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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
DOCENTE: MARCOS FANTON
DISCENTE: ANDREÉ CORREIA DE OLIVEIRA

O AGIR MORAL EM KANT

RECIFE
2017
Introduçãã o

Este trabalho pretende abordar o conceito de dever no interior da filosofia moral


de Kant. Por considerarmos a noção do dever moral enquanto um dos conceitos centrais
no (e ao) pensamento prático kantiano e com o intuito de tentar oferecer uma
elucidação da busca (e desenvolvimento) de Kant pelo princípio supremo da moral – os
fundamentos da ação detentora de valor moral, busquei expor duas características:

I - O que caracteriza uma ação por dever no pensamento moral kantiano, e;

II - Porque exatamente, segundo Kant, apenas a ação precisamente por dever é a


única ação com o genuíno valor, o valor moral.

Neste texto teremos como base o trabalho de Kant - Fundamentação da Metafísica


dos Costumes - além do uso de exemplos do nosso dia-a-dia para iluminar-nos dos
princípios da moral em Kant trazendo-os para a nossa realidade nos dias de hoje.
O Agir Morãl Kãntiãno

Seguindo a história:

"- Um vendedor chamado Pedro, no balcão de um bar no Recife Antigo, afim de ganhar mais
dinheiro naquela noite, informou de maneira errada (mais caro/aumentando) o preço da cerveja
ao cliente de nome João que não gostou de tal atitude e foi embora do bar furioso após pagar a
conta. Um dia depois, no balcão de um outro bar na mesma rua, o vendedor Perez sabendo do
acontecimento com Pedro e João na noite anterior, afim de conquistar sua freguesia com a
honestidade e assim ganhar mais um freguês e consequentemente ganhar mais dinheiro
informou de maneira correta o preço da cerveja a seu cliente João que ficou bastante satisfeito
com a atitude honesta de Perez e prometeu voltar lá outro dia."

No exemplo acima, poderíamos dizer que no pensamento ético Kantiano, ambos


os vendedores estão agindo de maneira igualmente "anti-ética". Mesmo o vendedor
Perez usando das nobres ações de verdade e honestidade, ainda assim, sua ação
consiste em fazer o bem por uma inclinação. A vontade de 'ganhar mais' influenciou
tanto na ação de Pedro quanto na de Perez e é aí que se encontra o problema do "Agir
Moral" em Kant.
Para entendermos a problemática do "AGIR MORAL" em Kant, temos que
começar iluminando algumas paltas; como o "AGIR POR DEVER", por exemplo. Na obra
de Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes (KANT,1964), podemos encontrar
uma busca por um agir correto; além de uma questão que o filósofo nos trás sobre a
ética, que é: "que ação é boa em si mesma?". A resposta que podemos encontrar em
seu trabalho é de que nada no mundo pode ser considerado bom sem restrição, a não
ser a "BOA VONTADE".

"Não é possível conceber coisa alguma no mundo, ou mesmo fora do


mundo, que sem restrição possa ser considerada boa, a não ser uma
só: uma boa vontade." (KANT, 1964, p. 4, grifo do autor).
Em outras palavras, o que Kant quer dizer é que apenas a Boa Vontade é boa em
si mesma, pois não há outra finalidade na boa vontade a não ser ela mesma (valor
absoluto/sem limitações/com um fim em si mesma). O pensamento expressa a crítica ao
conceito de correção (na área do direito), pressupondo que em muito do que se faz
(ações) não resistiria a uma análise mais rigorosa de sua motivação intrínseca. Pensemos
que ao contrário da Ética Teleológica de Aristóteles, onde o telos(fim, finalidade) da ação
é quem vai torná-la ética ou não, o pensamento Kantiano avalia a ação ética segundo a
sua motivação inicial. Assim, comportamentos considerados virtuosos, como atos de
coragem ou de humildade, compaixão ou temperança, podem não sê-lo dependendo da
intenção com que são praticados.
E o que é, pois, AGIR POR DEVER? Agir por dever é agir em função da reverência
pela lei moral; e a maneira de testar se estamos a agir assim é procurar a máxima, ou
princípio, com base na qual agimos, isto é, o imperativo ao qual as nossas ações se
conformam. Há dois tipos de imperativos: os hipotéticos e os categóricos. O Imperativo
Hipotético afirma o seguinte: se quisermos atingir determinado fim, deveremos agir
desta ou daquela maneira, trabalha com hipóteses (dependendo de tal hipótese, devo
agir de tal forma). O Imperativo Categórico diz o seguinte: independentemente do fim
que desejamos atingir, deveremos sempre agir desta ou daquela maneira, encontramos
aqui uma universalização da ação (independentemente de qualquer hipótese eu devo
agir desta mesma forma). Há muitos imperativos hipotéticos porque há muitos fins
diferentes que os seres humanos podem propor-se alcançar. No entanto há apenas um
só imperativo categórico, que é o seguinte: "Agir apenas de acordo com uma máxima
que possas, ao mesmo tempo, querer que se torne uma lei universal".
Partindo do princípio que é na intenção e não na finalidade da ação que se
encontra o valor moral de um ato, podemos afirmar que é no DEVER que se encontra o
agir por respeito a lei. Dever aqui, significa a ação à qual alguém está obrigado (pela
razão), apesar de estarmos obrigados de maneiras diferentes. Como ja vimos, aquilo que
representa uma ação como necessária de forma objetiva é o IMPERATIVO CATEGÓRICO.
A ação é tornada necessária não por meio da representação de algum fim a ser atingido,
mas de forma direta, intrínseca na própria ação. Um Imperativo Categórico é uma lei
moralmente prática, pois impõe uma obrigação quanto a certas ações. É uma lei que
comanda ou proíbe. Essa lei converte AÇÕES em DEVERES, daí constituir-se em uma lei
prática. Entretanto, indivíduos diferentes poderão ter máximas pessoais ou fundamentos
subjetivos diferentes relativamente à mesma lei. Diferencia-se, assim, a legalidade, como
a conformidade de uma ação com a LEI DO DEVER; já a conformidade da máxima (a
forma como o sujeito deseja agir) de uma ação com uma lei corresponde à moralidade
da ação (Uma boa vontade, sob condições de seres que detêm razão, é aquela cujas
máximas têm conteúdo moral e o que dar o conteúdo moral é o dever). Um princípio de
dever é um princípio que a razão a ele prescreve de forma absoluta e objetiva: como
se deve agir. O imperativo categórico, afirmador do que seja a obrigação, corresponde
ao princípio supremo da doutrina dos costumes, que pode ser formulado como sendo
agir com base em uma máxima que também possa ter validade como uma lei universal,
AGIR POR DEVER é portanto, o agir moral em Kant.
Por fim, ao contrário de Pedro, Perez cumpriu seu dever (não mentir), não por
dever (porque não se deve mentir), mas por interesse (porque queria ganhar mais um
cliente/mais dinheiro). O Perez agiu por interesse, mas, por acaso, não desrespeitou as
ordens da sua razão, que lhe diz “não deves mentir”. Isso significa que Perez não
obedeceu incondicionalmente às ordens da sua razão. Apenas se ele dissesse para
consigo mesmo “Não mentir para meu cliente, porque é meu dever não mentir” (em
toda e qualquer circunstância) é que estaria a agir moralmente segundo a filosofia de
Kant (porque estaria respeitando o dever pelo próprio dever).
O agir moral para Kant, é o agir POR DEVER. Na nossa sociedade há um conjunto
de normas morais que nos dizem aquilo que devemos fazer, tais como “Não mentir”,
“Não roubar”, “Não matar”, entre outras, normas essas que a maioria das pessoas da
sociedade cumpre. Mas por que é que as cumprem? Ou melhor, de que modo as
cumprem? Ora, normalmente cumprem-nas (cumprem o dever), não pela obediência a
elas mesmas, mas por interesse (o que para Kant não serve). Diz-se então “Não vou
mentir”, não porque não devo mentir, mas porque temo as consequências desta minha
falta, “Não vou roubar”, não porque não devo roubar, mas porque receio ir parar à
prisão. Kant apercebeu-se deste problema na forma como a maioria das pessoas age
(agir em conformidade com o dever) e enunciou-o da seguinte maneira: "-A sociedade
apenas me diz o que devo fazer, mas não como o devo fazer, com que intenção devo
cumprir o dever".
É o agir por dever que vai tornar uma ação ética/moral, este agir moral por
conseguinte torna-se uma máxima para surgir como lei universal. Se você age por dever
está agindo moralmente (segundo Kant). Pois não só está agindo por "boa vontade",
como também está agindo conforme a lei moral.

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