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Solidão na multidão: as redes sociais e seu viés individualista

Roberta Cristiane do Nascimento – Pensando a cultura

Vivemos na cultura da interconexão. Podemos estar conectados ao mundo full-time. Sabemos também que as redes
sociais podem nos ajudar na socialização, a salvar vidas e a aumentar nosso quociente de informação.No entanto, a
opção pelos encontros através da internet sugere um sintoma de superficialidade das relações. A rapidez no acesso à
informação e no acesso à comunicação produz indivíduos ansiosos, egoístas e desejosos de um utilitarismo epidérmico
concernente às relações sociais.

Sabemos que há aqueles que ainda se encontram, fazem reuniões entre amigos, mas a rede mundial de computadores
acrescida à pouca disponibilidade de tempo têm levado o homem a uma solidão suprida por excessos em outros âmbitos
da vida. A promiscuidade, a falta de amizades profundas e a tendência em “seguir a onda” são reflexos de um mundo
individualista e de uma rede social capenga.Não é uma questão de retirar o mérito da internet, mas de repensar relações
mais consistentes.

Vivemos num mundo em que um abraço, um beijo num amigo é cada vez mais raro. Vivemos num mundo que se diz
liberal e moderno, mas que suspeita de homossexualismo em vista de um relacionamento entre amigos do mesmo sexo
mais profundo. Queremos ter mais contatos em Orkut e suprir nossas curiosidades em twitters, mas não queremos o
“peso” de uma amizade verdadeira, com seus problemas e compromissos.Evoluímos ou regredimos como seres sociais?

A quantidade de contatos não reflete a qualidade dos mesmos. O tempo despendido na internet tem privilégio sobre o
tempo que “desperdiciaríamos” em encontros pessoais.

Continuamos sozinhos, porque a opção individualista está mais relacionada a uma cultura midiática e imediatista.
Continuamos em busca do prazer material e afetivo imediato, sem as intempéries de uma relação duradoura e
entrelaçada pelos defeitos e carências do outro.Precisamos saber retirar o que há de melhor na internet: seu potencial
humano. Precisamos humanizar as relações para que, na multidão da rede, não estejamos sozinhos. Precisamos do
toque, do cultivo de relações, do olhar nos olhos, da arte de se relacionar.

Se soubermos aproveitar o que a internet tem de melhor, poderemos, sim, viver em efetivas redes sociais, baseadas em
um sistemade relações que se estendem pós momento virtual. Se a natureza da internet não permite uma profundidade
das relações, sua extensão amplia os horizontes das relações.

O homem precisa repensar seu individualismo e perceber o outro. E a internet deve vir para somar não para subtrair.

Facebook só disfarça falta de relações humanas, diz sociólogo


MARCOS FLAMÍNIO PERES

Agora que o Facebook virou filme e as redes sociais parecem ter liberado o homem para toda forma possível de
comunicação, vem um intelectual francês dizer que vivemos sob a ameaça da "solidão interativa".
Dominique Wolton, 63, que esteve no Brasil há duas semanas, bate ainda mais pesado. Para ele, a internet não serve
para a constituição da democracia: "Só funciona para formar comunidades" --em que todos partilham interesses
comuns--, "e não sociedades" --onde é preciso conviver com as diferenças.

Sociólogo da comunicação e diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica (Paris), ele defende na entrevista abaixo
que, depois do ambiente, a "comunicação será a grande questão do século 21".

Folha - Como vê a internet?

Dominique Wolton - Faço parte de uma minoria que não é fascinada por ela. Claro, é formidável para a comunicação
entre pessoas e grupos que se interessam pela mesma coisa e, do ponto de vista pessoal, é melhor do que o rádio, a TV
ou o jornal. Mas, do ponto de vista da coesão social, é uma forma de comunicação muito frágil. A grandeza da
imprensa, do rádio e da TV é justamente a de fazer a ligação entre meios sociais que são fundamentalmente diferentes.
Nesse sentido, a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação comunitário.

Mas e as redes sociais?

Elas retomam uma questão social muita antiga, que é a de procurar pessoas, amigos, amor. São um progresso técnico,
sem dúvida, mas a comunicação humana não é algo tão simples. Porque em algum momento será preciso que as pessoas
se encontrem fisicamente - e aí reside toda a grandeza e dificuldade da comunicação para o ser humano.

Então a solidão é um risco nessas redes?

Sem dúvida: a "solidão interativa". Podemos passar horas, dias na internet e sermos incapazes de ter uma verdadeira
relação humana com quer que seja.

Isso tem a ver com o conceito que criou,o de "sociedade individualista de massa"?

Sim, porque na comunicação ocidental procuramos duas coisas inteiramente contraditórias: a liberdade individual --
modelo herdado do século 18-- e a igualdade por meio da inserção na sociedade de massa --que é o modelo do
socialismo. Usamos a internet porque ela é a liberdade individual. Na internet, todo mundo tem o direito de dar sua
opinião, mas emitir uma opinião não significa comunicar-se.
Porque, se a expressão é uma fase da comunicação, a outra é o retorno por parte de um receptor e a negociação que
implica --e isso toma tempo! Há um fascínio pela rapidez da internet e por sua falta de controle. Mas essa falta de
controle é demagógica, porque a democracia não é a ausência de leis, mas a existência de leis utilizadas por todos.

A internet foi decisiva para a eleição de Barack Obama?

Acho que se projetou um sonho que não correspondeu à realidade. Obama sempre foi ligado às questões sociais e sabia
de sua importância. O que fez foi usar a internet para multiplicar a eficácia dessas relações. Usou a internet de modo
bastante clássico.
O Google está nos tornando estúpidos?

Ele está se tornando a primeira indústria do conhecimento, concentrando de forma gigantesca a informação e o saber –
o que é um perigo. Se um grupo de mídia quisesse concentrar toda a distribuição de informação, alguém diria:
"Atenção, monopólio!". Mas não se faz isso em relação à internet, tamanho é o fascínio pela técnica na sociedade atual.

O papel está condenado?

Ao contrário! Porque internet é rapidez, livros e jornais são lentidão e legitimidade: informação organizada. A
abundância de informações não suprime a questão prévia de que educação é formação.

ESTAMOS COM FOME DE AMOR!!!!


(Arnaldo Jabor)

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão".

Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladasrecheadas de garotas lindas, com roupas
cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e... sozinhos. Tem
mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance"; incrível. E não é só sexo
não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar
performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas"
dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessamarcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde
que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber comovoltar a "sentir", só isso, algo tão simples que
a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos
ORKUT, o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada
"Nasci pra ser sozinho!" Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a umamultidão de rostos cada vez
mais estranhos, plásticos, quase etéreos e
inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que
estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é
preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essaverdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado,
mas hoje em dia é feio, demodê,brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecerridículos,
abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "paguemico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir
mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito
brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a
oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se umproblema é grande demais, não pense nele e
se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma
advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmentenão dá é continuarmos achando que
viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém:
"vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois (ou quem sabe os dois) vai querer pular fora, mas
se eu não pedir que fique
comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". Antes idiota que infeliz!

Público, privado e íntimo no uso da internet: falência de uma promessa pós-moderna

Postado por Pedro Felipe de Andrade Mancini em 7 janeiro 2011 às 11:36

Desde seus primórdios até alguns anos atrás, a internet aparecia, para seus usuários, como uma espécie de "dimensão
paralela", onde cada um de nós poderia "se realizar", expondo suas vontades e desejos mais íntimos. O anonimato, que
tinha forte peso, protegia a imagem do indivíduo no mundo de fora das telas enquanto navegava pela rede. Os chats de
encontros amorosos e sexuais bombaram, prometendo a realização de fantasias cotidianamente recalcadas.

Assim, a internet era vista como um ambiente onde os indivíduos poderiam expor sua intimidade; de certo modo, era
uma extensão da vida privada, com a grande diferença de que as relações eram voluntariamente estabelecidas (enquanto
na esfera privada doméstica, por exemplo, grande parte das relações, salvo as amorosas e de amizade, era obrigatória -
com os familiares, em especial). Com os contatos estabelecidos online, esperava-se um compartilhamento de interesses
e intimidades similares ao de amizades e casos sexuais da vida física.

Mas, com o desenvolvimento da internet e o engolfamento das relações físicas por ela, o caráter "íntimo" de seu uso
ficou mais obscuro, difícil de discernir. Hoje, com a difusão das redes sociais e a redução da relevância do anonimato,
não é mais possível garantir que as ações de um indivíduo na rede passarão incólumes em suas relações sociais de fora
das telas do PC ou do celular: o seu empregador poderá saber de suas folias na noite, sua namorada poderá bisbilhotar
seus scraps no Orkut e encanar com seus contatos no Facebook, fotos comprometedoras poderão se esparramar pelo
mundo a uma grande velocidade, amizades poderão ser perdidas por um simples deslize.

Os embricamentos entre público e privado ocorrem em vários níveis: no universo micro-social das menores interações,
com diálogos privados expostos para outrens não diretamente envolvidos, e até nas vendas de informações pessoais de
administradores de redes sociais para grandes corporações (vide o caso do próprio Facebook). É por isso que alguns já
tem apontado para a impossibilidade de se pensar a sociabilidade das redes sociais a partir de conceitos fixos como os
de "público" e "privado"; na verdade, as relações virtualmente fundamentadas se baseiam em princípios de ambas as
esferas, não podendo ser classificadas por apenas um lado do espectro (as informações são, muitas vezes,
compartilhadas publicamente, embora possuam conteúdo privado ou de foro íntimo).

Muitos indivíduos já se deram conta das armadilhas inerentes a esse pensamento ingênuo, de que se pode "agir de modo
livre" na internet. Usam, assim, as redes sociais de forma mais cautelosa, preocupados com a preservação de suas
imagens offline, instrinsecamente ligadas ao seu comportamento virtual cotidiano. No Facebook de hoje esse auto-
controle é mais visível do que, por exemplo, no Orkut de anos atrás; ainda vemos alguns deslizes graves, contudo, em
redes como o Twitter (como nos casos de manifestações xenófobas, já discutidas em outra postagem desse blog - caso
típico de exibição pública de opiniões privadas, que acarreta em fortes represálias para seus autores, já que possuem
alcance público). Grande parte dos usuários já sabe, porém, que qualquer informação emitida poderá futuramente ser
usada contra o usuário emissor, quando apropriada por um inimigo potencial ou real. A partir dessa preocupação,
surgiram inúmeras recomendações de conduta online, que vão desde a previsão e prevenção de ataques pedófilos contra
usuários mais jovens, até simples recomendações de etiqueta - códigos de conduta específicos para os meios de
comunicação virtuais, que visam maximizar a convivência e minimizar as exposições de intimidades. Recentemente, o
blog "Tec", da Folha de São Paulo, difundiu algumas dessas recomendações, objetivadas em todo um código de
comportamento, apelidada de "netqueta":

Público e privado na era da internet

Professora da UFRJ chama a atenção para o monitoramento dos rastros de navegação feito por empresas, muitas
vezes sem a autorização dos usuários

Graças à internet, é possível a difusão de conteúdos e informações que eram, até então, quase um monopólio de
empresas de comunicação. No entanto, o mesmo meio que permite com facilidade uma cobertura de um show ou de
manifestação em tempo real também pode ser usado – e, com frequência, é – para trivialidades, como a exposição da
própria intimidade a níveis sem precedentes na história.

“Na internet isso se dá de várias maneiras: das maneiras mais banais e, eventualmente, de formas que podem dar origem
a ações coletivas e políticas. As pessoas olham muito para o quanto de privacidade está se deixando para trás e olham
pouco para o tanto de vida pública que se está constituindo também. Vale mais a pena se perguntar que tipo de vida
pública, de trocas sociais se está produzindo, do que o tipo de privacidade está se perdendo”, diz a professora do
Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
coordenadora do CiberIdea: Núcleo de Pesquisa em Tecnologias da Comunicação, Cultura e Subjetividade/UFRJ,
Fernanda Bruno.

Mas a professora chama a atenção para dois níveis de privacidade na rede. O primeiro, mais visível, é aquele
relacionado à exibição de vídeos e fotografias, à publicação textos pessoais ou até mesmo comentários despretensiosos
que, em outras épocas, só diziam respeito a quem o fez. O outro aspecto da perda de privacidade na web é ignorado por
grande parte dos internautas: os rastros deixados pela navegação de cada indivíduo.

“As corporações que fazem tanto os fluxos de dados quanto as plataformas de produção de conteúdo são também
plataformas de captura de dados. Essa dimensão é muito mais importante e urgente, política e socialmente, do que a
preocupação com as pessoas falando de suas vidas na internet. Esses rastros, capturados à nossa revelia, fazem não
apenas a fortuna de certas corporações, mas são utilizados para prever tendências, comportamentos, interesses e têm o
efeito de orientar políticas de ofertas de serviços e produtos”, alerta.

Fernanda conta que realizou recentemente uma pesquisa com os cinco sites mais acessados no Brasil e as duas
principais redes sociais. Segundo a professora, o estudo mostrou que as empresas utilizam uma enormidade de arquivos
(cookies e beacons) para monitorar a navegação na internet, muitas vezes sem oferecer a opção de não acioná-los.

“Fizemos uma enquete com usuários de redes sociais. Eles são muito atentos quanto aos dados exposto para o olhar de
outras pessoas dentro ou fora da plataforma, mas são pouco preocupados com a captura dos dados por parte da própria
plataforma. Muitas vezes, eles até sabem, mas não dimensionam o alcance do uso e as razões pelas quais esses dados
são capturados”, revela.

Para Fernanda, porém, as fronteiras do que é público e do que é privado na internet ainda não estão consolidadas. Neste
jogo de forças, há interesses de diferentes setores da sociedade: desde os dos próprios usuários até os das corporações,
passando pelos pleitos do Estado e pelos dispositivos jurídicos que tentam regular e definir o que é ou não privacidade
na rede

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