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W. E. B.

Du Bois
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W. E. B. Du Bois

W. E. B. Du Bois em 1918

Conhecido(a) As Almas da Gente Negra, Black


por Reconstruction in America
The Crisis

Nascimento William Edward Burghardt Du Bois


23 de fevereiro de 1868
Great
Barrington, Massachusetts, Estados
Unidos
Morte 27 de agosto de 1963 (95 anos)
Acra, Gana
Nacionalidade Estadunidense
Cônjuge Nina Gomer Du Bois, Shirley Graham
Du Bois
Alma mater Fisk University, Universidade
Harvard, Universidade Humboldt de
Berlim
Influências
Lista[Expandir]

Prêmios Medalha Spingarn, Prêmio Lenin da


Paz
Assinatura
WEB DuBois signature.jpg
Instituições Universidade de Atlanta, NAACP

Campo(s) Direitos civis, sociologia, história

William Edward Burghardt "W. E. B." Du Bois (Great Barrington, 23 de fevereiro de


1863[1] — Acra, 27 de agosto de 1963)[2] foi
um sociólogo, historiador, ativista, autor e editor. Nascido no interior do estado
de Massachusetts, Du Bois cresceu em uma comunidade relativamente tolerante e
integrada. Casou-se com Nina Gomer em 1896, com quem teve dois filhos: Burghart e
Yolanda. Um ano depois da morte de Nina, casou-se com Shirley Graham.[2]
Du Bois recebeu um diploma em 1888 pela Universidade Fisk, e um segundo diploma pela
Harvard em 1890. Depois de dois anos de estudo na Universidade de Berlim, recebeu seu
Ph.D (título de doutor) pela Harvard em 1895.[2]
W.E.B. Du Bois foi um autor prolífico, que publicou mais de vinte livros ao longo de sua
vida. Além das publicações acadêmicas, escreveu novelas e poesia. Foi também um
ativista ferrenho da justiça social e racial. Ele foi o principal fundador do "Movimento
Niagara", no qual exercia a função de Secretário Geral. No mais, fundou o National
Association for the Advancement of Colored People (NAACP), exercendo a função de
Presidente do Conselho por muitos anos. Combateu abertamente questões da sua época
como linchamentos, discriminação e exploração colonial, também foi o líder mundial do
movimento pan-africano, servindo como Secretário do Primeiro Congresso pan-africano.
Tornou-se um socialista, e depois um comunista, que lutou pelos direitos das mulheres,
dos judeus, e dos trabalhadores, podendo ser considerado como um dos arquitetos do
movimento dos direitos civis. Fundou a American Black Academy, onde pode apoiar
manifestações de arte e cultura.[3]
Du Bois ganhou proeminência nacional como líder do Movimento do Niagara, um grupo de
ativistas afro-americanos que lutavam por direitos iguais para os negros. Du Bois e seus
defensores se opuseram ao Compromisso de Atlanta, um acordo elaborado por Booker T.
Washington que versava que os negros do sul trabalhariam e submeter-se-iam às regras
políticas dos brancos, enquanto os brancos do Sul garantiriam que os negros recebessem
oportunidades educacionais e econômicas básicas. No entanto, Du Bois insistiu na
determinação de plenos direitos civis e aumento da representação política dos negros, que
ele acreditava que seria reivindicada pela elite intelectual afro-americana. Ele referiu-se a
este grupo como o décimo talentoso e acreditava que os afro-americanos necessitavam de
chances para ter uma formação avançada e desenvolver sua liderança.
O racismo foi o principal alvo das polêmicas de Du Bois, tendo protestado fortemente
contra o linchamento, leis de Jim Crow e discriminação na educação e no emprego. A sua
causa incluiu pessoas de cor em todos os lugares, especialmente africanos e asiáticos em
suas lutas contra o colonialismo e o imperialismo. Ele era um defensor do pan-
africanismo[4] e ajudou a organizar vários Congressos Pan-Africanos para defender a
libertação das colônias africanas das potências europeias. Du Bois fez várias viagens para
a Europa, África e Ásia. Após a Primeira Guerra Mundial, ele pesquisou as experiências
dos soldados negros americanos na França e documentado intolerância generalizada
nas forças armadas dos Estados Unidos.
Apesar de sua luta contra o racismo, Du Bois aceitava o princípio eugênico segundo o qual
os indivíduos possuiriam diferentes características inatas que os fariam mais ou menos
adequados a diferentes funções sociais. Além disso, acreditava que os mais talentosos
dentro de cada raça deveriam procriar para ciar uma humanidade melhor.[5]
Du Bois foi um autor prolífico considerado o pai do pan-africanismo. Sua coleção de
ensaios, As Almas da Gente Negra (The Souls of Black Folk), foi um trabalho seminal na
literatura Africano-Americana; e seu magnum opus de 1935, A Reconstrução Negra na
América (Black Reconstruction in America) desafiou a ortodoxia dominante de que os
negros eram responsáveis pelos fracassos da era da Reconstrução dos Estados Unidos.
Ele escreveu o primeiro tratado científico no campo da Sociologia; e publicou três
autobiografias, cada qual contendo ensaios perspicazes sobre Sociologia, Política e
História. Em seu papel como editor do jornal da NAACP, A Crise (The Crisis), publicou
muitas peças influentes. Du Bois acreditava que o capitalismo era a principal causa de
racismo, e era geralmente solidário com os socialistas ao longo de sua vida. Ele era um
ativista ardente da paz e defendeu o desarmamento nuclear. A Lei dos Direitos Civis dos
Estados Unidos, incorporando muitas das reformas para que Du Bois tinha defendido toda
a sua vida, foi promulgada um ano após sua morte.

Índice

 1Os primeiros anos


o 1.1Educação universitária
 2Movimento de Niagara
 3NAACP
o 3.1Revista “A Crise” e a luta contra o racismo
 4Du Bois e o pan-africanismo
 5Du Bois e Booker T. Washington
 6Du Bois e o Socialismo
 7O conceito de raça
 8As dificuldades enfrentadas pelos negros no Sul dos EUA no início do
século XX
 9Causas da criminalidade negra
 10Soluções para a criminalidade negra
 11Segregação e Justiça
 12Du Bois e a emancipação feminina
 13The Souls Of The Black Folk
o 13.1O véu e a dupla consciência
o 13.2A agência dos libertos
o 13.3A vida nos estados do Sul: cultura e preconceito
o 13.4A prisão
o 13.5Preconceito e senso comum
 14Dusk of Dawn
 15Obras
o 15.1Autobiografias
o 15.2Livros
o 15.3Romances
 16Ver também
 17Referências
 18Ligações externas

Os primeiros anos[editar | editar código-fonte]


William Edward Burghardt Du Bois nasceu em 23 de fevereiro de 1868, em Great
Barrington, Massachusetts, filho de Alfred e Mary Silvina Burghardt Du Bois. A família de
Mary Silvina Burghardt fazia parte da pequena população de negros livres de Great
Barrington. O bisavô materno de William Du Bois, Tom Burghardt, foi um escravo nascido
na Africa Ocidental por volta de 1730. Tom serviu o exercito na Revolução Americana, o
que pode ter dado sua liberdade. O bisavô paterno de Du Bois foi James Du Bois, de
origem franco americana, de Poughkeepsie, New York, e teve vários filhos com escravas.
Um dos seus filhos era Alexander, que viajou para o Haiti, e teve um filho, Alfred, que se
mudou para os Estados Unidos um pouco antes de 1860, e se casou com Mary Silvina
Burghardt em 1867, em Housatonic, Massachusetts. Alfred deixou Mary em 1870, dois
anos depois do nascimento de William. Sua mãe trabalhou para sustentar a família,
recebendo alguma ajuda de seu irmão e seus vizinhos.
A comunidade de Great Barrington tratou Du Bois ligeiramente bem. Ele frequentou a
escola pública local e manteve relacionamento com colegas brancos. Professores
encorajaram sua carreira intelectual, e quando Du Bois decidiu entrar na faculdade, a
congregação da igreja que frequentava enquanto criança doou dinheiro para as despesas
de seu ensino. Mesmo assim, o racismo que ele experimentou nesse contexto foi objeto de
seus artigos e de suas obras, e seu sucesso com os estudos acadêmicos o fez usar seu
conhecimento para empoderar os afro-americanos.
Educação universitária[editar | editar código-fonte]
Dependendo do dinheiro doado, Du Bois frequentou a Fisk University, uma faculdade
historicamente negra em Nashville, Tennessee, de 1885 a 1888. Sua viagem e residência
no Sul foi sua primeira experiência com o racismo sulista, o que englobava Jim Crowlaws,
atos de intolerância e linchamentos. Depois de receber seu diploma na Fisk, Du Bois
frequentou Harvard College de 1888 a 1890, onde ele foi extremamente influenciado por
seu professor William James, uma figura proeminente na filosofia americana. Em 1890, Du
Bois recebeu seu Segundo diploma, cum laude, em História pela Harvard. Em 1891, Du
Bois recebeu uma bolsa de estudos para frequentar o curso de graduação em Sociologia,
também pela Harvard.
Em 1892, Du Bois recebeu uma bolsa da John F. Slater Fund for the Education of
Freedmen para frequentar a Universidade de Berlin. Ele amadureceu intelectualmente
enquanto estudava com alguns dos mais proeminentes cientistas sociais, como Gustav
von Schmoller, Adolph Wagner em Heinrich von Treitschke.[carece de fontes] Depois de retornar
da Europa, Du Bois completou sua graduação, e em 1895 ele se tornou o primeiro afro-
americano a receber um Ph.D. da Harvard University.[carece de fontes]

Movimento de Niagara[editar | editar código-fonte]


Ao ingressar em Harvard, em 1895, para fazer o PhD, Du Bois passa a dividir ideias
referentes ao status social dos negros com outros acadêmicos e profissionais afro-
americanos, fazendo reuniões que visavam determinar objetivos para melhorar as
condições de vida desse grupo social. Essas reuniões passaram a se desenrolar e em
1905, Du Bois, seus colegas e vários outros ativistas dos direitos civis afro-americanos se
reuniram para escrever uma declaração de princípios que levou o grupo passou a ser
conhecido como “Movimento de Niagara”.[6]
Encontros como esses, formados por pessoas negras, eram condenáveis na América, o
que implicava uma serie de riscos. Mesmo assim, as assembleias seguiram, e o grupo
escreveu uma proclamação demandando o direito de votar, bem como outros direitos que
pertenciam aos americanos nascidos livres. Mesmo durando apenas alguns anos, a
organização representou um papel importante na conquista da igualdade racial e Du Bois
teve papel central na organização do movimento, assim como das demandas civis que
eles pretendiam alcançar.[7]

NAACP[editar | editar código-fonte]


Em 1909, Du Bois esteve entre os fundadores da NAACP (National Association for the
Advancement of Colored People). Dezenas de defensores dos direitos civis, tanto negros
quanto brancos, participaram da fundação da associação, entretanto, a maioria dos
diretores eram brancos. Durante os anos de 1910 e 1934, Du Bois foi diretor de pesquisa e
publicidade, membro do corpo de diretores, e editor da revista “A Crise”, revista mensal da
associação.[8]
Revista “A Crise” e a luta contra o racismo[editar | editar código-fonte]
O seu dever assumido, a partir do posto de diretor de pesquisa e publicidade, passou a ser
a edição da revista mensal da NAACP, denominada A Crise (The Crisis).[9] A primeira
edição surgiu em novembro de 1910, e Du Bois afirmou que o seu objetivo era estabelecer
"esses fatos e argumentos que mostram o perigo de preconceito racial, nomeadamente no
que se manifesta hoje em relação às pessoas de cor".[87]. A revista era composta por dois
componentes principais: de um lado, protesto e do outro um princípio de reerguimento
moral.[10] Assim, ao mesmo tempo que estava protestando, igualmente estava buscando
construir uma consciência. Na revista, Du Bois direcionou comentários aos americanos
brancos, ao mesmo tempo servindo de fonte de informação e orgulho aos afro-
americanos.[8] O protesto racial durante a década seguinte a I Guerra Mundial focou-se em
garantir uma legislação anti-linchamento. Durante esse período, a NAACP era a
organização líder de protesto e Du Bois era a sua figura representativa. A revista “A crise”
empenhou uma movimento importante de combate ao racismo, empreendendo tal
campanha contra o linchamento e Du Bois utilizando seu papel influente na associação
para se opor a uma variedade de incidentes racistas.
Como Du Bois mudou-se com 17 anos para o Tennessee para ir a faculdade, ele percebeu
a diferença entre os negros do sul e do norte: a vida no sul era muito mais dura do que
onde ele crescera. Assim, ele percebe que as pessoas não conseguiram progredir desde a
proclamação da emancipação, e o fato das pessoas serem livres não transformou as suas
vidas.[7] Esse foi um motivo para que no início do século XX ele apoiasse a grande
migração de negros do sul dos EUA para outras regiões do pais que vinha acontecendo.
Diante desse contexto, Du Bois escreveu um editorial apoiando essas migrações, porque
ele acreditava que seria melhor que os negros escapassem ao racismo do Sul,
encontrando melhores oportunidades econômicas e assimilando a sociedade norte-
americana.
Também na década de 1910 o movimento eugenista americano estava nascendo, e
muitos eram abertamente racistas, definindo os negros como "uma raça inferior". Du Bois
se opõe a esta visão como uma aberração não científica.[11] Contudo, segundo Du Bois,
"apenas os negros mais aptos deveriam procriar para livrarem a raça da iniquidade
moral"[12]. Além disso, de acordo com ele, os melhores negros eram iguais aos melhores
brancos, e, por isso, os 10% mais talentosos e bem sucedidos de cada uma das duas
raças deveriam se miscigenar [13].

Du Bois e o pan-africanismo[editar | editar código-fonte]


Du Bois é considerado o patrono do pan-africanismo, movimento político e cultural que
lutava tanto pela independência dos países africanos do jugo colonial quanto pela
construção da unidade africana. Pelo fato de Du Bois ser uma das primeiras lideranças a
adotar com veemência um discurso de orgulho racial e de volta às origens negras é
considerado da mesma maneira, o pai simbólico do movimento de tomada de consciência
de ser negro.
Du Bois teve grande importância na consolidação desse movimento uma vez que o I
Congresso Pan-africano foi organizado sob sua liderança, em Paris. Foi ele também quem
organizou os quatro seguintes Congressos Pan-africanos.
A ideologia pan-africanista surgiu como um sentimento solidário e como consciência de
uma origem comum entre os negros de todo o mundo.[14]

Du Bois e Booker T. Washington[editar | editar código-fonte]


Ao longo de sua carreira, Dubois teve um embate de extrema relevância com Booker T.
Washington, o qual se caracteriza, em sua essência, pela oposição entre o Movimento de
Niagara e o Compromisso de Atlanta. Ambos os autores eram negros e buscavam formas
de melhorar as condições de vida dos afro-americanos, entretanto divergiam em seus
princípios e formas de atuação, tendo suas diferenças ressaltadas em relação à aceitação,
por parte de Washington, com a segregação racial nos Estados Unidos, por exemplo.[15]

Du Bois e o Socialismo[editar | editar código-fonte]


W.E.B. Du Bois, por volta de 1905, se filiou às doutrinas socialistas, entrando no partido
socialista em 1912. Ele se manteve simpático às ideias marxistas pelo resto de sua
vida.[16] Du Bois inseria o problema do negro na teoria socialista comum. Ele questionava,
por exemplo, se os objetivos do socialismo poderiam negligenciar a questão racial, tendo
sempre em vista que nenhum grave problema humano pode esperar por ajuda. O
sociólogo defendia que nenhuma minoria, como é a negra, deve ser excluída da questão
socialista. Para Du Bois, os socialistas geralmente enfatizavam muito a questão da classe
trabalhadora como a maioria que sofre com a distribuição desigual de renda, mas não
costumavam focalizar ou integrar a pauta racial. Afinal, a essência da Social Democracia é
que não deve existir classes excluídas e exploradas no Estado socialista.[17]
Desse modo, ele criticava algumas teorias socialistas, a partir da constatação de como
elas tratavam o problema do negro e da exclusão social. Afinal, um Estado socialista não
poderia valer-se da opressão de seus cidadãos para garantir seu poder. A partir dessas
premissas, Du Bois opunha-se à posição de alguns americanos, especialmente do sul, que
se negavam a conferir ao negro o status de homem. Qualquer experiência socialista, pois,
seria difícil frente a tamanha segregação ou preconceito.[17]

WEB DuBois 1918

O conceito de raça[editar | editar código-fonte]


Du Bois acreditava que o significado de raça nunca poderia se limitar às diferentes
características físicas de cada um; antes, transcendia esse critério. Na verdade, a herança
social seria o que realmente distinguiria a raça negra. Du Bois julgava ser incontestável
que a humanidade estaria dividida em raças, especialmente quando tinha como exemplo o
país em que morava, os EUA. Para ele, a importância da existência de diferentes raças
levou a história a ser uma história de grupos, e não de indivíduos. Definir, pois, o que é
raça, corresponde a um papel muito importante para entender a própria história, em sua
concepção.[18]
Frente a inúmeras tentativas de definir o que é raça, por diferentes critérios, Du Bois tenta
conceituá-la. Raça é, para ele, portanto: “um vasto grupo de seres humanos, geralmente
de sangue e língua comuns, tradições e impulsos, que estão, voluntariamente e
involuntariamente, empenhando-se juntos para a realização de determinados ideais de
vidas concebidos mais ou menos intensos” (tradução livre). É importante dizer, também,
que, para ele, o conceito de raça é um conceito dinâmico, e não estático, e as diferentes
raças continuam mudando, se desenvolvendo, e se diferenciando...[18] Nenhuma distinção
física realmente explicaria ou definiria a coesão e continuidade desses grupos. As
diferenças mais marcantes dentre as raças são espirituais e psicológicas. Como um
ativista afro-americano, Du Bois acreditava que os negros ainda não tinham conseguido
passar uma mensagem significante para o mundo, de sua existência, anseios e
reivindicações, isso porque julgava que a raça negra não tinha conseguido se desenvolver
como um grupo. Na verdade, se empenhar nessa tarefa de unir todos os afrodescendentes
era um de seus desejos como ativista.[19]

As dificuldades enfrentadas pelos negros no Sul dos EUA no


início do século XX[editar | editar código-fonte]
Certamente os rumos da vida de Du Bois influenciaram o seu trabalho acadêmico,
principalmente a questão das diferenças entre o Sul e o Norte. Ele nasceu no Norte dos
EUA e se mudou para o Sul para lá estudar. A discrepância em respeito ao tratamento dos
negros constatada entre as duas regiões era grande. Enquanto no Norte ele era mais
aceito socialmente, guardadas as devidas proporções, no Sul as condições enfrentadas
pelos negros eram socialmente degradantes. No Sul, por exemplo, Du Bois constatou que,
por leis ou por costumes, os negros não podiam votar, ou seus votos eram neutralizados
por meio de fraude, eles viviam nos distritos menos desejáveis e estavam, em sua maioria,
restritos a trabalhos menos qualificados, com salários mais baixos.
Além disso, era proibido o casamento inter-racial, a participação em igrejas, faculdades ou
organizações culturais frequentadas por brancos, a acomodação em em hotéis,
restaurantes ou qualquer lugar de entretenimento público. Os afro-americanos eram
segregados em estações, em transportes públicos, mesmo tendo que pagar o mesmo
preço pelos serviços, além de serem taxados por facilidades públicas que não podiam
frequentar. No mais, tinham uma educação pública de péssima qualidade.[20]

Causas da criminalidade negra[editar | editar código-fonte]


Para Du Bois, o crime é um fenômeno da vida social organizada. É como uma rebelião de
um indivíduo contra o ambiente social em que se insere.[21] Ele, em todo seu trabalho
como sociólogo e historiador, deixou-se influenciar pelas circunstância da vida do negro do
seu próprio país, os Estados Unidos. O autor vê no desenrolar da história, a escravidão
como o grande fenômeno capaz de depreciar o homem negro perante a sociedade da
época.[22] Os problemas enfrentados pela classe negra têm origens nas particularidades
históricas e nas condições vividas pelo afrodescendente. Este foi libertado tardiamente, foi
objeto de opressão, além de não ter oportunidades para atingir o desenvolvimento. Dessa
forma, nasce uma classe de desapontados e desencorajados, em descompasso com a
harmonia social.[23]
A criminalidade negra deve ser vista na sua relação com a desigualdade de classe e com
o racismo institucional, levando em conta efeitos negativos da segregação, da existência
de guetos, das humilhações racistas e dos sistemas desiguais de justiça para brancos e
negros. O ambiente social em que o negro é inserido tem grande influência na visão de
mundo deles, na medida em que interiorizam a pretensa sensação de serem inferiores.
Portanto, a base da diferença dos ambiente sociais dos negros e dos brancos é o
sentimento disseminado de que o negro é algo a menos que o americano.[24] Enquanto
trabalhava na universidade de Atlanta, ele produziu trabalhos acadêmicos, entre eles The
Philadelphia Negro em 1899, o primeiro estudo de caso de uma comunidade negra nos
E.U.A. Na sua análise ele aponta o racismo como uma razão para várias mazelas dessa
comunidade decorrente da sua marginalização.[25] Nesse estudo, Du Bois trata sobre a
criminalização dos negros.[26]
Soluções para a criminalidade negra[editar | editar código-fonte]
Du Bois também apresentou soluções para lidar com o problema da criminalidade negra.
Alguns exemplos são:

 a presença de negros na polícia e nos júris, que se faça uma única justiça nos
tribunais sulistas;
 abolição da demanda econômica por criminosos no sul;
 melhores moradias e oportunidade de trabalho no norte;
 assistência nacional para a educação dos negros;
 melhores salários;
 plenos direitos civis e políticos para os negros, que sejam iguais ao dos brancos.[27]

Segregação e Justiça[editar | editar código-fonte]


Du Bois também analisou a segregação e preconceito racial no âmbito das leis, dos
tribunais e da repressão policial. Ele enxergava esses aspectos como perpetuadores da
condição inferior nos negros na sociedade daquela época.
Para ele, a sentença de um homem em quase toda acusação não passava pela questão
do crime em si , mas sim pela questão da cor do réu. Os negros olhavam as cortes como
instrumentos de injustiça e opressão, e os condenados como mártires e vítimas. Nas
sentenças dos tribunais, os ricos eram sempre favorecidos à custa dos pobres, e os
brancos, à custa dos negros.
Du Bois acreditava que existiam dois tipos de justiça: uma para os brancos, outra para os
negros. Isso, em conjunto com o fato de que juízes eram eleitos pelos votos de pessoas
brancas, tornava muito difícil para um negro realmente obter uma sentença a seu favor
quando seu oponente era branco.[24] Como causa desse processo, pode-se elencar a
existência de uma propensão por parte da polícia e dos juízes a presumir a culpa de um
negro quando este era acusado de um crime.[23]
Em relação às leis da época, Du Bois considerava que algumas delas (como de contratos
trabalhistas, de vadiagem etc.) eram designadas a embaralhar e confundir os negros mais
ignorantes e negligenciados, levando a sua degradação e punição injusta.[28] As palavras
complicadas, bem como as construções truncadas que não privilegiavam a clareza,
serviam para perpetuar a insegurança dos negros frente às leis e ao modo como elas
seriam aplicadas.

Du Bois e a emancipação feminina[editar | editar código-fonte]


Du Bois é, certamente, mais conhecido pela sua luta a favor do movimento pan-africanista
e pela luta contra o preconceito racial. No entanto, ele também defendia a emancipação
feminina e a urgência da igualdade de direitos entre elas e os homens. Ele, até 1920, ano
em que as mulheres conquistaram o direito de votar, escrevia sobre a importância do
sufrágio feminino, combatendo preconceitos. Assim como considerava que a simples
diferença de cor entre os homens não garantia a alguns maiores prerrogativas que a
outros, a diferença entre os sexos não poderia ser fonte de discriminação.
Du Bois combatia a noção de a mulher ser o “sexo frágil”. Opunha-se a argumentos de que
a mulher, quando casava-se, perdia sua individualidade como ser humano, dizendo que a
mulher continuava uma pessoa com capacidades cognitivas e sentimentais como anterior
ao casamento. Em 1915, Du Bois escreveu: “o significado do século XX é a libertação da
alma individual” (tradução livre) quando se referia à subjugação da mulher pelo homem. O
sociólogo e historiador mostra, assim, sua outra faceta de combate às repressões
sociais.[29]
The Souls Of The Black Folk[editar | editar código-fonte]
O livro The Souls Of the Back Folk (As Almas da Gente Negra) foi publicado em 1903. A
obra reúne um conjunto de artigos do autor que retrata a cultura e a condição da
população negra nos Estados Unidos após a Guerra Civil do século XIX.[30]
O véu e a dupla consciência[editar | editar código-fonte]
No primeiro capítulo da obra, Of Our Spiritual Strivings (Da Nossa Batalha Espiritual), Du
Bois afirma que os negros nascem cobertos por um véu e dupla consciência. Ambas
figuras são elementares para retratar a condição da população negra na sociedade
americana reconstruída após a guerra. O autor baseia-se na sua experiência pessoal para
construção destes conceitos.
O véu que separa os negros do restante do mundo representa exclusão social e
o preconceito que segrega os negros americanos do restante da sociedade. Trata-se de
um sentimento de impotência e resignação, porque a despeito do esforço e das
conquistas, o negro sempre será excluído e se sentirá um estranho no seu próprio país.[30]
A autoconsciência, por sua vez, é fruto da dupla identidade de ser americano e negro,
simultaneamente. Assim, os negros dos EUA são dotados de uma visão própria
contaminada pela forma com que o restante da sociedade americana os enxerga. A auto
visão é medida pela perspectiva do mundo exterior, que vê os negros com sentimento de
pena e desdém.[30]
Com base nestes dois conceitos, Du Bois explica a que a luta dos negros consiste em uma
busca pela inclusão e pela igualdade entre negros e americanos. A batalha visa unir a
dupla identidade em um único eu, melhor e mais verdadeiro.[30]
A emancipação que tornou os escravos homens livres, em 1863, não foi suficiente para
que a liberdade permitisse inclusão social. Gradualmente, após décadas em que os negros
obtiveram acesso à educação, as novas gerações superaram a ignorância e a exclusão
para finalmente conquistarem dignidade, auto respeito e realização pessoal. Foi nesse
momento que os negros desenvolveram a dupla consciência e perceberam que ainda
estavam separados pelo véu do restante da sociedade.[31]
A dupla identidade é uma contradição inerente à população negra. Por um lado o homem
negro luta contra a miséria e a ignorância através da educação e de ascensão social. Por
outro, busca pela aceitação e pela inclusão em uma sociedade americana, cuja cultura
ideologia é incompatível com a identidade negra. Difícil conciliar a dupla identidade, o que
faz com que homens negros batalhem em vão, acreditem em falsos ideias e, muitas vezes,
sintam vergonha de si próprios perante o restante da sociedade.[31]
A agência dos libertos[editar | editar código-fonte]
No capítulo Of The Down of the Freedom (Do Amanhecer da Liberdade), Du Bois analisa
criticamente a atividade estatal nos primeiros anos após a emancipação dos escravos.
Discute as regulamentações estatais criadas para integração da população negra, que a
partir de então passa à condição de cidadãos americanos.[32]
Na época da Reconstrução Civil, o governo de Abraham Lincoln criou um órgão estatal
chamado de Freedmen’s Bureau, ou Agência dos Libertos, órgão encarregado assistir os
negros libertos durante a Guerra Civil. O objetivo da agência era integrar os escravos
recém libertos na sociedade americana. Du Bois analisa criticamente a criação de leis e
regulamentos que buscavam acomodar a população negra na sociedade americana.[33] O
propósito inicial do projeto de lei era estabelecer regulações para inserção e proteção dos
libertos: como aquisição e aluguel de propriedade e ajustes salariais. A versão inicial da
agência não foi aprovada. A versão que entrou em vigor unia no mesmo departamento a
gestão de propriedades agrárias com a regulamentação destinada aos libertos. Através da
criação desde órgão estatal, os EUA finalmente se responsabilizaram pelos negros e
reconheceram os seus direitos.[34]
Agência dos Libertos era defendida e criticada por segmentos da população americana.
Seus defensores apontavam para a necessidade de expandir o órgão em nome da justiça
social. Os que eram contra, principalmente sulistas, apontavam os custos de manutenção
do órgão, cobrados de civis estadunidenses. Em 1866 foi aprovado o ato legislativo que
deu a forma final ao departamento, que duraria até 1868. Du Bois afirma que, diante de
uma sociedade destruída pela guerra e em recessão econômica, a tentativa de inserção
social de 4 milhões de libertos não poderia escapar do fracasso. Não obstante, as políticas
públicas encontravam resistência nos estados do sul que buscavam perpetuar o instituto
da escravidão.[35]
Dentre as ações desempenhadas pela Agência, para Du Bois a que obteve maior sucesso
foi a criação de políticas que permitiram aos libertos maior acessibilidade à educação. Em
contrapartida, o maior fracasso da Agência foi em relação ao seu exercício judicial. As
cortes civis regulares, em especial as dos estados do sul, buscavam perpetuar a condição
de escravidão dos negros através das leis e procedimentos existentes.[36]
A vida nos estados do Sul: cultura e preconceito[editar | editar código-
fonte]
No capítulo Of the Black Belt (Do Cinturão Negro) e no capítulo Of the Quest of the Golden
Fleece (Da Busca pelo Velocino Dourado), Du Bois descreve o dia a dia e a cultura da
população negra liberta que vivia nas terras agrárias da Geórgia, em especial, o município
de Dougherty. O autor ilustra a forma com que a população buscava se inserir na
economia e obter sustento após a transição da escravidão para o regime de trabalho
assalariado.
O regime no campo era baseado nos aluguéis de terras para o cultivo de algodão. Os
negros hipotecavam seus bens em troca do aluguel de terra de cultivo. Após a guerra, este
sistema era atrativo para os libertos, atraídos pela possibilidade de obtenção de excedente
econômico. Contudo, os inquilinos eram taxados por proprietários com prestações
excessivas, e crise agrária impossibilitava que a produção cobrisse o valor necessário.[37]
Este sistema de aluguéis deixou grande parte da população sob a condição de devedores,
dificultando a superação econômica e a ascensão social.[37] Havia duas alternativas aos
negros: aluguer de terras para cultivo ou migração para as cidades. Restava o crime e a
opção para um “perigoso socialismo” como resultado desta ponderação.[38]
A prisão[editar | editar código-fonte]
Em Dogherty havia uma prisão. Segundo Du Bois, ela era descrita pelos sulistas como
“repletas de negros criminosos”. Em contrapartida, a população negra dizia que apenas
negros eram mandados para a prisão, não porque eram culpados, mas porque o Estado
“precisava de criminais” para obtenção de renda mediante o trabalho forçado executado
dentro das prisões.[39]
Du Bois confirma a opinião da população local. De fato, o autor afirma que os campos da
prisão eram cultivados por grupos de condenados,os quais contavam histórias de maus-
tratos e crueldade. Os condenados só foram removidos depois da crise econômica.[39]
Preconceito e senso comum[editar | editar código-fonte]
Du Bois relata que população americana julgava moralmente os negros, os quais
chamavam de preguiçosos ignorantes. Du Bois faz uma análise deste senso comum, cuja
explicação está relacionada com a impossibilidade de progressão econômica. Para Du
Bois, os negros passavam esta imagem aos americanos brancos porque eram
improvidentes e descuidados. No entanto, trabalhavam arduamente em busca de
sustento.[40] Du Bois explica que eram improvidentes e pouco produtivos porque sabiam
que todo o esforço seria em vão: o sistema econômico sob o qual viviam impediria, de
qualquer forma, o progresso. Por outro lado, os proprietários sulistas argumentavam que a
falta de progresso devia-se ao descaso e à indolência dos trabalhadores assalariados.
Atribuíam a crise econômica à libertação dos escravos. Assim, Du Bois mostra como as
visões antagônicas dos proprietários e dos trabalhadores reforçava uma distância social e
cultural entre eles.[41]

Dusk of Dawn[editar | editar código-fonte]


Du Bois começa o livro Dusk of Dawn dizendo que a sua vida só teve significância porque
fez parte do “problema”, problema esse que era central nas democracias: a questão racial.
Elucidar o significado intrínseco do problema racial tornou-se possível de ser realizado a
partir da sua experiência pessoal. Assim ele escreveu o que pretendia ser não a sua
autobiografia, mas a autobiografia do conceito de raça. Ele começa dizendo que os anos
de 1868 a 1940 além de terem sido os anos da sua vida, foram anos de extrema
importância, por diversos eventos e pela dominação do mundo pela Europa branca. Foi
nessa civilização europeizada que ele nasceu e iria morrer, sendo ele integralmente uma
parte dessa civilização e ainda, uma das suas partes rejeitadas.
Ele afirma que a cultura existente entre os seres humanos teve que ser construída a
despeito do conhecimento e reconhecimento da diferença entre os homens. No século XIX
começou-se a se conceber o mundo não como uma estrutura permanente, mas como
dinâmico, e a partir disso começou o estudo dos homens como uma entidade em
transformação. No entanto, as diferenças raciais entre os homens não sofreu mudanças. E
isso não aconteceu somente a partir da inércia e ações inconscientes mas pelo fato de que
a revolução industrial foi baseada na diferença racial entre os homens, além do fato de que
a escravidão africana moderna resultou em uma base econômica sólida. Governo,
trabalho, religião e educação passaram a ser baseados e determinados pela cor, e o futuro
da humanidade estava implícito na raça e cor dos homens,[42] o que coloca a questão
racial na estrutura moderna da civilização. Quando Du Bois cresceu, o problema mudou de
uma simples questão de cor para uma razão mais profunda de condição social,[42] e a
ciência sozinha não conseguia resolver esse problema. Assim, ele afirma que o mundo
negro precisava lutar por sua liberdade,[43] já que a "barreira da cor" não era construída
apenas em cima da ignorância, mas também dependia de motivos mais poderosos, menos
abertos a razão e ao apelo, sendo esses motivos econômicos. Afirma, ainda, que a tarefa
científica do século XX seria explorar e medir o alcance do acaso e da irracionalidade na
ação humana, que não se rende a discussão, mas as mudanças lentamente e com
dificuldade após longo estudo e desenvolvimento cuidadoso (tradução livre)[44].
No mais, Du Bois diz que a sua intenção neste livro é estabelecer a interação do fluxo e
mudança do seu pensamento, no seu trabalho e em relação ao que vinha acontecendo no
mundo desde o seu nascimento.[44]
Quando Du Bois vai desenvolver o conceito de raça, ele afirma que a história do
desenvolvimento desse conceito no mundo e particularmente na América foi naturalmente
refletida na educação oferecida a ele.[45] Em Harvard ele começou a entrar em contato com
o dogma racial evolucionista, que colocava a segregação como uma razão científica em
que os negros eram inferiores (e isso refletia, por exemplo, no tamanho dos cérebros). Em
Harvard e depois na Alemanha, a ênfase foi alterada, e a raça tornou-se uma questão de
cultura e história cultural.[45] Ele afirma que a primeira coisa que trouxe o seu senso na
discussão racial foi o fato de que havia uma constante mudança nas provas e
argumentações utilizadas para justificar esse atraso. Durante esse período ele passou a
ficar cada vez mais desiludido com a habilidade das evidências científicas de
transformarem os paradigmas raciais. Nesse momento, ele começou a lecionar, além de
ter sido um momento importante devido ao início da sua participação no "Niagara
Movement" e a publicação da revista “The Crises”. Ele assumiu a perspectiva de que a
questão racial ia além de fatores racionais. Quando foi para Harvard, a teoria da
segregação racial estava enraizada nele, no sentido em que ele mal desejava contato com
os colegas brancos. No entanto, entre o grupo dos negros também havia divisões, já que
também havia pessoas de cores diferentes. E, sendo assim, ele entrou em contacto com a
com a ideia de que antes de ser um negro, ele era um americano, e as distinções de raça
deveriam desaparecer.[46] Du Bois conta um pouco sobre a sua história e a sua família, e
diz que tentou demonstrar todos os tipos de tendências sem lógicas e inconciliáveis, na
tentativa de racionalizar o conceito racial e o lugar desse conceito no mundo moderno.
Ao fazer considerações sobre a domínio do mundo pelos brancos, Du Bois faz afirma que
a democracia idealizada pelo povo americano não existe na prática. Para além disso, esse
mesmo mundo branco insiste em exclusividade racial, criando uma propaganda na qual
ideais racistas não são mutuamente exclusivos com essa democracia e com a moralidade
cristã. O autor aponta o racismo, a desigualdade social, a escravidão e demais fatores
históricos e socioeconômicos como justificativa para a notável desvantagem entre as
condições de vida e o desenvolvimento da população negra não só dos EUA, mas de todo
o mundo. Du Bois se opõe, então, à noção de que os aspectos negativos que permeavam
a população negra seriam "tipicamente negros" e, por outro lado, o sucesso dos brancos
seria algo "tipicamente branco".
Du Bois apresenta a dificuldade que a própria população negra norte-americana
encontrava para a sua autoafirmação no contexto racista, onde a mensagem da
inferioridade era amplamente difundida e verificada no país. A população miserável não
encontrava perspectivas positivas e encorajadoras para o seu futuro, enquanto a nova
burguesia negra sentia vergonha de sua origem, não se identificava com hábitos e
condições de vida da classe economicamente inferior e, ao mesmo tempo, era rejeitada e
segregada pela burguesia branca racista. Ele coloca como questão central a pergunta: "O
que a população negra fará a respeito das condições atuais?"[47]
Diante do exposto, o autor esboça um plano político-econômico chamado "The Black
Cooperative Movement",[48] o qual aponta medidas necessárias e cabíveis para se atingir a
autonomia social das comunidades afro-americanas. Em seguida, o autor discute os
principais acontecimentos que marcaram a sua vida política, além de demonstrar sua
oposição a Booker T. Washington,[49] intelectual contemporâneo que divergia do autor em
relação aos meios para se atingir a igualdade racial nos EUA. Encontramos, ainda, relatos
do envolvimento e percepções do autor a respeito da fundação da National Association for
the Advancement of Colored People (NAACP), dos impactos da Primeira Guerra Mundial
sobre a consciência negra nos EUA, a migração, o desenvolvimento da consciência Pan-
Africana e a apreensão do Haiti pelos EUA.
Ao final do livro, Du Bois relembra sua história, sua bibliografia, incluindo diferentes
projetos e publicações realizadas, bem como sua trajetória política e inúmeras viagens ao
redor do mundo.
Obras[editar | editar código-fonte]
Autobiografias[editar | editar código-fonte]

 Darkwater: Voices From Within the Veil (1920)


 Dusk of Dawn: An Essay Toward an Autobiography of a Race Concept (1940)
 The Autobiography of W. E. Burghardt Du Bois, (1968)
Livros[editar | editar código-fonte]

 The Study of the Negro Problems (1898)


 The Philadelphia Negro (1899)
 The Negro in Business (1899)
 The Souls of Black Folk (1903)
 The Talented Tenth, second chapter of The Negro Problem, a collection of articles by
African Americans (September 1903).
 Voice of the Negro II (September 1905)
 John Brown: A Biography (1909)
 Efforts for Social Betterment among Negro Americans (1909)
 Atlanta University's Studies of the Negro Problem (1897–1910)
 The Negro (1915)
 The Gift of Black Folk (1924)
 Africa, Its Geography, People and Products (1930)
 Africa: Its Place in Modern History (1930)
 Black Reconstruction in America (1935)
 What the Negro Has Done for the United States and Texas (1936)
 Black Folk, Then and Now (1939)
 Color and Democracy: Colonies and Peace (1945)
 The Encyclopedia of the Negro (1946)
 The World and Africa (1946)
 The World and Africa, an Inquiry into the Part Which Africa Has Played in World History
(1947)
 Peace Is Dangerous (1951)
 I Take My Stand for Peace (1951)
 In Battle for Peace (1952)
 Africa in Battle Against Colonialism, Racialism, Imperialism (1960)
Romances[editar | editar código-fonte]

 The Quest of the Silver Fleece (1911)


 Dark Princess: A Romance (1928)
 The Black Flame Trilogy:
 The Ordeal of Mansart (1957)
 Mansart Builds a School (1959)
 Worlds of Color (1961)

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