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E.M.E.F. Dr.

Lauro Hampe Müller


Disciplina de História
Prof. Diogo Quirim

A HISTÓRIA DE NOTRE-DAME, A CATEDRAL MAIS FAMOSA DO MUNDO, QUE


ARDE EM CHAMAS
Edifício construído há mais de 800 anos foi palco de alguns dos acontecimentos mais significantes da história
francesa e se tornou símbolo das artes

Ariel Palacios e Daniel Salgado


Publicado na Época
15/04/2019

Nesta segunda-feira (5), o mundo observou em choque a catedral de Notre-Dame, em Paris, ser tomada pelas
chamas de um incêndio ainda não explicado. Um dos maiores símbolos da França e um dos monumentos mais
famosos do mundo, parte do edifício veio abaixo, com suas icônicas torres implodindo e incontáveis vitrais,
altares e outras obras de seu estilo gótico sendo tomados pelo fogo.
As chamas tomaram o edifício histórico por volta das 18h50, horário local (13h50 de Brasília). Segundo os
bombeiros parisienses, o incêndio provavelmente está relacionado a grandes reformas que eram feitas para a
restauração da catedral. A procuradoria francesa já abriu uma investigação para determinar o que iniciou o
fogo.
ÉPOCA reuniu uma série de fatos e curiosidades que mostram a importância na vida política, artística e
religiosa de Notre-Dame para a história francesa e de toda a Europa.

CONSTRUÇÃO ATRIBULADA

Com mais de 850 anos, a Catedral de Notre-Dame é um dos símbolos de Paris desde sua construção. Proposta
pelo rei Luís VII e pelo bispo Maurice de Sully, a igreja teve sua pedra fundamental lançada em 1163 e só foi
oficialmente completada em 1345, quase dois séculos depois.
Idealizada como símbolo da importância crescente de Paris na vida francesa — e europeia —, a Notre-
Dame não foi o primeiro templo religioso a ocupar o coração da Île de la Cité, no que hoje é o quarto
arrondissement da cidade. Nos tempos romanos, o local fora ocupado por um templo pagão, que foi
subsequentemente demolido para a construção de duas basílicas.
Desde sua construção, porém, a catedral de 128 metros de altura e 48 de largura se tornou um símbolo
universalmente conhecido de Paris e da França como um todo. Não à toa, é o monumento histórico mais
visitado da Europa, recebendo 12 milhões de visitantes anualmente.
A catedral foi amplamente celebrada pelos parisienses em 1963, quando completou 800 anos. Como é possível
ver neste vídeo gravado na ocasião, o monumento passou por um largo trabalho de restauração na década de 60,
que culminou nas festividades. Ele fez parte de uma série de renovações propostas pelo então ministro da
cultura, André Malraux um dos muitos escritores e artistas que fizeram parte da história da catedral.

O CORAÇÃO DE PARIS

Mais do que o coração simbólico de Paris, a Notre-Dame é também o literal centro da cidade. É logo em frente
à imponente catedral que fica, discreto e ao rés do chão, o marco zero de todas as estradas da França. Ou seja, é
a partir daquele ponto que todas as distâncias no território francês são medidas.
SÍMBOLO DE UMA FRANÇA PASSADA

Tomada por chamas nesta segunda-feira (15), a catedral parecia indestrutível. Ainda assim, não foram poucas
as vezes em que ela esteve em perigos reais de ir ao chão, tanto por ação direta dos homens quanto pela ação do
tempo permitida pelo descaso das autoridades.
A cidade de Paris muitas vezes esteve no coração de transformações políticas e guerras mundiais ao longo dos
últimos séculos, e a catedral não foi estranha a esses momentos. Na Revolução Francesa, por exemplo, as forças
revolucionárias destruíram muitas estátuas e imagens no templo que remetessem ao catolicismo e à monarquia,
dois dos inimigos do ideal iluminista da época. A Notre-Dame chegou, inclusive, a ser confiscada da Igreja
Católica e utilizada como centro para celebrações irreligiosas do regime, como o chamado Culto da Razão e o
Culto do Ser Supremo, estabelecido por Robespierre.
A catedral só voltou ao comando do Vaticano com o fim do processo revolucionário, quando Napoleão
Bonaparte a devolveu à Igreja Católica e fez uma série de renovações no local, então quase abandonado. Foi lá,
inclusive, que o general corso se consagrou imperador da França, dando ponto final à Revolução. E falando em
realeza, foi lá, no auge da Guerra dos Cem Anos entre os gauleses e a Inglaterra, que o inglês Henrique VI se
proclamou como rei dos franceses. Um evento traumático, a coroação dos estrangeiros não foi bem aceita e a
guerra não acabou como o planejado, com Carlos VII assumindo o trono em Paris no fim das contas.

VICTOR HUGO E SUAS GÁRGULAS

Apesar das renovações promovidas por Napoleão, a catedral continuou em estado de deterioração profundo por
algumas décadas. E foi isso que levou o escritor Victor Hugo, um dos maiores nomes da literatura francesa, a
fazer uma campanha pela renovação da Notre-Dame.
Um dos homens mais influentes na sociedade francesa de seu tempo, Hugo chegou a escrever um livro em
homenagem ao edifício, aptamente chamado de Notre-Dame de Paris e que ficou mais conhecido em outros
países pelo título de O Corcunda de Notre-Dame . O livro foi muito bem-sucedido em recapturar a imaginação
e atenção dos franceses para a catedral quase abandonada, seus vitrais e suas gárgulas, culminando em um novo
esforço de restaurações. Foi dessa fase de reconstrução que a catedral tomou o aspecto com que ficou conhecida
até hoje.
NOVAS AMEAÇAS

A história da catedral — e da França — não pararam por aí. Basta lembrar que, depois de Victor Hugo, Paris
ainda viveu uma série de momentos-chave nos séculos seguintes. Ela foi um dos principais palcos de eventos
como a Comuna de Paris, a guerra franco-prussiana, a primeira e a segunda Guerras Mundiais e até mesmo as
revoluções culturais de 1968. Apesar disso, desde então a Notre-Dame havia sido preservada e renovada até os
dias de hoje, mantendo sua imponência como um dos cartões postais da cidade luz.
(...)
REFERÊNCIA INTERNACIONAL EM ARQUITETURA

Além de servir como inspiração para artistas e de ser palco importante dos desenrolares da história francesa, a
Notre-Dame também é uma referência por si só. Sua arquitetura gótica é um dos mais belos exemplos no estilo,
servindo de base para muitas outras igrejas construídas depois. Seus arcos, naves, torres, vitrais e estátuas se
tornaram símbolo de Paris e da Igreja Católica pelo mundo. Até mesmo seus sinos e órgãos são considerados
hoje patrimônios inestimáveis da cultura mundial. As perdas causadas pelo incêndio, portanto, são
incomensuráveis para disciplinas tão distintas como a história da arte, engenharia civil e teologia.

Disponível em: https://epoca.globo.com/a-historia-de-notre-dame-catedral-mais-famosa-do-mundo-que-arde-


em-chamas-23601331
Acesso em: 16 de abril de 2019.

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