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Materiais Nanoestruturados

Aula –Técnicas de síntese de Nanomateriais – Parte II

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Materiais Nanoestruturados
Nucleação Homogênea

Relembrando (ref. 1)

G* é a barreira de energia que o processo de nucleação deve superar, com o tamanho
mínimo de estabilidade r*.

2
Materiais Nanoestruturados
Nucleação Homogênea

Relembrando (ref. [2])

3
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Nucleação Homogênea

Crescimento do Núcleo

A distribuição de tamanho das nanopartículas é dependente do


processo de crescimento após a nucleação e envolve várias
etapas, sendo as principais:
(i) geração de espécies de crescimento a partir de uma fonte
(ii) difusão destas espécies para a superfície de crescimento
(iii) adsorção destas espécies na superfície de crescimento
(iv) crescimento irreversível através da incorporação destas
espécies na superfície sólida

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Materiais Nanoestruturados
Nucleação Homogênea

Crescimento do Núcleo

O processo de suprimento destas espécies é um tipo de difusão, que


inclui a geração, difusão e adsorção das espécies de crescimento,
onde a incorporação é o próprio crescimento.

Inicialmente, um processo do tipo “crescimento limitado por difusão”


gera uma distribuição mais larga de tamanhos quando comparado
com o processo limitado por “crescimento superficial”.

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Nucleação Homogênea / Crescimento controlado por difusão

Quando a concentração das espécies reduz para baixo do mínimo da


concentração para nucleação, o processo para e o crescimento
continua, sendo a taxa dada por:

[6]

Sendo r o raio do núcleo


esférico, D o coeficiente de
difusão das espécies, C a
concentração da fonte, Cs a
concentração na superfície da Fig.: Esquema do perfil de concentração de um
componente de liga ou distribuição de impureza através
partícula sólida e Vm o volume da interface sólido-líquido, mostrando a formação de
molar do núcleo. uma camada de esgotamento na fase líquida. Ref [1]
6
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por difusão

A solução desta equação diferencial para um núcleo inicial r0 e


desprezando a mudança da concentração na fonte, dá:
[7]

Ou
[8]

Sendo kD = 2D(C- Cs)Vm. Para duas partículas com uma diferença de


raios iniciais, r0, o delta (diferença) de raio, r, diminui com o
aumento do tempo ou aumento do tamanho das partículas, de acordo
com:

[9] 7
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por difusão

Combinando as duas equações anteriores:

[10]

As duas últimas equações indicam que a diferença nos raios (entre as


partículas) diminui com o aumento do raio do núcleo e com o
prolongamento do tempo. Logo um processo de difusão controlado
pode promover a formação de partículas de tamanho uniforme.

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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

Quando a difusão das espécies da fonte para a superfície de


crescimento é rápido, ou seja, a concentração tanto na fonte quanto
na superfície são iguais, a taxa de crescimento é controlado por
processos superficiais.
Dois mecanismos atuam no processo por superfície:
- crescimento mononuclear: etapa camadas por camada. As espécies
são incorporadas em uma camada e só seguem para a outra camada
somente quando finalizar a anterior.

- polinuclear: a concentração na superfície é tão alta e o processo


superficial tão rápido que a segunda camada inicia antes da segunda
camada se completar.
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

Para o processo mononuclear há tempo suficiente para as partículas


difundirem para a superfície e a taxa de crescimento é proporcional à
área da superfície:

[11]
Onde km é uma constante de proporcionalidade, dependente da
concentração das espécies de crescimento. Resolvendo esta equação
temos a taxa de crescimento:

[12]

10
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

A diferença de raio, r, aumenta com o aumento do raio do núcleo:

[13]

Das duas equações anteriores:

[14]

Onde kmrot < 1. Essa condição de contorno é derivado da equação


[12] e significa que o raio não é infinitamente grande, ou seja, r < .
A equação [14] ,mostra que a diferença do raio aumenta com o
prolongamento do tempo e este mecanismo de crescimento não
favorece a síntese de partículas monosized.
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

Para o crescimento polinuclear, a taxa de crescimento das partículas é


independente do tamanho da partícula ou do tempo, dando a taxa
constante de crescimento:

[15]
kp é uma constante dependente somente da temperatura.

Portanto as partículas crescem linearmente com o tempo:

[16]
A diferença relativa do raio mantém-se constante independente do
tempo de crescimento e do tamanho absoluto da partícula:
[17]
12
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

A partir disso pode-se perceber que embora a diferença de raio


absoluto não se modifica, a diferença relativa de raio deve ser
inversamente proporcional ao raio da partícula e ao tempo de
crescimento.

Quanto maior a partícula, a diferença de raio se torna menor, também


favorecendo a síntese de partículas monosized.

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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

O mecanismo de crescimento por difusão controlada é necessário


para a síntese de partículas com estreita distribuição de tamanho
através de nucleação homogênea. Alguns autores reportam que o
crescimento das nanopartículas envolve os mecanismos citados.

Quando os núcleos são pequenos, o mecanismo monocamada pode


dominar e assim que a partícula fique maior, o crescimento
polinuclear domina.

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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

O processo por difusão é predominante tão logo as partículas se


tornem relativamente grandes, lembrando que isso acontece quando
não há algum processo externo que barre o crescimento destas
partículas.

E diferentes mecanismos de crescimentos podem se tornar


predominantes quando as condições favoráveis são aplicadas, como
por exemplo, quando o fornecimento de espécies de crescimento é
muito lento devido a uma reação química lenta, induzindo ao
crescimento pelo processo controlado por difusão.

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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície
Os gráficos abaixo ilustram melhor estas situações:

Fig.: Gráficos ilustrando a variação do delta de raio como função do tamanho de


partícula (esquerda) e do tempo de crescimento (direita) para os três possíveis
16
mecanismos estudados [ref. 1]
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

Para a formação de partículas de tamanho único, o mecanismo


de crescimento limitado por difusão é o desejado, mas para
determinadas condições isso é possível.

E para atingir esta condição, uma das estratégias envolve, por


exemplo, manter a concentração das espécies de crescimento
bem baixo com consequente aumento da distância de difusão,
fazendo com que a difusão seja a etapa limitante. O aumento da
viscosidade da solução seria outra possibilidade.

A introdução de uma barreira para a difusão tal como uma


monocamada na superfície de crescimento da partícula é
também outra técnica. 17
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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

Fornecimento controlado das espécies de crescimento também


é um outro método para manipular o processo de crescimento.

Quando as espécies de crescimento são geradas através de


reações químicas, a taxa de reação pode ser controlada através
do controle da concentração do sub-produto, reagente e
catalisador.

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Nucleação Homogênea
Crescimento controlado por processos de superfície

A partir destas teorias pode-se focar no processo de obtenção de


vários tipos de nanopartículas em solução, sendo a formação de
nanopartículas dispersas em um solvente a abordagem mais
comum e oferece a vantagem, tais como:

- Estabilização das nanopartículas evitando aglomeração;


- Extração das nanopartículas do solvente
- Modificação superficial e aplicação
- Controle do processo
- Produção em massa

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Nucleação Heterogênea

Quando uma nova fase se forma sobre a superfície de um outro


material, o processo é chamado de nucleação heterogênea.

Para o caso de um processo de


nucleação heterogênea sobre um
substrato plano e sólido, assume-se
que as espécies de crescimento, na
fase vapor, estejam colidindo com a
superfície do substrato.
Estas espécies se espalham e se
agregam para formar um núcleo, com Figura: Ilustração do processo de
um formato do tipo tampa como nucleação heterogênea com as
ilustrado na figura ao lado. energias superficiais relacionadas
em equilíbrio(ref. Cao).
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Nucleação Heterogênea

Da mesma forma que a nucleação homogênea, há uma diminuição na energia livre


de Gibbs e um aumento na energia de superfície ou de interface. A mudança total
na energia química G, associada com a formação do núcleo é dado por:

[18]

Onde r é a dimensão média do núcleo, µv é a mudança da energia livre de Gibbs


por unidade de volume, f, fs e s são as energias de superfície ou interface do
vapor-núcleo, núcleo-substrato e substrato-vapor, respectivamente.

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Nucleação Heterogênea

As constantes geométricas são dadas por:

[19]

Sendo  o ângulo de contato, que é dependente somente das superfícies ou interfaces


envolvidas, definida pela equação de Young:

[20]
22
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Nucleação Heterogênea

Ainda, de forma similar à nucleação homogênea, para o núcleo


que se forma ser estável é necessária a diminuição da energia
livre de Gibbs com um correspondente aumento na energia total
da superfície.
Para esse caso o tamanho crítico é dado por:

[21]

E com uma barreira de energia crítica, G*, dado por:

[22]
23
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Nucleação Heterogênea

Substituindo as constantes geométricas se obtém as seguintes relações:

[23]

[24]

Quando se compara com as equações para a nucleação homogênea, temos a presença de um


segundo termo, que é um fator de molhabilidade e que pode se relacionar com o ângulo de
contato formado entre o substrato e a nova fase.

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Nucleação Heterogênea

Quando o ângulo de contato é >180º, i.e., a nova fase não


“molha” o substrato como um todo, o fator de molhabilidade é 1
e a energia crítica de barreira é a mesma para a nucleação
homogênea.

Para ângulos menores do que 180o a energia de barreira para


nucleação é sempre menor do que o valor da nucleação
homogênea, o que explica o fato do primeiro ser mais fácil de
ocorrer na maioria dos casos.

Para o caso do ângulo de contato ser 0o o fator de molhabilidade


será zero e não terá barreira de energia para a formação da nova
fase. Geralmente ocorre quando depositamos um material igual
25

ao do substrato.
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Nucleação Heterogênea

Para a síntese de nanopartículas ou quantum dots em substratos, é necessário um


 > 0 e a equação de Young se torna:

[25]

Esse tipo de nucleação heterogênea é conhecido como crescimento em ilha ou


Volmer-Weber. Outros dois modos de nucleação são os crescimentos de camada, ou
Frank--van der Merwe, e do tipo ilha-camada, ou Stranski-Krastanov.

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Teorias de Nucleação e Crescimento

Mecanismo de LaMer
Um dos primeiros mecanismos propostos foi o de LaMer – separação
da nucleação e crescimento em dois estágios.
Aumento inicial rápido da concentração de “monômeros” em
solução
A explosão da nucleação reduz a concentração de monômeros
livres em solução – taxa de nucleação “efetivamente infinita”
neste ponto e a partir disso cessa a nucleação pelo consumo dos
monômeros e consequente diminuição da concentração
O processo de crescimento seguinte ocorre através da difusão dos
monômeros via solução.

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Uma ilustração do processo de LaMer [ref.3]

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Mecanismos “Ostwald Ripening” e “Digestive Ripening”


Descrito em 1900
O mecanismo de crescimento ocorre pela mudança de
solubilidade das nanopartículas de acordo com o seu
tamanho, conforme a relação de Gibbs-Thomson
Devido à elevada solubilidade e energia superficial das
pequenas partículas na solução, elas podem se dissolver de
novo ajudando as partículas maiores a crescer ainda mais.
Matemática deste modelo em um sistema fechado foi
descrito por Lifshitz/Slyozov e Wagner (LSW).

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Mecanismos “Ostwald Ripening”

Figura: Ilustração do processo de crescimento “Ostwald


ripening”: partículas maiores crescem às custas das
menores. Ref.[2]

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Já o mecanismo “Digestive Ripening” é o processo inverso,


onde as partículas menores crescem às custas das maiores –
o processo de formação é controlado pela energia
superficial das partículas em solução, onde as partículas
maiores podem se dissolver, fornecendo material para o
crescimento das menores.

31
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Teorias de Nucleação e Crescimento

ref.[1]

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Mecanismos de dois Passos Finke-Watzky


- Mecanismo onde ambas as etapas de nucleação e crescimento
acontecem simultâneamente
- O primeiro envolve uma nucleação lenta A → B
- O segundo envolve o crescimento autocatalítico superficial que
não é controlado por difusão A + B → 2B
- Processo descoberto através da redução sais de metais de
transição por
- diferente da nucleação clássica, embora siga o tamanho crítico
mínimo

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Mecanismos de Coalescência e Ligação Orientada

- mecanismos similares
- diferem na orientação da rede cristalina no contorno de
Grão.
- Para a coalescência não existe uma preferência para a
ligação/anexação enquanto que para a ligação orientada
existe um alinhamento cristalográfico comum para ocorrer a
anexação.

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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Figura abaixo mostra a diferença entre os dois mecanismos.


Tente observar nas imagens que na coalescência os planos entre
as interfaces estão orientados aleatoriamente, diferente para o
processo de ligação orientada.

Figura: (a) Coalescência de cristalitos de platina dando origem


a um nanofio. (b) 4 cristalitos de titânia dando origem um
cristalito maior através da anexação orientada. Ext. ref. [3]
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Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Usando microscopia eletrônica de alta resolução é possível observar


que nos processos de Ligação Orientada ocorre rotação das partículas
em contato até que a orientação dos dois cristais case ou até mesmo
um plano de “twin”
-Após o processo de anexação os espaços entre as partículas são
preenchidas entre 10 a 100s, através de uma espécie de salto (seja
por atração Coulombiana ou por Van der Waals)

Fig. extr. REF. [2]

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Teorias de Nucleação e Crescimento

Figura: Imagem por HRTEM mostrando Figura: Imagem por HRTEM de


o crescimento 1D a partir de nanocristais de SnO2 dopados com Sb,
nanocristais 0D de TiO2 em estado de onde as setas indica o processo de
dispersão coloidal usando solvente crescimento envolvendo diferentes
orgânico. Ext.ref.[3] facetas. ref [3] 37
Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Crescimento Intrapartícula

O modelo “Intraparticle ripening” envolve a difusão de monômeros


ao longo da superfície do nanomaterial promovendo a mudança do
seu formato ao longo do tempo.
Ocorre nas condições onde a energia dos monômeros dentro da
solução é menor do que uma das facetas cristalina das nanopartículas
– quando a energia superficial da partícula é quase igual à da solução
não deveria ocorrer um difusão na rede, não promovendo a adição
em fluxo dos monômeros na superfície da partícula. O que sobra é a
instabilidade no sistema por diferença nas energias superficiais das
diferentes facetas da própria partícula, fazendo com que faces com
alta energia se dissolvam e a face com menor energia crescerá através
de uma difusão intrapartícula. 38
Materiais Nanoestruturados
Teorias de Nucleação e Crescimento

Ref. 3
39
Apresentação

• Bibliografia
• [1] CAO, G.; Nanostructures and nanomaterials:
synthesis, properties and applications. London:
Imperial College Press, 2004.
• [2] Edson Roberto Leite l Caue Ribeiro, Crystallization
and Growth of Colloidal Nanocrystals, Springer, 2012
• [3] Nguyen T. K. Thanh,* N. Maclean, and S.
Mahiddine, “Mechanisms of Nucleation and Growth of
Nanoparticles in Solution”, Chem. Rev. 2014, 114,
7610−7630

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