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INTRODUÇÃO
PLANEJAMENTO E LETRAMENTO
Neste sentido o plano de aula era pensado e elaborado previamente, para que em
seguida os métodos e argumentos teóricos fossem finalmente testados. Após a observação
por nossa parte, tutores; das aulas do professor coordenador, que ministrou cursos sobre
letramento e sobre práticas pedagógicas; com a adaptação à rotina da sala de aula, com o
intuito de identificar o que os alunos já conheciam; e ao processo de planejamento pude,
enfim, elaborar meus planos de aulas com ajuda da minha companheira de sala. Nesse
sentido, Tardif apud Celestino (2006, p. 75) ressalta que:
Para qualquer dos excluídos, vários são os efeitos da exclusão, sendo alguns,
irrecuperáveis. Em termos psicológicos, a perda de autoestima e da identidade
dos que ficam a margem do processo educacional escolar, por exemplo, vai se
estruturando com autoimagens negativas. Os sentimentos de menosvalia que se
desenvolvem, em decorrência, intensificam comportamentos de apatia, de
acomodação, ou se manifestam por meio de reações violentas (como mecanismo
de defesa?) .
A partir dessa premissa, orientada basicamente pela consciência sobre o público que
atendíamos dentro do PLG, durante o desenvolvimento dos planos de aula, aprendi que
tínhamos que organizar uma rotina, o que facilitaria o gerenciamento das aulas, apoiando-
nos na reprodução diária de momentos como os da leitura, o que proporcionaria aos
alunos sensação de segurança com relação ao desenvolvimento das atividades no projeto.
Proporcionar a sensação de segurança e, principalmente, de acolhimento a essas
crianças, vide que muitas delas eram oriundas de situações de vulnerabilidade social e
familiar, tornou-se uma das preocupações constantes no processo de planejamento das
aulas. Isso porque, não raro, essas situações influenciavam no desempenho escolar e no
comportamento das crianças durante as atividades desenvolvidas no Projeto. Pensando
nisso, elaborávamos aulas de intervenção, através do letramento, pensando nas
dificuldades e carências que eram observadas durante o período na sala de aula,
desenvolvendo atividades que envolvessem diversos gêneros textuais. A intenção era
despertar nos alunos a capacidade que eles têm de interpretar e criar estórias curtas, o que
os impacta e lhes chama a atenção, para que os pequenos cursistas passassem de leitores
a autores e escritores, resgatando sua autoestima e fazendo com que se sentissem
confiantes no próprio conhecimento que já possuíam sobre gêneros textuais. Assim as
dinâmicas sempre envolviam aspectos da realidade que vivenciamos e nosso contexto de
vivência.
Os procedimentos metodológicos dessas aulas eram realizados com: aulas
expositivas, discussões em grupo, debates a respeito do gênero proposto, trabalhos em
grupo, produção textual, elaboração e operacionalização de planejamento e outros que se
fizeram necessário no decorrer do desenvolvimento do trabalho, pois sempre tinha uns
alunos com mais dificuldades que outros. Portanto, durante o período que permaneci no
projeto tive a oportunidade de colocar em prática teorias em relação ao letramento e outras
disciplinas estudadas no curso de Letras com ênfase em Literatura, sendo que utilizei
todos os conhecimentos adquiridos até o presente momento.
Para motivar os alunos, nossas aulas sempre começavam com um “boa tarde”,
em respeito e educação aos estudantes, sendo que nós professores éramos o ponto de
referência dos cursistas em sua estadia no projeto, que tinha um ambiente diferenciado
do contexto escolar. A turma era sempre organizada em semicírculos, para melhor
visualização do professor por parte dos alunos e para tornar o ambiente mais confortável
para a leitura diária. Tínhamos tapetes, almofadas e livros com histórias que alegravam a
vida dos alunos. Essa postura diante dos alunos sempre levava em conta a perspectiva de
que o contexto vivenciado no projeto deveria ser diferente do vivenciado em sala de aula
comum, pois tínhamos em mente, que dentre os aspectos que contribuíram para o mal
desempenho dos alunos dirigidos ao projeto era a forma com que a relação entre o aluno
e o ambiente escolar, entre aluno e professor aconteciam usualmente, ou seja, uma relação
desigual, em que o aluno sente-se em uma relação de subordinação ao professor. Por
isso, buscávamos desconstruir essa imagem perpetuada pelo modo de ensino tradicional,
pois, como bem afirma Abreu & Masetto (1990, p. ):
Logo após a proposição do tema a ser desenvolvido nas atividades, era feita uma
breve indagação aos alunos a respeito do conteúdo, relacionando no quadro o que eles
sabiam, sem descartar nenhum dos palpites que eles davam. Tudo o que eles diziam era
aproveitado para formar o conhecimento do conteúdo proposto para cada aula, pois,
trabalhávamos com gêneros textuais, no intuito dos alunos poderem reconhecê-los como
pertencentes ao seu dia-a-dia tornando ainda mais significativo o conhecimento que era
construído a partir do Projeto.
Após essas conversas, eram contextualizadas as histórias, trazendo a teoria para a
realidade do aluno, pedindo a eles que não sentissem medo em dizer o que entenderam.
Ao fim da aula, fazíamos uma outra roda de leitura, pois a leitura é muito importante para
o aluno e para o seu desenvolvimento intelectual, senso crítico, raciocínio e descoberta.
Conforme Goodman (1995, p. 103)
A leitura de histórias é um contato essencial com textos escritos. Histórias é
um modo de criação de uma imagem mental, enquanto desenhos representam
imagens no papel. É possível, a partir de um desenho, construir uma história.
O processo é um ciclo completo.
Acrescenta-se que não é nada fácil ensinar a ler e escrever sem ter um domínio
das necessidades e compreensões sobre o que trabalhar e o que se pretende alcançar. Um
professor preparado deve, além de acompanhar as modificações e transformações do
mundo moderno, estar aberto a mudanças de direcionamento e atuação profissional, com
vistas a melhorar sempre seu modo de lidar com as atualizações pedagógicas, sejam
didáticas ou metodológicas.
Soares (2003, p.) ressalta que
A grande maioria das crianças atendidas no projeto tinha dificuldades que iam
para além do da escrita e leitura, pois traziam de casa problemas que os afetava
emocionalmente. Nesse ponto, o desafio do professor se tornava maior, pois, dependendo
das situações enfrentadas pela criança em casa, acompanhar às atividades do projeto
acabava tornando o acompanhamento individual do desenvolvimento da aprendizagem
do cursista muito difícil, ainda que em sala houvessem três professores. Era feito o
possível para todas as crianças serem bem acolhidas e que gostassem de participar do
Projeto. Nesse pensamento concordamos com Almeida (2007, p. 49), quando afirma que;
O PROFESSOR E O LETRAMENTO
Reconhecemos que primeiros anos de escola servem como base para os alunos,
pois, é nesse período que o professor precisa ter um bom suporte para o desenvolvimento
das aulas e assim alcançar êxito na aprendizagem dos alunos. Mas o que encontramos e
observamos no sistema educacional são profissionais desmotivados e sem condições de
trabalho. Assim Azanha (2004, p. ) ressalta que:
E quando se fala do PLG e as crianças atendidas por ele, as dificuldades não eram
poucas. Contudo esses desafios exigiam que o professor estivesse se renovando com o
passar das aulas e adquirisse mais conhecimento, tornando-se um educador crítico e
reflexivo. O aluno poderia não sabe ler nem escrever, mas possuía um conhecimento de
mundo, como por exemplo o acesso às novas mídias digitais. Esse conhecimento, quando
aproveitado no processo de ensino-aprendizagem, tornava a aprendizagem da leitura e
escrita mais fácil.
Contudo, o reverso dessa perspectiva é a que impera no modo de ensino
tradicional, fazendo com que o aluno seja percebido como recipiente dos conteúdos a
serem transmitidos em sala e a responsabilidade do não alcance das metas esperadas em
relação aos números na educação recaia, na maioria das vezes sobre o professor. Assim
diz Cagliari:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas experiências vivenciadas, crê-se ser possível concluir que a
preparação do acadêmico na prática, através de um projeto como PLG, é primordial para
ele assumir qualquer sala de aula. Nesse espaço são encontradas situações que fortalecem
o futuro professor. A partir do PLG, pudemos vivenciar que alfabetização é um processo
de ensino aprendizagem, que vai além do conteúdo passado para os alunos, pois o letrar
vem fazendo um vínculo que faz a diferença no processo de alfabetizar letrando e tem
como objetivo levar o cursista a aprendizagem inicial da leitura e escrita, mas também
usar os conhecimentos de mundo que cada aluno possui. Sendo assim, a pessoa
alfabetizada através do letramento é aquela que aprendeu habilidades básicas que vão
além do uso da leitura e da escrita, mas também diferencia os acontecimentos ao seu
redor.
Ficou possível observar também que para tornar os alunos pessoas comunicativas
foi usado vários métodos que podem ser classificados como indutivos onde começávamos
do alfabeto até alcançar o texto e os globais, pois algumas vezes começavam os com um
texto e destacávamos as letras e palavras.
Para uma alcançar uma mudança e melhoria maior dos professores em suas
praticas pedagógica, é necessário que os mesmos busquem momentos para fazer uma
reflexão sobre sua prática e o que aprenderam na sua formação, pois na sala de aula a
realidade do contexto educacional é diferente.
REFERENCIAS
______. A formação do professor e outros escritos I Editora Senac São Paulo, 2006
PILETTI, Cláudio. Didática geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001