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Universidade Federal Fluminense - UFF

Faculdade de Direito
Disciplina: Métodos e Técnicas de Pesquisa Jurídica
Professor: Douglas Leite
Alunas: Nathália Peres Anunciação da Silva e Nathielly da Costa Glória

AVALIANDO O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA EMPÍRICA EM DIREITO


NO BRASIL: o caso do projeto pensando o direito - Ricardo de Lins e Horta, Vera
Ribeiro de Almeida e Marcelo Chilvarquer

1. Introdução

No Brasil, muito se tem escrito a respeito do desenvolvimento da pesquisa empírica


em Direito no país. Debate este que ultrapassa os muros da academia jurídica, chegando aos
órgãos públicos e institutos de pesquisa, que visam a ampliação da efetividade de políticas
sociais.
Em 2007, surgiu o Projeto Pensando o Direito, que é uma iniciativa da Secretaria de
Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL/MJ), em um quadro de modificações da
produção jurídica nacional, com o propósito de aproximar a criação acadêmica em Direito e
as discussões legislativas, privilegiando equipes de pesquisa, de caráter empírico,
oportunizado uma fonte adicional de financiamento a estas. A concepção deste Projeto, surge
num contexto em que a sistematização da produção jurídica nacional estava diversificada.

Observando um levantamento exploratório nos relatórios de pesquisa publicados pelo


Projeto, nota-se a busca de adicionar elementos a essa discussão. Em hipótese, os métodos
empregados pelos pesquisadores do Projeto equivale ao próprio desenvolvimento da pesquisa
empírica em Direito no Brasil, analisando-se, na esfera jurídica, uma crescente adoção e
variação da metodologia de pesquisa típicos das ciências sociais.

Com isso em base, sugere-se que a crescente da pesquisa empírica em Direito tenha
acontecido em benefício das abordagens com vários tipos de técnicas de pesquisas, que
produzem resultados mais confiáveis ao usar mais de uma técnica de pesquisa, que combinam
com a complexibilidade do fenômeno social que é o Direito, trazendo assim mais
entendimento das instituições e práticas jurídicas.
Um cenário propício, tratando-se de pesquisas que buscam promover alterações
normativas ou institucionais.

2. O Desenvolvimento da pesquisa empírica em Direito no Brasil

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Nas décadas de 1920 e 1930, surgiu nos Estados Unidos as pesquisas empíricas em
Direito, por consequência da combinação de fatores: o início da coleta de estatísticas sobre o
sistema judicial, o desenvolvimento das primeiras pesquisas criminológicas e do movimento
do realismo jurídico, movimento este que tinha como objetivo, em uma de suas pautas,
partilhar a crença no uso de metodologias científicas para compreender os fenômenos sociais
e assim propor a reforma das instituições.

A expectativa do Direito ser utilizado com ferramenta para a solução de problemas


sociais era visada com otimismo. Com o surgimento da Law and Society Association (LSA),
fundada em 1964, que é um grupo de estudiosos de muitos campos e países que
compartilhavam um interesse comum no lugar do direito na vida social, política, econômica e
cultural, promovendo o desenvolvimento de programas acadêmicos em direito e sociedade
em todo o mundo​; as pesquisas empíricas orientadas para o aperfeiçoamento das políticas
sociais receberam um grande impulso.

Observando os trabalhos dessa Associação, nota-se semelhança aos relatórios de


pesquisa do Projeto Pensando o Direito: ambas procuram descrever um problema social,
situando-o em um contexto de teoria geral, estudar o tema empiricamente e buscar uma talvez
solução para este.

Outro movimento que tem possibilitado a realização de estudos jurídicos empíricos é


o “novo realismo”, que embora tenha bases no realismo jurídico mais antigo, difere deste em
aspectos importantes. O novo realismo jurídico vai além da ênfase nas áreas jurídicas
formais, ele examina a lei aplicada a vida cotidiana das pessoas, usando uma metodologia
combinada e diversificada, com abordagens qualitativas, quantitativas e experimentais.
Caracterizando-se por uma perspectiva ampla, que se concentra nas experiências dos leigos
com a lei, bem como no estudo de profissionais jurídicos e instituições formais. E que
segundo Victoria Nourse e Gregory Shaffer, no livro ​Varieties of New Legal Realism: Can a
New World Order Prompt a New Legal Theory? Cornell Law Review (2009), o New Legal
Realism seria uma reação ao “novo formalismo”, do movimento Law & Economics, que seria
o emprego dos instrumentais teóricos e empíricos econômicos e ciências afins para expandir
a compreensão e o alcance do direito, aperfeiçoando o desenvolvimento, a aplicação e a
avaliação de normas jurídicas, principalmente com relação às suas conseqüências, que tem
como base a economia neoclássica.

Segundo Nourse e Shaffer, essa tendência, alinhada aos impactos da crise financeira
mundial de 2008, conduziria um olhar mais desenvolta das interações do Direito, tanto entre
sociedade como política, além de uma percepção menos simplista da ciência e de uma visão
mais cautelosa para o funcionamento das instituições.

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Embora as influências do Novo Realismo e da Associação de Direito e Sociedade nas
produções acadêmicas de todo o mundo, inclusive mais de 30 pesquisadores brasileiros
participaram do fórum de encontro da Law & Society, em 2013, apresentando seus trabalhos,
os primórdios da pesquisa empírica em Direito no Brasil parece seguir uma trajetória
específica. No país, o emprego de técnicas empíricas de pesquisa jurídica é contribuição de
trabalhos feitos desde a década de 1970 por pesquisadores brasileiros, como Joaquim Falcão,
Cláudio Souto, Roberto Lyra Filho, Roberto Aguiar, etc. Que desde então tem valorizado as
pesquisas empíricas e contribuindo para romper com a tradicional pesquisa
teórico-bibliográfica, tão usada na área do Direito.

A pesquisa empírica também apresentou crescimento por conta do interesse na


efetivação de direitos propostos pela constituição de 1988 e de um certo inconformismo de
muitos juristas com as abordagens lógicos-formais, que não se encaixavam nos problemas
reais da sociedade, além de suas deficiências operacionais, que foram substituídos por
abordagens mais críticas e problematizantes.

O financiamento de pesquisa jurídica via Conselho Nacional de Desenvolvimento


Científico e Tecnológico (CNPq) contribuiu para o surgimento de uma primária
institucionalização da pesquisa jurídica, ao lado das ciências sociais. Apesar do Direito ter se
afastado das outras ciências e ignorado uma aproximação no início, foi criado o Conselho
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (CONPEDI), em 1992, e desde então, foi
realizado um Congresso Nacional anual e ambos contribuíram para a socialização de
pesquisas na pós-graduação em Direito e a construção de organizações governamentais.

É ainda na década de 1990 que as pesquisas empíricas em Direito são desenvolvidas


por meio de dois ramos – segundo Geraldo, Fontanha e Veronese (2010) –: o estudo das
ciências criminais e a interseção entre Direito e Ciência Política. O primeiro foi realizado
pelo Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas (NUFEP), da Universidade Federal
Fluminense (UFF), conduzido por Roberto Kant de Lima. O segundo foi o agrupamento de
pesquisadores no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), no Centro
de Estudos em Direito e Sociedade (CEDES). Além da criação de uma Programa de
Pós-Graduação em Sociologia e Direito, pela UFF, visando a necessidade da formação de
pesquisas empíricas. Toda esses acontecimentos geraram efeitos que repercutem até os dias
atuais.

Além da crescente, houve também movimentos contrários. Alguns setores


conservadores da academia jurídica tinham certa resistência para aderir mudanças profundas
na área de pesquisa, desqualificando-a assim e a pós-graduação. Além disso, a desvalorização
das atividades de pesquisa jurídica por parte dos alunos, em conjunto com a tolerância das
instituições governamentais para com alunos bolsistas que não cumpriam com suas
obrigações. Todas essas coisas atingiam a consolidação da pós-graduação e da pesquisa em
direito no Brasil.

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Somente em 2004, quando foi aprovada a Emenda Constitucional n°45 no
aproveitamento de uma Reforma no Judiciário, que cria-se o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), que tinha como uma de suas competências elaborar semestralmente relatório
estatístico sobre processos e sentenças protaladas, por unidade da Federação, nos diferentes
órgãos do Poder Judiciário; além da reaproximação entre o Direito e Antropologia através da
obrigatoriedade do seu conteúdo nos cursos de Direito, determinada pela resolução CNE/CES
N°9, que se inicia um debate crítico e interdisciplinar sobre a pesquisa em Direito.

Já em 2006, foi criado o Departamento de Pesquisas Judiciárias, com o objetivo de


fazer pesquisas sobre a função jurisdicional e dar subsídios para a formulação de políticas
judiciárias. Com isso, foi criado um cenário favorável para as pesquisas relacionadas aos
temas jurídicos.

O debate neste período se dá devidamente ao fato de que as pesquisas em Direito no


país se encontravam exponencialmente atrasadas devido ao afastamento do Direito com as
demais áreas de conhecimento, além do baixo rigor científico nas instituições e do isolamento
das Faculdades de Direito. As pesquisas jurídicas na época se limitavam a decisões tomadas
na esfera do judiciário e na utilização somente de teses já pré-estabelecidas.

3. A concepção do Projeto Pensando o Direito

O Projeto Pensando o Direito, que é feito por um órgão do governo que tem como
papel de dar auxílio financeiro para que o projeto seja realizado, possibilitando, apesar da
predominância de pesquisas individuais na área jurídica, a realização de pesquisas por
diversos grupos, o debate de técnicas e o financiamento de pesquisas aplicadas. Foram
investidos mais de R$9 milhões, tornando viável a publicação de 50 volumes da Série,
contabilizando o total de 56 relatórios finais.
Os pesquisadores são selecionados de forma pública e os problemas a serem
enfrentados são apresentados no edital do processo seletivo.
As pesquisas realizadas são aquelas que apresentam funcionalidade no setor jurídico.
Assim, a inserção de raciocínios originados das pesquisas fortalece o debate político,
complementa a estrutura de avaliação legislativa e também a estruturação de políticas
públicas por parte do governo.
A técnica utilizada pelos pesquisadores tem combinado ferramentas típicas de
pesquisa jurídica teórica, com métodos resultantes das Ciências Sociais.
Ao incentivar pesquisas interdisciplinares aplicadas diferentes das pesquisas
tradicionais, espera-se que essa participação se oriente na crescente adoção de técnicas
empíricas, como a maior preocupação em aperfeiçoar, discutir e desenvolver novas
estratégias de pesquisa.

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A ideia de que os métodos utilizados pelos pesquisadores do projeto refletem o
próprio desenvolvimento, se correta, espera-se encontrar um predomínio de pesquisas de
cunho teórico no início, pois os métodos empíricos são mais diversificados nas pesquisas
recentes.
A finalidade desta análise é relatar as técnicas de pesquisa empregadas pelas
pesquisas que foram publicadas, e a partir disso acrescentar algo a reflexão sobre a
institucionalização da pesquisa empírica brasileira na área do Direito, e a função do projeto
neste propósito.

4. Metodologia
O Método adotado foi a realização de um levantamento, com base na análise de
documentos. Os 56 relatórios finais provenientes da pesquisa do projeto foram analisados e
agrupados por ano, levando em consideração o ano em que o edital do processo seletivo foi
divulgado. Os relatórios foram analisados conforme a orientação de seus próprios autores e
também foram lidos duas vezes, sendo cada vez por um pesquisador diferente. Não há uma
única classificação possível de técnicas de pesquisa e além disso, foram encontrados nos
relatórios grande pluralidade de marcos teóricos e técnicas de pesquisa mencionados ao
terminar a primeira leitura.
Foram criadas quatro categorias associadas à pesquisa jurídica teórica para enquadrar
as técnicas utilizadas pelos pesquisadores do projeto, como forma de aproximação com o que
estava sendo estudado: o mapeamento normativo, a comparação com outros países, o Direito
Internacional e a pesquisa doutrinária. As outras técnicas que se encaixam na definição de
pesquisa empírica, sendo agrupadas conforme o objeto estudado, se diferenciando daquelas
cujo objetivo era quantificar dados, aquelas voltadas para o conteúdo escrito, e as que
buscavam dirigir ou registrar o discurso de indivíduos.
Uma nova subdivisão procurou especificidade na abordagem desses objetos de
pesquisa, mas o desafio maior foi agrupar casos em que os objetos de estudos eram os
mesmos, mas recebiam enfoques qualitativos ou quantitativos, tendo que separar os métodos
entre aqueles que buscavam codificar e expressar em números as variáveis ligadas a pesquisa,
e aqueles que tinham como foco a interpretação.
Essa categorização se baseia em escolher quanto a classificação das técnicas. Se por
um lado se trata de uma decisão prévia dos autores, por outra tornou possível retratar a
diversidade das técnicas presentes nos relatórios do Projeto Pensando o Direito, da qual
pode-se citar:
● Técnicas de pesquisa teórica;
● Técnicas de pesquisa documental;
● Técnicas de investigação em bancos de dados;
● Técnicas de pesquisa com indivíduos;

5. Resultados
Ao analisar os 56 relatórios provenientes das pesquisas, tem-se os seguintes resultados:

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● Metade dos relatórios tiveram participação ou foram realizados por instituições de
ensino ou pesquisa paulista.
● Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal são
os responsáveis pela maioria das pesquisas.
● Na análise por instituição, pode-se afirmar que há uma grande presença da Fundação
Getúlio Vargas de São Paulo, com 9 pesquisas; da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, com 5 pesquisas; do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, da
Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e da PUC do Rio Grande do Sul, com 4
pesquisas 4. Em seguida, a Universidade de São Paulo, de Brasília e a PUC São
Paulo, com 3 pesquisas cada. As demais ficam apenas 1vez como participantes do
projeto.
● Os métodos mais frequentes utilizados nas pesquisas foram o mapeamento normativo,
o levantamento de decisões administrativas e judiciais, a pesquisa doutrinária e as
entrevistas.
● Desde o início do projeto já estavam presentes técnicas empíricas.
● Há a presença de uma crescente diversificação de métodos empregados por pesquisas.

6. Discussão dos resultados


Os resultados obtidos mostram que a pesquisa financiada por meio do Projeto
Pensando o Direito, nos anos de 2007 e 2012 concentrou-se geograficamente, especialmente
em instituições de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Uma causa óbvia dessa
desigualdade em relação aos outros estados brasileiros pode ser a concentração de cursos e
docentes de pós-graduação em Direito nessas áreas. Além da seleção de equipes de pesquisa,
que são feitas por Chamadas Públicas, por conta da concentração descrita acima, nas regiões
Sul e Sudeste, fazendo com que os grupos dessas regiões tenham mais chances de se
especializar em pesquisa de cunho empírico, produzindo, assim, projetos mais competitivos.
E apesar da concentração ser nas regiões Sul e Sudeste, isto não significa que a maioria das
instituições dessas áreas tenham especialização para a pesquisa, como mostra os gráficos,
onde destacam-se poucas instituições.

Apesar do relativo atraso do mundo jurídico brasileiro em relação à diversificação


metodológica, há um problema que ocorre até mesmo em países que já possuem uma cultura
acadêmica em que a pesquisa empírica é desenvolvida: a falta de adoção de técnicas de
aplicação de questionários e realização de entrevistas. Seria desejável que os pesquisadores
em Direito tivessem à sua disposição treinamentos nesses tipos de abordagens.

7. Limitações do método adotado

Ao analisar o método adquirido neste levantamento, percebe-se algumas limitações.

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7.1- Os dados coletados referem-se exclusivamente à publicação dos relatórios finais de
pesquisa, deixando de fora dados importantes como por exemplo: os relatórios parciais,
registros de reuniões, além de informações relevantes sobre a execução das pesquisas que não
foram adicionados na versão final do relatório.

7.2- ​Em muitos relatórios finais de pesquisa, nota-se uma deficiência nas informações sobre à
descrição da metodologia usada. Foram analisados 56 relatórios e somente 31 continham
informações resumidas à respeito do método empregado.

De maneira geral, os pesquisadores não se preocupavam em descrever com


minuciosidade seus passos, indo em direção contrária do que se é recomendado por Epstein e
King, impossibilitando assim que outros pesquisadores possam replicar seus resultados de
maneira prática, sem que tenham que recorrer aos autores do estudo original. Apesar de não
se poder concluir que essas omissões se devem por escolhas dos autores ou pela falta de
exigência destas pelos coordenadores do Projeto.

É importante ressaltar que os achados deste estudo não são suficientes para constatar
qual a relação de causa entre o aumento do uso de ferramentas empíricas no Projeto Pensando
o Direito e no contexto jurídico-acadêmico em geral. É preciso testar detalhadamente se o
projeto conseguiu disseminar essas metodologias nas faculdades de Direito, se há uma
relação vantajosa entre as exigências do projeto e a produção acadêmica ou não.

8. Desafios da pesquisa aplicada à política pública

A experiência do Projeto Pensando o Direito, permite uma análise das limitações do


seu próprio modelo de financiamento de pesquisas, com vistas a seu aprimoramento. É
primordial que sejam adotadas às pesquisas métodos variados, principalmente em temas
complexos como os de relação com políticas públicas, possibilitando assim resultados mais
confiáveis, além de possibilitar a criação de novas perguntas não antes pensadas no ambiente
acadêmico.
Segundo Laura Beth Nielsen, esta forma de fazer pesquisa não é comum por diversos
fatores, como por exemplo:
● Juristas não possuem ferramentas necessárias para adquirirem parte
destes método, com em caso de pesquisas quantitativas que envolvam
estatística, por exemplo.
● As técnicas de operação são mais complexas, o que resulta em
pesquisas mais caras e longas.
● Os prazos dos editais do Projeto Pensando o Direito são
excessivamente curtos e seus recursos são escassos, contrariando o
necessário para se fazer uma boa pesquisa com o método adotado.

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Faz-se necessário enfatizar que o modelo das pesquisas do Pensando o Direito sofre
limitações devido à realidade do governo. Na área de políticas públicas, nos Poderes
Executivo e Legislativo, as oportunidades para discussões permanecem abertas por pouco
tempo, as pesquisas não tem o tempo necessário de evolução que deveriam ter. Os métodos
adotados não são sofisticados, não são feitas pesquisas exploratórias e pré-testes. Outra falha
notável é o fato das amostras serem pequenas, não obtendo assim uma representatividade
desejada, que pode gerar consequências na orientação governamental.

Recomenda-se, a fim de solucionar os problemas citados, que se aumente o prazo de


execução das pesquisas, além de investir na área de pesquisas comparativas, colhendo
amostras de diferentes regiões do país.

Entretanto, apesar das limitações indicadas, o Projeto Pensando o Direito constitui


uma rica aproximação entre governo e academia, por meio de financiamentos de pesquisas
aplicadas de grande relevância na sociedade, como por exemplo:

● As Pesquisas do projeto impactaram diretamente a posição do Ministério da


Justiça em debates como a reforma do processo civil, a regulamentação do
lobby, no entendimento sobre vício de iniciativa em propostas legislativas e na
questão do tráfico de drogas. Entre outros.

9. Conclusão
O Projeto Pensando o Direito surgiu trazendo consigo iniciativas que tem
proporcionado apoio governamental, financiamentos e divulgação desse gênero de pesquisa
empírica, na busca de aproximar a academia e governo para a formulação de políticas
públicas mais consistentes.

10. Perguntas para debate

● Por que existe a hipótese de que os métodos utilizados pelos pesquisadores do Projeto
Pensando o Direito refletem o próprio desenvolvimento da pesquisa empírica no
Brasil?

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● De que forma as abordagens metodológicas, com várias técnicas, influenciam a
pesquisa empírica em Direito de modo a promover sua expansão?

● Os treinamentos para saber realizar entrevistas, fazer abordagens e como fazer


surveys já existem ou faz-se necessário novas pesquisas para a realização destes?

● Se já existirem treinamentos prontos, por quais motivos eles não estão a disposição
dos pesquisadores, além da questão de financiamento para tal, já que o artigo cita que
esse também é um fato presente em países que possuem uma cultura acadêmica em
que a pesquisa empírica já é desenvolvida?

14/09/2018.

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