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Apresenta:
A Mecânica do Coração
Por Amauri Ornellas
NTRODUÇÃO
A História
As Músicas
2
Referências
Léo Fressato
Camila Masiso
Cícero
Marcelo Camelo
Mallu Magalhães
Dionysos
Nando Reis
Zé Ramalho
Clarice Falcão
Tiago Iorc
Maria Gadú
Beirut
3
Lista de Músicas
01 – Por Amor
Br’Oz
02 - Título
Artista
4
A MECÂNICA DO CORAÇÃO
1 – Introdução
Entra Pinóquio.
PINÓQUIO: Olha só, que bom que vocês vieram... Pensei que ninguém fosse ouvir minha
história. Sejam muito bem vindos, o meu nome é Pinóquio e a propósito... sim, eu sou feito
de madeira, mas essa não é a pior parte, parece que infelizmente eu vou ter que contar
essa história começando pela parte triste.
PINÓQUIO: Esse é o meu pai, o nome dele é Gepeto na verdade ele não é meu pai ainda,
mas vai ser. Ele é o melhor carpinteiro que existe no mundo e se casou com a mulher mais
bonita da cidade, pelo menos foi o que ele me disse... eu nunca a vi, quando eu cheguei
ela já tinha partido... Ela era tudo que ele tinha e ele a amava mais do que tudo...
PINÓQUIO: Depois que ela morreu ele fechou a carpintaria, se dedicou a um trabalho
secreto e não quis ver mais ninguém, e é nessa parte que eu entro, Gepeto estava fazendo
um boneco para ser o seu filho e por meses, isso foi tudo o que ele fez, ele tomou todo o
cuidado para que fosse perfeito.
GEPETO: Você está pronto, Pinóquio. Mas eu não vou te fazer um coração, corações só
servem para serem partidos, sem ele você não terá desilusões, decepções, nunca vai se
apaixonar, mas também nunca vai sofrer por amor. É um preço justo.
Entra a Bruxa.
BRUXA: Mas que excelente trabalho, Gepeto... As pessoas têm razão quando dizem que
você é o melhor.
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BRUXA: Eu não estou aqui pelo que eu quero, é mais sobre o que você quer... Não seria
fantástico se esse seu boneco... Como ele se chama mesmo?
BRUXA: Que seja, ele é seu mesmo. Onde eu estava? Ah, sim... Não seria fantástico se esse
seu boneco, Pinóquio ganhasse vida, se ele pudesse brincar por aí com as outras crianças?
BRUXA: Eu posso fazer isso. Mas eu não ganho a vida fazendo favores, você teria que me
fazer algo em troca.
BRUXA: Primeiro de tudo, saia dessa fossa, sua esposa morreu, acontece, é triste, mas a vida
continua, a sua pelo menos. Segundo, quero que você me faça uma caixa, a mais bela de
todas as caixas, tem algo que eu preciso guardar. Aqui estão as instruções [entrega um
pedaço de papel a Gepeto] Eu virei quando tiver terminado.
Entra Pinóquio.
Entra a Bruxa.
GEPETO: Pinóquio.
BRUXA: Você teve semanas e não pensou em um nome melhor? Pois bem... Pinóquio.
GEPETO: Pinóquio, meu filho... [para a Bruxa:] Mas ele ainda é de madeira, não é um menino
de verdade.
BRUXA: Deixa eu ver [A Bruxa toca Pinóquio e coloca a orelha no peito dele] Ele não tem
coração, não pode ser um menino de verdade sem um coração.
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GEPETO: Então faça alguma coisa, dê um coração à ele.
BRUXA: As coisas não funcionam assim, Gepeto. Eu não ando por aí “dando” coisas, não
sou uma fada. Mas eu havia prometido que ele estaria vivo, não que seria um menino de
verdade.
BRUXA: Claro que pode, eu ouvi sobre um Homem de Lata que viveu muito bem sem um
coração, até ir por uma estrada de tijolos amarelos e conseguir o coração de um mágico
charlatão em Oz, mas isso é outra história. No seu caso ele só precisa de um coração para
se tornar um menino de verdade, se ele merecer um coração ele ganhará um.
GEPETO: Como?
BRUXA: Ele precisar amar e ser amado em troca. Mostrar que ele merece ter um coração.
BRUXA: Existem diversos tipos de amor. Ele precisa encontrar o que lhe serve, mesmo sem
coração.
Bruxa sai.
Gepeto sai.
2 – A Escola
PINÓQUIO: Durante os próximos anos, meu pai não me deixou sair de casa, eu fiquei
aprendendo carpintaria... parece irônico mas eu nem gosto tanto assim. Até que...
Entra Gepeto.
PINÓQUIO: Pai!
GEPETO: Você sabe bem, Pinóquio. O mundo é um lugar perigoso para um menino como
você.
PINÓQUIO: Mas eu quero conhecer as pessoas, eu quero brincar com as outras crianças,
como um menino de verdade.
GEPETO: Pinóquio, a coisa que eu mais queria é que você pudesse sair por aí como um
menino de verdade... mas você sabe que as coisas são diferentes.
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PINÓQUIO: As coisas só são diferentes porque você quer, se você me tratasse como todos
os outros, me deixasse ir na escola, eu poderia ser como os outros.
GEPETO: Então é sobre isso que se trata, de novo? Por que você quer tanto ir pra escola?
PINÓQUIO: Todas as crianças vão pra escola pai, para aprender sobre a vida, sobre o
mundo, eu também queria ir.
GEPETO: Aprender sobre a vida, na escola? Ah, Pinóquio. Os outros meninos vão fazer piada
de você, você vai se aborrecer, fique em casa.
PINÓQUIO: Até quando? Pra sempre? Eu não posso, pai. Talvez na escola eu possa
aprender sobre o amor... e como me tornar um menino de verdade.
GEPETO: Então amanhã você poderá ir à escola, eu vou comprar o que você precisa.
Gepeto sai.
PINÓQUIO: