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ANALISE DO POEMA “MÃOS DADAS” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

“Mãos Dadas”

Não serei o poeta de um mundo caduco.


Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito,
vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher,


de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer,
a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes
ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas
nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria,


do tempo presente,
os homens presentes,
a vida presente.

Mãos Dadas é considerado um dos poemas mais figurativos poemas de


Carlos Drummond de Andrade, a autoria do carioca tem como eixo central o
seu eu poético e sua relação com o mundo, o compromisso com aqueles que
estão ao seu redor. Ele reafirma entre os versos sua consciência da existência
dos outros além de si, os seus companheiros e como estes se sentem de mãos
dadas.

Ao decorrer da poesia, ele renuncia aquilo que faz parte dos seus prazeres
pessoais: uma mulher, a história, até mesmo o que vê pela sua janela. Para
ele, o refúgio não é mais o seu quarto, ou pelo menos, não se guardará mais
apenas a solidão, pois o que agora lhe move o tempo presente, onde está
inserido e os homens que o cercam.

O poema é um reflexo do ativismo do Drummond, que defensor dos direitos do


mundo, negou diversas vezes a influência do mundo sobre sua obra, pois
acreditava que ela era um olhar sobre o mundo que está ao seu redor e a
solidariedade que deveria move-lo.

No trecho "Não serei o poeta de um mundo caduco / também não contarei o


mundo futuro." É possível perceber que o poeta não acredita no mundo
arcaico, nem em manter tradições que não mais cabem no presente, mas
também não cria algo que quer, e sim, vive aquilo que se tem agora.

Além disso, também é possível analisar nos trechos “Não direi os suspiros ao
anoitecer, a paisagem da janela / Não distribuirei entorpecentes ou cartas de
suicidas.". Isto é, para ele não há espaço para o escapismo romântico, ou
decanto da sua poesia, muito menos o lirismo contemplativo.

Referências:

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/portugues/sentimento-mundo-
analise-obra-carlos-drummond-andrade-697605.shtml

http://drummond.memoriaviva.com.br/alguma-poesia/maos-dadas/

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