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O que é Verdade ?

Platão inaugura seu pensamento sobre a verdade afirmando:


“Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são;
falso aquele que as diz como não são”. É a partir daí que
começou a se formar a problemática em torno da verdade.

No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição de


verdade: “Conformidade com o real”. Talvez merecesse um
comentário mais amplo, a afirmação de Platão, mas partindo
do conceito dado pelo dicionário pode-se chegar as seguintes
conclusões: Não existe uma verdade cujo sujeito possa
ser o seu detentor.

“Na verdade, ninguém inicia o ato de conhecer de uma forma virgem, pois esse ato é
simultâneo à transmissão pela educação dos conhecimentos acumulados em uma
determinada cultura.

No correr dos tempos, a razão humana adquire formas diferentes, dependendo da


maneira pela qual o homem entra em contato com o mundo que o cerca. A razão é
histórica e vai sendo tecida na trama da existência humana. Então, a capacidade que
o homem tem, em determinado momento, de discernir as diferenças e as
semelhanças, e de definir as propriedades dos objetos que o rodeiam, estabelece o
tipo de racionalidade possível naquela circunstância. (Deleuze e Guattari) em
Filsofando – Marilena Chauí”

A Filosofia chegou a distinguir cinco conceitos fundamentais da verdade:

- Verdade como correspondência diz respeito à afirmação platônica . É a verdade


que garante a realidade, ou seja, o objeto falado é apresentado como ele é.
Aristóteles diz que: “Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto
afirmar o que é e negar o que não é, é verdade”. Essa definição de verdade é a mais
antiga e divulgada. A verdade é “a adequação do nosso pensamento às coisas”- o
homem é a medida de todas as coisas -Protágoras– perigoso????
- Concepção de verdade, sob o aspecto da revelação, surge num tempo em que
empirismo, metafísica e teologia apresentaram novas formas de se entender a
realidade. Trata-se de uma verdade que sob a luz empirista se revelou ao homem
por meio das sensações, e sob a perspectiva metafísica ou teológica mostrou o
verdadeiro por meio de um Ser supremo, Deus, que evidencia a essência das coisas.

- A conformidade apresenta uma verdade que se adapta a uma regra ou um


conceito. E esta noção de conformidade foi usada pela primeira vez por Platão: “...
tudo o que me parece de acordo com este, considero verdadeiro,...” e retornando a
história, Santo Agostinho afirma: “existe, sobre a nossa mente, uma lei que se chama
verdade”. Em suma, a verdade, no sentido da conformidade, deve-se adequar a
uma regra ou conceito. Para os escolásticos, filósofos medievais, "a verdade é a
adequação do nosso pensamento as coisas". O juízo seria verdadeiro se a
representação fosse cópia fiel do objeto representado

- Já na metade do século XIX, surgiu no movimento idealista inglês, a noção de


verdade como coerência. Essa idéia de coerência foi difundida pelo filósofo Bradley.

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Ele critica o mundo da experiência humana partindo da idéia de que “o princípio de
que o que é contraditório, não pode ser real”, isso o fez aceitar que “a verdade é
coerência perfeita”.

- Por fim, achou-se o pressuposto de verdade como utilidade, formulada


primeiramente por Nietzsche: “Verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à
conservação da humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a
verdade para mim, é uma relação arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas
externas”. A preocupação é que a verdade como utilidade seja algo que faça bem toda
a humanidade. O que não é de práxis para a conservação do bem, podemos dizer que
é verdade?

A filosofia moderna vai questionar a possibilidade mesma de conhecimento do real.

Isso nos remete para a discussão a respeito do critério da verdade. Qual o sinal que
permite reconhecer a verdade e distingui-la do erro? Não pretendemos analisar passo
a passo as discordâncias dos autores a respeito do assunto, devido à complexidade e
à necessidade de aprofundamento da questão.

Para Descartes, o critério da verdade é a evidência. Evidente é toda ideia clara e


distinta, que se impõe imediatamente e por si só ao espírito. Trata-se de uma
evidência resultante da intuição intelectual.

Para Nietzsche é verdadeiro tudo o que contribui para fomentar a vida da


espécie e falso tudo o que é obstáculo ao seu desenvolvimento.

Para o pragmatismo (William James, Dewey, Peirce), a prática é o critério da


verdade. Nesse caso, a verdade de uma proposição se estabelece a partir de seus
efeitos, dos resultados práticos.

Nos dois últimos casos (Nietzsche e


pragmatismo), o critério da verdade deixa de
ser um valor racional e adquire um valor de
existência, que pode ser sintetizado na frase
de Saint-Exupery: "A verdade para o
homem é o que faz dele um homem.

Há ainda os lógicos que buscam o critério da verdade na coerência interna do


argumento. Verdadeiro seria então o raciocínio que não encerra contradições e é
coerente com um sistema de princípios estabelecidos. Essa é a verdade típica da
matemática. Afirmar que por um ponto fora de uma reta só passa uma paralela a essa
reta pode ser verdadeiro se admitirmos os postulados de Euclides, mas falso se
adotarmos os princípios da geometria não-euclidiana.

A verdade pode ainda ser entendida como resultado do consenso, enquanto


conjunto de crenças aceitas pelos indivíduos em um determinado tempo e lugar
e que os ajuda a compreender o real e agir sobre ele.

É difícil e complexa a discussão a respeito dos critérios da verdade, mesmo porque


são diferentes as posturas que temos diante do real quando nos dispomos a

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compreendê-lo. Por exemplo, alguém poderá dizer- bem na linha dos positivistas que
só a ciência nos dá o conhecimento verdadeiro, uma vez que os critérios de
verificabilidade (pelo menos das ciências da natureza, como a física) nos levam a
conclusões seguras, objetivas, aceitas pela comunidade dos cientistas e que, ainda
por cima, com o desenvolvimento da tecnologia, resultam em eficácia no agir.

Por outro lado, não há como deixar de reconhecer que a ciência, sendo um
conhecimento abstrato, seleciona o que lhe interessa conhecer e reduz as infinitas
possibilidades do real, excluindo o sujeito com suas emoções e sentimentos. Nesse
sentido, por que recusar um outro tipo de verdade, aquela intuída pelo sentimento? E
não se poderia falar na verdade que resulta da experiência artística, já que também a
arte é uma forma de conhecimento?

Entre os dois extremos do conhecimento, das ciências da natureza e do conhecimento


pela arte, convém lembrar as dificuldades na busca da verdade das ciências humanas
e das novas exigências para se estabelecer o estatuto epistemológíco do
conhecimento do homem pelo homem.

Nas Ciências Exatas:

Verdade subjetiva ou formal - legitimidade lógica, isto é, de acordo com as leis da


lógica. Coerência formal da estrutura lógica. Característica das afirmações que
produzem ou produzirão o acordo de todos os intelectos, isto é, o consenso geral,
a convergência mental. É a verdade nas ciências formais.

Verdade objetiva - correspondência com objetos reais (sejam eles concretos ou


abstratos; adequação à realidade). É a verdade nas ciências experimentais; nestas,
as verdades formais só o são aparentemente, pois elas são tão fortes e tão fracas
como as bases em que elas assentam.

A verdade científica geral se exprime em leis. As leis físicas são de três


modalidades: leis básicas ou princípios; leis experimentais ou leis empíricas; leis
racionais ou teoremas.

Nas Ciências Biológicas - não se baseia no lema da verdade, mas sim no método,
relativismo e hipóteses evidenciadas...

Como qualquer ser vivo o homem luta pela sobrevivência. Pertencendo ao reino
animal, algumas das suas funções são mantidas por matrizes genéticas que lhe
garantem o funcionamento de alguns sistemas biológicos vitais. Outras atividades ele
as aprende e as mantém através de reflexos condicionados. Mas, seu alto grau de
complexificação, faz com que sua trajetória seja direcionada por um processo
interpretativo dependente do grande cérebro da espécie. A sobrevivência humana
dependente, sobretudo, dessa capacidade de apreensão da realidade, fruto da
atividade do seu grande cérebro que de lhe deve possibilitar conhecimento sobre ela.
A partir desse conhecimento desenha-se em cada um de nós uma visão de mundo
altamente influenciada pelo modelo de pensar reinante, que contém às ideologias
imperantes na realidade social em que vivemos. A aventura humana é quase que
totalmente dependente do conhecimento da realidade, havendo, assim, uma relação
estreita entre o conhecimento e a própria sobrevivência do homem na face da Terra
(Greco, 1984).

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TEORIAS da VERDADE

Teorias Metafísicas: a verdade é uma propriedade de uma preposição, a saber, a sua


correspondência com a realidade.

Teorias Epistêmicas: a verdade é uma propriedade de uma proposição, a saber, sua


assertibilidade garantida.

Teorias Deflacionárias: a verdade não é uma propriedade de uma proposição; pelo


contrário, dizer que uma proposição é “verdadeira” ou é redundância ou é um sinal de
que a proposição é um instrumento útil para a obtenção de poder, ou par previsões
precisas ou para algum outro propósito.

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Toda essa investigação sobre a verdade limita muito esse tema. A verdade possui
inúmeros significados, dependendo da pessoa que a defina. Ela continuará sendo uma
das questões mais abordadas nestes últimos tempos.
Estamos em um mundo de grandes transformações. Muitas ideologias nos são
apresentadas como verdades inquebrantáveis. Somos forçados a acreditar na mídia,
na política e na manifestação religiosa. Isso acontece de uma maneira inconsciente.
O que nos libertará de toda essa prisão é nossa atitude como sujeitos formadores de
consciência crítica. A questão é ir a fundo sobre aquilo que nos é apresentado. Fugir
do senso comum e criar opiniões próprias. Depende de você encarar isso como
verdade.

Prof. Capri (Luiz Antonio Capriello)

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