Sie sind auf Seite 1von 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE LETRAS

A ROUPA QUE HABITO: ESTÉTICAS DA RESISTÊNCIA

JORRUAN SILVA DE ALMEIDA

DRE: 1180113385

PROFESSORA: Fátima Lima

Trabalho submetido à Faculdade de Letras da Universidade Federal do


Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção de grau no curso
Interdisciplinar de Pós- Graduação em Linguística Aplicada.

Rio de Janeiro, 2018


A ROUPA QUE HABITO: ESTÉTICAS DA RESISTÊNCIA

O rosto nos identifica, a cor da pele nos classifica em uma sociedade estruturalmente
racista. Mas, não é somente a nossa pele que é capaz de nos classificar, o vestuário funciona
como uma segunda derme, uma outra camada que também categoriza. Esse operador, a moda,
através da indumentária, é capaz de revelar classe social, gênero (masculino/feminino), sendo
assim dispositivo de classe. Não se pode ignorar o fato de que as classificações e normas
contemporâneas se dão em uma sociedade do consumo, em que a imagem modelo é
heteronormativa e branca.

Valendo-se de que a vestimenta, identifica, classifica e categoriza, supõe que a peça que
vestimos possa ter a capacidade de refletir a nossa personalidade, além disso, também pode
constituir a forma como as pessoas nos veem.1 Stuart Hall (1996) argumenta que a existência
do masculino implica a existência do feminino. Butler (1990) já havia argumentado que gênero
é, de fato uma elaboração social realizada por cada indivíduo. O sexo, por outro lado, estaria
baseado em características anatômicas. Ainda, Segundo Hall (1996), a identificação seria um
processo de articulação, uma sobredeterminação, e não uma subsunção. Hall compreende a
identidade como um processo de exclusão, permitindo a hierarquia entre os indivíduos.
Ademais, refletindo sobre os argumentos acima citados, pressupõe-se que a indumentária é
linguagem. Ela não está dentro do mundo das palavras, mas certamente pode adentrar na esfera
dos significados. É totalmente codificada. Assim como a linguagem carrega os elementos de
costumes e cultura de um povo, a indumentária também traz retrata uma época e sua cultura.

Este ensaio se propõe a dialogar sobre a indumentária como dispositivo de resistência,


sendo assim o nosso objeto de análise partirá da fluidez dos personagens que serão apresentados
ao longo do texto. Para isso foi necessário adentrar por estas questões acima citadas. O
arcabouço teórico que seguiremos como apoio para esse diálogo se baseia em Foucault e seus
conceitos de biopolítica/biopoder e necropolítica de Mbembe. Sabe-se que Foucault avistava
uma potência na transgressão e naqueles que divergiam dos padrões estabelecidos pela
sociedade. Eu, sim, nessas poucas linhas transgredirei os protocolos acadêmicos, sei que como
homem, negro e gay, já estou fora do que poderia se considerar como padrão dentro da
sociedade capitalista patriarcal e branca. Também compreendo que apesar disso, cada indivíduo
gay, trans, não binário e negro tem experiências diferentes e são marcados e vistos de formas
diferentes. Seja por uma pele mais retinta, por uma androgenia e até mesmo pela sua vestimenta.

1
Decido assim usar a indumentária como fator de categorização de gênero e de relações de poder.
A VIDA COMANDADA

Enquanto Foucault (2008) em seu conceito de biopolítica-biopoder argumenta sobre um


exercício de poder de comando sobre a Vida e a morte, Mbembe (2018) por sua vez com a
necropolítica expõe que em uma estrutura de biopoder, o racismo tem função de regular a morte.
Neste caso, através da lei, o estado é organizado de forma a suspender a vida e validar a morte.
Com a biopolítica, Foucault apresenta um estudo sobre um controle e organização da vitalidade
humana coletiva e individual através dos aparelhos de governância. Foucault (1999, p. 128)
argumenta que “O soberano só exerce, no caso, seu direito sobre a vida, exercendo seu direito
de matar ou contendo-o; só marca seu poder sobre a vida pela morte que tem condições de
exigir.” Sendo assim pode-se pensar que a morte é a fronteira do poder, e que o poder soberano
tem o objetivo de coagir. O necropoder, aflora das reflexões sobre o estado de exceção2 e de
uma reflexão sobre o extermínio de um povo, como os judeus e os conhecidos campos de
concentração seriam “a metáfora central para a violência soberana e destrutiva e como último
sinal de poder absoluto do negativo” (MBEMBE, 2018, p.7).

Nesse pensamento, Mbembe(2018), dialoga com esses construtos teóricos em que os


conceitos de soberania se relacionam com a biopolítica. O necropoder pode ser assim entendido
como uma proposta para a reflexão da morte e a interrupção da vida de povos imigrantes e de
raças tidas como inferiores. Essas vidas, portanto seriam descartáveis ao estado. Nessa
perspectiva, consegue-se aplicar o necropoder nas reflexões sobre o racismo, seja ele velado,
estrutural ou escancarado. Ainda podemos pensar na aniquilação dos corpos negros, que na
sociedade brasileira já é codificado pra morrer, indo além, pensamos nos corpos trans, esses
que não são humanos. Estes desconhecidos corpos negros revelam a uma desumanização ainda
maior. Sendo na pirâmide os últimos corpos a serem considerados para viver. São somente
matéria de desprezo. Coexistem com aqueles que são considerados dignos de reconhecimento
dentro da hierarquia social.

Compreendendo que o biopoder otimiza algumas vidas em detrimento de outras,


entende-se que a morte de outros deva acontecer. A potencialização de vidas que merecem
viver e serem protegidas, advém de uma perspectiva capitalista e neoliberalista. O patriarcado
tradicional é perpetuado pelo sistema capitalista de forma que o indivíduo que não se encaixa
nos padrões pré-estabelecidos pela sociedade de consumo perdesse o direito a subjetividade. A
relação entre capitalismo, sexualidade e raça estão sempre atreladas. As práticas sociais, de

2
Ver AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo, Boitempo,2004
racismo e extermínio, são estabelecidas através das leis, mas mais precisamente é preciso que
parte de uma população concorde com as políticas estabelecidas dando poder ao estado para
comandar as vidas. Assim, observa-se não somente um aparato político e social, mantenedor
dessas relações de domínio sobre a vida, mas uma geopolítica em que a urbanização, a
globalização tornam-se aliados na manutenção das estruturas sociais, permitindo assim o
extermínio.

Compreende que a necessidade de preservação da vida torna necessário um aparato


disciplinador através das relações de poder. As normas são institucionalizadas para a promoção
de um exercício de vida plena, sendo disciplinada e potencializada através do poder. Este por
sua vez não visa uma repressão da existência, mas sim um poder que controla, que vigia e que
disciplina. As normas sociais existem para facilitar a sujeição dos corpos, seja ao tempo, por
exemplo, este que controla os nossos dias e rotina. Os espaços como a escola ou o próprio
cinema que nos enfileiram e nos disciplinam a atitudes comportamentais para cada espaço
regulado, e as ações que praticamos em cada espaço público e privado de forma que, até quando
estamos sozinhos estamos disciplinados a vigiar nossas ações. Sendo assim, a disciplina molda
indivíduos, adestrando-os. Temos então o corpo disciplinar e o gerenciamento desse corpo que
torna-se parte da biopolítica.

“... A nova tecnologia que se instala se dirige à multiplicidade dos homens,


não na medida em que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma,
ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios
da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença, etc.
Logo, depois de uma primeira tomada de poder sobre o corpo que se fez consoante o
modo da individualização, temos uma segunda tomada de poder que, por sua vez, não
é individualizante mas que é massificante...” (FOUCAULT, 2002, p. 289).

A vida se massifica saindo da esfera privada e tornando algo público. Com a biopolitica
a vida é levada ao seu máximo e para isso temos mecanismos que potencializam o
prolongamento da vida, como a medicina, a indústria alimentícia e a estética evitando todo
custo a morte. O poder torna-se uma força produtiva e as relações se dão através da
multiplicidade de resistências, possibilitando a liberdade. Se faz necessário salientar que o
poder limita a liberdade não a impedindo, pois ela só existe em oposição a um poder em
atividade. Ao refletirmos sobre esses construtos teóricos percebemos que tudo que foge a norma
deve ser exterminado ou disciplinado, sendo o processo civilizatório um controle das pulsões.
SEGUNDA PELE: CORPOS QUE NÃO SÃO HABITAM ROUPAS QUE SÃO

“Cheguei ao mundo pretendendo descobrir um sentido nas coisas, minha alma cheia do
desejo de estar na origem do mundo, e eis que me descubro objeto em meio a outros objetos.”
(Fanon,2008, p. 103). Não se pode pensar em racismo sem o sistema capitalista. Também,
citando Fanon novamente há uma “zona do não ser”, o negro não é, e dentro desta lógica,
pressupõe que não é um ser humano. É um indivíduo animalizado, sem identidade e história.
O racismo nasce dessa produção cultural que quase sempre só é legitimada quando um branco
a válida.

O interesse aqui não é construir um construto teórico e nem teorizar sobre o racismo na
sociedade brasileira, mas sim, como nos espaços normativos, heterossexuais, os negros, trans e
fluidos investidos de técnicas de sujeição encontram através da sua vestimenta uma estética da
resistência. Fez se necessário escolher algumas figuras negras que são forças representativas
na comunidade negra e LGBTQI+. Pensando assim, já partimos do pressuposto que corpos
negros, trans e gays são descartáveis e extermináveis na sociedade patriarcal ocidental e branca.
A intenção é dar um tom singular aos indivíduos aqui escolhidos refletindo sobre como a
vestimenta pode ser uma segunda pele no processo de busca por uma estética como resistência,
assim como pode estar atrelado ao mercado.

Se faz necessário pensar que os artistas aqui escolhidos estão inseridos em um sistema
capitalista e que o mercado os cooptam como produtos para produzir e serem consumidos,
sendo assim, compartilhando do pensamento de Caraça (2013), a importância dessas pessoas
“reside na função que desempenham”. Certamente vivemos em um momento no ocidente de
crise e polarização política, e temos testemunhado mudanças na forma como o mercado e neste
caso a moda tem se apropriado dos discursos sociais, de raça e gênero. As marcas de roupas, a
moda tem cooptado esses discursos em campanhas que compram essas mudanças discursivas,
sendo parte de um discurso neoliberal.

O poder exercido por Lin da Quebrada, Liniker e Rico Dalasam, aqui escolhidos para
representar estéticas de resistência. É de certa forma construído nas redes e é partilhado por
uma comunidade que se identifica e partilha de suas ideias, discursos e ações. Não há
ingenuidade das marcas quando escolhem apoiar tais personas. Weiser (2013, p.170),
argumenta que uma pratica do neoliberalismo é a reimaginação, “não somente das transações
econômicas e dos recursos, mas também das relações sociais, individuais, das emoções e da
própria cultura”. Podemos observar um exemplo do fato da marca criar relações de afeto não
só com o indivíduo que a consome, mas com o artista que é patrocinado para usar a sua roupa.
Podemos observar isso quando assistimos ao clipe de Dalasam, Fogo em mim3, em que ele veste
Nike ao mesmo tempo que quebra as normas do padrão da masculinidade do homem negro, não
somente ele, mas outras figuras no clipe. A roupa, os acessórios que ele e os participantes do
clipe usam configura uma estética política e de resistência, em que se encontram drags, trans e
homens negros quebrando com a padronização. O vestuário vem reforçar os signos da
visualidade, juntamente com o discurso da música pop, feita por ele.

Ao apoiar Dalasam a Nike cria um elo entre os seus consumidores e se posiciona de


forma política, produzindo um ativismo de mercado, que se estabelece nas dinâmicas do
capitalismo contemporâneo, mas ao mesmo tempo permite modos operadores de resistência
para os negros, LGBTQI+ participantes do clipe e aqueles que se identificam com o discurso
de Dalasam e sua representatividade no rap e na música. A Nike neste caso, faz uso de uma
estratégia de branding :

“As estratégias de branding concentram-se em cultivar a afetividade, relações


autenticas entre consumidores e produtores, e construir uma cultura a partir dessas
relações. Dentro da cultura de marca, os consumidores produzem uma identidade,
uma comunidade, ligações emocionais, praticas afetivas e relações; a cultura de marca
no capitalismo neoliberal fornece uma infraestrutura para esse tipo de comportamento
político e social. (WESER,2013, p.170)

A roupa através da marca da Nike cria um efeito de cooptação de consumidores negros,


gays, trans etc.... através de uma relação de afeto e “apoio” que nada mais é que uma intenção
mercadológica. A promoção desses tipos de bens de consumo, neste caso, o vestuário, através
de artistas como um ato de resistência e de ativismo social é algo comum dentro da mídia de
consumo e da sociedade em rede. A questão é que corpos como o de Dalasam, Liniker (uma
mulher trans) e da Linn – que se identifica como travesti – sendo aqui, na cultura brasileira um
corpo relegado a morte, a prostituição – conseguem produzir através de suas vestimentas e de
suas posições ideológicas, políticas e discursivas resistência. A roupa é um dispositivo para
legitimar suas estéticas femininas e fluidas, em corpos que nasceram masculinos, e que suas
experiências e sua arte tornam-se estéticas de resistência.

Os corpos desses indivíduos, na estrutura social estabelecida, são corpos que atualmente
ocupam espaços da indústria do entretenimento, mas também são os corpos que representam a
não existência. A indumentária, para corpos trans, gays e fluidos, é instrumento de resistência,

3
Ver https://www.youtube.com/watch?v=1c9LlYtXcdk
de (re) existência. O acessório que cobre o corpo pode ser considerado como uma segunda pele
que transforma a ação do indivíduo, além disso é algo que ao olhar do outro, do observador
externo, revela uma representação de um corpo feminino ou masculino. Apesar da fluidez, a
roupa está sempre marcando mais feminilidade ou mais masculinidade, e isso muitas vezes
pode ir além da biologia do sexo.

A experimentação de um corpo fluido com o auxílio da vestimenta manifesta-se como


intervenção estética. É através do traje que o sujeito se reveste de sua identidade, seja ela
feminina ou masculina, podendo transitar entre essas demarcações, pois revestir-se de tecido e
acessórios permite ser algo diferente em uma sociedade com sistemas de convenções do que é
feminino e masculino. Portanto, entende-se que a moda neste caso pode ser um dispositivo
agenciador de transgressão, pois mesmo servindo ao mercado ela é capaz de afetar o indivíduo
que a veste. Sim, afeto, a vestimenta nestes casos transforma matéria em sentimentos, em
abstração.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Neste sentido, a máscara representa o colonialismo como um todo. Ela


simboliza políticas sádicas de conquista e dominação e seus regimes brutais de
silenciamento dos (as) chamados (as) “Outros(as)’: Quem pode falar? O que acontece
quando falamos? E sobre o que podemos falar? (Kilomba,2013)

A máscara, assim como a roupa que veste um corpo, representam um colonialismo. Há


por de traz de uma vestimenta sempre um poder que exerce valores hierárquicos e sociais,
colonizando corpos de acordo com perspectivas pré-estabelecidas. A indumentária representa
um tempo, uma memória e uma cultura. É inegável o seu valor simbólico. As pessoas carregam
suas histórias e os trajes utilizados por cada indivíduo carrega uma memória. A roupa se adapta
ao corpo, que carrega cheiro, que soa e este artefato se movimenta juntamente com este corpo
carregado de marcas do tempo. Esta matéria carregada de subjetividade e humanidade associada
ao revestimento em tecido, traçado em formas demarcadas culturamente transformam em
narrativa os corpos. Quando estes, são negros, trans e fluidos, desafiam a normatividade e as
convenções de um tempo, pois a norma e a regra do que se é ser homem ou mulher, o que deve
se vestir em relação ao seu gênero e ao seu sexo biológico acaba por ser uma necropolítica. Um
extermínio de quem não adere ao padrão estabelecido socialmente.
O que observa é uma (re) ex(s)istência desses seres relegados a invisibilidade. Quando
observamos Linn da Quebrada, Liniker ou Dalasam, vamos de encontro as ações que esses
sujeitos produzem se reinventando, transformando sua matéria em política e corpos históricos.
Criam uma imagem política, dentro de um contexto hegemônico, magro, branco e
heteronormativo, forjando condições de uma cena de visibilidade o que antes não era visível,
portanto existindo. Trazem suas narrativas de morte à vida, construindo memórias afetivas
através de suas performances fluidas e tudo isso é reforçado pelos trajes materializados,
tornando-se iconografias de um tempo, saindo de suas catacumbas e renascendo como seres
figurativos e afetivos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUTLER, Judith. 1990. Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity.
New York and London: Routledge.
CARAÇA,João .A separação de Culturas e o declínio da modernidade.Em: A crise e seus efeitos:
As culturas da mudança. - Paz E Terra, 2012

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador, EDUFBA, 2008


FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade – A Vontade de Saber, Rio de Janeiro; Graal,
1999
FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade, São Paulo; Martins Fontes, 2002.
HALL, Stuart. 1999. A Identidade cultural na pós-modernidade. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A.

HALL, Stuart. 1996. Modernity: An Introduction to Modern Societies. Wiley-Blackwell.


KILOMBA, Grada. Tha Mask. In: Plantation Memories – episodies of everyday racism.
Budapest, Interpress, 2013.
MBEMBE, Achille. Necropolítica, São Paulo, N-1 Edições 2018
OLIVEIRA, Denilson Araújo de. Gestão Racista e Necropolítica do espaço urbano:
apontamento teórico e político sobre genocídio da juventude negra na cidade do Rio de Janeiro.
Texto apresentado no NEGRA (Núcleo de Estudo e Pesquisa em Geografia Regional da áfrica
e da Diáspora), Faculdade de Formação de Professores da UERJ
WESER, Sarah-Banet. O Branding da Crise. Em: A crise e seus efeitos: As culturas da mudança.
- Paz E Terra, 2012
Disponível em :<https://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/01/mc-linn-e-geracao-que-usa-
mpb-para-desconstruir-os-preconceitos-sexuais.html> Acesso em: 20 de Agosto de 2018
Disponível em: https://vogue.globo.com/lifestyle/noticia/2016/08/rico-dalasam-e-liniker-
levantam-bandeira-gay-no-rap-e-no-soul.html Acesso em: 20 de Agosto de 2018

ANEXOS

Das könnte Ihnen auch gefallen