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FIGURAS DE LINGUAGEM

QUESTÕES DO ENEM

1998
Questão 1
Texto 2
Texto 1 Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, E te jurar uma paixão do tamanho de um
Quando a teus pés um homem terno e curvo bonde
jurar amor, chorar pranto de sangue, Se ele chorar
Não creias, não, mulher: ele te engana! Se ele ajoelhar
As lágrimas são gotas da mentira Se ele se rasgar todo
E o juramento manto da perfídia. Não acredite não Teresa
(Joaquim Manoel de Macedo) É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA
(Manuel Bandeira)

Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que:

(A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.


(B) há um tratamento realista da relação homem/mulher.
(C) a relação familiar é idealizada.
(D) a mulher é superior ao homem.
(E) a mulher é igual ao homem.

Questão 2

Amor é fogo que arde sem se ver;


é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;


é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de


oposição de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.

(A) “Amor é fogo que arde sem se ver.”


(B) “É um contentamento descontente.”
(C) “É servir a quem se vence, o vencedor.”
(D) “Mas como causar pode seu favor.”
(E) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

2000

Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado inadequado a


um termo ou expressão e isso pode a certos resultados inesperados, como se vê no quadrinho
abaixo:

Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala de Rosinha no
primeiro quadrinho, que é

(A) Faz uma pose bonita!


(B) Quer tirar um retrato?
(C) Sua barriga está aparecendo!
(D) Olha o passarinho!
(E) Cuidado com o flash!
Questão 4

Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho urbano”,
poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.

Bicho urbano
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou outra cidade pequena do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
[...]
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.
(GULLAR, F. Toda poesia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991)

Embora não opte por vive numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de
valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns
desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam
impressões sensoriais diversas. Assinale a opção e que se observa esse recurso.

(A) “A natureza me assusta./ Com seus matos sombrios suas águas"


(B) “me assusta quase tanto quanto /esse abismo/ de gases e de estrelas/ aberto sob
minha cabeça.
(C) “e o pão preserve aquele branco/ sabor de alvorada."
(D) “ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho”
(E) “suas aves que são como aparições / me assusta tanto quanto”
Questão 5

Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados nos fatos


noticiados. Veja um exemplo:

O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é:

(A) Descansem o meu leito solitário


Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
(AZEVEDO, Álvares de. Poesias escolhidas. Rio de Janeiro/Brasília: José
Aguilar/INL,1971)

(B) Essa cova em que estás


Com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
deste latifúndio.
(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outrospoemas em voz alta. Rio
de Janeiro: Sabiá, 1967)

(C) Medir é a medida


mede
A terra, medo do homem, a lavra;
lavra
duro campo, muito cerco, vária várzea.
(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978)

(D) Vou contar para vocês


um caso que sucedeu
na Paraíba do Norte
com um homem que se chamava
Pedro João Boa-Morte,
lavrador de Chapadinha:
talvez tenha morte boa
porque vida ele não tinha.
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)

(E) Trago-te flores, – restos arrancados


Da terra que nos viu passar
E ora mortos nos deixa e separados.
(ASSIS, Machado de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)

Questão 6

As histórias em quadrinhos, por vezes, utilizam animais como personagens e a eles atribuem
comportamento humano. O gato Garfield é exemplo desse fato.

O 3º quadrinho sugere que Garfield:

(A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestão.


(B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente.
(C) defende que para ser pintor a pessoa tem de sofrer.
(D) conhece a história de um pintor famoso e faz uso da ironia.
(E) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por isso, faz a sugestão
2001

Questão 7

Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem
mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos
os oximoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”.
Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em

(A) "Era ele que erguia casas Um mundo novo nascia


Onde antes só havia chão." De que sequer suspeitava."

(B) "... a casa que ele fazia (D) "... o operário faz a coisa
Sendo a sua liberdade E a coisa faz o operário."
Era a sua escravidão."
(E) "Ele, um humilde operário
(C) "Naquela casa vazia Um operário que sabia
Que ele mesmo levantara

2002

Questão 8

Érico Veríssimo relata, em suas memórias, um episódio da adolescência que teve influência
significativa em sua carreira de escritor.
“Lembro-me de que certa noite - eu teria uns quatorze anos, quando muito - encarregaram-me
de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os
primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Municipal haviam .carneado.. (...)
Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse
caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei de poder ficar segurando esta
lâmpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...)
Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a idéia de que o
menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender
a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão,
propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e
do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último
caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto.

(VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)

Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo define
como uma das funções do escritor e, por extensão, da literatura

(A) criar a fantasia.


(B) permitir o sonho.
(C) denunciar o real.
(D) criar o belo.
(E) fugir da náusea.

2003

Questão 9

Do pedacinho de papel ao livro impresso vai uma longa distância. Mas o que o escritor quer,
mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma. A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa; ela
faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho. Em certos casos, a
cesta de papel é melhor ainda.
O período de maturação na gaveta é necessário, mas não deve se prolongar muito. ‘Textos
guardados acabam cheirando mal’, disse Silvia Plath, (...) que, com esta frase, deu testemunho das
dúvidas que atormentam o escritor: publicar ou não publicar? guardar ou jogar fora?
(Moacyr Scliar. O escritor e seus desafios.)
Nesse texto, o escritor Moacyr Scliar usa imagens para refletir sobre uma etapa da criação
literária. A ideia de que o processo de maturação do texto nem sempre é o que garante bons
resultados está sugerida na seguinte frase:

(A) “A gaveta é ótima para aplacar a fúria criativa.”


(B) “Em certos casos, a cesta de papel é melhor ainda.”
(C) “O período de maturação na gaveta é necessário, (...).”
(D) “Mas o que o escritor quer, mesmo, é isso: ver o seu texto em letra de forma.”
(E) “ela (a gaveta) faz amadurecer o texto da mesma forma que a adega faz amadurecer o vinho.”

2004

Questão 10

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para

(A) condenar a prática de exercícios físicos.


(B) valorizar aspectos da vida moderna.
(C) desestimular o uso das bicicletas.
(D) caracterizar o diálogo entre gerações.
(E) criticar a falta de perspectiva do pai.
QUESTÃO 11

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para
(A) Condenar a prática de exercícios físicos.
(B) Valorizar aspectos da vida moderna.
(C) Desestimular o uso das bicicletas.
(D) Criticar a falta de perspectiva do pai.
(E) Caracterizar o diálogo entre as gerações.

Questão 12

Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


(A) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
(B) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
(C) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
(D) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
(E) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
2005

Questão 13

A DANÇA E A ALMA
Um estar entre céu e chão,
A DANÇA? Não é movimento, novo domínio conquistado,
súbito gesto musical. onde busque nossa paixão
É concentração, num momento, libertar-se por todo lado...
da humana graça natural.
Onde a alma possa descrever
No solo não, no éter pairamos, suas mais divinas parábolas
nele amaríamos ficar. sem fugir à forma do ser,
A dança – não vento nos ramos: por sobre o mistério das fábulas.
seiva, força, perene estar.

(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no
poema é

(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em
todos os momentos de sua existência.
(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a
liberação de seu espírito.
(C) a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos
desconcertados.
(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos
musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu
desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

Questão 14

O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e


“concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:

(A) éter. (B) seiva. (C) chão. (D) paixão. (E) ser.
Questão 15

A situação abordada na tira torna explícita a contradição entre a

(A) relações pessoais e o avanço tecnológico.


(B) inteligência empresarial e a ignorância dos cidadãos.
(C) inclusão digital e a modernização das empresas.
(D) economia neoliberal e a reduzida atuação do Estado.
(E) revolução informática e a exclusão digital.

2007

Questão 16

O açúcar

O branco açúcar que adoçará meu café.


nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.

Este açúcar veio


da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)

Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
(Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.)

A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é
expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e

(A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.


(B) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
(C ) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
(D) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
(E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

2009

Oxímoro, ou paradoxismo, é uma figura de retórica em que se combinam palavras de sentido


oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão.

(Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa.)

Considerando a definição apresentada, o fragmento poético da obra Cantares, de Hilda Hilst,


publicada em 2004, em que pode ser encontrada a referida figura de retórica é:

(A) “Areia, vou sorvendo / A água do teu rio” (p.93)


(B) “o bisturi e o verso. / Dois instrumentos / entre as minhas mãos” (p.95)
(C) “Dos dois contemplo / rigor e fixidez. / Passado e sentimento / me contemplam” (p.91)
(D) “De sol e lua / De fogo e vento/ Te enlaço.” (p.101)
(E) “Ritualiza a matança / de quem só teu vida. / E me deixa viver / nessa que morre” (p.62)
GABARITO

1. A

2. B

3. D

4. C

5. B

6. D

7. B

8. D

9. B

10. E

11. C

12. B

13. A

14. A

15. E

16. A

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