes itens:
•Privacidade; EXPOSIÇÃO EM PÚBLICO
•Cercas e muros (com altura suficiente para proteção);
•Sem obstáculos entre a casa e o muro; A exposição em público é todo o comparecimento, de uma
•Vários acessos ao local da residência; autoridade, a um lugar no qual se encontram presentes pessoas es-
•Distante de pontos dominantes. tranhas ao seu convívio diário, a fim de cumprir um compromisso
oficial ou particular.
Segurança da Residência
Fatores Considerados nos Planejamentos
Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas de segu- Quanto ao público:
rança que deveremos utilizar na residência. • Controlado: é aquele que foi selecionado previamente para a
•Proteção para todas as aberturas; participação no evento.
•Inspeções frequentes nas dependências; • Não controlado: é aquele que não é selecionado ou previa-
•Dependências vazias (trancadas e verificadas regulamente); mente controlado.

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
CAPÍTULO VII Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não
DISPOSIÇÕES GERAIS deve ser desprezado em hipótese alguma. A demora na prestação do
atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim como
Imunidades absolutas (ou escusas absolutórias) procedimentos inadequados. Importante lembrar que um ser huma-
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos cri- no pode passar até três semanas sem comida, uma semana sem água,
mes previstos neste título, em prejuízo: porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal (antes oxigênio.
de eventual separação judicial; a doutrina tradicional entende que
apenas o casamento civil ou religioso com efeitos civis estão en- Alguns conceitos aplicados aos primeiros socorros
globados pela escusa, mas há entendimento de que a união estável-
-concubinato tem aplicação); Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a
II - de ascendente (ex.: pai, avô, bisavô) ou descendente (ex.: uma pessoa, fora do ambiente hospitalar, cujo estado físico, psíqui-
filho, neto, bisneto), seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja co e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua saúde, com
civil ou natural. o objetivo de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de
- natureza da isenção: razões de “política criminal”, notada- suas condições (estabilização), até que receba assistência médica
mente pela menor repercussão do fato e pelo intuito de preservar as especializada.
relações familiares. Prestador de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de co-
- sendo a autoria conhecida, a autoridade policial estará proibi- nhecimento capaz de prestar atendimento à uma vítima até a chega-
da de instaurar IP. da do socorro especializado.
Socorrista: Titulação utilizada dentro de algumas instituições,
Imunidades relativas (ou processuais) sendo de caráter funcional ou operacional, tais como: Corpo de
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o Bombeiros, Cruz Vermelha Brasileira, Brigadas de Incêndio, etc.
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: Manutenção da Vida: Ações desenvolvidas com o objetivo de
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado (se o garantir a vida da vítima, sobrepondo à “qualidade de vida”.
Qualidade de Vida: Ações desenvolvidas para reduzir as se-
crime ocorre após o divórcio a imunidade não tem aplicação);
quelas que possam surgir durante e após o atendimento.
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
Urgência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
hospital. O tempo gasto entre o momento em que a vítima é en-
- não tem aplicação aos “crimes contra o patrimônio” que se
contrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível.
apuram mediante “ação penal privada”, como nos tipificados nos
Exemplos: hemorragias de classe II, III e IV, etc.
artigos 163, § único, IV (“dano qualificado por motivo egoístico ou
Emergência: Estado grave, que necessita atendimento médico,
com prejuízo considerável para a vítima”) e 164 (“introdução ou embora não seja necessariamente urgente. Exemplos: contusões le-
abandono de animais em propriedade alheia”). ves, entorses, hemorragia classe I, etc.
Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas
Exceções que necessitam de atendimento.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anterio- Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pes-
res: soas mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro.
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quan- Sinal: É a informação obtida a partir da observação da vítima.
do haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; Sintoma: É informação a partir de um relato da vítima.
II - ao estranho que participa do crime (terá aplicação a qua-
lificadora do concurso de agentes). Aspectos legais do socorro
Texto adaptado: Marcelo Cândido de Azevedo - Artigo 5º e 196 Constituição;
- Artigo 135 do Código Penal Brasileiro;
- Resolução nº 218/97 do Conselho Nacional de Saúde;
9 NOÇÕES DE PRIMEIROS-SOCORROS. Constituição:

Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

PRIMEIROS SOCORROS Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re-
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
(APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve antes de igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a
outras pessoas, não justifica a tomada de atitudes inconsequentes, Da Saúde
que acabem transformando-o em mais uma vítima. A seriedade e o
respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-
(primeiros socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta des- do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
necessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informações risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-
pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Código Penal: O consentimento implícito pode ser adotado também no caso
de acidentes envolvendo menores desacompanhados dos pais ou
Omissão de Socorros responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação cita que o con-
sentimento seria dado pelos pais ou responsáveis, caso estivessem
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê- presentes no local.
-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pes-
soa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; As fases do socorro:
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. 1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada no lo-
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão cal do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo
morte. em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializa-
do. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o
Direitos da pessoa que estiver sendo atendida número de vítimas e a provável gravidade delas e todas as outras
informações que possam ser úteis para a notificação do acidente,
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui bem como a utilização dos equipamentos de proteção individual
o direito de recusar o atendimento. No caso de adultos, esse direito (EPI - luvas, mascaras, óculos, capote, etc) e solicitação de auxílio
existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensa- a serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193), SAMU
mento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como: crenças (192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Civil (363
religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for rea- 1350), CEB (0800610196), Cruz Vermelha, etc.
lizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para:
receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o
socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a víti- Avaliar a situação:
ma, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo. - Inteirar-se do ocorrido com tranquilidade e rapidez;
Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do aci- - Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e terceiros;
dente, como um trauma na boca por exemplo, mas demonstre atra- - Criar um rápido plano de ação para administrar os recursos
vés de sinais que não aceita o atendimento, fazendo uma negativa materiais e humanos visando garantir a eficiência do atendimento.
com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro, deve-
-se proceder da seguinte maneira: Manter a segurança da área:
- Não discuta com a vítima; - Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança da cena;
- Não questione suas razões, principalmente se elas forem ba- - Não tentar fazer sozinho mais do que o possível.
seadas em crenças religiosas;
- Não toque na vítima, isso poderá ser considerado como viola- Chamar por socorro especializado: Assegurar-se que a ajuda
ção dos seus direitos; especializada foi providenciada e está a caminho.
- Converse com a vítima. Informe a ela que você possui trei-
namento em primeiros socorros, que irá respeitar o direito dela de 2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção imediata
recusar o atendimento, mas que está pronto para auxiliá-la no que dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles:
for necessário; - Vias aéreas - Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical?
- Arrole testemunhas de que o atendimento foi recusado por - Respiração - Está adequada?
parte da vítima. - Circulação - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves?
- Nível de Consciência - AVDI.
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita
pelo pai, pela mãe ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que pos-
do local do acidente antes da chegada do socorro especializado, o sam ajudar ao prestador de socorro classificar a vítima como clínica
prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas que ou traumática.
comprovem o fato. Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros natureza fisiológica, como doenças, etc.
pode ser: Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza
- formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda traumática, como possíveis fraturas. Devemos nesses casos atentar
com o atendimento, após o prestador de socorro ter se identificado para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão.
como tal e ter informado à vítima que possui treinamento em pri-
meiros socorros; 3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os componentes
- implícito, quando a vítima está inconsciente, confusa ou gra- necessários para que se possa tomar a decisão correta sobre os cui-
vemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consen- dados que devem ser aplicados na vítima.
tindo com o atendimento. Nesse caso, a legislação cita que a vítima - Entrevista rápida - SAMPLE;
daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o seu - Exame rápido;
desejo de receber o atendimento de primeiros socorros. - Aferição dos Sinais vitais - TPRPA.

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
SAMPLE:
S - sinais e sintomas;
A - alergias;
M - medicações;
P - passado médico;
L - líquidos e alimentos;
E - eventos relacionados com o trauma ou doença.

O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar o pulso e a respiração.

Pulso:
Frequência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal, lenta ou rápida.
Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e outro. Pode ser regular ou irregular.
Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio (quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco).

Respiração:
Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal, lenta ou rápida.
Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e outra, podendo ser regular ou irregular.
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou superficial.

Sinais Vitais (TPRPA) Temperatura Pulso Respiração


Fria Adulto 60 a 100 bpm Adulto 12 a 20 ipm

Normal Criança 80 a 120 bpm Criança 20 a 30 ipm

Quente Bebê 100 a 160 bpm Bebê 30 a 60 ipm

Pressão Arterial

VN <130mmHg sistólica e <80mmHg diastólica


- estenda o braço da vítima com a mão em supinação;
- enrole o manguito vazio no ponto médio do braço;
- feche a válvula perto da pêra;
- apalpe a artéria braquial;
- bombeie o manguito até cessar o pulso;
- coloque o estetoscópio encima do local do pulso braquial;
- libere o ar vagarosamente até ouvir o 1º som de “korotkoff”;
- observe no mostrador os mmHg no momento do 1º som (sístole);
- continue esvasiando até para o som de “korotkoff”;
- observe no mostrador os mmHg no último som (diástole);
- continue esvaziando totalmente o manguito;
- anote os valores da PA e a hora, ex: 130x80 mmHg 10:55 h.

4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se da cabeça aos pés da vítima, procurando identificar lesões.
Durante a inspeção dos membros inferiores e superiores deve-se avaliar o Pulso, Perfusão, Sensibilidade e a Motricidade (PPSM)

5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se o exame da vítima, avalia-se a região dorsal, preveni-se o estado de choque e prepara-
-se para o transporte.

6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se periodicamente os sinais vitais e mantém-se uma constante observação do aspecto geral
da vítima.
Reavaliar vítimas - Críticas e Instáveis a cada 3 minutos;
Reavaliar vítimas - Potencialmente Instáveis e Estáveis a cada 10 minutos.
Críticas: PCR e parada respiratória.
Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, queimaduras, etc.
Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxações, queimaduras, etc.
Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras, distensões, etc.

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo

SEQUÊNCIA DAS FASES DO SOCORRO AVALIAÇÃO DA CENA


01 - Segurança da cena;
02 - Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
03 - Solicitação de Recursos Adicionais (CBM, CVB, PM, PC, CEB, etc.)
AVALIAÇÃO INICIAL
04 - Impressão geral da vítima (clínica ou trauma);
05 - Nível de consciência: Alerta, Verbaliza, Doloroso ou Inconsciente -
AVDI;
06 - Abrir vias aéreas sem comprometer a coluna cervical;
07 - Avaliar a respiração: Ver, Ouvir e Sentir - VOS;
08 - Avaliar circulação: presença de pulso carotídeo;
09 - Pesquisar e controlar hemorragias;
10 - Classificar o CIPE - Crítico, Instável, Potencialmente Instável ou Es-
tável;
11 - Inspecionar, mensurar e colocar o colar cervical.
AVALIAÇÃO DIRIGIDA
12 - Entrevista rápida - SAMPLE;
13 - Exame rápido - limitado a uma lesão grave aparente;
14 - Sinais vitais: Temperatura, Pulso, Respiração e Pressão Arterial - TPR-
PA
AVALIAÇÃO FÍSICA DETALHADA
15 - Inspecionar e apalpar a cabeça (fronte, crânio e orelhas);
16 - Inspecionar e apalpar a face (olhos e mandíbula);
17 - Inspecionar e apalpar os ombros, clavícula e tórax;
18 - Inspecionar e apalpar os quatro quadrantes abdominais;
19 - Inspecionar e apalpar a região pélvica e genitália;
20 - Inspecionar e apalpar os membros inferiores (PPSM)
21 - Inspecionar e apalpar os membros superiores (PPSM)
ESTABILIZAÇÃO E TRANSPORTE
22 - Realizar o rolamento avaliando a região dorsal;
23 - Identificar e prevenir o estado de choque;
24 - Transporte (preferencialmente pelo serviço especializado)
AVALIAÇÃO CONTINUADA
25 - Reavaliar vítimas - Críticas e instáveis a cada 3 minutos;
26 - Reavaliar vítimas - Potencialmente instáveis e estáveis a cada 10 mi-
nutos

Remoção do acidentado: A remoção da vítima, do local do acidente para o hospital, é tarefa que requer da pessoa prestadora de primei-
ros socorros o máximo de cuidado e correto desempenho.

Antes da remoção:
- Tente controlar a hemorragia;
- Inicie a respiração de socorro;
- Execute a massagem cardíaca externa;
- Imobilize as fraturas;
- Evite o estado de choque, se necessário.

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Para o transporte da vítima, podemos utilizar: maca ou padio- - Como levantar a vítima do chão com a ajuda de uma ou mais
la, ambulância, helicóptero ou recursos improvisados (Meios de pessoas.
Fortuna):
- Ajuda de pessoas;
- Maca;
- Cadeira;
- Tábua;
- Cobertor;
- Porta ou outro material disponível.

Como proceder

Vítima consciente e podendo andar: Remova a vítima apoian- Vítima consciente ou inconsciente: Como remover a vítima,
do-a em seus ombros. utilizando-se de cobertor ou material semelhante:

Vítima consciente não podendo andar:

- Transporte a vítima utilizando dos recursos aqui demonstra-


dos, em casos de:
- Fratura, luxações e entorses de pé;
- Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros in-
feriores;
- Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e outros. Como remover vítima de acidentados suspeitos de fraturas
de coluna e pelve:
- Utilize uma superfície dura - porta ou tábua (maca improvi-
sada);
- Solicite ajuda de pelo menos cinco pessoas para transferir o
acidentado do local encontrado até a maca;
- Movimente o acidentado como um bloco, isto é, deslocando
todo o corpo ao mesmo tempo, evitando mexer separadamente a
cabeça, o pescoço, o tronco, os braços e as pernas.

Pegada de rede:

Vítima inconsciente:
Pegada Cavaleiro:
- Como levantar a vítima do chão sem auxílio de outra pessoa:

Como remover acidentado grave não suspeito de fratura de co-


luna vertebral ou pelve, em decúbito dorsal: Utilize macas improvi-
sadas como: portas, cobertores, cordas, roupas, etc.;

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Importante: Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do organismo
- Evite paradas e freadas bruscas do veículo, durante o trans- em reagir a uma infecção provocada por bactérias ou vírus que pene-
porte; tram na corrente sanguínea liberando grande quantidade de toxinas.
- Previna-se contra o aparecimento de danos irreparáveis ao aci- Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume sanguíneo.
dentado, movendo-o o menos possível Possui as seguintes causas:
- Solicite, sempre que possível, a assistência de um médico na Perdas sanguíneas - hemorragias internas e externas;
remoção de acidentado grave; Perdas de plasma - queimaduras e peritonites;
- Não interrompa, em hipótese alguma, a respiração de socorro Perdas de fluídos e eletrólitos - vômitos e diarréias.
e a compressão cardíaca externa ao transportar o acidentado. Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alérgica.
Ocorrem as seguintes reações:
Hemorragias: Pele: urticária, edema e cianose dos lábios;
É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da árvore
sanguíneo, podendo ser arterial, venosa ou capilar. respiratória;
Sistema circulatório: dilatação dos vasos sanguíneos, queda da
Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A hemor-
PA, pulso fino e fraco, palidez.
ragia abundante e não controlada pode causar a morte de 3 a 5 mi-
nutos.
Como se manifesta
Classificação quanto ao volume de sangue perdido: - Pele fria e úmida;
Classe I perda de até 15% do volume sanguíneo (adulto de 70 - Sudorese (transpiração abundante) na testa e nas palmas das
kg = até 750 ml de sangue), apresenta discreta taquicardia; mãos;
Classe II perda de 15 a 30% do volume sanguíneo (adulto de 70 - Palidez;
kg = até 750 a 1.500 ml de sangue), apresenta taquicardia, taquip- - Sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores;
neia, queda da PA e ansiedade; - Náusea e vômitos;
Classe III perda de 30 a 40% do volume sanguíneo (adulto de - Respiração curta, rápida e irregular;
70 kg = 2 litros, de sangue), apresenta taquicardia, taquipneia, queda - Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do brilho
da PA e ansiedade, insuficiente perfusão; dos olhos;
Classe IV perda de mais de 40% do volume sanguíneo (adulto - Queda gradual da PA;
de 70 kg = acima de 2 litros, de sangue), apresenta acentuado - Pulso fraco e rápido;
aumento da FC e respiratória, queda intensa da PA. - Enchimento capilar lento;
- Inconsciência total ou parcial.
Como proceder (técnicas de hemostasia):
- Mantenha a região que sangra em posição mais elevada que Como proceder
o resto do corpo; - Realize uma rápida inspeção na vítima;
- Use uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, - Combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se
pressionando-o com firmeza, a fim de estancar o sangramento; possível;
- Comprima com os dedos ou com a mão os pontos de pressão, - Mantenha a vítima deitada e em repouso;
onde os vasos são mais superficiais, caso continue o sangramento; - Controle toda e qualquer hemorragia externa;
- Dobre o joelho - se o ferimento for na perna; o cotovelo - se no - Verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca, se
antebraço, tendo o cuidado de colocar por dentro da parte dobrada, necessário, secreção, dentadura ou qualquer outro objeto;
bem junto da articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel; - Inicie a respiração de socorro boca-a-boca, em caso de parada
respiratória;
- Evite o estado de choque;
- Execute a compressão cardíaca externa associada à respiração
- Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi-
de socorro boca-a-boca, se a vítima apresentar ausência de pulso e
mo.
dilatação das pupilas (midríase);
- Afrouxe a vestimenta da vítima;
Desmaio e estado de choque: É o conjunto de manifestações - Vire a cabeça da vítima para o lado, caso ocorra vômito;
que resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue circu- - Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto nos casos
lante e a capacidade do sistema vascular, causados geralmente por: de choque cardiogênicos (infarto agudo do miocárdio, arritmias e
choque elétrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, ferimento cardiopatias) pela dificuldade de trabalho do coração;
grave, envenenamento, exposição a extremos de calor e frio, fratu- - Procure aquecer a vítima;
ra, emoção violenta, distúrbios circulatórios, dor aguda e infecção - Avalie o status neurológico (ECG);
grave. - Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi-
mo.
Tipos de estado de choque:
Queimaduras, Insolação e Intermação
Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de bombear
sangue para o resto do corpo. Possui as seguintes causas: infarto Queimaduras: São lesões dos tecidos produzidas por substân-
agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias. cia corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou frio e de emanação
Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sanguíneos em radioativa. A gravidade de uma queimadura não se mede somente
função de uma lesão medular. Geralmente é provocado por trauma- pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela ex-
tismos que afetam a coluna cervical (TRM e/ou TCE). tensão ou localização da área atingida.

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Classificação das Queimaduras - Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente, marga-
rina, etc. sobre a área queimada;
1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com: - Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque;
- Eritema (vermelhidão); - Procure um médico.
- Dor local suportável;
- Inchaço. Importante: Nas queimaduras por soda cáustica, devemos lim-
par as áreas atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem,
2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com: pois o contato destas substâncias com a água cria uma reação quími-
- Eritema (vermelhidão); ca que produz enorme quantidade de calor.
- Formação de Flictenas (bolhas);
- Inchaço; Insolação: É uma perturbação decorrente da exposição direta e
- Dor e ardência locais, de intensidades variadas. prolongada do organismo aos raios solares.

3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo Como se manifesta


os tecidos mais profundos, podendo ainda alcançar músculos e os- - Pele seca, quente e avermelhada;
sos. Estas queimaduras se apresentam: - Pulso rápido e forte;
- Secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas, - Dor de cabeça acentuada;
- Pouca ou nenhuma dor local; - Sede intensa;
- Pele branca escura ou carbonizada; - Temperatura do corpo elevada;
- Não ocorrem bolhas. - Dificuldade respiratória;
- Inconsciência.
Queimaduras de 1º, 2º e 3º grau podem apresentar-se no mesmo
acidentado. O risco de morte (gravidade do caso) não está no grau Como proceder
da queimadura, e sim na extensão da superfície atingida e ou da lo-
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
calidade da lesão. Quanto maior a área queimada, maior a gravidade
- Afrouxe as vestes da vítima;
do caso.
- Mantenha o acidentado em repouso e recostado;
- Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível;
Avaliação da Área Queimada
- Procure o hospital mais próximo.
Use a “regra dos nove” correspondente a superfície corporal:
Intermação: Perturbação do organismo causada por excessivo
Genitália 1%
Cabeça 9% calor em locais úmidos e não arejados, dificultando a regulação tér-
Membros superiores 18% mica do organismo.
Membros inferiores 36%
Tórax e abdômen (anterior) 18% Como se manifesta
Tórax e região lombar (posterior) 18% - Dor de cabeça e náuseas;
Considere: - Palidez acentuada;
Pequeno queimado - menos de 10% da área corpórea; - Sudorese (transpiração excessiva);
Grande queimado - Mais de 10% da área corpórea; - Pulso rápido e fraco;
- Temperatura corporal ligeiramente febril;
Importante: Área corpórea para crianças: - Inconsciência.

Cabeça 18% Como proceder


Membros superiores 18% - Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
Membros inferiores 28% - Afrouxe as vestes da vítima;
Tórax e abdômen (anterior) 18% - Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que
Tórax e região lombar (posterior) 13% o resto do corpo.
Nádegas 5%
Asfixia e Afogamento
Como proceder
- Afastar a vítima da origem da queimadura; Asfixia: Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser pro-
- Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso contrário, vocada por: choque elétrico, afogamento, deficiência de oxigênio
abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco; atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVA-
- Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau); CE), etc. A falta de oxigênio pode provocar sequelas dentro de 3 a 5
- Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das minutos, caso não haja atendimento conveniente.
bolhas;
- Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos; Como se manifesta
- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas; - Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisio- - Ausência de movimentos respiratórios;
lógico; - Inconsciência;

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
- Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas); - Inconsciência;
- Midríase (pupilas dilatadas); - Parada respiratória;
- Respiração ruidosa; - Parada cardíaca.
- Fluxo aéreo diminuído ou ausente.
Como proceder
Como proceder - Tente retirar a vítima da água utilizando material disponível
- Encoraje ou estimule a vítima a tossir; (corda, boia, remo, etc.)
- Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras de Hei- - Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxime-se da
mlich.
vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a cabeça fora d’água
- Caso esteja inconsciente, aplique duas insulflações e observe
(cuidado com o afogamento duplo);
sinais da passagem do ar (expansão de tórax); caso não haja, in-
- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando fora
tercale 5 Heimlich com a inspeção das vias aéreas para observar a
expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, percebendo a parada d’água;
respiratória e notando sinais da passagem do ar, mantenha 1 insu- - Insista na respiração de socorro se necessário, o mais rápido
flação a cada 5 segundos (12 ipm) até a retomada da respiração ou possível;
chegada do socorro especializado. - Execute a compressão cardíaca externa se a vítima apresentar
- Para lactentes conscientes, aplique 5 compressões do tórax ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas);
intercalado de 5 tapotagens (como no desenho) e inspeção das vias - Friccione vigorosamente os braços e as pernas da vítima, esti-
aéreas; mulando a circulação;
- Para lactentes inconsciente, aplique duas insulflações (somen- - Aqueça a vítima;
te o ar que se encontra nas bochechas) e observe sinais da passa- - Remova a vítima para o hospital mais próximo.
gem do ar (expansão de tórax). Caso não haja, intercale 5 Heimlich
(como no desenho) com a inspeção das vias aéreas para observar a Ressuscitação Cárdio Pulmonar (Rcp):
expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, se perceber a parada
respiratória e notar sinais da passagem do ar, mantenha 1 insuflação Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar uma
a cada 3 segundos (20 ipm) até a retomada da respiração ou chegada vida pela falência ou insuficiência do sistema respiratório ou car-
do socorro especializado. diovascular. Sem oxigênio as células do cérebro morrem em 10
minutos. As lesões começam após 04 minutos a partir da parada
respiratória.

Causas da parada cardiorrespiratória (pcr):


- Asfixia;
- Intoxicações;
- Traumatismos;
- Afogamento;
- Eletrocussão (choque elétrico);
- Estado de choque;
- Doenças.

Como Se Manifesta
- Perda de consciência;
- Ausência de movimentos respiratórios;
- Ausência de pulso;
- Cianose (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da unhas ar-
roxeadas);
- Midríase (pupilas dilatadas e sem fotorreatividade).

Como proceder
- Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de pulso),
executar a reanimação cárdio pulmonar (RCP); - Verifique o estado de consciência da vítima, perguntando-lhe
- Procure o hospital mais próximo. em voz alta: “Posso lhe ajudar?”;
- Trate as hemorragias externas abundantes;
Afogamento: Asfixia provocada pela imersão em meio líquido. - Coloque a vítima em decúbito dorsal sobre uma superfície
Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito, onda mais forte, inunda- dura;
ção ou enchente e por quem se lança na água sem saber nadar. - Verifique se a vítima está respirando (VOS);
- Realize a hiperextensão do pescoço. Esta manobra não deverá
Como se manifesta ser realizada se houver suspeita de lesão na coluna cervical. Nesse
- Agitação; caso, realize a tração da mandíbula, sem inclinar e girar a cabeça da
- Dificuldade respiratória; vítima ou empurre mandibular;

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
- Verifique se as vias aéreas da vítima estão desobstruídas aplicando-lhe duas insulflações pelo método boca-a-boca:

- Verifique se a vítima apresenta pulso, caso negativo inicie a compressão cardíaca externa:

- Posicione as mãos sobre o externo, 02 cm acima do processo xifóide;


- Mantenha os dedos das mãos entrelaçados e afastados do corpo da vítima;
- Mantenha os braços retos e perpendiculares ao corpo da vítima;

- Inicie a compressão cardíaca comprimindo o peito da vítima em torno de 03 a 05 cm;

- Realize as compressões de forma ritmada procurando atingir de 80 a 100 compressões por minuto;
- Deve intercalar 02 insulflações a cada 30 compressões.

- Após 01 ciclo (02 insulflações e 30 compressões 4 vezes) monitorar novamente os sinais vitais;
- Não interrompa a rcp, mesmo durante o transporte, até a recuperação da vítima ou a chegada do socorro especializado.

Casos Específicos

Ao executar a compressão cardíaca externa em adolescentes ou em crianças, pressione o tórax com uma das mãos, em lactentes apenas
com a ponta dos dedos, sendo que para estes deve se fazer 1 insuflação (somente o ar nas bochechas) para 5 compressões, reavaliar a cada ciclo
(01 insuflação e 5 compressões 20 vezes)

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Respiração de Socorro Método de Silvester (Modificado)

Este método é aplicado nos casos em que não se pode empregar o método boca-a-boca (traumatismos graves de face, envenenamento por
cianureto, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, soda cáustica, fenol e outras substâncias cáusticas). O método silvestre permite não só o restabele-
cimento dos movimentos respiratórios como os do coração.

Como proceder
- Desobstrua a boca e a garganta da vítima, fazendo tração da língua e retirando corpos estranhos e secreção;
- Coloque a vítima em decúbito dorsal;
- Eleve o tórax da vítima com auxílio de um travesseiro, cobertor dobrado, casaco ou pilha de jornal, inclinando sua cabeça para trás,
provocando a hiperextensão do pescoço;
- Ajoelhe-se, coloque a cabeça da vítima entre suas pernas e com os braços paralelos ao corpo;
- Segure os punhos da vítima, trazendo seus braços para trás e para junto de suas pernas (rente ao solo);
- Volte com os braços da vítima para frente (rente ao solo), cruzando-os sobre o peito (parte inferior do externo 2 cm do processo xifóide);
- Pressione o tórax da vítima 05 vezes seguidas;
- Volte os braços da vítima para a posição inicial e reinicie o método.

Equipamentos para socorros de urgência (sugestão):

Prepare sua caixa de primeiros socorros antes de precisar dela. Amanhã, uma vida poderá depender de você.

- Algodão - Esparadrapo - Papel e caneta


- Ataduras - Estetoscópio - Pinças hemostáticas
- Atadura elástica - Gaze esterilizada - Respirador “Ambu”
- Cobertor térmico - Lenço Triangular - Sabão
- Luva de procedimen-
- Colar cervical - Soro fisiológico
tos
- Compressas limpas - Máscaras - Talas variadas
- Curativos protetores - Micropole - Telefones úteis
- Cânulas de Guedel - Maca rígida ou KED - Tesoura
- Esfignomanômetro - Óculos de proteção - Válvula para RCP

Lesões nos ossos e articulações

Lesões na espinha (coluna)

Providências: Cuidado no atendimento e no transporte (imobilização correta)

Fraturas: O primeiro socorro consiste apenas em impedir o deslocamento das partes fraturadas, evitando maiores danos.
- Fechadas
- Expostas

Não faça: não desloque ou arraste a vítima até que a região suspeita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que haja eminente perigo
(explosões ou trânsito).

Luxações ou deslocamentos das juntas (braço, ombro)


- Tipoia

Entorses e distensões
- Trate como se fosse fraturas.
- Aplique gelo e compressas frias no local.

Contusões
- Providencias: repouso do local (imobilização), compressas frias.

Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pancada na cabeça (concussão cerebral).

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Ferimentos Natureza da Lesão: Inicialmente, cumpre saber que se dá o
nome de traumatismo a toda lesão produzida no indivíduo por um
A - leves ou superficiais agente mecânico (martelo, faca, projétil), físico (eletricidade, calor,
Procedimentos: Faca limpeza do local com soro fisiológico ou irradiação atômica), químico (ácido fênico, potassa cáustica) ou,
água corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra o fe- ainda, biológico (picada de animal venenoso). De acordo com essa
rimento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto classificação, devem-se considerar alguns tipos de lesões (e suas
Socorro ou UBS. Não tente retirar farpas, vidros ou partículas de consequências imediatas) a requerer socorro urgente.
metal do ferimento.
Contusão: É o traumatismo produzido por uma lesão, que tanto
poderá traduzir-se por uma mancha escura (equimose) como por um
B - ferimentos extensos ou profundos
tumor de sangue (hematoma); este, quando se localiza na cabeça, é
denominado, vulgarmente, ‘galo’. As contusões são dolorosas e não
1 - ferimentos abdominais abertos se acompanham de solução de continuidade da pele. A parte contun-
Procedimentos: evite mexer em vísceras expostas, cubra com dida deve ficar em repouso sob a ação da bolsa de gelo nas primeiras
compressa úmida e fixe-a com faixa, removendo a vitima com cui- horas e do banho de luz nos dias subsequentes.
dado a um pronto-socorro mais próximo.
Ferida: É o traumatismo produzido por um corte sobre a super-
2 - ferimentos profundos no tórax fície do corpo. Corte ou ferida pode ser superficial, afetando apenas
Procedimentos - cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, a epiderme (escoriação ou arranhadura), ou profundo, provocando
evitando entrada de ar para o interior do tórax, durante a inspira- hemorragia às vezes mortal. Sendo o ferimento produzido por um
ção. punhal, canivete ou projétil, os órgãos profundos, como o coração,
Aperte moderadamente um cinto ou faixa em torno do tórax podem ser atingidos, causando a morte. As feridas podem ser ainda
para não prejudicar a respiração da vitima. punctiformes (espetadela de prego), lineares (navalha), irregulares
(ferida do couro cabeludo, por queda). Não se deve esquecer que um
3 - ferimentos na cabeça pequeno ferimento produzido nos dedos ou na mão pode acarretar
Procedimentos: afrouxe suas roupas, mantenha a vitima deita- paralisias definitivas em virtude de serem aí muitos superficiais os
da em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para conter tendões e os nervos. Além disso, as feridas podem contaminar-se
hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo. facilmente, dando lugar a uma infecção purulenta, com febre e for-
mação de íngua. As feridas poluídas de terra, fragmentos de roupa
etc., estão sujeitas a infecção, inclusive tetânica. Numa emergência,
C - Ferimentos Perfurantes: São lesões causadas por acidente
deve-se proteger uma ferida com um curativo qualquer e procurar
com vidros metais, etc. sustar a hemorragia.
1 - farpas - Prenda-as com uma atadura sobre uma gaze. Ferida Venenosa: É aquela produzida por um agente vulneran-
2 - atadura - Nos dedos, mãos, antebraço ou perna, cotovelo ou te envenenado (mordedura de cobras, picada de escorpião, flechas),
joelho - Como fazer. que inocula veneno ou peçonha nos tecidos, acarretando reação
3 - bandagem - Serve para manter um curativo, uma imobi- inflamatória local ou envenenamento frequentemente mortal do in-
lização de fratura ou conter provisoriamente uma parte do corpo divíduo. O tratamento resume-se em colocar um garrote acima da
lesada. lesão, extrair o veneno por sucção, retirar o ferrão no caso de inseto,
aplicar soro antivenenoso quando indicado, soltar o garrote aos pou-
Cuidados: cos e fazer um curativo local com antisséptico e gaze esterilizada.
- a região deve estar limpa;
- os músculos relaxados; Esmagamento: É uma lesão grave, que afeta os membros.
- começar das extremidades dos membros lesados para o centro; Ocorre nos desastres de trem, atropelamentos por veículos pesados,
desmoronamentos etc. O membro atingido sofre verdadeiro tritu-
Importante: qualquer enfaixamento ou bandagem que provoque ramento, com fratura exposta, hemorragia e estado de choque da
dor ou arroxeamento na região deve ser afrouxado imediatamente. vítima, que necessitará de socorro imediato para não sucumbir por
anemia aguda ou choque. Quando o movimento tem de ser destaca-
do do corpo, a operação recebe o nome de amputação traumática. Há
Torniquetes: São utilizados somente para controlar hemorra-
também os pequenos esmagamentos, afetando dedos, mão, e cuja
gias nos casos em que a vítima teve o braço ou a perna amputada repercussão sobre o estado geral é bem menor. Resistindo a vítima
ou esmagadas. à anemia aguda e ao choque, poderá estar ainda sujeita à infecção,
especialmente gangrenosa e tetânica.
Procura-se diminuir os ferimentos do ferido e, sobretudo, im-
pedir a sua morte imediata. Evidentemente, o primeiro socorro, que Choque: É um estado depressivo decorrente de um traumatis-
pode ser feito mesmo por uma pessoa leiga, servirá para que o aci- mo violento, hemorragia acentuada ou queimadura generalizada.
dentado aguarde a chegada do médico, ou seja, transportado para o Pode também ocorrer em pequenos ferimentos, como os que pe-
hospital mais próximo. Para que alguém se torne útil num socorro netram o tórax. Caracteriza-se pelos seguintes sintomas: palidez da
urgente, deve ter algumas noções sobre a natureza da lesão e como face, com lábios arroxeados ou descorados, se há hemorragia; pele
proceder no caso. fria, principalmente nas mãos e nos pés; suores frios e viscosos na

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
face e no tronco; prostração acentuada e voz fraca; falta de ar, res- Fratura: É toda solução de continuidade súbita e violenta de
piração rápida e ansiedade; pulso fraco e rápido; sede, sobretudo um osso. A fratura pode ser fechada quando não houver rompimento
se há hemorragia; consciência presente, embora diminuída. Como da pele, ou aberta (fratura exposta) quando a pele sofre solução de
primeiro socorro, precisa-se deitar o paciente em posição horizon- continuidade no local da lesão óssea. As fraturas são mais comuns
tal e, havendo hemorragia, elevar os membros e estancar o sangue, ao nível dos membros, podendo ser únicas ou múltiplas. Na primeira
aquecendo-se o corpo moderadamente, por meio de cobertores. infância, é frequente a fratura da clavícula. Como causas de fraturas
citam-se, principalmente, as quedas e os atropelamentos. Localiza-
Hemorragia: É a perda sanguínea através de um ferimento ções principais:
ou pelos orifícios naturais, como as narinas. Quando a hemorragia - fratura dos membros, as mais comuns, tornando-se mais gra-
ultrapassa 500g no adulto, ocorre a anemia aguda, cujos sintomas ves e de delicado tratamento quanto mais próximas do tronco;
se assemelham aos do choque (palidez, sede, escurecimento da - fratura da bacia, em geral grave, acompanhando-se de choque
vista, pulso fraco, descoramento dos lábios, falta de ar e desmaios). e podendo acarretar lesões da bexiga e do reto, com hemorragia in-
A hemorragia venosa caracteriza-se por sangue escuro, jato lento terna;
e contínuo (combate-se pela compressão local e não pelo garrote). - fratura do crânio, das mais graves, por afetar o encéfalo, pro-
A hemorragia arterial se distingue pelo sangue vermelho rutilante tegido por aquele; as lesões cerebrais seriam responsáveis pelo cho-
em jato forte e intermitente (combate-se pela compressão local, que, paralisia dos membros, coma e morte do paciente. A fratura do
quando pequena, e pelo garrote, quando grande). O paciente, em crânio é uma ocorrência mais comum nas grandes cidades, devido
caso de anemia aguda, deve ser tratado como no caso do chocado, aos acidentes automobilísticos, e apresenta maior índice de mortali-
requerendo ainda transfusões de sangue, quando sob cuidados dade em relação às demais. O primeiro socorro precisa vir através de
médicos. aparelho respiratório, pois os pacientes podem sucumbir por asfixia.
Deve-se lateralizar a cabeça, limpar-lhe a boca com o dedo protegi-
Queimadura: É toda lesão produzida pelo calor sobre a superfí- do por um lenço e vigiar a respiração. Não se deve esquecer que o
cie do corpo, em graus maiores ou menores de extensão (queimadura choque pode também ocorrer, merecendo os devidos cuidados;
localizada ou generalizada) ou de profundidade (1º, 2º, e 3º graus). - fratura da coluna: ocorre, em geral, nas quedas, atropelamen-
Consideram-se ainda queimaduras as lesões produzidas por subs-
tos e nos mergulhos em local raso, sendo tanto mais grave o prog-
tância cáustica (ácido fênico), pela eletricidade (queimadura elétri-
nóstico quanto mais alta a fratura; suspeita-se desta fratura, quando
ca), pela explosão atômica e pelo frio. As diversas formas de calor
o paciente, depois de acidentado, apresenta-se com os membros
(chama, explosão, vapor das caldeiras, líquidos ferventes) são, na
inferiores paralisados e dormentes; as fraturas do pescoço são qua-
verdade, as causas principais das queimaduras. São particularmente
se sempre fatais. Faz-se necessário um cuidado especial no sentido
graves nas crianças e na forma generalizada. Assim, a mortalidade
de não praticar manobras que possam agravar a lesão da medula;
é de 9% nas queimaduras da cabeça e membros superiores; 18% na
coloca-se o paciente estendido no solo em posição horizontal, com
face posterior ou anterior do tronco, e 18% nos membros inferiores.
o ventre para cima; o choque também pode ocorrer numa fratura
Como foi dito, classificam-se as queimaduras em três graus: 1º grau,
dessas.
ou eritema, em que a pele fica vermelha e com ardor (queimadura
pelo sol); 2º grau ou flictema, com formação de bolhas, contendo
um líquido gelatinoso e amarelado. Costuma também ser dolorosa, Irradiação Atômica: As explosões atômicas determinam dois
podendo infectar-se quando se rompe a bolha; e do 3º grau, ou es- tipos de lesões. A primeira, imediata, provocada pela ação calórica
cara, em que se verifica a mortificação da pele e tecidos subjacen- desenvolvida, e a segunda, de ação progressiva, determinada pela
tes, transformando-se, mais tarde, numa ulceração sangrante, que se radioatividade. Nos pacientes atingidos, o primeiro socorro deve ser
transforma em grande cicatriz. Quando às queimaduras pequenas, o da sua remoção do local, combate ao choque e tratamento das
basta untá-las com vaselina ou pomadas antissépticas, mas, quando queimaduras quase sempre generalizadas. Não se pode ignorar o
ocorrem as queimaduras extensas, o primeiro socorro deve dirigir-se perigo que existe em lidar com tais enfermos, no que se refere à
para o estado geral contra o choque, em geral iminente. radioatividade.

Distorção: Decorre de um movimento violento e exagerado de Retirada do Local: O paciente pode ficar preso às ferragens de
uma articulação, como o tornozelo. Não deve ser confundida com um veículo, escombros de um desabamento ou desacordado pela
a luxação, em que a extremidade do osso se afasta de seu lugar. É fumaça de um incêndio. Sua remoção imediata é, então, necessária.
uma lesão benigna, embora muito dolorosa, acompanhando-se de Assim procedendo, evita-se a sua morte, o que justifica processo de
inchação da junta e impossibilidade de movimento. A imobilização remoção até certo ponto perigoso mas indispensável. O socorrista
deve ser primeiro socorro, podendo empregar-se também bolsa de deve conduzir-se com prudência e serenidade, embora, em certas
gelo, nas primeiras horas. ocasiões, a retirada do paciente deve ser a mais rápida possível. Em
certas circunstâncias, será necessário recorrer ao Corpo de Bombei-
Luxação: Caracteriza-se pela saída da extremidade óssea, que ros e a operários especializados, a fim de libertar a vítima. Enquanto
forma uma articulação, mantendo-se fora do lugar em caráter per- se espeta esse socorro, deve-se tranquilizar a vítima, procurando es-
manente. Em certos casos a luxação se repete a um simples movi- tancar a hemorragia, se a houver, e recorrer a medidas que facilitem
mento (luxação reincidente). As luxações mais comuns são as da a respiração, já que em certas circunstâncias pode ser precário o teor
mandíbula e do ombro. O primeiro socorro consiste no repouso e de oxigênio da atmosfera local. Isso é muito importante para a so-
imobilização da parte afetada. brevivência do paciente.

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Posição do Acidentado: O decúbito dorsal, com o corpo es- comprimir com o dedo, externamente, a asa do nariz; finalmente,
tendido horizontalmente, é a posição mais aconselhável. A posição em caso de hemorragia pós-parto ou pós-aborto, deve-se colocar a
sentada favorece o desmaio e o choque, fato nem sempre do conhe- paciente numa posição de declive, mantendo-se o quadril e os mem-
cimento do leigo. Quando a vítima está inconsciente, é preciso co- bros inferiores em nível mais elevado. Em casos excepcionais, o
locá-la de lado, ou apenas com a cabaça lateralizada, para que possa ferimento pode estar localizado numa região difícil de se colocar
respirar melhor e não sofra asfixia no decurso do vômito. Havendo um garrote; procede-se, então, pelo método da compressão ao nível
fratura da mandíbula e lesões da boca, é preferível colocar o pacien- da ferida; pode-se, inclusive, utilizar o dedo ou a mão, num caso de
te em decúbito ventral. Somente os portadores de lesões do tórax, extrema hemorragia.
dos membros superiores e da face, desde que não sofram desmaios.
Combater o choque e a anemia aguda: Começa-se por colocar
Identificação das Lesões: Estando o paciente em local ade- o paciente, sem travesseiros ou qualquer suporte sob a cabeça, man-
quado, deve-se, imediatamente, identificar certas lesões mais sérias, tendo ou membros inferiores em nível mais elevado; removem-se
como ferimentos que sangram, fratura do crânio, choque, anemia todas as peças do vestuário que se encontram molhadas, para que
aguda ou asfixia, capazes de vitimar o paciente, se algo de imediato não se agrave o resfriamento do enfermo; cobre-se, em seguida, o
não for feito. Eis a orientação que se deve dar ao diagnóstico dessas seu corpo com cobertores ou roupas de que se dispõe no momento, a
lesões: fim de aquecê-lo. A vítima pode ingerir chá ou café quente se estiver
- hemorragia, que se denuncia nas próprias vestes pelas man- consciente e sem vômitos; ao mesmo tempo, deve-se tranquilizá-
chas de sangue; basta, então, rasgar a fazenda no local suspeito, para -la, prometendo-lhe um socorro médico imediato e dizendo-lhe da
que se localize o ferimento; vantagem de ficar imóvel. mesmo no caso dos queimados, observa-
- fratura do crânio, cujo diagnóstico deverá ser levantado quan- -se um resfriamento das extremidades do paciente, havendo neces-
do o indivíduo, vítima de um acidente, permanece desacordado e, sidade de usar cobertores sobre o mesmo. Não convém esquecer-se,
sobre tudo, se ele sangra pelo ouvido ou pelo nariz; também, a sobreposição de cobertores do leito; embora o aqueci-
- fratura de membros, posta em evidência pela deformação lo- mento do enfermo possa tornar-se perigoso, se provocar sudorese.
cal, dificuldade de movimentos e dor ao menor toque da lesão;
- fratura da coluna vertebral, quando o paciente apresenta para- Imobilizar as fraturas: O primeiro socorro essencial de um
lisia de ambos os membros inferiores que permanecem dormentes, fraturado é a sua imobilização por qualquer meio; podem-se impro-
indolores mas sem movimentos; visar talas com ripas de madeira, pedaço de papelão, ou, no caso de
- choque e anemia aguda, com o paciente pálido, pulso fraco, membro inferior, calha de zinco; nas fraturas de membros superior,
sede intensa, vista escura, suores frios e ansiedade com falta de ar; as tipóias são mais aconselháveis. Quando o paciente é fraturado de
- luxação, tornando-se o membro incapaz de movimentos, dolo- coluna, a imobilização deve cingir-se ao repouso completo numa
roso e deformado ao nível da junta; posição adequada, de preferência o decúbito dorsal com extensão
- distorção, com dificuldade de movimento na articulação afeta- do corpo.
da, apresentando-se este bastante dolorosa e inchada;
- queimadura, fácil de diagnóstico pela maneira que se produ- Vigiar a respiração: É muito importante nos traumatizados
ziu; resta verificar a sua extensão e gravidade, o que pode ser orien- observar a respiração, principalmente quando eles se encontram in-
tado pela queimadura das peças do vestuário que ficam carbonizadas conscientes. A respiração barulhenta, entrecortada ou imperceptível
em contato com o tegumento; no caso de queimadura generalizada, deve despertar no observador a suspeita de dificuldade respiratória,
suspeitar, logo, de um estado de choque e não esquecer da alta gra- com a possibilidade de asfixia. Começa-se por limpar a boca do pa-
vidade nas crianças; ciente de qualquer secreção, sangue ou matéria vomitada, o que se
- asfixia, que pode ocorrer nos traumatismos do tórax, de crâ- pode fazer entreabrindo a boca da vítima e colocando uma rolha
nio, queimaduras generalizadas e traumatismo da face. Identifica-se entre a arcada dentária a fim de, com o dedo envolvido em um len-
esta condição pela coloração arroxeada da face (cianose), a dificul- ço, proceder a limpeza. Em complemento, ao terminar a limpeza,
dade de respirar e de consciência que logo se instala. lateriza-se a cabeça, fecha-se a boca do paciente segurando-lhe a
cabeça um pouco para trás. Isso permitirá que a respiração se faça
Medidas de Emergência melhor. Havendo parada respiratória, é preciso iniciar, imediata-
mente, a respiração artificial boca-a-boca ou por compressão ritma-
Após a identificação de uma das lesões já focalizadas, pode-se da da base do tórax (16 vezes por minuto). Não se deve esquecer
seguir a seguinte orientação: que a ventilação do local com ar puro se torna muito importante para
qualquer paciente chocado, anemiado ou asfíxico. Os fraturados da
Estancar a hemorragia (Hemostásia): Quando a hemorragia mandíbula, com lesões da língua e da boca, deverão ser colocados
é pequena ou venenosa, é preferível fazer uma compressão sobre o em decúbito ventral com a cabeça leterizada, para que a respiração
ferimento, utilizando-se um pedaço de gaze, um lenço bem limpo ou se torne possível.
pedaço de algodão; sobre este curativo passa-se uma gaze ou uma
tira de pano. Quando, todavia, a hemorragia é abundante ou arte- Remoção de corpos estranhos: Os ferimentos que se apresen-
rial, começa por improvisar um garrote (tubo de borracha, gravata tam inoculados de fragmentos de roupa, pedaços de madeira etc.,
ou cinto) que será colocado uns quatro dedos transversos acima do podem ser lavados com água fervida se o socorro médico vai tar-
ferimento, apertando-se até que a hemorragia cesse. Caso o socorro dar; no caso, porém, de o corpo estranho estar representado por uma
médico demore, cada meia hora afrouxa-se o garrote por alguns se- faca ou haste metálica, que se encontra encravada profundamente, é
gundos, apertando-o novamente; na hemorragia pelas narinas basta preferível não retirá-lo, pois poderá ocorrer hemorragia mortal. No

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
caso de empalação, deve-se serrar a haste pela sua base e transportar Socorro ao asfixiado: Em certos tipos de traumatismo como
o paciente para o hospital, a fim de que lá seja removido o corpo aqueles que atingem a cabeça, a boca, o pescoço, o tórax; os que
estranho. Quando o corpo estranho estiver prejudicando a respira- são produzidos por queimaduras no decurso de um incêndio; os que
ção, como no caso dos traumatismos da boca e nariz, cumpre fazer ocorrem no mar, nos soterramentos etc. poderá haver dificuldade
tudo para removê-lo de modo a favorecer a respiração. Não se deve respiratória e o paciente corre mais risco de morrer pela asfixia do
esquecer que os pequenos corpos estranhos (espinhos de roseira, far- que pelas lesões traumáticas. Nesse caso, a identificação da dificul-
pas de madeira, espinhos de ouriço-do-mar) podem servir de veículo dade respiratória pela respiração barulhenta nos indivíduos incons-
para o bacilo de tétano, o que poderá ser fatal. cientes, pela falta de ar de que se queixam os conscientes, ou ainda,
pela cianose acentuada do rosto e dos lábios, servirá de guia para o
Socorro ao queimado: Faz-se necessário considerar as quei- socorro à vítima. A norma principal é favorecer a passagem do ar
maduras limitadas e as generalizadas. No primeiro caso, o socorro através da boca e das narinas; colocar, inicialmente, o paciente em
urgente consistirá em proteger a superfície queimada com gaze ou decúbito ventral, com cabeça baixa, desobstruir a boca e as narinas,
manter o seu pescoço em linha reta, mediante a projeção do quei-
um pano limpo; no segundo caso, o choque deve ser a primeira preo-
xo para trás, o que se poderá fazer tracionando a mandíbula com
cupação. Deve-se pensar nele mesmo antes que se instale, cuidando
os dedos, como se fora para manter fechada a boca do socorrido;
logo de colocar o paciente em repouso absoluto, protegê-lo contra o
se houver vômitos, vira-se a cabeça da vítima para o lado até que
resfriamento, fazê-lo ingerir bebidas quentes e tranquilizá-lo. Nesse
cessem, limpando-lhe a boca em seguida. Não se deve esquecer de
último caso, o tratamento local ocupa um segundo plano. Eis um colocar o paciente em ambiente de ventilação adequada e ar puro.
resumo do tratamento local das queimaduras: A parada respiratória requer imediata respiração artificial, contínua
- queimadura do 1º grau: protege-se a superfície queimada com e incessante, num ritmo de 16 vezes por minuto, até que chegue o
vaselina esterilizada ou pomada analgésica; socorro médico, não importando que atinja uma hora ou mais.
- queimadura do 2º grau: evitar a ruptura das bolhas, fazendo
um curativo com gaze esterilizada em que se pode estender uma Transporte do paciente: Algumas vezes é indispensável trans-
leve camada de pomada antisséptica ou com antibiótico; a seguir, o portar a vítima utilizando meios improvisados, a fim de que se be-
curativo precisa ser resguardado com algodão; quando a superfície neficie de um socorro médico adequado; em princípio, o leigo não
queimada se acha suja com fragmentos queimados etc., torna-se ne- deverá fazer o transporte de qualquer paciente em estado aparente-
cessária uma limpeza com sabão líquido ou água morna fervida, uti- mente grave, enquanto estiver perdendo sangue, enquanto respiran-
lizando-se, para isto, uma compressa de gaze; enxuga-se em seguida do mal, enfim, enquanto duas condições não pareçam satisfatórias.
a superfície queimada, fazendo-se um curativo com pomada acima O transporte pode por si só causar a morte de um paciente trau-
referida; no caso de queimaduras poluídas com resíduos queimados, matizado. Tomando em consideração essas observações, devem-se
haverá necessidade de um antibiótico e de soro antitetânico. A reno- verificar as condições gerais do enfermo, o veículo a ser utilizado,
vação do curativo só deve ser feita cinco a sete dias depois, a não ser o tempo necessário ao transporte. Havendo meios de comunicação,
que haja inflamação, febre e dor; para retirá-lo basta umedecer com será útil pedir instruções ao hospital mais próximo. Estabelecida a
soro fisiológico morno ou água morna fervida; necessidade do transporte, torna-se necessário observar os seguintes
- queimadura do 3º grau: o tratamento é igual a queimadura do detalhes:
2º grau; o problema principal é a limpeza da superfície queimada, - remoção do paciente para o veículo, o que deverá ser feito
quando esta se encontra poluída por resíduos carbonizados; neste evitando aumentar as lesões existentes, sobretudo no caso de fratura
caso, pode-se empregar sabão líquido e água ou soro fisiológico de coluna e de membros; em casos especiais, o transporte pode ser
mornos; feito por meio de veículos a motor, padiolas e, mais excepcional-
- recomendações especiais: as queimaduras do rosto e partes mente por avião;
- veículo utilizado: deve atender, em primeiro lugar, ao conforto
genitais devem receber curativos de vaselina esterilizada; as quei-
do paciente; os caminhões ou caminhonetes prestam-se melhor a
maduras de 30% do corpo, sobretudo do tronco, e, principalmente,
esse mister;
na criança, estão sujeitas ao choque e mesmo à morte do paciente;
- caminho a percorrer: é desnecessário encarecer a importância
exigem, portanto, um tratamento no hospital, de preferência em ser-
do repouso dos traumatizados, evitando abalos durante o transpor-
viços especializados. As complicações mais terríveis das queimadu- te; pode ser necessário sustá-lo, caso as condições do enfermo se
ras são: inicialmente, o choque; posteriormente, as infecções, inclu- agravem;
sive tetânica, a toxemia com graves distúrbios gerais, e, finalmente, - acompanhante: a vítima deve ser acompanhada por pessoa es-
as cicatrizes viciosas que deformam o corpo do paciente e provocam clarecida que lhe possa ser útil durante a viagem;
aderências. - observação: o transporte em avião constitui um dos melhores
pela ausência de trepidação e maior rapidez; todavia, a altitude
Socorro aos contaminados por raiva: Os indivíduos com feri- pode ser nociva para pacientes gravemente traumatizados de tórax,
mentos produzidos por animais com hidrofobia (cão, gato, morce- sobretudo se estiverem escarrando sangue ou com falta de ar.
go etc.) devem Ter seus ferimentos tratados de maneiro já referida
no item de feridas; há, todavia, um cuidado especial na maneira de Nova Regra de Ressuscitação (18/10/2010)
identificar a raiva no animal agressor, como também de orientar i
paciente, sem perda de tempo, para que faça o tratamento anti-rábi- De acordo com as novas diretrizes de ressuscitação cardiopul-
co imediato; a rapidez do mesmo será tanto mais imperiosa quanto monar, divulgadas, a massagem cardíaca sem a respiração boca a
maior o número de lesões produzidas e quanto mais próximos da boca é tão eficaz quanto os dois procedimentos em sequência, quan-
cabeça tais ferimentos. do realizada por leigos. Segundo a AHA (American Heart Associa-

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
tion), órgão americano que divulgou as novas normas, as chances de O Brasil não pode se conformar com essa triste realidade. Para
sucesso de uma pessoa que faz a massagem cardíaca corretamente tanto é preciso reduzir a facilidade de acesso a armas de fogo e aca-
são praticamente as mesmas de quem opta pela dobradinha, além de bar com a cultura da violência, que dificultam a construção de uma
contar com a vantagem de se ganhar tempo – essencial no processo. cultura de paz.
Pela nova norma, a respiração deve ainda ser padrão para os Por essa razão, a Câmara dos Deputados se sente corresponsá-
profissionais de saúde, que sabem fazê-la com a qualidade e agilida- vel pela manutenção do espírito do Estatuto do desarmamento que
de adequada. Se a vítima da parada cardíaca não receber nenhuma ora se reedita, de forma a não permitir que o uso de armas de fogo
ajuda em até oito minutos, a chance de ela sobreviver não passa de sem controle coloque em risco a vida de milhares de jovens e de toda
15%. Já ao receber a massagem, a chance aumenta para quase 50% a população de uma maneira geral.
até a chegada da equipe de socorro, que assumirá o trabalho. Em seguida, considerando o que prevê o Edital do presente con-
- 1º. Antes de ajudar o desacordado, tenha certeza de que o lugar curso iremos tratar os dispositivos legais do Estatuto do Desarma-
é seguro para você e para fazer o atendimento. Caso contrário, serão mento que serão abordados em sua prova.
duas vítimas.
- 2º. Avalie o nível de consciência da vítima, vendo se está acor- LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
dada e perguntando se está bem.
- 3º. Ver se a pessoa tem algum sinal de vida, se está respirando. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
Para isso, recline a cabeça dela, levantando levemente o queixo para fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, defi-
cima. Chegue próximo ao rosto e sinta se há respiração, mesmo que ne crimes e dá outras providências.
espaçada. Se não houver, comece a massagem cardíaca.
- 4º. Conhecida no termo médico como compressão torácica, CAPÍTULO III (ARTS. 4º A 10º)
a massagem cardíaca deve ser realizada no meio do peito (entre os    
dois mamilos), com o movimento das mãos entrelaçadas (uma em Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes-
sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos se-
cima da outra) sob braços retos, que devem fazer ao menos cem
guintes requisitos:
movimentos de compressão por minuto, de forma rápida e forte.
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certi-
Os movimentos servem para retomar a circulação do sangue e,
dões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça
consequentemente de oxigênio, para o coração e o cérebro, inter-
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a
rompida quando o coração para. Não espere mais de dez segundos
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas
para começar a compressão e a faça até o resgate chegar, sem qual-
por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
quer interrupção. Como demanda esforço físico, tente revezar com II – apresentação de documento comprobatório de ocupação
outra pessoa, de forma coordenada, se puder. lícita e de residência certa;
O cardiologista explica que a mudança se deu com o intuito de III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicoló-
facilitar o processo e impedir que pessoas desistam de fazê-lo pelo gica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta
receio de encostar sua boca na boca de desconhecidos. Algumas no regulamento desta Lei.
pesquisas nos Estados Unidos mostraram que o número de ressus- § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo
citações havia diminuído muito em cidades onde o número era alto, após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome
por causa do medo de contrair doenças pela boca. do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta au-
torização.
§ 2o  A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre
10 ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no
10.826/2003): CAPÍTULO III (ARTS. 4º A 10º), regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO IV (ARTS. 12 A 20) E CAPÍTULO V § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
(ART. 25). nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente,
como também a manter banco de dados com todas as características
da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e
O controle de armas é uma matéria polêmica e foi, inclusive, munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re-
objeto do segundo referendo da história do Brasil, por isso requer gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
prudente formatação legal. Não por outro motivo, há dezenas de § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições
proposições em tramitação convergindo nesse sentido. Tal processo entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização
de revisão reveste-se de refletida apreciação por parte do Parlamen- do Sinarm.
to. § 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será con-
Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de homicídios cedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30
no Brasil chegou a 20,4 por 100 mil habitantes em 2010, e na faixa (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.
de jovens de 15 a 29 anos, essa taxa passa para 44,2, uma das mais § 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cum-
altas do mundo. Cerca de 70% desses homicídios são perpetrados primento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
por armas de fogo. Ou seja, morrem no Brasil, anualmente, cerca § 8o  Estará dispensado das exigências constantes do inciso
de 27 mil pessoas por ano vítimas de armas de fogo, ou 75 pessoas III do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado
por dia. Isso significa que, de 1980 a 2010, mais de quinhentas mil em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar
pessoas foram mortas por arma de fogo, das quais mais de trezentos autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a
mil jovens. ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumen-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, tada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. uso proibido ou restrito.
(Vide Adin 3.112-1)        
        Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
Disparo de arma de fogo pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante dos
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de CAPÍTULO V (ART. 25).
outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 25.  As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem
(Vide Adin 3.112-1) à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Co-
        mando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas,
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, re- pela Lei nº 11.706, de 2008)
meter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, § 1o  As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército
acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública,
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrin-
identificação de arma de fogo ou artefato; do-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
§ 2o  O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706,
policial, perito ou juiz;
de 2008)
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo
§ 3o  O transporte das  armas de fogo doadas será de
ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação
responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu
legal ou regulamentar;
cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706,
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
de 2008)
fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação
§ 4o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
raspado, suprimido ou adulterado; § 5o  O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma
de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo. local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
       
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar,
ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, ex- 11 RELAÇÕES HUMANAS. 11.1 QUALIDADE
por à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO:
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de COMUNICABILIDADE; APRESENTAÇÃO;
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com ATENÇÃO; CORTESIA; INTERESSE;
determinação legal ou regulamentar:
PRESTEZA; EFICIÊNCIA; TOLERÂNCIA;
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
DISCRIÇÃO; CONDUTA; OBJETIVIDADE.
11.2 TRABALHO EM EQUIPE.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou indus-
trial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de ser-
viços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em residência. Relações Humanas
       
Tráfico internacional de arma de fogo Falar em relações humanas é considerar todo tipo de relação
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do ter- social ou interação entre os indivíduos. Esta é uma questão abordada
ritório nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou por diversas ciências, dentre elas, a sociologia, a antropologia, a bio-
munição, sem autorização da autoridade competente: logia, a política, economia, as ciências naturais, enfim, tudo aquilo
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. que envolve o homem lá estão às relações humanas.

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
No trabalho, estas relações são necessárias, pois toda empresa, Se a organização não possui clientes internos, ela não tem como
seja ela de grande, médio ou pequeno porte, tem como principio de fornecer, nem vender, produtos e/ou serviços.
funcionamento a trabalho em conjunto, a coletividade, pois a maio- E se não há clientes externos, não tem para quem prover.
ria das tarefas são realizadas por grandes grupos de pessoas, onde E em um cenário em que, cada vez mais, as empresas disputam
cada um tem sua função. Este processo de divisão do trabalho se deu pela preferência de um mesmo cliente, a qualidade no atendimento
ao longo de tempo e teve seu auge quando foi iniciada a revolução se tornou fundamental; e é o diferencial.
industrial e o a inserção do sistema capitalista de produção, que visa E é por isso que os clientes se tornaram mais exigentes e cons-
o lucro a produtividade, ou seja, cada pessoa fazendo exclusivamen- cientes dos padrões de atendimento.
te determinada tarefa aumentaria a produtividade e minimizaria o Por isso, o comprometimento e profissionalismo são importan-
tempo gasto no processo de produção. Vale lembrar que as relações tes para um bom atendimento.
humanas não estão estritamente ligadas apenas as relações entre as Outro ponto importante a ser dito sobre atendimento é: Ao aten-
pessoas, mas ao também ambiente de trabalho, ou de atuação, ou der um cliente, o atendente representa a empresa. Para o cliente, a
seja, na escola entre os alunos, em casa, coma família, e também a empresa toda se projeta na pessoa que está fazendo o atendimento,
relação do empregado com a empresa, visto que desta relação é que Ou seja, o atendente tem a responsabilidade de ser o porta-voz da
será ditado a produtividade daquela empresa. empresa. Por isso, além de um trabalho minucioso, o de atendimen-
to, ele deve ser responsável, sério e profissional.
Qualidade no atendimento ao público Por isso, o atendente, ao atender o cliente (interno ou externo)
deve ser comprometido. O cliente deve perceber que a empresa (já
Antes de definirmos os conceitos que permeiam o Universo do que pra o cliente, naquele momento, o atendente é a empresa) se
Atendimento ao Público, precisamos entender o que significa Aten- importa com ele, e que suas dúvidas, necessidades e anseios, são
der. importantes e bem-vindos à empresa.
Atender: Acolher com atenção, ouvir atentamente; Tomar em A sensação que o cliente precisa ter quando está sendo atendido,
consideração, deferir; Atentar, ter a atenção despertada para; Rece- é que ele é fundamental para o desenvolvimento da empresa. E o que
ber. quer que ele necessite, por menor que seja, é importante também.
Por isso, atendimento é acolher, receber, ouvir o cliente, de for- Para isso, os primeiros passos para se fazer um bom atendimen-
ma com que seus desejos sejam resolvidos. O cliente quando busca to, é saber ouvir e compreender o cliente. É trata-lo com respeito.
por um atendimento, ele quer encontrar soluções. Por isso, a educação é o carro chefe nesse processo. Ser educa-
Atendimento, então, é dispor de todos os recursos que se fize- do, gentil, pedir desculpas, agradecer, ter um tom de voz agradável e
rem necessários, para atender ao desejo e necessidade do cliente. ter uma postura receptiva, sã quesitos impreteríveis.
Esse cliente pode ser interno, ou, externo, e caracteriza-se por ser o Dispor de tudo o que está fazendo e ter atenção e tempo apenas
público-alvo em questão. para atendê-lo. Pois, não se deve esquecer, que quando um cliente
Os clientes internos são aqueles de dentro da organização. Ou necessita de um atendimento, não existe nada mais importante que
seja, são os colegas de trabalho, aqueles no qual juntamente conos- ele.
co, formam a instituição. São as pessoas que atuam internamente na Atualmente, mais importante do que se ter um cliente, é o re-
empresa. E deve-se pensar, que em muitas vezes há a necessidade lacionamento que se cria com ele. E isso, é alcançado através do
de se fazer esse atendimento interno. Pois, cada pessoa entende do atendimento.
seu departamento, seção, setor. E como uma organização, como o Os clientes quando procuram um atendimento eles possuem
próprio nome já diz, é feito de organismos e sistemas, que são as expectativas. Por isso, o ideal para construir um relacionamento
divisões. E por isso, precisa-se sempre de informações de outros duradouro, não é apenas atender as expectativas, e sim, superá-las.
setores, para alcançar a meta pretendida. Mas, em muitas vezes, por Os clientes que têm suas expectativas superadas acabam se tor-
serem clientes internos, o atendente não dá a devida atenção que ne- nando fiéis.
cessita a situação. Muitas vezes por não entender que mesmo sendo O processo de atendimento começa com a identificação das ne-
cliente interno, a qualidade deve permear em quaisquer atendimen- cessidades dos clientes. Para isso, uma comunicação clara e objetiva
tos. Porém, ele deve pensar que seu atendimento pode ser essencial é fundamental.
para alguns rumos que a organização pode tomar. As instituições precisam construir relacionamentos. Pois, ó
Já os clientes externos, é o público no qual a empresa se relacio- foco é o cliente, e o objetivo do relacionamento é trazer interativida-
na externamente. São os clientes que adquirem produtos ou serviços de, conforto, satisfação e bem-estar.
da empresa, que fornecem matéria-prima, que tem relações com a O processo de relacionamento deve começar com a escolha do
empresa. Ou seja, são os consumidores, fornecedores, parceiros, cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos servi-
etc.. ços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefí-
São as pessoas que possuem relacionamento com a Instituição. cio e ter funcionários (clientes internos) motivados e capacitados a
Porém, não atuam dentro da empresa. Ele não é configurado como atender estes clientes adequadamente.
funcionário. E como se tem clientes internos (funcionários) motivados?
Tanto quanto os clientes internos, os externos também são fun- A resposta é simples e óbvia: Construindo e mantendo um bom
damentais para a Empresa. relacionamento com e entre eles.
Não há como definir quem é o mais importante. Podemos dizer O contexto de administrar o relacionamento com o cliente ser-
apenas que sem qualquer um desses clientes, a empresa não existe. ve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque
Juntos eles constituem as instituições. perante a concorrência.

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Os relacionamentos não podem ser superficiais. Eles têm de ser
profundos e duradouros. O objetivo maior é manter o cliente através
da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida
pela organização.
A estratégia de Relacionamento é a longo prazo. E também,
além de visar manter os clientes de forma fiel, busca a conquista de
novos clientes.
E essa filosofia de relacionamento com o cliente deve ser uma
forma de pensar de toda organização.
A ideia central da Construção e Manutenção de Relacionamento Exemplo: Uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado)
nas empresas, visando um atendimento com qualidade, é de atender que pretende comunicar. Para tanto se vale de seu mecanismo vocal
as necessidades dos clientes através de seus serviços e/ou produtos. (codificador), que expressa sua mensagem em palavras. Essa men-
Ofertando-os de forma adequada e com qualidade. sagem, veiculada pelo ar (canal) é interpretada pela pessoa a quem
O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos se comunica (receptor), após sua decifração por seu mecanismo
clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfolio. Pois, os auditivo (decodificador). O receptor, após constatar que entendeu a
relacionamentos, permitem que as empresas explorem ao máximo mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendi-
seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades. mento (feedback). Ou Seja, repetindo a mensagem.
Pode-se, portanto, dizer que a comunicação só pode ser con-
Comunicabilidade
siderada eficaz quando a compreensão feita pelo receptor coincide
Para entendermos comunicabilidade, primeiro precisamos en-
com o significado pretendido pelo emissor.
tender o que é comunicação.
O processo de comunicação nunca é perfeito. No decorrer de
A palavra Comunicação deriva do latim communicare, cujo
suas etapas sempre ocorrem perturbações que prejudicam o pro-
significado é tornar comum, partilhar, associar, trocar opiniões, con-
cesso, no qual são denominados ruídos. Ruído é uma perturbação
ferenciar.
Tem o sentido de participação, em interação, em troca de men- indesejável em qualquer processo de comunicação, que atrapalha
sagem, em emissão ou recebimento de informação nova. Assim, a efetivação da comunicação e pode provocar perdas ou desvios na
como se vê, implica participação. mensagem.
Comunicação é o processo de transmitir informação de uma Ele é identificado na comunicação como o conjunto de bar-
pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, não houve co- reiras, obstáculos, acréscimos, erros e distorções que prejudicam
municação. Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for a compreensão da mensagem em seu fluxo. Isto significa que nem
compreendida, por quem recebeu a mensagem, a comunicação não sempre aquilo que o emissor deseja informar é precisamente aquilo
se efetivou. Essa ação pode ser verbal, ou, não verbal. E também, que o receptor compreende.
pode ser por diversos meios. Assim, ruído é qualquer fonte de erro, distúrbio ou deforma-
Assim, comunicação não é aquilo que o remetente fala. Mas, ção de uma mensagem, que atrapalha e age contrário à eficácia da
sim, aquilo que o destinatário entende. Portanto, só há comunicação, informação.
se o receptor compreender a mensagem enviada pelo emissor. Por isso, o atendente deve trabalhar com a Comunicação de for-
Chiavenato define comunicação como troca de informações ma que haja menos ruídos possíveis. Isso, através de solicitações de
entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou infor- feedbacks constantes, mensagens claras, objetivas e concisas.
mação. Como diria Rivaldo Chinem, Comunicação é como o futebol,
Há para isso, o processo de comunicação, que é composto de todo mundo pensa que entende e dá palpite. Nesse campo, quando a
três etapas subdivididas: confusão se instala, quebram-se as regras, e os atores, ao entrar em
1 - Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensa- cena, dão caneladas, e o jogo passa a ser um completo vale-tudo.
gem, pode ser chamada de fonte ou de origem. Já comunicabilidade é o ato comunicativo otimizado, no qual a
a) Significado: corresponde à ideia, ao conceito que o emissor mensagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente.
deseja comunicar. Ou seja, é fazer com que a comunicação realmente obtenha seu
b) Codificador: é constituído pelo mecanismo vocal para deci- objetivo, que é fazer com que o receptor entenda justamente aquilo
frar a mensagem. que o emissor intencionava.
2 - Mensagem: é a ideia em que o emissor deseja comunicar. No atendimento, a comunicação tem o papel essencial. Pois, o
a) Canal: também chamado de veículo, é o espaço situado entre atendimento se concretiza através da troca de informações.
o emissor e o receptor. O atendente deve ouvir e solicitar feedbak ao cliente, visando
b) Ruído: é a perturbação dentro do processo de comunicação. entender, sem ruídos, aquilo que está sendo solicitado.
Tudo aquilo que interfere na mensagem, e não a deixa ser compreen- É de interesse do cliente e do atendente que a informação seja
dida corretamente. recebida de forma clara. Porém, sabemos que nem sempre isso é
3 - Receptor: é a etapa que recebe a mensagem, a quem é des- possível.
tinada. Assim, o atendente tem o dever de fazer com que o processo de
a) Descodificador: é estabelecido pelo mecanismo auditivo para comunicação aconteça da melhor forma, através, de questionamen-
decifrar a mensagem, para que o receptor a compreenda. tos que leve à recepção da mensagem.
b) Compreensão: é o entendimento da mensagem pelo receptor. É importante que primeiramente, o atendente entenda a lingua-
c) Feedback: É o ato de confirmação da mensagem, pelo recep- gem do cliente, e estabeleça para si mesmo o mesmo nível. Tudo
tor, recebida do emissor. Representa a volta da mensagem enviada isso, para que o público em questão, também consiga compreender
pelo emissor. o que o atendente está dizendo.

Didatismo e Conhecimento 58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Ter o mesmo nível de linguagem não quer dizer utilizar-se da Unhas e cabelos limpos e hálito agradável também compreendem
forma incorreta da língua portuguesa. E sim, dispensar de termos os elementos que constituem a imagem que o cliente irá fazer da
técnicos e palavras difíceis nas quais não podem ser de entendi- empresa, através do atendente.
mento do cliente. O cliente, ou, futuro, questiona e visualiza sempre. Por isso, a
Esse desnível de linguagem também caracteriza-se como ruí- expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam fatores
dos, e atrapalham o processo de comunicação. que irão compreender no julgamento do cliente.
Fazer esse diagnóstico de qual linguagem deve ser utilizada, A satisfação do atendimento começa a ser formado na apresen-
auxilia no processo de acolhimento das mensagens. Pois, torna a tação.
comunicação clara e objetiva, que é um dos fatores essenciais para Assim, a saudação inicial deve ser firme, profissional, clara e de
a qualidade no atendimento. forma que transmita compromisso, interesse e prontidão.
É muito complexo falar sobre a linguagem adequada utilizada O tom de voz deve ser sempre agradável, e em bom tom. O que
em uma mensagem. Há dois tipos de variações: prejudica muitos relacionamentos das empresas com os clientes, é a
- As variações de uso regional de acordo com o espaço geo- forma de tratamento na apresentação. É fundamental que no ato da
gráfico, na qual denominamos de dialeto. apresentação, o atendente mostre ao cliente que ele é Bem-Vindo e
- As variações que dever ser ajustadas de acordo com o des- que sua presença na empresa é importante.
tinatário, tais como: a língua falada, a escrita, a jurídica, dos eco- Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial
nomistas, dos internautas, etc. A essas variações denominamos, para um Atendimento com Qualidade. O que dizer antes? O nome,
registros. nome da empresa, Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite? Pois não? Pos-
Ressalta-se, que as variações são usadas para distinção social, so ajudá-lo?
qualificando em grupos de origem, formação profissional, escola- A sequência não importa. O que deve ser pensado na hora, é
ridade, etc. que essas frases realmente devem ser ditas de forma positiva e que
tenham significado.
Os clientes não aguentam mais atendimentos com apresenta-
Língua Falada Língua Escrita
vulgar ções mecânicas.
vulgar O que eles querem sentir na apresentação é receptividade e per-
coloquial
despreocupada sonalização.
despreocupada
formal Por isso, saudar com Bom Dia, Boa Tarde, ou, Boa Noite; é
coloquial culta
literária ótimo! Mas, isso deve ser dito, desejando mesmo que o cliente tenha
formal
tudo isso. Dizer o nome da empresa se o atendimento for através do
Falada vulgar: não existe preocupação com a norma grama- telefone também faz parte. Porém, deve ser feito de forma clara e de-
tical. vagar. Não deve-se dar margem para dúvidas, ou, falar de forma que
Falada coloquial despreocupada: usada na conversação cor- ele tenha que perguntar de onde é, logo após o atendente ter falado.
rente, com gírias e expressões familiares. Dizer o nome, também é importante. Mas, isso pode ser dito de uma
Falada culta: linguagem usada em sala de aula, reuniões, pa- forma melhor como, perguntar o nome do cliente primeiro, e depois
lestras, sem fugir da naturalidade. o atendente diz o seu. Exemplo: Qual seu nome, por favor? Maria,
Falada formal: imita em tudo a escrita, por isso mesmo, soa eu sou a Madalena, hoje posso ajuda-la em quê?
artificial. O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também,
Escrita vulgar: usada por pessoas sem escolaridade e contém irá perceber que essa empresa trabalha pautada na qualidade do
vários erros. atendimento.
Escrita despreocupada: usada em bilhetes ou correspondên- Segundo a Sabedoria Popular, leva-se de 5 a 10 segundos para
cias íntimas. formarmos a primeira impressão de algo. Por isso, o atendente deve
Escrita formal: usada em correspondência empresarial com trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais para o
norma gramatical. atendimento. Fazendo com que o cliente tenha uma boa imagem da
Escrita literária: respeita a norma gramatical e utiliza recursos empresa.
estilísticos de forma inovadora. O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para
Como se pode ver há várias maneiras de expressar as ideias e o atendimento. Excesso de intimidade na apresentação é repudiável.
cada qual é exigida em determinada situação. O cliente não está procurando amigos de infância. E sim, soluções
aos seus problemas.
Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser aboli-
Apresentação
dos do atendimento. Tampouco, os nomes e adjetivos no diminutivo.
O responsável pelo primeiro atendimento representa a primei-
Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora
ra impressão da empresa, que o cliente irá formar, como a imagem
no atendimento. Principalmente quando ele observa que o atendente
da empresa como um todo.
está conversando assuntos particulares, ou, fazendo ações que são
E por isso, a apresentação inicial de quem faz o atendimento
particulares e não condizem com seu trabalho.
deve transmitir confiabilidade, segurança, técnica e ter uma apre-
A instantaneidade na apresentação do atendimento configura
sentação ímpar.
seriedade e transmite confiança ao cliente.
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao am- Portanto, o atendente deve tratar a apresentação no atendimento
biente de trabalho. Se a empresa adotar uniforme, é indispensável como ponto inicial, de sucesso, para um bom relacionamento com
que o use sempre, e que o apresente sempre de forma impecável. o cliente.

Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Atenção, Cortesia e Interesse. Tomar nota das informações pode trazer mais tranquilidade ao
O cliente quando procura atendimento, é porque tem necessida- atendimento. Ainda mais se ele estiver sendo feito pelo telefone.
de de algo. O atendente deve desprender toda a atenção para ele. Por Essa técnica auxilia na compreensão, e afasta a duplicidade de ques-
isso deve ser interrompido tudo o que está fazendo, e prestar atenção tionamentos que já foram feitos, ou de informações que já foram
única e exclusivamente ao cliente. passadas.
Assuntos particulares e distrações são encarados pelos clientes Fazer perguntas ao sentir necessidade de algum esclarecimento,
como falta de profissionalismo. é importante. O atendente não deve-se inibir. Já foi dito que fazer
Atentar-se ao que ele diz e traduzir os gestos e movimentos. uma pergunta mais de uma vez deve ser evitado. E também, que in-
Tudo isso deve ser compreendido e transformado em conhecimento formações que já foram passadas pelo cliente, não devem ser ques-
ao atendente sobre o cliente. tionadas. Porém, se houver necessidade, o atendente deve fazê-la.
Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo que Mas, deve pedir desculpas por refazê-la, e dizer que foi um lapso.
já foi dito antes, são decodificados pelo cliente como desprezo ao Confirmar o que foi dito, solicitar feedback, passa uma mensa-
que pretende.
gem de profissionalismo, atenção e interesse ao cliente. Demonstra
É importante ter atenção a tudo o que o cliente faz e diz, para
que o atendente e a empresa estão preocupados com sua situação, e
que o atendimento seja personalizado e os interesses e necessidades
também, em fazer um atendimento com qualidade.
dele sejam trabalhados e atendidos.
É indispensável que se use do formalismo e da cortesia. O Portanto, estabelecer empatia e falar claramente e pausadamen-
excesso de intimidade pode constranger o cliente. Ser educado e te, sem ser monótono, evitando ainda o uso de gírias; falar com voz
cortês é fundamental. Porém, o excesso de amabilidade, se torna tão clara e expressiva (boa dicção) são atitudes que tornam o atendimen-
inconveniente quanto a falta de educação. to ao cliente com qualidade.
O atendimento é mais importante que preço, produto ou ser-
viço, para o cliente. Por isso, a atenção à ele deve ser única e ex- Discrição
clusiva. Portanto, é necessário que o cliente sinta-se importante e A discrição é uma qualidade invejável no ser humano. Pessoas
sinta que está sendo proporcionado à ele um ambiente agradável e discretas sabem guardar segredos, não fazem comentários que pos-
favorável para que seus desejos e necessidades sejam atendidos. O sam causar conflitos, são reservadas e não chamam a atenção. As
atendente deve estar voltado completamente para a interação com o pessoas mais extrovertidas podem também serem pessoas discretas.
cliente, estando sempre atento para perceber constantemente as suas Isso se refletirá em suas atitudes e em suas palavras.
necessidades. Por isso, o mais importante é demonstrar interesse em A discrição no atendimento tem a ver com sigilo. O atendente
relação às necessidades dos clientes e atendê-las prontamente e da deve portar-se de forma com que as informações que estão sendo
melhor forma possível. tratadas com o cliente, no momento, não sejam ouvidas ou percebi-
Gentileza é o ponto inicial para a construção do relacionamento das por nenhum outro cliente, tampouco por outro atendente.
com o cliente. A educação deve permear em todo processo de aten- Mesmo após o atendimento, os comentários devem ser evi-
dimento. Desde a apresentação até a despedida. Saudar o cliente, tados. O atendente deve adotar uma postura ética, lembrando que
utilizar de obrigado, por favor, desculpas por imprevistos, são fun- todas as informações sobre aquele atendimento, requer sigilo total.
damentais em todo processo. Pois, os dados e informações passadas são secretos e confidenciais.
Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o tom Outra atitude que deve ser evitada são comentários sobre o
de voz e forma com que se dirige ao cliente. atendimento, fora da Empresa, como: com familiares e amigos. O
O tom de voz deve ser agradável. Mas, precisa ser audível. Ou atendente deve lembrar-se que o que foi tratado naquele instante,
seja, que dê para compreender. Mas, é importante lembrar, que ape- não deve ser comentado, nem dentro, muito menos fora da organi-
nas o cliente deve escutar. E não todo mundo que se encontra no
zação.
estabelecimento.
A ética do sigilo das informações dos clientes abrange tanto
Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Pois, algumas pa-
dentro, quanto fora da Instituição. E ainda, contempla também, an-
lavras e tratamentos podem ser ofensivos à eles. Portanto, deve-se
utilizar sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora. tes, durante e depois do atendimento.
Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por O atendente deve ser prudente, ter discernimento e sensatez
telefone, quem o faz está oferecendo a sua imagem (vendendo sua quando fornece uma informação ao cliente. É necessário manter-se
imagem) e da empresa na qual está representando. As ações repre- reservado sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará transmitindo
sentam o que a empresa pretende. confiança e seriedade no trabalho desenvolvido.
Por isso, é importante salientar que não deve se distrair durante Outra questão sobre discrição no atendimento é sobre as infor-
o atendimento. Deve-se concentrar em tudo o que o cliente está di- mações passadas aos clientes. Fazer comentários de outros clientes,
zendo. Também, não se deve ficar pensando na resposta na hora em não é ético, muito menos profissional. Tampouco, fazer comentários
que o interlocutor estiver falando. Concentre-se em ouvir primeiro. sobre colegas de trabalho.
Outro fator importante e que deve ser levado em conta no aten- A discrição no atendimento com qualidade deve ser praxe, e
dimento é não interromper o interlocutor. Pois, quando duas pessoas está ligada à informação que se passa e como irá trata-la; e também,
falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve corretamente o que a outra está conectada ao comportamento.
está dizendo. E assim, não há a comunicação.
O atendente também não deve se sentir como se estivesse sendo Presteza, Eficiência e Tolerância
atacado. Pois, alguns clientes, dão um tom mais agressivo à sua fala. Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta que a
Porém, isso deve ser combatido através da atitude do atendente, que empresa, é uma organização na qual tem o foco no cliente. Ou seja,
deve responder de forma calma, tranquila e sensata, e sem elevar o é uma instituição que prima por solucionar as dúvidas, problemas e
tom da voz. E também, sem se alterar. necessidades dos clientes.

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Ser ágil, sim. Mas, a qualidade não pode ser deixada de lado. - Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com que o
Pois de nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito nova- cliente não tenha dúvida sobre a organização. E assim, não desper-
mente. Portanto a presteza tem a ver com objetividade, e deve ser dice tempo fazendo questionamentos sobre a conduta da empresa.
acompanhada de qualidade. - O atendente deve saber que sempre há uma solução para tudo
Para isso, é importante que o ambiente de trabalho esteja orga- e para todos, buscando sempre os entendimentos e os acordos em
nizado, para que tudo o que precisa possa ser encontrado facilmente. todas as situações, por mais difíceis que elas se apresentem.
Também, estar bem informado sobre os produtos e serviços da - O atendente deve saber utilizar a comunicação e as informa-
organização, torna o atendimento mais ágil. ções.
Em um mundo no qual tempo está relacionado a dinheiro, o - O todo é composto de partes, e para os clientes “as ações sem-
pre falaram mais alto que as palavras”.
cliente não se sente bem em lugares no qual ele tenha que perder
- Em todos os níveis de atendimento será inevitável deparar-se
muito tempo para solucionar algum problema.
com clientes ofensivos e agressivos. Para tanto, o atendente deve
Instantaneidade é a palavra de ordem. Por mais que o processo ter tolerância para acalmar o cliente e mostrar que ele está ali para
de atendimento demore, o que o cliente precisa detectar, é que está auxiliá-lo e resolver o problema.
sendo feito na velocidade máxima permitida. Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na empre-
Tudo isso também, tendo em vista que a demora pode afetar no sa é a palavra de ordem, acalma e tranquiliza. Por isso, a tolerância
processo de atendimento de outros clientes que estão à espera. é importante para que não se perca a linha e comprometa a imagem
Porém, é importante atender completamente um cliente para da empresa e a qualidade no atendimento.
depois começar atender o próximo. Não demonstrar ao cliente que o atendente é só mais um na
Ser ágil não está ligado a fazer apenas um pouco. E sim, fazer empresa, e que o que o cliente procura não tem ligação com sua
na totalidade, porém, de maneira otimizada. competência, evita conflitos.
O comportamento eficiente cumpre o prometido, com foco no Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente
problema.  deve demonstrar interesse, presteza e tolerância.
Ser eficiente é realizar tarefas, resolvendo os problemas ineren- Por mais que o cliente insista em construir uma situação de dis-
tes a ela. Ser eficiente é atingir a meta estabelecida. cussão, o atendente deve-se manter firme, tolerante e profissional,
Por isso, o atendimento eficiente é aquele no qual não perde evitando assim, qualquer mal estar que possa atrapalhar o relaciona-
tempo com perfumarias. E sim, agiliza o processo para que o dese- mento com esse cliente.
Portanto, a presteza, eficiência e a tolerância, formam uma trí-
jado pelo cliente seja cumprido em menor tempo.
plice que sustentam os atendimentos pautados na qualidade, tendo
Eficiência está ligada a rendimento. Por isso, atendimento efi-
em vista que a agilidade e profissionalismo norteiam os relaciona-
ciente é aquele que rende o suficiente para ser útil. mentos.
O atendente precisa compreender que o cliente está ali para ser
atendido. Por isso, não deve perder tempo com assuntos ou ações Conduta e Objetividade
que desviem do pretendido. A postura do atendente deve ser proativa, passando confiança e
Há alguns pontos que levam a um atendimento eficiente, como credibilidade. Sendo ao mesmo tempo profissional e possuindo sim-
por exemplo: patia. Ser comprometido e ter bom senso, atendendo de forma gentil
- Todos fazem parte do atendimento. Saber o que todos da em- e educada. Sorrindo e tendo iniciativa, utilizando um tom de voz
presa fazem evita que o cliente tenha que repetir mais de uma vez que apenas o cliente escute, e não todos que estão no local e ouvindo
o que deseja, e que fique esperando mais tempo que o necessário. atentamente, são condutas essenciais para o atendente.
- Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra eficiência e O sigilo é importante, e por isso, o tom de voz no atendimento
profissionalismo. é essencial. O atendimento deve ser exclusivo e impessoal. Ou seja,
- Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental ao o assunto que está sendo tratado no momento, deve ser dirigido ape-
cliente. Se ele precisa de um tempo a mais para elaborar e processar nas ao cliente. As demais pessoas que estão no local não podem e
o que está sendo feito, dê esse tempo à ele, auxiliando-o com infor- nem devem escutar o que está sendo tratado no momento. Principal-
mações e questões que o leve ao processo de compreensão. mente se for assunto pessoal.
- Ser positivo e otimista, e ao mesmo tempo ágil, fará com que Essa conduta de impessoalidade e personalização transforma o
atendimento, e dão um tom formal à situação.
o cliente tenha a mesma conduta.
A objetividade está ligada à eficiência e presteza. E por isso,
- Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de forma
tem como foco, como já vimos, em eliminar desperdiçadores de
a não se tornar desagradável ou inconveniente, facilita no atendi- tempo, que são aquelas atitudes que destoam do foco.
mento. Ser objetivo é pensar fundamentalmente apenas no que o clien-
- Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando interpretar te precisa e para o que ele está ali.
o que dizem e o que deixaram de dizer, exercitando o “ouvir com a Solucionar o seu problema e atender às suas necessidades de-
inteligência e não só com o ouvido”. vem ser tratados como assuntos urgentes e emergentes. Ou seja, têm
- Interpretar cada cliente, procurando identificar a real im- pressa e necessita de uma solução rapidamente.
portância de cada “fala” e os valores do que foi dito. Saber falar a Afirmamos anteriormente, que o atendimento com qualidade
linguagem de cada cliente procurando identificar o que é especial, deve ser pautado na brevidade. Porém, isso não exclui outros fatores
importante e ou essencial em cada solicitação, procurando ajuda-lo tão importantes quanto, como: clareza, atenção, interesse e comuni-
a conseguir o que deseja, otimiza o processo. cabilidade. Pois o atendimento com qualidade deve ser construído
- O atendente deve saber que fazer um atendimento eficiente é em cima de uma série de fatores que configuram um atendimento
ser breve sem tornar-se desagradável. com qualidade. E não apenas/somente um elemento.

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
TRABALHO EM EQUIPE  As denominações tradicionais para a matéria referente ao cri-
me e às suas consequências são Direito Penal e Direito Criminal.
As relações humanas é considerar todo tipo de ralação social ou A primeira delas é largamente utilizada, principalmente, nos países
interação entre os indivíduos. ocidentais, como Alemanha, França, Espanha, Itália etc., embora a
Relações humanas no trabalho, por exemplo, são necessárias segunda ainda seja usada com frequência. Entre nós, a denominação
pelo fato de que todos os setores da vida exigem trabalho em grupo, passou a ser utilizada no Código Penal da República (1890), a que
o homem já não pode trabalhar sozinho. A divisão do trabalho cada se sucederam a Consolidação das Leis Penais (1936) e o Código
vez maior torna o dia a dia da empresa mais dependente do grupo, e Penal vigente (de 1940), que a consagrou no direito pátrio. A nova
dos indivíduos que o compõe. Constituição Federal, mantendo a tradição, refere-se à competência
No trabalho, estas relações são necessárias pois toda empresa, da União para legislar sobre «direito penal» (art. 22, I).
seja ela de grande, médio ou pequeno porte, tem como principio de O fato que contraria a norma de Direito, ofendendo ou pondo
funcionamento a trabalho em conjunto, a coletividade, pois a maio- em perigo um bem alheio ou a própria existência da sociedade, é
ria das tarefas são realizadas por grandes grupos de pessoas, onde
um ilícito jurídico, que pode ter consequências meramente civis ou
cada um tem sua função. Este processo de divisão do trabalho se deu
possibilitar a aplicação de sanções penais.
ao longo de tempo e teve seu auge quando foi iniciada a revolução
No primeiro caso, tem-se somente um ilícito civil, que acarreta-
industrial e o a inserção do sistema capitalista de produção, que visa
o lucro a produtividade, ou seja, cada pessoa fazendo exclusivamen- rá àquele que o praticou apenas uma reparação civil: aquele que, por
te determinada tarefa aumentaria a produtividade e minimizaria o culpa, causar dano a alguém será obrigado a indenizá-lo; o devedor
tempo gasto no processo de produção. que não efetua o pagamento tempestivamente sofrerá a execução
É necessário conhecer o individuo para conhecer suas com a penhora de bens e sua venda em hasta pública, arcando com o
qualificações, suas necessidades e limitações para que ele seja ônus decorrente do atraso (multa, correção monetária etc.); o cônju-
utilizado para ser útil dentro da empresa e que também possa está ge que abandona o lar estará sujeito ao divórcio etc.
realizado fazendo determinado trabalho, para a satisfação da empresa Muitas vezes, porém, essas sanções civis se mostram insufi-
e do trabalhador estarem sempre produzindo qualitativamente. cientes para coibir a prática de ilícitos jurídicos graves, que atingem
O velho modelo burocrático não tem mais serventia. As organi- não apenas interesses individuais, mas também bens jurídicos rele-
zações estão migrando rapidamente para um novo conceito de tra- vantes, em condutas profundamente lesivas à vida social. Arma-se o
balho: ao invés de separar as pessoas em cargos individuais e frag- Estado, então, contra os respectivos autores desses fatos, cominando
mentados o segredo agora está em juntar as pessoas em equipes ou e aplicando sanções severas por meio de um conjunto de normas ju-
células de produção, em grupos integrados de trabalho e atividades rídicas que constituem o Direito Penal. Justificam-se as disposições
conjuntas. O resultado é bem melhor. penais quando meios menos incisivos, como os de Direito Civil ou
Direito Público, não bastam ao interesse de eficiente proteção aos
bens jurídicos.
A missão do Direito Penal é proteger os valores fundamentais
12 NOÇÕES DE DIREITO PENAL. para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liber-
dade, a propriedade etc., denominados bens jurídicos. Essa proteção
é exercida não apenas pela intimidação coletiva, mais conhecida
como prevenção geral e exercida mediante a difusão do temor aos
A vida em sociedade exige um complexo de normas disciplina- possíveis infratores do risco da sanção penal, mas, sobretudo pela
doras que estabeleça as regras indispensáveis ao convívio entre os celebração de compromissos éticos entre o Estado e o indivíduo,
indivíduos que a compõem. O conjunto dessas regras, denominado
pelos quais se consigna o respeito às normas, menos por receio de
direito positivo, que deve ser obedecido e cumprido por todos os
punição e mais pela convicção da sua necessidade e justiça.
integrantes do grupo social, prevê as consequências e sanções aos
Como o Estado não pode aplicar as sanções penais arbitraria-
que violarem seus preceitos. À reunião das normas jurídicas pelas
quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção mente, na legislação penal são definidos esses fatos graves, que pas-
penal, estabelecendo ainda os princípios gerais e os pressupostos sam a ser ilícitos penais (crimes e contravenções), estabelecendo-se
para a aplicação das penas e das medidas de segurança, dá-se o as penas e as medidas de segurança aplicáveis aos infratores dessas
nome de Direito Penal. normas. Assim, àquele que pratica um homicídio simples, será apli-
O direito penal é o segmento do ordenamento jurídico que de- cada a pena de seis a vinte anos de reclusão; o inimputável que co-
tém a função de selecionar os comportamentos humanos mais gra- mete um ilícito penal será submetido a uma medida de segurança; ao
ves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar em risco va- chamado semi-imputável poder-se-á aplicar uma pena ou submetê-
lores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como -lo a uma medida de segurança etc.
infrações penais, cominando-lhes, em consequência, as respectivas Segundo o pensamento dos juristas Binding e Jescheck, o Direi-
sanções além de estabelecer todas as regras complementares e gerais to Penal tem, assim, um caráter fragmentário, pois não encerra um
necessárias à sua correta e justa aplicação. sistema exaustivo de proteção aos bens jurídicos, mas apenas elege,
A expressão Direito Penal, porém, designa também o sistema conforme o critério do “merecimento da pena”, determinados pon-
de interpretação da legislação penal, ou seja, a Ciência do Direito tos essenciais. Mas, enquanto o primeiro entendia ser esse o defeito
Penal, conjunto de conhecimentos e princípios ordenados metodi- do Direito Penal, Jescheck considera um mérito e uma característica
camente, de modo que torne possível a elucidação do conteúdo das essencial do Estado liberal do Direito que se reduza a criminalização
normas e dos institutos em que eles se agrupam, com vistas em sua àquelas ações que, por sua perigosidade e reprovabilidade, exigem e
aplicação aos casos ocorrentes, segundo critérios rigorosos de jus- merecem no interesse da proteção social, inequivocamente, a sanção
tiça. penal.

Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon- O planejamento pode e deve ser empregado em qualquer tipo
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. de situação de segurança, podendo ser estratégico (possibilita esta-
Pena: reclusão de um a três anos e multa. belecer metas para a tomada de decisão) ou tático (com conteúdo
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, detalhado, caracterizado como plano de ação). Neste caso, o plane-
emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a jamento tático tem por objetivo cumprir as metas que foram estabe-
cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. lecidas no planejamento estratégico.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. O conceito de planejamento em segurança pode ser aplicado
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por empresas privadas ou estatais, e que consiste em mensurar todo
por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de e qualquer perigo (real ou potencial) que a empresa possui para im-
qualquer natureza:  plantar medidas antecipatórias.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. Precedendo a esse planejamento são definidas as estratégias e
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, elaborado um estudo, para que possa ser montado um sistema de
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do segurança, bem dimensionado e dirigido para um gerenciamento de
inquérito policial, sob pena de desobediência:     risco desejado.
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exem- O planejamento da segurança física começa pela certificação
plares do material respectivo; quanto aos tipos dos bens, serviços e instalações. É através deste
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, tele- meio que se identifica, define e descreve possíveis problemas.
visivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação De acordo com a Professora Mirian Bazote em seu trabalho
dada pela Lei nº 12.735, de 2012). acerca de Planejamento de Segurança, ela o define como sendo um
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- processo de ações coordenadas, racionalizando os recursos mate-
mação na rede mundial de computadores. riais e humanos, que demonstre preventivamente as necessidades a
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o serem atendidas, com vistas à transformação de uma dada realidade
trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.  no aspecto da segurança empresarial, concluindo-se, portanto, que
         o planejamento de segurança faz parte de um projeto de segurança,
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. que exige uma analise de riscos prévios.
       
Para ela, em segurança não se aplica a previsão, projeção, pre-
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. 
dição:
       
- Previsão é buscar identificar quais serão os eventos futuros,
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da
com base em uma série de dados e informações que levam a uma
República.
maior ou menor probabilidade do fato ocorrer.
- Projeção é uma alegação de que o futuro é igual ao passado,
JOSÉ SARNEY
ou seja, conhecendo o passado, estatísticas, arquivos, ocorrências
Paulo Brossard
anteriores projetamos o futuro baseados nesta estrutura básica.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U de 6.1.1989  e - Predizer, por sua vez, é o fato de dizer ou anunciar com ante-
retificada em 9.1.1989 cedência o que vai acontecer, mas sem ter controle sobre a situação.

“O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai


acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar
agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para
15 PLANEJAMENTO DE SEGURANÇA. merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é
a informação: é sempre o trabalho.” Peter Drucker.

A autora conclui que planejamento é com um conjunto de me-


Planejar ser conceituado como sendo o processo racional para didas adotadas para que o futuro seja diferente do passado, atuando
definir prioridades e meios de atingi-los, mas, portanto é preciso co- sobre os fatores internos, possíveis de controle, e monitorando os
nhecer primeiro a missão e definir a finalidade e as condições de externos alheios a este controle.
execução. Em se tratando da segurança para cada tipo de autoridade Para implantação de um plano de planejamento de segurança é
ou celebridade é preciso uma estratégia e um plano de ação dife- preciso se observar as seguintes situações:
rente. 1. Diagnóstico da situação atual: instrumento norteador para
O planejamento procura proporcionar à segurança de dignitá- definição dos objetivos, estabelecimento das prioridades, metas e
rios uma situação de eficiência, eficácia e efetividade. escolhas metodológicas.
Para a doutrina, a eficiência é cumprir seu dever; resolver pro- - Baseado em estudos e diagnósticos, analisa a realidade (ne-
blemas; fazer as coisas de maneira adequada; salvaguardar os re- cessidades e problemas) e identifica o contexto em que se pretende
cursos aplicados e reduzir os custos. Já a eficácia é fazer as coisas intervir.
certas; produzir alternativas criativas; obter recursos; maximizar a - O conhecimento da realidade deve buscar apoio em indicado-
utilização de recursos e aumentar o lucro. E a efetividade é manter- res da empresa, na identificação da vocação econômica e potencia-
-se no ambiente e apresentar resultados globais positivos, perma- lidades locais; no conhecimento geral do ambiente existente e das
nentemente, ao longo do tempo. demandas sociais; e abordagem físico-geográfica.

Didatismo e Conhecimento 137


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
- É importante ter informações mais detalhadas sobre as vulne- No questionário apresentado para planejamento de analise de
rabilidades e riscos apresentados, diagnosticador e identificar as Riscos e Vulnerabilidades devem conter:
áreas onde há maior incidência destas situações.
Análise de Riscos e vulnerabilidades existentes: é um pro- 1. Níveis de segurança existentes: (sim ou não, especificar,
cesso de identificação e avaliação de cada ameaça, em relação à quantidade, tipos, etc.)
- Patrimonial: É a atividade preventiva e defensiva associada
probabilidade de ocorrência, a vulnerabilidade do objeto protegido
à ação de pessoas treinadas. (vigilantes, agentes, porteiros, briga-
contra a mesma e o impacto sobre o lucro do empreendimento. distas)
- Meios eletrônicos de proteção: Propiciam proteção adicional
2. Análise SWOT e são empregados em locais vitais à instituição, onde pelos mais va-
riados motivos, a ação humana não vai ser empregada ou necessita
de complemento para melhoria de seu desempenho.
- Manuais e Procedimentos: São as normas, diretrizes, deter-
minações, sistemas e orientações adotadas pela instituição visan-
do diminuir as vulnerabilidades existentes que por necessidade de
funcionamento, não podem ser totalmente eliminadas. Exemplos de
meios: sistemas de identificação de pessoal; controle de entrada e
saída de pessoal, veículos e cargas; levantamento de antecedentes
de candidatos; controle de circulação interna; integração de novos
empregados; controle, arquivo e destruição de documentos sigilo-
sos; controle de estoque e armazenamento de ferramentas, mate-
riais, etc.; investigação de incidentes de segurança; treinamentos de
segurança patrimonial; busca e coleta de informações; sistema de
supervisão.

2. Áreas operacionais e criticas:


- Perímetro: São fronteiras externas, normalmente os limites da
propriedade. Deverá ser a primeira linha de defesa contra as inva-
sões. A segurança do perímetro é tipicamente composta muros ou
por cercaduras, apoiada em iluminação, CFTV e rondas. Em alguns
O tratamento adequado dos pontos fortes, fracos, ameaças e
casos, especialmente áreas urbanas, as paredes dos prédios são o
oportunidades proporciona para o gestor de riscos o caminho para perímetro e suas portas e janelas seus acessos. O tipo de barreira
remodelar a situação, indicando quais são os fatores a serem tra- física que será utilizada como primeira linha de proteção dependerá
tados prioritariamente. A Matriz SWOT é a base para as respostas do que se pretende proteger. Por exemplo, proteger um prédio em
do Plano de Segurança. área urbana difere de uma indústria, vem como de um supermercado
O objetivo é promover ações com o objetivo de proteger bens ou escola.
e pessoas, prevenindo, coibindo ou neutralizando ações de agen- - Edificações (portaria, guaritas, prédios administrativos, áreas
tes agressores que venham a interferir negativamente na rotina da operacionais, refeitórios, etc.). Conhecer a planta da empresa, co-
empresa. nhecer as benfeitorias da empresa, inclusive internamente, conhecer
- Quais os ativos que vamos proteger. o entorno da empresa (proximidade de aeroportos, vias principais,
córregos de água, fontes de distribuição de energia, comunidades
- O que protegeremos.
etc) e identificar as barreiras necessárias (muros, cercas, portões,
- A que riscos esses ativos estão sujeitos. controle dos acessos, iluminação etc), considerando o aproveita-
- Quanto protegerá. mento das barreiras naturais.
No trabalho da professora Miriam ela esmiúça a respeito de
como deve ser um planejamento de segurança. Exemplos: A Empresa é composta da seguinte forma:
Para ela a proposta é um esboço de um plano onde se propõe e Prédio Principal: - Uma portaria social, onde tem acesso ao in-
explicita o seu conteúdo, mas que de maneira clara não se permita terior da Empresa os funcionários diretos, prestadores de serviço,
dúvidas. E ela exemplifica: visitantes e fornecedores; - Portão de acesso ao estacionamento da
- Definem as áreas, prédios e outras estruturas consideradas diretoria e gerência; - Dois portões para entrega de materiais, e trân-
críticas e que mereçam proteção, bem como a prioridade para sua sito de maquinário e veículos pequenos ( empilhadeiras )
proteção. Na parte interna a Empresa é composta por quatro prédios dis-
tintos, sendo um reservado para a diretoria, gerências e parte da ad-
- Medidas de controle. Estabelece restrições para o acesso e
ministração, um reservado para a administração e outros dois para a
movimento nas áreas críticas área de produção e afins.
- Desenvolvimento de um novo produto ou serviço; Prédio Secundário: Este conjunto de pequenos prédios está
- Mudança de estrutura, de pessoal ou de estilo da organiza- atualmente sendo utilizado para a guarda de materiais de produção,
ção; sendo o mesmo destinado ao uso do departamento de expedição.
- Desenvolvimento ou aquisição de sistemas de segurança No mesmo complexo encontra-se o grêmio recreativo, e também
novo ou modificados em fase de implantação as futuras instalações do departamento de
- Implementação de um novo procedimento ou processo. recursos humanos.

Didatismo e Conhecimento 138


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Estacionamento: Existe ainda uma área já definida, onde será - Política e procedimentos para registro de veículos. A política
implantado o estacionamento para funcionários e visitantes. Cabe de autorização de entrada de veículos de empregados da empresa
ressaltar que na lateral da Empresa existe atualmente um estaciona- não é, a princípio, definida pela área de segurança, mas pela área de
mento reservado para clientes composto por quatro vagas. RH. Aqui essa política é explicitada e são definidas normas para seu
Para a autora, é necessário que se analise os controles de segu- cumprimento.
rança existentes, identificando se eles são adequados, deficientes,
ineficientes, inexistentes). Detalhando e comentando cada item: Controle de pessoal.
- Identificação de visitantes Área - Define controles referentes a cada área ou estrutura
- Identificação de funcionários considerada individualmente.
- Controle de acesso de entrada e saída de funcionários Critério de acesso para:
- Empregados da empresa.
- Entrada e Saída de veículos
- Visitantes.
- Entrada e saída de materiais
- Vendedores.
- Circuito fechado de TV - Pessoal de manutenção.
- Pessoal contratado para trabalhos específicos.
Detalhar o sistema a ser utilizado em cada área. Se for utilizado - Outros.
um sistema de crachás, deve conter uma descrição completa sobre Identificação e controle. Descreve o sistema a ser utilizado em
todos os aspectos relativos ao acesso de pessoal nas diversas áreas cada área. Se for utilizado um sistema de crachás, deve conter uma
da empresa e como os crachás permitirão sua visualização rápida. descrição completa sobre todos os aspectos relativos ao acesso de
Deve incluir regras específicas para cada caso baixo. pessoal nas diversas áreas da empresa e como os crachás permitirão
Exemplos: Controle de material - Deve-se ter em mente que a sua visualização rápida.
área de segurança não define normas na área contábil ou fiscal. A É preciso também que sejam analisados os pontos críticos da
segurança controla se as normas definidas nessas áreas por quem planta:
de direito na empresa estão sendo seguidas para evitar perdas por Entradas; expedição, tesouraria, portarias, estacionamento, etc.
recebimentos ou liberações indevidas. (enumerar e qualificar o tipo de risco).

Entrada de material. Exemplos:


Recebimento. Define normas de segurança a serem observadas Portaria Principal: Período Diurno – Durante o período diurno,
para recebimento de material e suprimentos de modo rotineiro. sobre tudo durante os dias úteis, onde o movimento de funcionários
é maior , a portaria torna – se um local muito vulnerável para acesso
Controle. Define normas e responsabilidades a respeito da ins-
de pessoas estranhas , tendo em vista que os vigilantes são desvia-
peção de segurança sobre o material que entra na empresa, incluindo
dos de suas funções para o acompanhamento de diversas atividades
toda a documentação necessária para o aceite. (Ex.: manutenção em sistemas de ar condicionado; recebimento e
conferência de produtos alimentícios destinados ao refeitório , etc...
Saída de material. ) , deixando o local totalmente desguarnecido ,ficando inúmeras ve-
- Carregamento. Define normas de segurança a serem observa- zes somente o porteiro que acaba ficando sobrecarregado de serviço.
das para o carregamento de produtos de modo rotineiro. Portões Laterais: Na extensão da rua da Empresa existem por-
- Controles. Define normas e responsabilidades a respeito da tões , onde há a movimentação de veículos leves ( empilhadeiras e
inspeção de segurança sobre o material que sai da empresa, incluin- carrinhos de mão ) que estando a serviço do departamento de expe-
do toda a documentação necessária para a liberação. dição passam o dia inteiro executando serviço de transporte de mate-
riais para a produção , de um lado para o outro da rua , uma vez que
Casos especiais. o depósito da expedição é localizado bem em frente a Empresa. Etc.,
- Define normas de segurança a serem observadas para o recebi- Guaritas: Podemos considerar a portaria principal da Empresa
mento ou carregamento não usuais, em áreas livres ou restritas. De- como uma guarita, uma vez que tem os vidros blindados e pessoas
fine também a responsabilidade a respeito da inspeção e liberação, estranhas na área externa não tem acesso aos nossos funcionários.
documentação necessária e outros. Normatiza a procura e inspeção No entanto há um ponto deficiente no projeto de construção da mes-
de material caso haja indícios de ameaça, neste caso específico sem- ma, tendo em vista que foram feitas quatro seteiras, sendo duas nas
pre de acordo com a legislação vigente. respectivas laterais e duas na parte frontal. As seteiras laterais têm
um aproveitamento de tiro de cerca de 70%, no entanto as seteiras
Controle de veículos.
frontais são muito baixas dificultando o posicionamento confortável
- Frota da empresa. Define normas para o controle da utilização
para o vigilante durante uma eventual reação armada. etc.
dos veículos da empresa. Além disso, se faz necessário a análise de riscos reais e poten-
- Note-se que as normas para a utilização em si não são defini- ciais:
das pela área de segurança da empresa, mas pela logística ou outra - Roubos; (inclusive de funcionários nas proximidades)
área equivalente. A segurança controla apenas o uso determinado - Invasões;
para evitar perdas por utilização indevida. - Furtos;
- Veículos particulares dos empregados. Define normas para - Sequestros;
controle de entrada, revista e saída dos veículos particulares dos em- - Vandalismo;
pregados da empresa. A revista só poderá ser realizada se de acordo - Uso e trafico de drogas.
com a legislação vigente. - Todas as variáveis possíveis.

Didatismo e Conhecimento 139


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
A professora ressalta que a implantação do planejamento de se- adequar às novas necessidades e conseguirem superar os obstáculos
gurança é uma das fases mais sensíveis, pois neste momento toda e decorrentes. A inteligência estratégica integrada é uma ferramenta
empresa deve ser envolvida, tanto o pessoal da área de segurança de alto valor e intrínseca na gestão moderna.
como de todos os outros departamentos e setores. Este é o momento A Segurança corporativa é um ramo da segurança que cuida dos
em que é posto em prática tudo aquilo que foi previsto. interesses ligados à empresas públicas ou privadas, no que tange à
Para ela, é importante que se lembre que o sistema de segu- proteção de seus recursos humanos e materiais.
rança vai ser utilizado por todos os funcionários da empresa e, para A gestão da segurança deve estar em consonância com a missão
que isso realmente ocorra, o sistema deve ser cômodo para todos e e valores da empresa e deve respeitar os limites éticos e legais im-
deve ser divulgado antes do início de sua implementação até que postos nas regiões em que atuam.
pelo menos a maior parte da resistência seja quebrada. Outro as- Medidas de controle antecipadamente, de planificação para as
pecto imprescindível ao sucesso do plano é o não engessamento das contingências, do estudo de cenários de risco, e do uso da Inteligên-
atividades de empresa. cia em Segurança Empresarial, podem minimizar e em alguns casos,
A avaliação e o controle são ferramentas que possibilitam o reverter situações indesejáveis.
acompanhamento e desempenho do Plano de Segurança deverá re- Gerenciar crises é reconhecer o risco, buscar e avaliar situações
tratar a aplicação dos processos elaborados, com a finalidade de me- que por sua natureza venham a criá-los ou potencializá-los. Reco-
dir se o que foi planejado está sendo executado, e se a execução está nhecer que essas emergências existem, mas podem ser trabalhadas
com o resultado esperado. De outra forma, deverá ser reajustado. para ter seus efeitos minimizados.
A avaliação não deve ser superficial nem precipitada. Devendo Prever, antecipar e estar pronto para intervir e operar em situa-
analisar as variáveis ocorridas durante o período, como por exem- ções de crise, a partir de nova concepção estratégica nos negócios é
plo, aumento de casos de recuperação de material furtado, que de agora uma missão da segurança.
maneira isolada não é concludente, devendo ser comparado com o Desta forma o sistema de Prevenção e Gestão de Crises, torna-
relatório do setor de produção informando que a quantidade de ma- -se prioritário nas organizações, com o objetivo preventivo contra
terial agregado por unidade produzida diminuiu (os custos reduzi- ocorrências indesejáveis, a partir de uma postura mais proativa da
ram) sem que ocorresse qualquer mudança processual na produção, segurança.
aí sim se torna significativo.
Um programa de planejamento e gestão em segurança deve ser
- Identifica seus ganhos e dificuldades;
considerado, objetivando a análise das necessidades da corporação
- Municia os gestores de informações que levem ao seu contí-
como um todo (Empresa e profissionais) e utilizando como metodo-
nuo ajuste e aperfeiçoamento;
logia o estudo intensivo das normas e padrões para a integração do
- Possibilita o exercício do controle da segurança.
conhecimento relativo aos diferentes segmentos envolvidos.
São processos contínuos e dinâmicos de acompanhamento das
Um dos objetivos do programa é desenvolver junto aos profis-
ações programadas, com momentos definidos para a verificação>
sionais envolvidos habilidades em planejamento, implantação, aná-
- Semanal
- Mensal lise e gestão da segurança, para que estes possam identificar e solu-
- Anual cionar os problemas relacionados com a infraestrutura, bem como a
- Ao final de uma etapa inserção de questões tecnológicas e administrativas de segurança no
Verifica se os produtos e resultados previstos foram alcançados; processo de tomada de decisões estratégicas da corporação.
se as demandas priorizadas e suas metas foram devidamente atendi- Outro objetivo do programa deve ser o de garantir um compro-
das os ganhos alcance das ações. misso permanente com soluções de custo acessível e alta qualidade,
- Possibilita acompanhar decisões; sempre focando a melhoria da competitividade através da redução
- Procedimentos dos funcionários; de riscos de invasão, roubos e perdas de informação, redução de cus-
- Integração dos departamentos; tos operacionais, aumento de eficiência dos procedimentos internos
- Protagonismo dos parceiros; e otimização da infraestrutura computacional e de comunicação de
- Participação dos beneficiários; dados.
- Adesão ao programa, avaliando mudanças de comportamento De acordo com artigo publicado no endereço eletrônico senho-
pessoal, grupal, e cultura de segurança, no âmbito empresarial e do raseguranca.com.br, por AA da Guerra, o objetivo da segurança é
território trabalhado. resguardar a integridade das pessoas, das informações, dos ativos
No trabalho supracitado, a professora Miriam encerra analisan- físicos e financeiros e da imagem da empresa. Consideremos os se-
do que a avaliação visa manter o objetivo final da segurança que é guintes fatores do processo de gestão de segurança:
diminuir perdas, o que proporcionará um aumento dos lucros. Valores: são os “objetos” da proteção. Representam tudo o que
deve ser protegido para assegurar a continuidade dos negócios e
contribuir para o resultado financeiro da empresa.
Pessoas: este primeiro grupo de valores é composto diretamente
16 SEGURANÇA CORPORATIVA pelos funcionários da organização, contratados diversos, clientes e
ESTRATÉGICA. usuários. Indiretamente devem ser incluídos os familiares dos fun-
cionários, que podem ser vítimas de ocorrências relacionadas com
a atividade dos funcionários, a exemplo da extorsão mediante se-
questro.
O cenário corporativo atual, altamente competitivo e com ele- - Ativos físicos e financeiros: podem ser citados o numerário
vados riscos externos e internos, exige cada vez mais informações (moeda nacional em espécie) e outros valores (moeda estrangeira,
de qualidade e em tempo oportuno para que os gestores possam se equipamentos, instalações físicas.

Didatismo e Conhecimento 140


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
- Imagem: qualquer tipo de vinculação do nome da instituição Se o incidente ocorrer, a empresa deve ter previsto um plano
e/ou de seus funcionários com fatos ou notícias de caráter negativo de recuperação de suas atividades. Por outro lado, é fundamental
pode provocar sérios danos à sua imagem - um ativo intangível - e, que se utilize o conhecimento gerado por incidentes efetivados, para
por isso, necessita de mecanismos eficientes de proteção. reavaliar e adaptar os módulos anteriores, com o intuito de se evitar
- Informações: as informações merecem alto nível de proteção, novas ocorrências.
pois sua perda pode gerar prejuízos incalculáveis às organizações. O plano busca também recuperar os ativos comprometidos pe-
Podem ser citados alguns exemplos de informações cujo vazamento los incidentes.
pode gerar, direta ou indiretamente, transtornos às organizações: da- - Pesquisa estratégica: tem por objetivo coletar informações
dos pessoais de funcionários e clientes, informações sigilosas sobre consideradas úteis para a segurança preventiva em todas as suas di-
clientes, assuntos estratégicos (projetos, negócios, valores, plano mensões.
de segurança etc.), rotinas de serviços e funções específicas de fun- A pesquisa estratégica envolve relacionamento com outras ins-
cionários. Deve ficar claro que criminosos procuram conhecer as tituições financeiras, empresas e grupos especializados em seguran-
informações e rotinas das unidades para subsidiar as ações contra ça na internet, órgãos go governamentais, universidades, organis-
a empresa. mos policiais, órgãos de inteligência e outros. Por meio de pesquisa
estratégica, por exemplo, podemos gerar subsídios para muitas deci-
As organizações estão sujeitas a inúmeros tipos de ocorrências,
sões estratégicas, ações emergenciais para evitar delitos.
que variam de acordo com o tipo de negócio e com as fragilidades
Está relacionada à segurança da gestão das áreas e instalações
encontradas em cada local. Vale lembrar que os criminosos também
a segurança das telecomunicações (de voz, dados e/ou comunica-
procuram correr sempre o menor risco, portanto a tendência é que a
ções de vídeo) é a prevenção de qualquer tipo de intrusão (ou seja, o
vítima seja sempre a empresa ou unidade mais despreparada, não só acesso para uso não autorizado ou com segundas intenções) ao equi-
sob aspecto de equipamentos, mas principalmente quanto ao com- pamento de telecomunicações de sua empresa por alguma pessoa.
portamento de seus funcionários. Intrusões podem ser efetuadas por meio de equipamento sín-
As ocorrências podem ser provocadas ou facilitadas por agentes crono (com base em circuito e/ou multiplexador de tempo) ou assín-
internos e externos. crono (com base em caractere, mensagem ou pacote) ou interfaces
- Atores internos: funcionários e contratados. Erros de proce- para fins de:
dimento, descumprimento de normas, negligência, vazamento de - Utilização (de recursos especiais do equipamento acessado);
informações e até mesmo dolo propiciam a ação criminosa. Daí a - Furto (de propriedade intelectual, de ativos financeiros ou
necessidade de todos perceberem sua responsabilidade e se compro- acesso à facilidade de tarifas);
meterem com as questões de segurança. - Escuta telefônica (invasão de privacidade);
- Atores externos: de maneira geral são os criminosos especiali- - Causar danos (criando problemas, aparentemente inofensivos,
zados, responsáveis pelos mais variados tipos de ataques, tais como sem adulteração);
sequestros, assaltos, arrombamentos, furtos, fraudes, vandalismo, - Causar prejuízo (como adulteração prejudicial, alteração ou
lavagem de dinheiro e crimes cibernéticos. Numa proporção menor, perda de dados, independentemente do motivo ou intenção).
mas responsáveis por grandes transtornos, ocorrem os incidentes e Condutas de segurança, em telecomunicações, requer que lo-
desastres de natureza não criminosa (chuva, terremoto, etc.). cais onde é discutidas informações de grande importância sejam
O terceiro fator considerado na gestão de segurança, e o mais protegidos contra a escuta passiva e ativa.
relevante, são constituídos pelas estratégias que viabilizam esse ma- a) Escuta passiva é a que visa obter informações classificadas
croprocesso: através de meios de telecomunicações não protegidos ou por escuta
- Prevenção ou inibição: o objetivo principal é de identificar direta. A proteção contra a escuta passiva exige inspeções de segu-
condições, situações ou pessoas que possam ser causadoras de rança técnica e pode requerer a insonorização das paredes, portas,
ameaças, de maneira a se criar fatores que inibam ocorrências. Este tetos e soalhos.
conceito, de certa forma, abrange os demais, uma vez que o objetivo b) Escuta ativa é a que visa obter informações classificadas por
maior é evitar os incidentes de segurança. Estão entre as atividades intermédio de microfones, com ou sem fio, ou de outros dispositivos
instalados para o mesmo efeito. A proteção contra este tipo de escuta
de prevenção ou inibição: a disseminação de instruções e cultura de
exige a inspeção de segurança técnica de toda a estrutura do com-
segurança, as aplicações de metodologias e políticas, a definição de
partimento em causa, do seu mobiliário, decoração, equipamento,
especificações de ferramentas e equipamentos de segurança, análise
material de escritório, máquinas e meios de telecomunicações.
de riscos etc.
As áreas protegidas contra a escuta devem ser objeto de ins-
- Correção: a partir de análises internas e do cenário externo, peção técnica pelo menos uma vez por ano e sempre que pessoas
procura-se manter dinâmico o processo preventivo, corrigindo e re- não habilitadas ou não vigiadas ali tenham penetrado por quaisquer
definindo mecanismos, ferramentas, práticas, instruções, estrutura razões.
tecnológica e humana, já existentes e aplicados, de forma a manter a Nenhum móvel ou material novo deverá ser colocado nessas
eficácia das medidas de segurança estabelecidas anteriormente. Es- áreas sem que tenha sido inspecionado e aprovado pelo serviço
tão entre essas atividades as atualizações de sistemas e equipamen- competente. Nestas áreas deverá também ser evitada a colocação
tos, monitoramento de tendências, cenários, acompanhamento da de telefones.
efetividade das medidas de inibição adotadas, avaliação e controle A instituição financeira deve possuir planos de contingência e
de situações e incidentes de crise, entre outras. de continuidade de negócios para garantir sua capacidade de operar
- Recuperação: trata-se da elaboração de planos de continuida- e minimizar suas perdas na eventualidade de interrupções drásticas
de de negócios. de suas atividades.

Didatismo e Conhecimento 141


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
O plano de continuidade de negócios tem como principal ob- - Atentar para alterações na legislação vigente que afetem o pla-
jetivo possibilitar o funcionamento da organização em um nível no e, garantir sua comunicação às pessoas da instituição responsá-
aceitável nas situações de contingência onde há indisponibilidade veis pela sua manutenção;
dos recursos de informação. A impossibilidade de realizar as suas - Estar preparado para comunicações externas em caso de de-
operações traz sérios impactos financeiros, operacionais e de ima- sastre;
gem. O plano deve ser elaborado após a realização de uma análise de - Informar novos funcionários sobre a política existente na ins-
impacto no negócio e especificar as ameaças e riscos identificados tituição e, incentivar a participação no treinamento do plano de con-
na organização. tingência e de continuidade de negócios.
A direção e os demais interessados na organização devem co- - Definir responsabilidade de atuação para cada funcionário, na
nhecer todas as partes e fases do desenvolvimento do plano de con- execução do plano de contingência e de continuidade de negócios;
tinuidade de negócios e aprovar as ameaças e os riscos que podem - Manter equipes treinadas nas suas respectivas responsabili-
afetar os ativos de informação, mas que estão de fora do plano. O dades para agilizarem o processo de recuperação e continuidade de
plano deve ser elaborado inicialmente considerando as situações de qualquer negócio.
maior risco e maior impacto e ir amadurecendo conforme a matu- - Analisar periodicamente a documentação existente para su-
ridade da organização frente a proteção dos seus ativos. O treina- portar a restauração do ambiente em situação de desastre;
mento e a conscientização de todos os colaboradores é de grande - Manter uma lista de contatos atualizada, inclusive de princi-
importância, permitindo que a organização gerencie os riscos, esteja
pais fornecedores e clientes;
preparada para os momentos de contingência e garanta a continui-
- Testar as ações para restauração do ambiente sinistrado;
dade do negócio.
- Simular situações emergenciais;
Assim, o Plano de Contingência e de Continuidade de Negó-
- Preparar ações necessárias à recuperação do Centro de Tecno-
cios pode ser entendido como o conjunto de medidas preventivas e
de recuperação no caso de um desastre ou qualquer outra interrup- logia da Informação.
ção drástica de negócios. Estas medidas, vão muito além da simples A maneira como será implementado um plano de continuidade
adoção de um plano de seguro e, devem assegurar a capacidade da e recuperação de negócios nem sempre exigem todas as atividades
instituição financeira em operar em bases contínuas. acima mencionadas. Cada instituição deve estar atenta ao seu am-
Os princípios de gerenciamento do risco operacional devem as- biente, suas características e apetite ao risco.
segurar que todos os processos críticos têm seus riscos identificados,
avaliados, monitorados e controlados. No entanto, existe a possibi- Gerenciamento de crises aplicados à segurança
lidade de fatores adversos, que não podem ser evitados, provocarem
interrupções drásticas nestes processos. Para que estas interrupções Com relação ao gerenciamento de crises, podemos caracte-
não proporcionem sérias consequências, a instituição deve possuir rizá-lo como o processo de identificar, obter e aplicar os recursos
um plano de contingência e continuidade de negócios. necessários à antecipação, prevenção e resolução de uma crise.
A instituição financeira deve rever periodicamente seu plano de Ainda, conceitua-se “Gerenciamento de Crises como o meio eficaz
contingência e de continuidade de negócios, a fim de mantê-lo atua- de se identificar, obter e aplicar, de conformidade com a legislação
lizado e consistente com as operações e estratégias correntes. Além vigente e com o emprego das técnicas especializadas, os recursos
disso, este plano deve ser testado periodicamente para assegurar que estratégicos, adequados para solução de crise, sejam medidas de an-
a instituição financeira possa executá-lo num evento de descontinui- tecipação, prevenção e/ou resolução, a fim de assegurar o completo
dade severa dos negócios. restabelecimento da ordem pública e da normalidade da situação”.

O plano de contingência e de continuidade de negócios envolve Características das Crises


basicamente quatro fatores: A doutrina norte-americana formulada pela Academia Nacio-
- Infraestrutura de pessoal (pessoas e responsabilidades); nal do FBI (EUA), enumera três características principais sobre um
- Infraestrutura física (local e recursos); evento crucial:
- Infraestrutura tecnológica (hardware e software);
- Serviços externos (essenciais ao processo). AMEAÇA À VIDA – Configura-se como um componente es-
sencial do evento crítico, mesmo quando a vida em risco é a do
O plano de contingência e de continuidade de negócios deve ser
próprio indivíduo causador da crise. Assim, por exemplo, se alguém
um processo contínuo no qual a instituição financeira deve:
ameaça se jogar do alto de um prédio, buscando suicidar-se, essa
- Identificar e analisar impactos nos negócios e perdas poten-
situação é caracterizada como uma crise, ainda que inexistam outras
ciais;
- Garantir a continuidade dos negócios, operações e serviços; vidas em perigo.
- Priorizar os processos críticos definidos corporativamente,
incluindo todas as atividades da linha de frente às áreas de suporte; IMPREVISIBILIDADE – A crise é não-seletiva e inesperada,
- Conter detalhadamente todas as atividades, procedimentos, isto é, qualquer pessoa ou instituição pode ser atingida a qualquer
responsabilidades e necessidades de recursos no momento de uma instante, em qualquer local, a qualquer hora. Sabemos que ela vai
eventual interrupção; acontecer, mas não podemos prever quando. Sendo assim, as insti-
- Garantir que as informações sobre os planos de contingência e tuições policiais não podem se valer da possibilidade de se preparar
de continuidade de negócios estejam sempre atualizadas e acessíveis tão somente quando o evento crítico acontecer, devendo estar prepa-
(física e eletronicamente); rados para enfrentar qualquer crise.

Didatismo e Conhecimento 142


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
COMPRESSÃO DE TEMPO (urgência) – Os processos O critério da necessidade indica que toda e qualquer ação so-
decisórios que envolvem discussões para adoção de posturas no mente deve ser implementada quando for indispensável.
ambiente operacional devem ser realizados, em um curto espaço O critério da validade do risco, nos mostra que toda e qualquer
de tempo. Os eventos cruciais de alta complexidade impõem aos ação têm que levar em conta se os riscos dela advindos são compen-
agentes responsáveis pelo seu gerenciamento: urgência, agilidade e sados pelos resultados.
rapidez nas decisões. A aceitabilidade, implica em que toda ação deve ter respaldo
O gerenciamento de uma crise deve ser trabalhado sob uma legal, moral e ético.
compreensão de tempo e considerando os mais complexos proble- ACEITABILIDADE LEGAL – Toda decisão deve ser tomada
mas: sejam sociais, econômicos, políticos e ideológicos.
com base nos princípios ditados pelas leis.
Deve avaliar potenciais riscos e preparar planos preventivos
ACEITABILIDADE MORAL – Toda decisão para ser tomada
para agir em relação a cada situação.
deve levar em consideração aspectos de moralidade e bons costu-
NECESSIDADE DE: mes.
ACEITABILIDADE ÉTICA – O responsável pelo gerencia-
1. Postura organizacional não-rotineira: A necessidade de mento da crise, ao tomar uma decisão, deve fazê-lo lembrando que,
uma postura organizacional não-rotineira é de todas as caracterís- o resultado da mesma não pode exigir de seus comandados a prática
ticas essenciais, a que causa maiores transtornos ao processo de de ações que causem constrangimentos à corporação policial.
gerenciamento, principalmente, quando a instituição não desprende Resumindo, o GERENTE DA CRISE, no momento das suas
energias suficientes para se planejar antes mesmo da crise acontecer. tomadas de decisões, deve estar a todo o momento se questionando
Contudo, é a única cujos efeitos podem ser minimizados, graças a sobre as suas determinações ou decisões:
um preparo e a um treinamento prévio da organização para o enfren- É necessário correr este risco ou existe uma outra forma de se
tamento de eventos críticos. resolver? Vale a pena correr este risco? A minha decisão possui um
respaldo legal, esta dentro dos princípios morais e éticos da socie-
2. Planejamento analítico especial e capacidade de imple- dade? Etc.
mentação: Sobre a necessidade de um planejamento analítico espe-
cial é importante salientar que a análise e o planejamento, durante Classificação dos graus de risco
o desenrolar de uma crise, são consideravelmente prejudicados por O objetivo de estudarmos e entendermos a classificação dos
fatores como a insuficiência de informações sobre o evento crítico, a
graus de risco ou ameaça dos eventos críticos, é para dimensionar-
intervenção da mídia e o tumulto de massa geralmente causado por
mos os recursos humanos e materiais a serem empregados na ocor-
situações dessa natureza.
rência de forma que não fiquem super ou subdimensionados.
A capacidade de implementação resume-se na habilidade que
terá o Gerente da crise em mobilizar todos os recursos necessários A avaliação da classificação do grau de risco deve ser uma das
para solucionar a crise. primeiras ações a ser mentalizada pelo Gerente da crise.
Essa classificação obedece a um escalonamento de quatro
Objetivo do Gerenciamento de Crises graus:
O Gerenciamento de Crises tem como principal objetivo, em 1º Grau – ALTO RISCO
absoluta ordem axiológica, PRESERVAR VIDAS e APLICAR A 2º Grau – ALTÍSSIMO RISCO
LEI. 3º Grau – AMEAÇA EXTRAORDINÁRIA
O Gerente de uma situação de crise deve ter sempre em mente 4º Grau – AMEAÇA EXÓTICA
esses objetivos, mesmo que optando por preservar vidas de inocen-
tes, possa contribuir para uma momentânea fuga ou vitória dos ele- Uma correta avaliação do grau de risco ou ameaça, representa-
mentos causadores da crise. do por uma crise, concorre favoravelmente, para a solução do even-
A preservação de vidas serve para todos os envolvidos no cená- to, possibilitando, desde o início, o oferecimento de um nível de
rio da crise, os reféns, o público em geral, os policiais e até mesmo resposta adequado à situação, evitando-se, destarte, perdas de tempo
os criminosos. desnecessárias.
A aplicação da lei deverá consistir na prisão dos infratores
protagonistas da crise, na proteção do patrimônio público privado,
Fases do processo de Gerenciamento de Crises
como também, garantindo o estado de direito.
Quando falamos sobre fases do processo de Gerenciamento
de Crises, o primeiro pensamento que nos vem a cabeça, é que o
Critérios de ação
No decorrer do processo do gerenciamento de uma crise, o GE- processo de Gerenciamento de Crises só se inicia quando o evento
RENTE DA CRISE (mais alta autoridade presente no teatro de ope- crucial explode. Entretanto, a doutrina nos ensina que o processo
rações) tomará decisões das mais diversas espécies e pertinentes aos de Gerenciamento de Crises se inicia muito antes da crise eclodir,
mais variados assuntos. Para balizar e facilitar o processo decisório como também, observaremos que ele continua mesmo tendo sido
no curso de uma crise, a doutrina estabelece o que se chamam crité- solucionado a crise.
rios de ação, que se traduzem em referenciais para nortear a tomada As fases do processo de Gerenciamento de Crises são divididas
de decisões. em:
A doutrina de Gerenciamento de Crises estabelece três critérios - Fase da pré-confrontação;
de ação, a saber: a necessidade, a validade do risco e a aceitabilida- - Fase da confrontação;
de. - Fase da pós-confrontação.

Didatismo e Conhecimento 143


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
FASE DA PRÉ-CONFRONTAÇÃO (PREPARO) cruciais, são de extrema importância, pois, na maioria dos casos são
É a fase que antecede a confrontação do evento crucial. Durante eles que serão os primeiros a se depararem com tais ocorrências.
esta fase, a instituição policial se prepara, administrativamente, em Nestes casos, “uma resposta imediata e eficiente depende quase que
relação à logística, operacionalmente através de instruções e opera- 60% do êxito da missão policial no gerenciamento de uma crise”.
ções simuladas, planejando-se para que possa atender qualquer crise
que vier acontecer na sua esfera de competência. CONTENÇÃO
São todos aqueles procedimentos fundamentais, que irão per- A contenção de uma crise consiste em evitar que ela se alastre,
mitir aos órgãos e pessoas envolvidos em um evento crítico, possuir isto é, impedindo que os sequestradores aumentem o número de re-
condições de interagir de maneira pró-ativa com as situações encon- féns, ampliem a área sob seu controle, conquistem posições mais
tradas. A ausência e ou carência de uma destas fases proporcionarão seguras, ou melhor, guarnecidas, tenham acesso a mais armamento,
dificuldades ou até mesmo impedirá uma resposta satisfatória para vias de escape, ou seja, a contenção é o impedimento do desloca-
sociedade, arranhando desta forma a credibilidade do Sistema de mento do ponto crítico.
Defesa Social (SDF) e colocando vidas em risco. Enfim, é a ação que visa evitar o agravamento da situação ou
Esta é a fase em que nos encontramos neste exato momento. É a que ela se alastre, impedindo que o causador:
fase da normatização, da formação (apresentação, estudo, pesquisa) - Aumente o número de reféns;
de doutrina, da elaboração de um plano de contingência ou seguran- - Amplie a área de controle;
ça, estruturação e treinamento. - Conquiste posições mais seguras;
É de fundamental importância que os envolvidos em eventos - Tenham acesso a recursos que facilitem ou ampliem o seu po-
críticos tenham o conhecimento dos procedimentos a serem adota- tencial ofensivo.
dos quando na confrontação e através de um programa contínuo e
criterioso de divulgação, com cursos, estágios, palestras e oficinas, a ISOLAMENTO
Secretaria de Segurança Pública tem transmitido aos integrantes do É a ação que visa cortar todos os meios de contato, visual,
Sistema de Defesa Social (SDF), a necessidade de padronização de audiovisual e ou material dos envolvidos diretamente no conflito. É
posturas e de cooperação para resolução dos conflitos da vida mo- o “congelamento” do objetivo (local), visando interromper o contato
derna, tendo o devido cuidado com referencia ao nível de informa- da vítima ou refém e principalmente do causador com o exterior.
ção, para não reduzir ou até mesmo anular, as técnicas de respostas, Recomenda-se o corte de energia elétrica, linha telefônica,
utilizadas pelo Sistema de defesa Social do Estado, contra a escalada sistema de abastecimento de água, gás e qualquer outro meio de
da violência que vitima a nossa sociedade. independência por parte dos causadores.
Permite que a Polícia assuma o controle como único veículo de
PLANO DE CONTIGÊNCIA OU SEGURANÇA interlocução. Quanto melhor o isolamento melhor a possibilidade
O plano de contingência ou segurança está intimamente rela- de negociação.
cionado ao planejamento estratégico que é elaborado pelas institui- A ação de isolar o ponto crítico se desenvolve praticamente ao
ções, avaliando-se dentro do Estado os locais, pessoas e negócios mesmo tempo em que a de conter a crise. Os perpetradores devem
sensíveis, notáveis e importantes na nossa estrutura, reduzindo desta ser isolados de forma que se imponha a eles a sensação de estarem
forma a incidência dessas ocorrências ou minimizando seus efeitos completamente sozinhos.
quando é deflagrada.
INÍCIO DAS NEGOCIAÇÕES
ESTRUTURAÇÃO Considerado o momento mais tenso, por não termos os elemen-
Com aumento de ocorrência desta natureza, ficou irreversível tos essenciais de informações, como número de reféns ou vítimas,
a necessidade de criação de uma estrutura específica para tratar do quantidade de causadores, armamento utilizado, conhecimento do
assunto, com pessoal treinado, espaço definido e principalmente espaço físico. É o principal momento em que o policial pode en-
equipamentos eficientes para fazer frente aos eventos críticos. contrar uma certa agressividade por parte dos causadores. A técnica
recomenda que este contato inicial seja através de instrumentos de
TREINAMENTO comunicação como megafone, etc. Mesmo que a autoridade que pri-
Como já entendemos que crise é um fenômeno social, e como meiro tiver contato com a crise não seja um negociador oficial, este
fenômeno social está sempre num processo de mudanças, os profis- deverá iniciar o processo de negociação assim que as condições do
sionais que atuam nesta área não podem se permitir parar no tem- terreno o permitam.
po, pois, esta estagnação poderá custar uma preciosa vida, logo, o
aprimoramento técnico-profissional deve ser contínuo, avaliando PERÍMETROS DE SEGURANÇA
através de estudo de casos os procedimentos adotados em todas as São os anéis de controle, que propiciam a segurança da popula-
ocorrências, formando um banco de dados eficiente. ção, das autoridades envolvidas, da imprensa, das vítimas ou reféns
e dos protagonistas do evento. A sua forma e tamanho podem variar
FASE DA CONFRONTAÇÃO (RESPOSTA IMEDIATA de acordo com cada ocorrência, pois dependeremos de vários fatores
ou AÇÃO) como: espaço físico onde esta ocorrendo a crise, poder de letalidade
A fase de confrontação ou resposta imediata corresponde ao do armamento que está sendo utilizado e a tipologia do causador
momento em que as primeiras medidas devem ser adotadas, imedia- do evento crítico, vale lembrar que quanto maior suas dimensões,
tamente a eclosão de um evento de alta complexidade. Nesta fase, os mais difícil sua manutenção. Os perímetros de segurança geralmen-
Policiais Militares que estão no serviço de policiamento ostensivo, te são divididos em três etapas: EXTERNO, INTERMEDIÁRIO e
uma vez conhecedores da doutrina sobre gerenciamento de situações INTERNO.

Didatismo e Conhecimento 144


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
FASE DA PÓS-CONFRONTAÇÃO DE UM EVENTO - ABORDAGEM: É a ação conjugada ou isolada realizada
CRÍTICO por profissionais, em indivíduos praticantes de atos suspeitos.
Fase que sucede o encerramento de um evento crítico.
Algumas pessoas acreditam que com a libertação dos reféns a - PARTES ENVOLVIDAS: São as pessoas ou indivíduos
ocorrência já está terminada, vamos citar algumas dentre as varias envolvidos numa ocorrência, sendo: autores de delito, vítimas, tes-
medidas que o aparelho policial precisa adotar após a confrontação: temunhas, etc,
- Atendimento médico para os reféns ou vítimas: Uma das pri-
meiras medidas a serem tomadas, é o acionamento de atendimento - AUTORIDADE DE PLANTÃO: É o Delegado de polícia
médico para o local, ao final da ocorrência mesmo que a pessoa que está de serviço no Distrito Policial.
não queira ser atendida, torna-se conveniente que um profissional da
área de saúde, possa fazer este primeiro contato, visando verificar o Devem-se sempre buscar melhorias contínuas da Gestão de
seu estado de saúde, e desta forma evitar certas surpresas. Segurança, tanto no aspecto ocupacional quanto na qualidade de
- Cumprimento das garantias: Não podemos garantir o que não vida, com educação, capacitação e comprometimento dos empre-
podemos cumprir. Estabelecida a negociação por parte do aparelho gados, envolvendo familiares, empresas parceiras, fornecedores e
policial, ela tem que está pautada antes de tudo na aceitabilidade demais partes interessadas.
legal, moral e ética. Autuação em Flagrante dos causadores torna-se Atender aos requisitos da legislação vigente de segurança
uma consequência natural na maioria das ocorrências de Gerencia- aplicável à Instituição e outros requisitos desta natureza por ela
mento de Crises, atribuindo inclusive, responsabilidades aos seus subscritos.
autores. Nos padrões operacionais devem estar contidos os fundamen-
- Relatório do Evento (Fatos e críticas): Constar tudo que for tos de segurança das pessoas, regulamentando, assim, as condi-
julgado importante sobre a ocorrência, e com riqueza de detalhes, ções de produção, a identificação dos riscos à segurança de cada
pois, não podemos esquecer que este relatório é uma das peças fun- atividade e seus respectivos controles, além dos equipamentos de
damentais do processo legal. proteção individual aplicáveis. É responsabilidade do executante
o cumprimento dos padrões que regulamentam as atividades. En-
tretanto, tal condição não elimina a necessidade de uma avaliação
17 SEGURANÇA DA GESTÃO DAS ÁREAS dos riscos à segurança do homem, antes da execução de qualquer
E INSTALAÇÕES E SEGURANÇA DAS atividade, visando identificar e reportar ao superior imediato a
TELECOMUNICAÇÕES. ocorrência de qualquer anomalia. A omissão na comunicação de
anomalias poderá enquadrar o executante nas normas da Institui-
ção. Garantir a participação dos executantes no entendimento e
consenso dos padrões das atividades e no processo de relato de
anomalias, estimulando-os a apresentar em propostas de solução
Procedimentos Operacionais de Segurança
para as anomalias reportadas.
Procedimento Operacional de Segurança: é o conjunto de É responsabilidade institucional, em seus diversos níveis, o
normas e procedimentos que tem por finalidade dotar os agentes tratamento da anomalia e a divulgação aos interessados do plano
responsáveis pela segurança, de conhecimentos técnicos, visando de ação e/ou do tratamento dado, bem como a administração de
o bom desempenho nas atividades propostas. São fatores funda- todo o Sistema de Segurança, o que significa planejar, organizar,
mentais na aplicação das técnicas operacionais a boa postura, a boa dirigir, coordenar e controlar todas as ações relacionadas ao
educação e a excelente apresentação pessoal. sistema, nunca as dissociando de suas responsabilidades técnicas,
operacionais e administrativas.
Vejamos alguns conceitos básicos utilizados durante o treina-
mento e prática das técnicas operacionais: GESTÃO DE RISCOS DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÕES
- RONDA: Exercer atividade móvel de observação, de fisca-
lização, de proteção e de reconhecimento. Os sistemas informatizados não são cem por cento seguros.
A era digital, diminuiu as distâncias, à medida que os dados co-
- PERMANÊNCIA: É a atividade predominante estática meçaram a trafegar através de cabos de linhas telefônicas, pos-
desempenhada pelo vigia ou segurança em locais de risco ou em teriormente por cabos de fibra óptica e satélites. Isso possibilitou
posto de serviço. estreitar as fronteiras, não só para facilitar as transações e a comu-
nicação, como também, abriu brechas para que os crimes virtuais,
- POSTO PERICULOSO OU ÁREA PERICULOSA: É como furto de senhas e números de cartões de crédito e a espiona-
todo posto ou área que, por suas características, apresenta elevada gem em geral pudessem acontecer. É possível diminuir os riscos
probabilidade de ocorrência. de falhas e ataques aos sistemas informatizados, porém, por mais
que se invista em segurança, sempre haverá a ameaça dos ataques,
- OCORRÊNCIA: É todo o fato que exige intervenção dos já que a maior parte deles é causada por pessoas com intenção de
profissionais de segurança, por intermédio de ações ou operações. obter algum benefício de forma ilícita.

Didatismo e Conhecimento 145


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Por essa razão, todas as pessoas envolvidas com a empresa O art. 3º, inciso I, dispõe sobre os princípios básicos de Segu-
devem estar sempre alerta quanto à necessidade de segurança, do rança da Informação.
porteiro, que tem a função de barrar a entrada de uma pessoa não Art. 3º. São objetivos da Política da Informação:
autorizada, ao administrador da rede, que tem o dever de zelar para I. dotar os órgãos e as entidades da Administração Pública Fe-
que não ocorram invasões à rede de computadores da empresa, deral de instrumentos jurídicos, normativos e organizacionais que
passando, é claro por todos os funcionários que também devem ser os capacitem científica, tecnológica e administrativamente a asse-
cuidadosos ao acessar sites na Internet, realizar operações bancá- gurar a confidencialidade, a integridade, a autenticidade, o não-
rias, compras, ou mesmo enviar uma simples mensagem de e-mail. -repúdio e a disponibilidade dos dados e das informações tratadas,
O Administrador da rede (pessoa responsável pelo gerencia- classificadas e sensíveis;
mento da rede local da empresa), irá também administrar os usuá-
rios, impedindo acessos a determinados sites, evitando anexos à Princípios da Segurança da Informação
e-mails, downloads não autorizados, etc, já que a grande maioria
A informação é o bem mais importante para as pessoas e para
das invasões dentro das empresas, ocorrem porque procedimentos
as organizações, antigamente essa informação ficava armazenada
básicos de segurança não foram seguidos na íntegra.
em um ambiente pequeno e controlado, hoje as informações são
Os projetos de aplicação de medidas de proteção e segurança
processadas e armazenadas em um complexo ambiente tecnológi-
em uma organização, devem levar em consideração a avaliação
co e os dados estão disponíveis para todos os colaboradores da or-
de riscos, a política de segurança, os controles de segurança e o ganização, precisando ser protegida e gerenciada adequadamente.
monitoramento. São princípios que regem a segurança da informação, em
No âmbito jurídico, a questão da segurança da informação acordo com o artigo 3° do Decreto n° 3.505, de 13 de junho de
está ainda engatinhando, já que as formas de punição contra esses 2000: confidencialidade, autenticidade, disponibilidade, integrida-
crimes ainda dependem de aprovação de leis mais eficazes. Porém, de e não-repúdio. São 5 (cinco), os princípios e para ficar mais
existem normas que tratam do assunto, sendo uma delas o Decreto fácil memorizar os princípios, coloquei-os nesta ordem e criei a
nº 3.505, de 13 de junho de 2000, e há um trabalho das autorida- sigla “CADIN” (confidencialidade, autenticidade, disponibilidade,
des governamentais, no sentido de aprovar leis contra os diversos integridade e não-repúdio).
crimes digitais. 1. Confidencialidade - atributo que define que a informação
O Decreto nº 3.505, de 13 de junho de 2000, trata em seu art. deve ser acessada somente pelas pessoas autorizadas pelo proprie-
1º, de dispor sobre a Política de Segurança da Informação: tário da informação. Garantia do acesso autorizado a informações,
Art. 1º. Fica instituída a Política de Segurança da Informação de acordo com o nível de proteção;
nos órgãos e nas entidades da Administração Pública Federal, que 2. Autenticidade – garantia de que o dado ou informação é
tem como pressupostos básicos: verdadeiro e fidedigno tanto na origem quanto no destino;
I - assegurar a garantia ao direito individual e coletivo das pes- 3. Disponibilidade – atributo que define que a informação
soas, à inviolabilidade da sua intimidade e ao sigilo da correspon- deve estar disponível e integra quando solicitada pelas pessoas
dência e das comunicações, nos termos previstos na Constituição; autorizadas pelo proprietário da informação. Mantendo a disponi-
II - proteção de assuntos que mereçam tratamento especial; bilidade é garantida a prestação contínua do serviço, ou seja, sem
III - capacitação dos segmentos das tecnologias sensíveis; interrupções no fornecimento de informações para os que têm di-
IV - uso soberano de mecanismos de segurança da informa- reito a ela.
ção, com o domínio de tecnologias sensíveis e duais; 4. Integridade – atributo que define que a informação quan-
V  -  criação, desenvolvimento e manutenção de mentalidade do acessada esteja completa e com suas características originais
de segurança da informação; definidas pelo proprietário da informação. Garantia de que as in-
VI  -  capacitação científico-tecnológica do País para uso da formações e métodos de processamento somente sejam alterados
mediante autorização prévia. Proteção contra modificações não
criptografia na segurança e defesa do Estado; e
autorizadas;
VII - conscientização dos órgãos e das entidades da Adminis-
5. Não-repúdio - garantia que o emissor da mensagem não irá
tração Pública Federal sobre a importância das informações pro-
negar posteriormente a autoria da mensagem ou transação, permi-
cessadas e sobre o risco da sua vulnerabilidade.
tindo a sua identificação.
Alguns conceitos são dispostos em seu art. 2º: Outros conceitos:
I. Certificado de Conformidade: garantia formal de que um
produto ou serviço, devidamente identificado, está em conformi- Plano de Contingência – descreve as ações que uma orga-
dade com uma norma legal; nização deve tomar para assegurar a continuidade dos processos
II. Segurança da Informação: proteção dos sistemas de infor- críticos em caso de falhas nos sistemas, incluindo a ativação de
mação contra a negação de serviço a usuários autorizados, assim processos manuais, duplicidade de recursos e acionamento de for-
como contra a intrusão, e a modificação desautorizada de dados necedores;
ou informações, armazenados, em processamento ou em trânsito, Política de Segurança da Informação – tem o propósito de
abrangendo, inclusive, a segurança dos recursos humanos, da do- elaborar critérios para o adequado manuseio, armazenamento,
cumentação e do material, das áreas e instalações das comunica- transporte e descarte das informações através do desenvolvimento
ções e computacional, assim como as destinadas a prevenir, detec- de Diretrizes, Normas, Procedimentos e Instruções destinadas res-
tar, deter e documentar eventuais ameaças a seu desenvolvimento. pectivamente aos níveis estratégico, tático e operacional;

Didatismo e Conhecimento 146


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Medidas de proteção – medidas destinadas a garantir o sigilo, Usuário
a inviolabilidade, a integridade, a autenticidade, a legitimidade e Usuários desatentos e sem o treinamento adequado para utili-
a disponibilidade de dados e informações com o objetivo de pre- zação de sistemas, são considerados uma das principais ameaças à
venir, detectar, anular ou registrar ameaças reais ou potenciais a segurança da informação das organizações. O usuário é a pessoa que
dados e informações; inicia qualquer procedimento ou processo e, portanto, tem o poder
Rede de dados - conexão de dois ou mais computadores, liga- de decisão para clicar, autorizar, aceitar, executar ou simplesmente
dos entre si através de um protocolo de comunicação (ou conjunto ignorar o que, em uma fração de segundo, pode representar um risco.
de protocolos) como, por exemplo, o TCP/IP, permitindo a troca de A organização deve cuidar do seu recurso humano através de
informações e o compartilhamento de recursos; programas de conscientização e treinamento de todos os usuários
TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) em segurança da informação. O usuário deve ser considerado um
- conjunto de padrões de comunicação em uma rede de dados (In- fator crítico para o sucesso no processo de proteção da informação.
ternet, intranet, etc) que orienta o tráfego de informações e define É importante que os usuários mais antigos orientem os mais novos
quanto à segurança da informação, pelo exemplo dos colegas, chefia
o endereçamento e o envio de dados;
e principalmente da direção é que o novo colaborador vai considerar
Termo de responsabilidade - acordo de confidencialidade
e se comportar quanto às regras da organização no processo de se-
e não divulgação de informações que atribui responsabilidades
gurança da informação.
ao Colaborador e Administrador de Serviço quanto ao sigilo e a
O acesso à informação deve ser restrito e somente os usuários
correta utilização dos ativos de propriedade ou custodiados pela que necessitam aquela informação deve ter acesso à mesma, não
ANEEL. adianta a organização possuir a melhor solução de controle de aces-
Acesso privilegiado - é aquele que permite ao Colaborador so lógico, se o usuário emprestar a sua senha para outro que não
sobrepor controles do sistema de informação, e somente deve ser tinha acesso àquela informação. A facilidade de uso pelo usuário
concedido àqueles que o necessitam para a condução de suas ati- deve ser levada em conta, os controles necessários devem ser imple-
vidades; mentados, mas não podem engessar o processo de negócio.
Administrador de Serviços - Colaborador que possui acesso
privilegiado para a utilização e disponibilização, por força de suas Intrusos
funções, de recursos restritos de Tecnologia da Informação; Uma das ameaças à segurança é a do intruso, são pessoas de
Ativo - tudo que manipula a informação (inclusive ela própria). dentro ou fora da organização com a intenção de promover ataques
São exemplos de ativos associados com sistemas de informação: aos sistemas de forma benigna, somente para explorar a rede e ver
base de dados e arquivos, documentação do sistema, manuais, ma- o que tem dentro dela, ou de forma maligna, para realizar modifica-
terial de treinamento, procedimentos de suporte ou operação, pla- ções não autorizadas nos dados ou interromper os sistemas. Existem
nos de continuidade, procedimentos de recuperação, informações três tipos de intrusos:
armazenadas, softwares, sistemas, ferramentas de desenvolvimen- - Mascarado: Uma pessoa que não tem autorização para usar
to e utilitários, estações de trabalho, servidores, equipamentos de os recursos, mas que penetra nos controles de acesso de um sistema
comunicação (roteadores, fax, modens etc.), nobreaks e outros; para explorar a conta de um usuário legítimo, geralmente é alguém
Colaborador - agente público em exercício na ANEEL po- externo da organização.
dendo ser titular de cargo efetivo ou em comissão, contratado por - Infrator: Um usuário legítimo da organização, mas que acessa
tempo determinado ou prestador de serviço terceirizado; dados, sistemas ou recursos dos quais não tem autorização ou tendo
A proteção dos ativos é de extrema importância para a so- autorização, faz mau uso de seus privilégios.
brevivência da organização e muitas vezes essa proteção não é - Usuário clandestino: Uma pessoa que se apropria do controle
realizada de forma adequada ou com o investimento necessário. de administrador do sistema e utiliza tal controle para escapar de
As organizações devem tratar a segurança da informação para pre- auditorias e controles de acesso, pode ser de dentro ou de fora da
organização.
venção e não somente após ocorrer algum desastre. A seguir são
apresentadas as principais ameaças que os ativos estão expostos e
Ataques físicos
os mecanismos de defesas que devem ser aplicadas no ambiente
Roubos de informações importantes da organização são realiza-
computacional da organização.
dos através de ataques físicos, onde equipamentos, fitas magnéticas,
CDs, DVDs e pen-drives são retirados da organização ou roubados
AMEAÇAS MAIS COMUNS NO AMBIENTE DIGITAL de funcionários para posterior análise. Assim se faz necessário ob-
servar normas que tratam da segurança física e do ambiente com o
A ameaça é causa potencial de um incidente indesejado, que objetivo de propor diretrizes para prevenção do acesso físico não
pode resultar em dano a um sistema ou para a organização. Po- autorizado, danos e interferências nas instalações e informações.
dendo ser caracterizado como ameaça natural, onde condições cli- Devem ser tomadas medidas para impedir perdas, danos, fur-
máticas tais como, incêndios e inundações, podem causar danos to ou comprometimento de ativos e interrupção das atividades da
nos ativos. Já a ameaça intencional, é causada de forma dolosa, ou organização. O acesso físico deve ser protegido com a criação de
seja, com a intenção de provocar um prejuízo, como por exemplo, um perímetro de segurança física, incluindo controles de entrada fí-
fraudes eletrônicas e sabotagem. Por fim, a ameaça involuntária sica, segurança nos escritórios, salas e instalações, proteção contra
pode ser causa por ações inconscientes ou ingênuas do usuário, um ameaças externas e do meio ambiente e acesso do publico, área de
exemplo é a engenharia social. Vamos acompanhar a seguir entrega e carregamento.

Didatismo e Conhecimento 147


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Hackers Uma maneira de se prevenir contra este ataque é estar sempre
São indivíduos que cultivam técnicas avançadas em informá- alerta e desconfiar quando alguém por meio digital, ou até mesmo
tica, com o objetivo de invadir computadores e redes. O objetivo por telefone, pedir informações pessoais dos funcionários ou orga-
do Hacker não é destruir, mas sim deixar sua marca. Mas o termo nizacionais da empresa, como números de IP, números de cartões
hacker ainda é mais divulgado do que o termo cracker que vere- de crédito, dados pessoais dos funcionários, etc.
mos a seguir.
Malwares
Crackers Código malicioso ou Malware (Malicious Software) é um
Estes, sim, são perigosos. Geralmente a mídia confunde os termo utilizado que caracteriza os programas desenvolvidos para
termos hacker e cracker. O cracker invade os sistemas a fim de executar ações maliciosas, com o intuito de danificar ou roubar
destruir, ou de levar vantagens, através do furto de dados sigilosos, informações de um computador. Um software legal que contenha
senhas bancárias, números de cartões de crédito, etc. Os crimes falha de programação (intencional ou não) e execute ações ilícitas
virtuais são realizados, na sua maioria, por crackers. também é considerado como malware. A seguir são apresentados
os diversos tipos de malwares.
Tipos de ataques de hackers mais comuns O vírus é um programa de computador que contém comandos
Os tipos de ataques hackers mais comuns são o DoS, DDoS e maliciosos, para simplesmente perturbar o usuário até causar sé-
o Spoofing, embora existam muitos outros. rios dados, alterando ou destruindo programas ou arquivos do dis-
1 – DoS (Denial of Service): Ataque de negação de serviço co. O vírus se propaga inserindo cópias de si mesmo ao se deslo-
é uma tentativa em tornar os recursos de um sistema indisponí- car. Depende da ação do usuário, ou seja, a execução do programa
veis para seus utilizadores. Alvos típicos são servidores web, e o ou arquivo hospedeiro na disseminação do vírus é realizada pelo
ataque tenta tornar as páginas hospedadas indisponíveis. Não se usuário. Alguns tipos de vírus são: vírus de boot, vírus de executá-
trata de uma invasão do sistema, mas sim da sua invalidação por vel, vírus de macro, vírus de e-mail e vírus de telefone celular que
sobrecarga. A máquina que é “inundada” por um volume enorme se propagam através da tecnologia bluetooth.
de pacotes, ocasionando um extremo congestionamento da rede e
resultando na paralização dos serviços oferecidos por ela. Worm (verme)
2 – DdoS (Distributed Denial of Service): Ataque distribuí- O worm (verme) é um programa ou fragmento de programa
do de negação de serviço. Um computador mestre distribui tarefas que propagam cópias de si mesmo a outros computadores através
de ataque de negação de serviço a um grande número de máqui- de conexões de rede e não precisam da ação do usuário. Um worm
nas denominadas zumbis. O ataque consiste em fazer com que os busca outras estações para infectar e cada computador infectado
Zumbis (máquinas infectadas e sob comando do Mestre) se pre- vai servir de base de lançamento para automaticamente atacar ou-
parem para acessar um determinado recurso em um determinado tras máquinas. Na replicação o worm utiliza, por exemplo, recur-
servidor em uma mesma hora de uma mesma data. sos de e-mail, enviando cópias de si mesmo para outros usuários
Todos os zumbis (ligados e conectados à rede) acessarão ou sistemas. Também tem a capacidade de execução remota e de
ao mesmo recurso do mesmo servidor. Como servidores web login remoto, podendo realizar acesso remoto a um sistema e de-
possuem um número limitado de usuários que pode atender pois executar comandos para se propagar.
simultaneamente o grande e repentino número de requisições de
acesso esgota esse número de acessos, fazendo com que o servidor Bot
não seja capaz de atender a mais nenhum pedido. O servidor então, O bot é um programa capaz de se propagar automaticamente
ficará travado. pela rede, explorando as vulnerabilidades ou falhas de configu-
3 – Spoofing: O spoofing consiste em falsificar o endereço ração dos sistemas, diferentemente do worm, o bot é capaz de se
de um e-mail apresentando um remetente falso. Dentro de uma comunicar remotamente com o atacante. O bot e o atacante se co-
rede, um computador realizando um ataque spoofing pode não ser nectam a um servidor Internet Relay Chat (IRC) e entram numa
detectado, por se tratar de uma máquina dentro da própria rede, determinada sala, onde são enviadas mensagens contendo uma
realizando um ataque. Neste caso, o IP da máquina pode ser altera- sequência especial de caracteres que é interpretada e executada
do pelo hacker, a fim de que se camufle o verdadeiro nº IP. pelo bot residente no computador invadido. Um conjunto de com-
putadores infectados com bots cria uma rede chamada de botnets,
Engenharia Social utilizadas para o envio de milhares de phishing scam e disparar
A Engenharia social explora a falta de conhecimento técnico ataques de negação de serviço.
em segurança pessoas ou de funcionários de determinada empresa,
que, quando não possuem treinamento em segurança, podem ser Cavalo de tróia
facilmente manipulados. A técnica consiste em obter acesso a in- Cavalo de tróia (trojan horse) é um programa ou procedimen-
formações importantes ou sigilosas em sistemas através do uso da to de comando aparentemente útil, que executa as funções as quais
fraude, onde o golpista pode assumir outra identidade, fingir que foi criado, mas contém código oculto que realiza funções malicio-
é outro funcionário da mesma empresa e a pessoa é enganada na sas, indesejadas e sem o consentimento do usuário. São utilizados,
sua boa-fé. É uma maneira de burlar a segurança de sistemas em por exemplo, para disseminação de backdoor, instalação de keylo-
empresas. ggers ou screenlogers e a destruição de dados.

Didatismo e Conhecimento 148


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
Um backdoor (porta dos fundos) ou trapdoor (alçapão) é um COMPORTAMENTO SEGURO DO USUÁRIO
programa instalado indevidamente e que deixam a porta aberta
para futuros acessos remotos do atacante. Inicialmente os progra- A sociedade da informação traz paradigmas da economia,
madores utilizavam os backdoors para disparar e testar seus pro- como produtividade e qualidade, cria novos caminhos para o de-
gramas, mas se tornou uma ameaça quando hackers começaram a senvolvimento e exige uma nova postura diante das mudanças so-
utilizá-lo para invadir os sistemas. Geralmente o computador rece- ciais. Gerar, obter e aplicar conhecimento passa a ser item básico
be o backdoor através de um cavalo de tróia e é disparado quando para enfrentar essas mudanças.
reconhece um sequência especial de entrada ou é executado por O que caracteriza uma sociedade como “sociedade da infor-
um determinado ID de usuário. mação” basicamente é a economia alicerçada na informação e na
telemática, ou seja, informação, comunicação, telecomunicação
Keyloggers e tecnologias da informação. A informação, aqui entendida como
Keyloggers são programas que realizam a captura e matéria-prima, como insumo básico do processo, a comunicação/
armazenamento das teclas digitadas pelo usuário em um sistema. telecomunicação entendida como meio/veículo de disseminação/
Na maioria dos casos, a ativação do keyloggers acontece com a distribuição e as tecnologias da informação entendidas como in-
ativação do usuário e esse tipo de malware possui mecanismos que fraestrutura de armazenagem, processamento e acesso.
enviam automaticamente as informações colhidas para o atacante. A sociedade da informação e sua relação com a economia de
Com o aperfeiçoamento desse malware surgiram os screenloggers, um país se dão através de uma superestrutura de comunicação,
que são programas que capturam e armazenam a posição do cursor apoiada em tecnologias da informação e, o mais importante, o co-
e a tela apresentada no monitor e a região que circunda a posição nhecimento, sua geração, armazenamento e disseminação, ou seja,
onde o mouse é clicado. o que se denomina atualmente de “nova economia”, é a associação
da informação ao conhecimento, sua conectividade e apropriação
Adware econômica e social. Além disso, exige dos diferentes segmentos
O adware (Advertising software) é um software com a função econômicos uma mudança significativa no processo produtivo e
inovativo.
exclusiva de apresentar propaganda, sendo através do navegador
Cada vez mais as organizações, seus sistemas de informação
do usuário ou de outros softwares, tais como o MSN Messenger.
e redes de computadores são colocados à prova por diversos tipos
Muitas organizações têm utilizado o adware de forma licita para
de ameaças, incluindo vazamento de informações, fraudes, roubos
patrocínio, principalmente em projetos ou serviços gratuitos. A uti-
e invasões (físicas e lógicas).
lização de forma ilícita acontece quando o adware tem a função de
Assim, com a imensa quantidade de informação que circula
monitoração dos hábitos de navegação do usuário para envio de
pelas redes de computadores sem restrição de tempo, distância e
propagandas mais especificas.
velocidade e a comunidade atual exigindo e consumindo cada vez
mais informação. Surge a necessidade de que está informação seja
Spyware entregue de forma segura e eficiente, pois, o sucesso e a sobrevi-
O spyware é um programa utilizado para realizar o monito- vência de uma organização depende muito de como a informação
ramento das atividades realizadas pelo sistema e enviar as infor- é controlada, armazenada e manipulada.
mações coletadas para o atacante. Da mesma forma que o adware, No passado, os controles estavam basicamente no departa-
existem os spywares que são utilizados de forma licita, como por mento financeiro, sendo este o coração da organização. Com o
exemplo, para a monitoração das atividades dos usuários de uma passar dos anos e com o surgimento da computação, tornando a
determinada organização. Por outro lado, o spyware é muito utili- informação disponível com mais facilidade, o departamento de in-
zado para ativar o keyloggers ou screenloggers quando identifica formática passa a ser o centro da organização, e a informação o seu
que o usuário está acessando um site de banco. bem mais precioso.
Num mundo atualmente muito competitivo, com constantes
Rootkits e inesperadas mudanças, as organizações necessitam ter agilidade
Os rootkits são programas instalados no computador da vítima e flexibilidade para estar preparado para as falhas decorrentes de
e projetados para ficarem ocultos dentro do sistema para esconder mudanças constantes no ambiente computacional. Surge a neces-
as atividades e informações do invasor. Os rootkits podem ter as sidade das organizações criarem mecanismos que possam garantir
mais variadas funcionalidades, tais como: backdoors, sniffers que a continuidade dos negócios em momentos de crise. O gerencia-
são programas que capturam informações que trafegam pela rede, mento apropriado do risco interno e externo ajuda as organizações
keyloogers entre outros. a manter o ambiente de tecnologia da informação alinhado com
o planejamento estratégico definido pela direção da organização.
Port Scanning e Scanning de vulnerabilidades Investir em tecnologia é muito importante para se aplicar
No ataque conhecido como port scanning ou varredura de por- as regras de segurança e monitorar seu cumprimento, identificar
ta é realizado o mapeamento das portas abertas e dos serviços que as ameaças e riscos, mas se as pessoas não forem devidamente
estão ativos no host. Existem outros tipos de varreduras, como por conscientizadas no entendimento da política de segurança e na res-
exemplo, a varredura de firewall onde são verificas as portas fil- ponsabilidade de suas ações e da importância da sua participação,
tradas pelo firewall e a varredura ICMP (Internet Control Message teremos aí um alto nível de insatisfação e situações de risco.
Protocol) - protocolo que realiza o intercâmbio de pacotes de con- Uma política de segurança deverá especificar formal e clara-
trole entre um roteador e um host ou entre hosts e objetiva detectar mente as regras a serem seguidas pelas pessoas para acessarem os
se o host está ativo. recursos e as informações da empresa.

Didatismo e Conhecimento 149


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/Técnico Legislativo
A alta direção das empresas em sua maioria se esquece de que, § 2º A função comissionada de Diretor da Coordenação de
não basta criar as regras e impô-las aos seus usuários. A “cultura de Segurança Legislativa, nível FC-07, fica transformada na de
segurança” é todo um aprendizado que deve ser adquirido e este co- Diretor do Departamento de Polícia Legislativa, nível FC-08.
nhecimento deve ser repassado pela empresa aos seus usuários para
que os mesmos tenham comportamentos seguros. Art. 2º O Departamento de Polícia Legislativa é o órgão de
Os incidentes de segurança ocorrem em diversos níveis dentro Polícia da Câmara dos Deputados.
de uma organização e para cada nível (estratégico, tático, operacio-
nal) o tratamento tem que ser apropriado.
Art. 3º São consideradas atividades típicas de Polícia da
Atitudes como:
- Abusos no uso de correio eletrônico; Câmara dos Deputados:
- Abuso de redes sociais; I - a segurança do Presidente da Câmara dos Deputados, em
- A ameaça de engenharia social; qualquer localidade do território nacional e no exterior;
- Propriedade intelectual; II - a segurança dos Deputados Federais, servidores e auto-
- Vazamento de informações através de mídias, e-mail, pen- ridades, nas dependências sob a responsabilidade da Câmara dos
-drives; Deputados;
- Vazamento e compartilhamento de senhas; III - a segurança dos Deputados Federais, servidores e quais-
- Descuido com o crachá/cartão/documentos da empresa. quer pessoas que eventualmente estiverem a serviço da Câmara
São alguns dos fatores geradores de problemas com a segurança dos Deputados, em qualquer localidade do território nacional e no
da informação. exterior, quando determinado pelo Presidente da Câmara dos De-
O usuário é principal responsável para manutenção da seguran- putados;
ça da informação, assim a organização deve cuidar de forma ade- IV - o policiamento nas dependências da Câmara dos Depu-
quada de seus recursos humanos. A conscientização e o treinamento
tados;
dos usuários é um fator importante para disseminar a cultura de pro-
teção da informação. V - o apoio à Corregedoria da Câmara dos Deputados;
Aliás, extremamente importante a realização de conscientiza- VI - a revista, a busca e a apreensão;
ção do usuário quanto ao uso e definição da senha, a seguir são apre- VII - as de registro e de administração inerentes à Polícia;
sentados alguns cuidados que devem ser tomados: VIII - a investigação e a formação de inquérito.
1. Trocar imediatamente a senha padrão fornecida pelo admi-
nistrador na criação do login de acesso; Art. 4º Os cargos da Categoria Funcional de Analista Legis-
2. Não utilizar senhas curtas, recomenda-se a utilização de no lativo - atribuição Inspetor de Segurança Legislativa e Técnico
mínimo oito caracteres, contendo letras, números e caracteres es- Legislativo - atribuição Agente de Segurança Legislativa, previs-
peciais; tos no Ato da Mesa nº 95, de 1993 , passam a denominar-se, res-
3. Não utilizar senhas com palavras que possam ser encontradas pectivamente, Analista Legislativo - atribuição Inspetor de Polícia
em dicionários. Legislativa e Técnico Legislativo - atribuição Agente de Polícia
4. Não utilizar datas de nascimento, nomes de pessoas, nomes Legislativa.
de times ou outras informações que estejam ligadas a você ou à or-
ganização;
5. Não utilizar números de telefones, números de documentos Art. 5º São atribuições dos Inspetores de Polícia Legislativa:
ou letras e números de placas de automóveis. I - planejamento, supervisão, controle e execução dos traba-
lhos relacionados com os serviços de polícia, segurança e manu-
tenção da ordem na Câmara dos Deputados;
II - coordenação e execução de tarefas relacionadas com in-
18 RESOLUÇÃO Nº 18/2003. quéritos e sindicâncias instauradas na forma regulamentar;
III - participação no policiamento e vigilância das dependên-
cias sob a responsabilidade da Câmara dos Deputados.

Resolução nº 18, de 2003 Art. 6º São atribuições dos Agentes de Polícia Legislativa:
I - execução de trabalhos relacionados com os serviços de
Dispõe sobre o Departamento de Polícia Legislativa, a reestru- polícia e manutenção da ordem nas dependências da Câmara dos
turação dos cargos de Analista Legislativo - atribuição Inspetor de
Deputados;
Segurança Legislativa e Técnico Legislativo - Atribuição Agente de
II - policiamento, vigilância e segurança interna dos prédios
Segurança Legislativa, e dá outras providências.
da Câmara dos Deputados;
Faço saber que a CÂMARA DOS DEPUTADOS aprovou e eu III - identificação e revista das pessoas que ingressam na Câ-
promulgo a seguinte RESOLUÇÃO: mara dos Deputados, de acordo com instruções superiores;
IV - realização de busca em pessoas ou em veículos necessária
Art. 1º A Coordenação de Segurança Legislativa fica transfor- às atividades de prevenção e investigação;
mada em Departamento de Polícia Legislativa. V - controle e fiscalização da emissão e uso do cartão de iden-
§ 1º As competências e a estrutura do Departamento de Polícia tificação de funcionários e visitantes;
Legislativa, bem como suas funções comissionadas, estão definidas, VI - retirada, das dependências da Câmara dos Deputados, de
respectivamente, nos Anexos I e II desta Resolução. quem perturbar as atividades da Casa;

Didatismo e Conhecimento 150


Manual de Procedimento | Serviços de

PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

PORTARIA | UMA QUESTÃO Atribuições do Porteiro


DE PRIORIDADE
É o empregado que executa os serviços de portaria, tais como:
l Receber as correspondências dos moradores usuários do edifício, pro-
Um dos pontos mais importantes no condomí- videnciando sua distribuição aos apartamentos, imediatamente após sua
nio é, sem dúvida, a portaria. É por ela que cir- entrega pelo correio;
culam todas as pessoas: moradores, visitantes, l Transmitir e cumprir ordens recebidas do Síndico, Administradora e/ou
prestadores de serviços, etc., e é ela o principal do Supervisor;
ponto de garantia da segurança.
l Formalizar a entrada e a saída das pessoas no edifício;

Existe coisa mais desagra- l Obedecer fielmente às determinações do Síndico e/ou Administradora;
dável do que atendimen- l Atender com educação e cavalheirismo os condôminos e demais mo-
to inadequado na portaria, radores do edifício, dando-lhes as informações solicitadas e auxiliando-os
em interfone atendido sem sempre que possível (abertura da porta principal, elevadores e ou auxilian-
critério de urbanidade ou um reca- do com o transporte de pacotes, etc.);
do ou encomenda esquecidos ou fora do prazo, l Havendo sistema de intercomunicações, anunciar as pessoas que procu-
jornais e revistas extraviados e pessoas subindo rarem os moradores e solicitar permissão de entrada;
sem terem sido anunciadas? Tudo isso ocorre l Verificar se o sistema de iluminação dos corredores está desligado. Verifi-
por despreparo do funcionário da portaria. car a iluminação externa e outras (se for o caso);
l Fiscalizar o uso dos elevadores social e de serviço;
Assim sendo, elaboramos o presente Manual
de Serviços em Portaria, visando melhor prepa- l Não abandonar o edifício sob nenhum pretexto, durante seu horário de
rar o funcionário, como também estimulá-lo a serviço, para atender a assuntos que não se relacionem com o mesmo.
complementar seus conhecimentos a respeito l No caso de necessidade absoluta, deixar sempre alguém na portaria, evi-
de sua profissão. tando que esta fique abandonada, informando ao Supervisor e/ou Zelador
ou seu substituto temporário para onde vai e quanto tempo ficará ausente;
Boa Leitura! l Não permitir a entrada de pessoas estranhas no prédio. Em caso de dúvi-
Equipe TALLA da, consulte o Síndico e/ou a Administradora;
l Aos vendedores/demonstradores, é vedado o acesso ao edifício, a menos
que solicitado por algum morador.

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Manual de Procedimento | Serviços de

PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

l Levar ao conhecimento do Síndico e/ou Administradora todas as irregu-


laridades de que tome conhecimento;
COMPORTAMENTO PROFISSIONAL
l Toda mercadoria entregue no edifício, que for para uso do condomínio, Você pode arruinar toda uma IMAGEM PESSOAL e PROFISSIONAL pela falta
somente deverá ser recebida depois de devidamente conferida com a nota de um comportamento adequado.
fiscal de entrega;
l Manter sob severa vigilância as áreas externas e a garagem ou estaciona- Por exemplo:
mento de veículos;
l Não permitir agrupamentos de pessoas, moradores ou estranhos na por- l Uso de uma linguagem imprópria;
taria do edifício durante o seu horário de trabalho; l Comer, mascar chiclete ou roer unhas;
l Somente permitir o estacionamento de veículos nos locais a eles destina-
l Receber visitas particulares;
dos, ainda que por curto espaço de tempo;
l Falar ou rir alto demais chamando atenção das pessoas;
l Manter a ordem e a moral do edifício não permitindo a entrada de pes-
soas que, a seu critério, possam vir a comprometer o nome do prédio e seus l Falta de modéstia (exibicionismo);
moradores, podendo, para isso, se for necessário, contar com o auxílio do l Fumar atendendo clientes;
Zelador/Supervisor/Síndico;
l Discutir com condôminos;
l Evitar comentários sobre assuntos que não sejam relacionados com seu
l Usar palavras irônicas, cochichos ou risadinhas visando aos clientes;
serviço;
l Ler jornais ou revistas enquanto o condômino espera para ser atendido;
l Em caso de qualquer emergência, comunicar o Síndico e/ou Administra-
dora ou o Supervisor, que o auxiliará nas providências necessárias; l Ficar no telefone conversando sobre coisas que nada tem a ver com a
l Dar conhecimento ao Síndico/Administradora ou Supervisor de todas as função;
reclamações e ocorrências que se verificarem no edifício. l Solicitar presentes ou convites de moradores ou visitantes;
l Não devem aceitar a guarda de chaves das unidades e dos automóveis l Esticar o horário do cafezinho ou almoço;
dos moradores;
l Sair constantemente do seu setor;
l Não comentar sobre a vida pessoal dos condôminos, como horários em
que podem ser encontrados e outras informações; l Chegar sempre atrasado com uma desculpa;

l O Porteiro, após certo tempo no edifício, passa a conhecer toda a rotina l Bajulação ou atenção maior para alguns e outros não;
diária do prédio, tais como: l Contar piadinhas ou falar de intimidades pessoais com o cliente;
• As pessoas que residem; l Assistir à TV fora do horário fixado.
• Os empregados do edifício e dos apartamentos;
• Os veículos que estacionam no interior do edifício e na redondeza.

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PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

APRESENTAÇÃO INDIVIDUAL DICAS DE POSTURA E


Sua aparência é ainda mais importante no seu trabalho do que em sua vida COMPORTAMENTO DO PORTEIRO
privada. Ela reflete sua imagem profissional frente a seus clientes.
Abaixo estão 12 dicas e lembretes que vão lhe ajudar a melhorar seu traba-
Um dos princípios fundamentais para a vida saudável do homem é obser- lho e manter sua qualidade.
var algumas normas de higiene a asseio. Quem trabalha diretamente ligado 1. Cumprimente sempre colegas de trabalho e moradores do condomínio;
ao público deverá ter como disciplina as regras que se seguem:
2. Uma boa aparência contribui para um ambiente de trabalho harmônico;
por isso, esteja sempre bem vestido e limpo;
l O corpo necessita estar limpo para ser saudável. O banho diário é um ex-
3. As regras de segurança devem ser cumpridas de maneira rígida. Desobe-
celente removedor de energia. Desodorante deve ser suave e não se acon-
decê-las pode colocar a vida dos moradores e funcionários em risco;
selha o uso de perfumes;
4. Qualquer abordagem deve ser feita com delicadeza e educação;
l As mãos devem ter um cuidado especial. Unhas limpas e bem aparadas
(inclusive a do dedo minguinho); 5. Não abra exceções quanto à entrada no condomínio e sempre identifi-
que as entradas e as saídas de visitantes;
l Os dentes merecem cuidados periódicos. Procurar mantê-los com exce-
lente aparência para evitar mau hálito; 6. Fique atento às movimentações externas, principalmente quando um
funcionário do condomínio faz serviços externos;
l A barba por fazer dá uma péssima impressão. Mantenha o rosto sempre
barbeado; 7. Não comente sobre a rotina do condomínio, nem mesmo com conheci-
dos. A discrição é também um item de segurança;
l Os cabelos devem ser bem cortados e limpos (evitar penteados extrava-
gantes ou cabelos caindo nos olhos); 8. Sempre que cometer um erro, não tenha medo de comunicá-lo e de dis-
cutir o que levou a ele com seu gestor;
l Os pés devem estar num calçado confortável para evitar calosidades;
9. Pessoas estranhas e que não são funcionárias não podem ter acesso à
l Manter uma postura correta e adequada ao seu trabalho. Não ficar com a
guarita da portaria;
cabeça apoiada nas mãos e não ficar atirado sobre algum balcão ou mesa;
10. Manter o local de trabalho limpo e organizado;
l Apresentar-se com roupas/uniformes limpos e adequados a sua numera-
ção (nem muito apertado, nem muito largo). Os sapatos devem estar limpos; 11. Identifique sempre um visitante com um crachá, se possível, além de
anotar todos os seus dados. Parte da segurança está em proporcionar essa
l Utilizar lenços quando espirrar ou tossir para evitar a transmissão de ger-
sensação aos moradores;
mes a outras pessoas;
12. Os padrões de segurança não devem ser ignorados. Use-os de acordo
l Usar crachá com identificação clara de seu nome e função.
com as regras de segurança estabelecidas.

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PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

PORTEIRO E AS QUALIDADES Portanto, o Porteiro deve:

QUE DEVE TER 1 - Falar pouco, somente o necessário;

Função de suma importância para a segurança do edifício. É o responsável 2 - Ouvir com atenção e não esquecer de sempre anotar todas as informações;
pelo monitoramento do controle de acesso de pessoas, mercadorias e veí-
culos. Funcionário uniformizado, treinado e habilitado para exercer as fun- 3 - Desconfiar sempre de pessoas que falam muito, principalmente aquelas
ções de recepção com foco em segurança. que fazem perguntas dirigidas às questões de segurança do condomínio
ou referentes à vida dos moradores;
Qualidades do bom Porteiro
4 - Jamais comentar assuntos referentes a seu serviço e nunca passar informa-
1 - ATENÇÃO: qualquer descuido pode facilitar a invasão do condomínio. ções internas do prédio em público, com pessoas estranhas ao ambiente de tra-
balho, familiares e amigos, namoradas(os) e porteiros de outros prédios;
2 - RESPONSABILIDADE: a segurança dos moradores e demais funcioná-
rios dependem diretamente de sua atuação. 5 - Não permitir que pessoas estranhas ao condomínio tomem ciência das nor-
mas de procedimentos internos e dos equipamentos de segurança existentes.
3 - PONTUALIDADE: o respeito ao colega de trabalho começa com o res-
peito aos horários.
CUIDADOS AO ASSUMIR O POSTO NA PORTARIA
4 - ASSIDUIDADE: não faltar ao serviço. l Chegar pelo menos 10 minutos antes do seu horário;
l Verificar se a portaria está em ordem e limpa;
5 - AUTOCONTROLE: atuar com profissionalismo é não perder a calma e a l Verificar o funcionamento do interfone;
razão. l Verificar o funcionamento dos portões automáticos;
l Verificar o funcionamento das câmeras e demais sistemas de
6 - AUTOCONFIANÇA: geralmente, o trabalho do Porteiro é solitário. Na segurança;
maioria das vezes, terá que tomar decisões sozinho. Mas nada impede que, l Verificar arquivos, livros, canetas e demais objetos pertencentes
na dúvida, o Porteiro peça orientação a seu superior hierárquico. à portaria;
l Verificar se há recados para serem entregues;
7 - RELACIONAMENTO HUMANO: lidar com pessoas de diferentes níveis l Verificar o quadro de chaves;
sociais e intelectuais, essa é a função diária do Porteiro. Portanto, ele terá l Verificar com seu antecessor se há visitas em algum apartamento
que saber se relacionar com todas elas. ou algum técnico especializado prestando serviços no prédio, etc.

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PORTARIA
em Condomínios
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SEGURANÇA | Recomendações úteis l Para abrir o portão da garagem, identificar o motorista e observar se não
há risco de entrar alguém junto;
l Ao atender estranhos, mantenha os portões fechados e as pessoas do O Porteiro deve sempre verificar o veículo e, principalmente, o condutor. Veículos estranhos, não
lado de fora. pertencentes a moradores, só poderão ser liberados com autorização do Síndico ou do mora-
dor responsável.

l O portão somente pode ser aberto após: Pessoas estranhas, mesmo que dirigindo veículos de moradores, devem ser anunciadas e sua
• Identificar o visitante; entrada só poderá ser liberada após a autorização do morador.

• Avisar o morador sobre a conveniência da entrada;


• Na dúvida, solicitar ao morador para vir identificar o visitante. l Ao receber prestadores de serviços, identificá-los, anotar os dados de
seus documentos, avisar o condômino e só permitir acesso às dependên-
l No caso de entrega de encomendas: cias mediante autorização do morador e devidamente acompanhado por
• Avisar o condômino e solicitar sua presença na portaria; um funcionário;
• Na ausência do condômino, receber e guardar para, posteriormente, ser
entregue ao destinatário; l Na entrada ou saída de pessoas do condomínio, somente abrir o portão
• Não permitir que o entregador leve pessoalmente a encomenda; após verificar se não há suspeito próximo;

Quando a mercadoria de entrega for destinada a algum morador, deverá ser encaminhada
l Liberação de funcionários e prestadores de serviço particulares (ex.: em-
diretamente ao mesmo, salvo no caso em que o morador previna da chegada desta.
pregadas domésticas) fora do horário de trabalho;
O recebimento somente poderá ser assinado se a mercadoria estiver absoluta e rigorosamente
de acordo com a nota fiscal. O Porteiro deve pedir autorização aos responsáveis antes de liberar a entrada de colaboradores
e empregados domésticos.
O ideal é que o condomínio tenha um passa-volumes. O morador deve retirar suas encomendas
não tendo em nenhum momento contato direto com o entregador. O portão deve permanecer Por exemplo: a faxineira faz faxina na quinta-feira no período da manhã, mas aparece na quarta-fei-
o tempo todo fechado. ra à tarde; o correto é o Porteiro consultar o morador, e só liberar a entrada após autorização deste.

l Nos horários de limpeza e recolhimento do lixo, manter as entradas do l Liberação de funcionários e prestadores de serviço acompanhados por
condomínio fechadas; estranhos (empregada doméstica e sobrinha, por exemplo);

O portão deve permanecer fechado e só ser aberto no momento em que o funcionário da lim- O Porteiro deve sempre impedir a entrada de outros funcionários, do condomínio ou particula-
peza passar. res, se os mesmos estiverem acompanhados.

Deve haver sempre outro funcionário vigiando do lado de dentro (Porteiro, se for possível, com No caso de funcionários do condomínio, é necessário que o Síndico, Administração ou Zelador
visualização da guarita). autorizem essa entrada.

Caso o funcionário precise limpar a calçada do condomínio, o portão ficará fechado e somente No caso de empregados domésticos, deve-se pedir autorização ao morador e só então permitir
será aberto quando o funcionário entrar definitivamente. a entrada.

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PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

l Em caso de obras no condomínio, só permitir o acesso de funcionários


listados pela empreiteira, portando crachá com foto. Em caso de dúvida,
AÇÕES DE PREVENÇÃO
chamar o Zelador;
AS PRINCIPAIS FALHAS ENCONTRADAS
l As mudanças devem ser previamente agendadas com o Zelador/portaria NOS PRÉDIOS ASSALTADOS SÃO:
para que medidas de segurança possam ser tomadas; l 43% - Despreparo ou displicência do porteiro
Durante a mudança, os portões devem ficar fechados, abrindo somente o tempo necessário
l 26% - Desatenção do morador
para carga e descarga. l 21% - Falta de equipamento adequado de segurança
l 10% - Inoperância do equipamento de segurança
Seria ideal se o condomínio providenciasse um agente de segurança para monitorar o processo
e não permitir que outras pessoas se aproveitem da situação para entrar no condomínio.

O certo é que se agende apenas uma mudança por dia. Percebe-se claramente a importância de ter um funcionário treinado e ca-
pacitado e também do papel fundamental exercido pelos moradores, em
l No caso de festas e eventos, o morador deve providenciar uma lista com todo processo para obtenção de segurança no condomínio.
os nomes dos convidados e deixar na portaria. Caso contrário, o Porteiro
deve anunciar cada convidado que chegar e não deve liberar a entrada an-
tes da autorização do morador;
CERTO OK ERRADO

l O Porteiro não deve permanecer com a portaria ou guarita aberta e, no pe- l OBSERVE SEMPRE - Agir l Achar que não vai ocorrer
ríodo noturno, não pode dormir e nem abandonar o seu posto de trabalho; preventivamente, evitando com você.
que ocorra a abordagem. l Permitir que ocorra.
l Os portões eletrônicos precisam ser rigorosamente mantidos fechados,
NOTA: O bandido não tem descrição exata. O modelo de bandido trajando chinelo e bermuda está
necessitando de uma vigilância especial para os portões de garagem que, ultrapassado. Hoje muitas pessoas relatam terem sido abordadas em semáforos por homens ele-
dado ao lapso temporal entre sua abertura e fechamento, propicia a entra- gantes, de terno e gravata. A participação de mulheres também cresceu muito.
da de pessoas mal-intencionadas;
Para que as orientações funcionem,
l Os equipamentos de segurança devem estar em perfeitas condições. é necessário o engajamento de todos no edifício:
Qualquer dúvida, informar o Síndico/Administradora e ou Supervisor;
l Dos administradores;
l Portas de entrada; l Intercomunicadores; l Dos moradores;
l Portões de garagem; l Sistema de alarmes; l Participação de todos os funcionários e demais
l Extintores de incêndio; l Câmeras de vídeo e prestadores de serviço;
l Interfones; monitores de vídeo. l Do cumprimento das normas comuns.

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Manual de Procedimento | Serviços de

PORTARIA
em Condomínios
I M O B I L I Á R I A

O bandido
l Não quer ser exposto;
Controle de acesso em dias
l Sempre faz uma seleção das vítimas;
l Sempre irá escolher a mais fácil, ou seja, a mais despreparada;
de festa no edifício
l Durante um assalto, está nervoso e com medo;
l Reagir é uma atitude de altíssimo risco. O trabalho do Porteiro fica prejudicado toda vez que algum morador pro-
move algum tipo de festa ou reunião em seu apartamento ou em local es-
O que fazer em caso de assalto? pecífico (salão de festas). Vamos imaginar que cerca de 50 pessoas foram
l Identificar a ação delituosa; convidadas, partindo do princípio que nem todos têm a mesma pontuali-
l Manter a calma e nunca reagir; dade. Nesses casos, algumas providências devem ser tomadas pelo organi-
l Acionar sistemas de segurança (alarme, outros); zador da festa, normalmente o aniversariante:
l Comunicar seu Supervisor;
l Ligar para 190 ou unidade da BM próxima. l Após fazer a reserva do salão de festas ou comunicar com antecedência a reunião em seu
apartamento, o morador deve fornecer o quanto antes ao Síndico uma relação dos convida-
dos (nome completo);
Manter constante vigilância sobre:
l Entrada de estranhos; l No dia do evento, é importante que o organizador ou familiar esteja presente na portaria, au-
l Recebimento de pacotes; xiliando o Porteiro no controle de acesso, pois é comum que pessoas não relacionadas na lista
l Falsos técnicos; compareçam para a festividade;
l Movimentações estranhas;
l Na impossibilidade de alguém permanecer na portaria, é de suma importância que o condomínio
l Horário de visitas; disponibilize ao organizador da festa um rádio HT para facilitar a comunicação com a portaria;
l Horário de abrir e fechar as portas/portões;
l Entrada e saída de veículos (abertura e fechamento dos portões); l É fundamental que o organizador da festa (morador) contrate dois seguranças ou mais (através
l Controle do quadro de chaves. de empresa idônea de vigilância), depen-
dendo do número de convidados, para
auxiliar o Porteiro no controle de acesso
Como identificar um infrator
dos convidados e reforçar a segurança do
l Suspeitar de pessoas estranhas que permaneçam paradas
condomínio;
próximo ao edifício e ou portões;
l Observar se a pessoa está com postura recalcitrante (temero- l Devemos ressaltar que, em festas onde
sa, nervosa, agitada); há uso de bebida alcoólica, confusões po-
l Questionar o que o suspeito deseja, bem como acerca do ser- dem acontecer e, se não contarmos com o
viço ou do condômino que este referir; auxílio de seguranças, a festividade pode
l Verificar se porta algum volume despropositado nas mãos ou acabar em tragédia.
no corpo;
l Não mudar os procedimentos de segurança de acordo com as
vestimentas das pessoas ou aparência de status social.

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Manual de Procedimento | Serviços de

PORTARIA
em Condomínios
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Quadro resumo de funções


Legislação Básica Conceito, atividades Cursos que deve possuir,
que desenvolve através de certificado
Escolta armada, vigilân- Curso de formação com
Lei Fed. N.º 7.102/83 e cia bancária, transporte 120 h/a de duração em
Vigilante Dec. Fed. N.º 89.056/83 de valores, segurança escola habilitada. Recicla-
e alterações patrimonial e pessoal. gem a cada 02 anos.
Pode usar arma.
Curso de capacitação de
Guarda e vigilância 80 h/a de duração em
municipal, segurança escola habilitada. Recicla-
Vigilante patrimonial e pessoal. gem a cada 02 anos com
Pode usar arma. carga horária de 41 h/a.
Dec. Fed. N.º Pessoa que vela, guarda
88.777/83, observa, protege coisas.
Vigia Dec. Est. N.º Não é exigido curso.
Não pode usar arma
32.162/86 e
Lei Estadual Serviço de portaria,
N.º 8.109/85 e pessoa que guarda porta
Porteiro Não é exigido curso.
alterações em ou portaria. Não pode
vigor usar arma
Serviço de zeladoria.
Pessoa que toma conta Não é exigido curso.
Zelador
do edifício. Não pode
usar arma.
Téc. Inst. Instalação de alarmes. Curso de técnico
Alarmes Não pode usar arma. instalador de alarmes.

Outros Depende da atividade. Indefinido.


Não pode usar arma.

EBCT | EMPRESA BRASILEIRA


DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
Formas de entrega de objetos postais TELEFONES
CLASSIFICAÇÃO
Carta
FORMA DE ENTREGA
ÚTEIS
Bombeiros - 193
Carta Registrada
Impresso Ao porteiro/zelador Brigada Militar - 190
Telegrama CEEE - 0800 99 9196
Correios - 0800 570 0100
SEED com Caso o porteiro/zelador
Defesa Civil - 3268 9026
comprovante não esteja autorizado, o
carteiro tem que subir. HPS (SAMU) - 192
SEDEX
Info. Municipais - 156
Objetos postados HPS - 3289 7999
como MP – Mão Própria
Somente o destinatário IML - 3288 2661
Notificação Judicial – pode receber. Polícia Civil - 3288 2400
Oficial de Justiça

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