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Resenha do artigo Expectativa da mídia sobre o legado das olimpíadas de

2016: racionalidade instrumental e substantiva

Sendo a mídia um meio de transmitir informação, e com isso, uma forte


agência formadora de opiniões, sua expectativa não poderia ficar de fora de
uma análise, quando falamos em legado olímpico. Portanto, a presente
resenha teve por objetivo evidenciar qual a posição da mídia em relação aos
legados que os Jogos Olímpicos Rio 2016 poderiam deixar para cidade sede.
O artigo analisou a expectativa da mídia sobre o legado dos Jogos
Olímpicos de 2016, a partir do conceito de racionalidade. Aspecto bastante
positivo, visto que a característica principal da sociedade ocidental é a
racionalização, inclusive da razão, tornando a mesma uma lógica pragmática,
instrumental, uma mercadoria, na busca do lucro e da renovação tecnológica
(MURAD, 2009).
Dentro deste circuito, a razão passa a seguir uma lógica de
racionalização, o que acarreta pensar de forma racional, sendo toda ação
calculada minuciosamente, buscando-se um menor dispêndio de energia e
uma maximização dos resultados. Essa lógica de ‘se pensar’ que busca o
desenvolvimento é identificada como racionalidade instrumental.
Antagonicamente a esta racionalidade instrumental, temos a substantiva,
que trás em seu bojo, uma crítica ao desenvolvimento gerado pela sociedade
industrial capitalista, perverso e concentrador de riquezas, poder e
oportunidades. A racionalidade substantiva preza pela sustentabilidade e pelo
desenvolvimento sustentável, pelos valores, não vendo o desenvolvimento
como um fim em si mesmo, mas como uma forma de suprir as necessidades
atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Para Silva,
Osborne e Votre (2011, p.4) o desenvolvimento sustentável, objetiva em cada
setor social, uma alternativa inteligente de desenvolvimento, sendo este,
duradouro, por considerar além dos aspectos econômicos, os humanos, os
sociais, os da vida não-humana, animal e vegetal.
Pensando-se apenas pela ótica da racionalidade instrumental onde o
lucro é o mais importante e obtido a qualquer custo, coloca-se em xeque as
relações entre os megaeventos esportivos e a sustentabilidade. Esses
megaeventos exigem uma reconstrução das identidades e identificações da
cidade sede, sendo estas, reconstruídas, muitas das vezes por uma
perspectiva instrumental e não por uma perspectiva substantiva, impõem-se
identidades que não fazem parte dos valores e desejos da população,
ocultando com isso, as realidades vividas. As identidades devem ser
construídas numa relação entre a racionalidade instrumental e substantiva e
não, evidenciando-se uma em detrimento de outra.
Portanto, quando falamos em legado olímpico, o estudo buscou através
da análise de mídias impressas e também online de grande circulação, tais
como: O Globo, O fluminense, Jornal do Brasil e Lance, construir um sistema
de categorias (Silva e Devide (2009), composto por: exclusão mútua,
homogeneidade, pertinência, objetividade e fidelidade e que serviu de base
para os seguintes resultados em relação à expectativa da mídia aos legados
olímpicos de 2016 em percentual:

CATEGORIAS %
Transporte 25%
Emprego 15%
Meio ambiente 8%
Vias públicas 8%
Turismo 7%
Segurança pública 7%
Sinalização da cidade 5%
Negócios 5%
Saúde 3%
Transparência pública 3%
Saneamento público 3%
Reassentamento de famílias 3%
Internet banda larga 2%
Segurança privada 2%
Construção civil 2%
Reciclagem do lixo 2%
Restauração da cidade 2%

Todas as categorias expostas no quadro acima, segundo o estudo,


foram evidenciadas pela mídia, apenas pela perspectiva da racionalidade
instrumental. Como exemplo, temos fala de Tarso Genro, na época ministro da
justiça, declarando que o governo triplicaria os recursos para a segurança
pública dos jogos, e já em 2009 o governo federal liberaria 131 milhões de
reais, dando a impressão de que todo esse investimento teria como foco o bom
andamento dos jogos e não, um legado que ficaria para cidade. Para Ribeiro
(2008, p.115), “o legado ideal é o que consegue ser positivo em todos os
aspectos: esportivo, econômico, social e ambiental”.
Conclui-se através da análise dos argumentos defendidos pelo estudo,
que é necessária uma mediação entre a racionalidade instrumental e a
substantiva e não, a imbricação de uma sobre a outra, mas sim uma ação
comunicativa entre ambas. Conforme infere Habermas, reconhecendo a
importância da racionalidade instrumental, mas não aceitando sua
universalização. O estudo defende também que a construção de valores
substantivos encontra seu espaço no campo educacional, mas não os
restringindo a escola, mas aos diversos espaços de interação e também na
mídia e que estes valores poderão arquitetar até mesmos elementos
instrumentais, mas nunca o oposto. É necessário que os legados econômicos,
sociais, ambientais e esportivos, não sejam vistos com fim em si mesmo,
reduzindo-se a discussões relacionadas ao dinheiro, investimentos,
infraestrutura, negócios, etc.
Referências
Murad, M. (2009). Sociologia e Educação Física: diálogos, linguagens do
corpo, esportes. Rio de Janeiro: FGV.

Osborne, R., da Silva, C., & Votre, S. (2011). EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Pensar a Prática, 14(1).
doi:http://dx.doi.org/10.5216/rpp.v14i1.10214
Figueiredo da Silva, C., & Pries Devide, F. (2009). LINGUAGEM
DISCRIMINATÓRIA E ETNOMÉTODOS DE EXCLUSÃO NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR. Revista Brasileira De Ciências Do Esporte.

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