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Respostas das atividades

Capítulo 20 Professor: Explique aos alunos que a frase se tornaria agra-


matical se, no lugar do verbo escuto, tivesse sido colocado
ƒƒ A sintaxe do português (p. 294)
um pronome ou um adjetivo, por exemplo: Eu nós a cor dos
1. Sair da rotina: trocar o trânsito, os horários rígidos e o es-
passarinhos/ Eu linda a cor dos passarinhos.
tresse por diversão e aventura; diferenciar-se das demais
3. Para o eu lírico, é o “delírio do verbo” que permite ao
pessoas, destacar-se.
poeta fazer poesia. É desaprendendo e voltando a olhar
2. O cenário inusitado sugere que os carros circulam em um
para a língua como uma criança que o poeta extrai dela a
ambiente não familiar; a frase “sair Quando você da rotina
expressividade. Portanto, o “delírio do verbo” é algo bom.
vai?” também contraria o padrão de construções linguísti-
cas do português. ƒƒ Língua viva (p. 298-299)
3. Sugere que os carros da marca em questão possibilitariam 1. Alice poderia supor que ela não era bem-vinda à mesa,
a quem os dirige ter uma vida mais estimulante e distin- que a Lebre de Março e o Chapeleiro não queriam que
guir-se das demais pessoas. ela se sentasse com eles. Isso é comprovado pela fala da
Lebre de Março, que diz não ser muito educado Alice se
ƒƒ Prática de linguagem (p. 297) sentar sem ter sido convidada, e pelo clima hostil que do-
1. a) A xícara e a garrafa térmica sugerem que a personagem mina a maior parte da conversa.
esperava encontrar café. 2. Porque o comentário do Chapeleiro sobre o cabelo de Ali-
b) O que possibilitou sua criação foi a associação do su- ce não tem nenhuma relação com o fato de ela ter se sen-
fixo -al, formador de adjetivos, ao substantivo torneira, tado à mesa e porque era de se esperar que o Chapeleiro
aproximando a palavra do adjetivo mineral, comumen- desse prosseguimento à conversa refutando o comentário
te associado ao substantivo água. feito por Alice. Ela apresentou um argumento para justifi-
c) Porque a personagem feminina, com a palavra tornei- car o ato de sentar-se sem ser convidada; seria de se espe-
ral, não apenas informa que o café foi substituído pela rar que o Chapeleiro refutasse esse argumento, apresen-
água, mas também que se trata de água da torneira, tando um contra-argumento ou mesmo concordando com
mais barata do que a mineral. ela, mas não a desqualificando por um motivo totalmente
d) Trata-se de um adjetivo. Enunciada em resposta à fra- diverso do assunto discutido.
se “Água?!” dita pela personagem masculina, a palavra 3. A julgar pelo tom da conversa até aquele momento, a per-
atua como um modificador do substantivo água. gunta do Chapeleiro parece mais uma vez desconsiderar
2. a) Pelo menos duas: estão sendo implantados na rodovia o comentário de Alice. Em vez de rebatê-lo, concordar ou
radares que salvam vidas; vidas que estão sendo im- pedir desculpas, ele lança uma pergunta totalmente estra-
plantadas são salvas pelos radares. nha ao tópico da conversa, possivelmente com o objeti-
b) A interpretação de que o que está sendo implantado vo de irritar Alice, deixá-la confusa ou simplesmente mu-
são os radares. Essa interpretação se justifica pelo dar de assunto.
assunto descrito no artigo: segundo a concessionária 4. Não. Há uma diferença de sentido entre os dois enuncia-
que administra a rodovia Presidente Dutra, em breve dos. No primeiro caso, “dizer o que se pensa” significa ser
haverá radares na pista. sincero, expor a sua opinião. No segundo, “pensar o que
c) Uma possibilidade seria: “Implantação de radares que se diz” tem o sentido de refletir antes de se manifestar, de
salvam vidas”. apresentar uma opinião ponderada.
5. Em “vejo o que como”, a frase denota que o falante é ca-
ƒƒ Usina literária (p. 297) paz de enxergar aquilo que leva à boca para se alimentar,
1. O poema trata da criação poética, como é possível obser- ou que se alimenta com cuidado. Já em “como o que vejo”,
var nos três últimos versos, em que o eu lírico fala do fazer o falante come tudo o que vê pela frente. Quanto às frases
poético, justificando o que foi dito anteriormente no texto “aprecio o que tenho” e “tenho o que aprecio”, no primei-
sobre o “delírio do verbo”. ro caso o falante mostra-se satisfeito com aquilo que tem,
2. O emprego do verbo escutar no lugar de ver. A frase não é dando a entender que há outras coisas que ele aprecia
agramatical, pois o que causa estranheza é a troca de um e não possui; no segundo caso, entende-se que o falante
verbo por outro de significado aparentemente inadequa- tem tudo aquilo que lhe dá satisfação.
do ao sentido do complemento (“a cor dos passarinhos”), 6. Muito provavelmente, a personagem Caxinguelê vive dor-
e não o fato de, no lugar de um verbo, ter sido colocada mindo, portanto não faz diferença dizer que o seu sono é
uma palavra de outra classe gramatical. acompanhado da sua respiração ou que, no tempo em que

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está respirando (portanto, durante toda a sua vida), tam- Famílias em que pai e mãe trabalham fora podem ter
bém está dormindo. um lar bem equipado e com aparelhos modernos, no
7. a) Oba, agora vou me divertir um pouco!/ Oba, vou ago- entanto os filhos ficam à mercê da televisão, em cre-
ra me divertir um pouco!/ Oba, vou me divertir agora ches e escolas de tempo integral, e raramente quando
um pouco! todos estão em casa conseguem conversar, a não ser
b) Não há a mesma alteração de sentido que se observa para brigas e cobranças.
nos exemplos das questões 4 e 5, embora o desloca- d) Resposta pessoal.
mento da palavra provoque algum efeito de sentido. Professor: Espera-se que os alunos justifiquem sua po-
Além disso, pode-se observar que algumas construções sição com argumentos bem fundamentados.
são mais comuns do que outras. “Vou me divertir agora 3. a) “E:: principalmente nos primeiros vinte anos de carrei-
um pouco”, por exemplo, não é usual. ra que é quando ele se consagra, é uma coisa assim...
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 300-301) que ele... ã:: a/as músicas são muito existenciais... né?”;
“Mas ainda assim produzindo com aquela voz dele tam-
1. a) São Deus e dois anjos, que aparentemente o auxiliaram
bém, né de/é::... que é única.”
na criação do mundo. É possível depreender isso pelo
fato de as personagens se encontrarem num lugar que, b) Sugestão de resposta: Outras ocorrências típicas da
pelo imaginário cristão, se pode identificar como o céu oralidade que aparecem na entrevista são repetições —
e pela caracterização das personagens: as da esquer- “assim”, “é uma coisa assim” — e marcadores conversa-
da usam túnica, têm asas e auréola; a da direita tam- cionais — “né?”, “quer dizer”. Na modalidade oral, a re-
bém usa túnica, possui uma longa barba e apresenta petição pode ser um recurso para manter a coerência do
um corpo bem mais avantajado, o que denota sua maior discurso e/ou enfatizar uma ideia. Os marcadores con-
importância e uma diferença hierárquica entre elas. A versacionais também são importantes, podendo indicar
linguagem verbal também ajuda na identificação ao hesitação, busca de apoio, modalização, retificação, etc.
remeter indiretamente à explicação bíblica sobre a Professor: Esse conteúdo é trabalhado com mais pro-
criação do mundo. fundidade nos capítulos específicos sobre textos orais,
b) Sim, essa expressão poderia ter sido omitida e a fra- no volume de Produção de texto.
se “Vocês não receberam o memorando: ‘peixe tem que c) Sugestão de resposta: Eu acho que o Milton é um mo-
nadar, pássaro tem que voar’?” continuaria sintatica- vimento à parte na música brasileira, porque o que ele
mente completa. faz não se parece com o que ninguém faz. Principal-
c) Possivelmente, Deus não teria ficado satisfeito com mente nos primeiros vinte anos de carreira, que é quan-
o design do pinguim, que é ave, mas que, em vez de do ele se consagra, as músicas são muito existenciais.
voar, nada. [...] Basicamente, ele tem uma obra de temática exis-
d) Não. A frase é importante semanticamente, pois escla- tencial e política muito forte. [...] É uma mistura da tra-
rece o tema sobre o qual se fala. dição bem mineira, interiorana, com o pop internacio-
2. a) “Famílias em que pai e mãe trabalham fora, os lares são nal. Mas, ainda assim, produz com aquela voz dele, que
até melhores equipados com aparelhos modernos, no é única. Não tem como você ficar espanando os móveis
entanto os filhos ficam à mercê das televisões, creches ouvindo Milton Nascimento — é uma poesia [...].
e escolas de tempo integral, e raramente quando todos 4. a) O trecho “nenhum outro professor foi tão aplaudido
estão em casa conseguem conversar se não for apenas na formatura” contém uma ideia completa, enquanto o
para brigas e cobranças.” início, “Apoiada pelos alunos”, parece deslocado, sem
b) Sugestão de resposta: Famílias em que pai e mãe traba- continuidade, tornando o enunciado truncado.
lham fora têm lares que são até melhor/mais bem equi- b) Alternativa II.
pados com aparelhos modernos, no entanto [...]/ Nas
Capítulo 21
famílias em que pai e mãe trabalham fora, os lares são
até melhor/mais bem equipados com aparelhos moder- ƒƒ A estrutura dos enunciados (p. 302)
nos, no entanto [...]. 1. As falas da personagem à esquerda (conhecida como Mal-
c) Sugestão de resposta: Relacionamento entre pais e fi- vado) são sinalizadas com um traço sinuoso, que remete
lhos é uma dificuldade herdada de gerações passadas. ao apêndice dos balões de fala; o pensamento do macaco
Hoje, o muro da comunicação é ainda mais cimentado. é representado pelas bolinhas típicas dos balões de pen-
Embora os celulares ajudem os pais a localizar seus fi- samento; a fala do narrador vem na parte superior do se-
lhos, dificilmente facilitam uma conversa franca e de gundo quadrinho, em letra maiúscula, separada da cena
qualidade entre eles. por um traço horizontal.

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2. a) Mona Lisa ou La Gioconda. Resposta pessoal. Apresenta-se, dessa forma, uma crítica ao comporta-
Professor: Caso não saibam, informe aos alunos que mento do pai, por observar apenas aquilo que é nega-
essa obra foi pintada pelo artista italiano Leonardo da tivo, não dando atenção a um aspecto positivo, a uma
Vinci entre 1503 e 1506. conquista da filha.
b) Porque se trata de uma das mais famosas obras da Professor: Se julgar pertinente, estimule uma discus-
arte mundial, e o fato de o macaco ser capaz de pintá- são sobre o relacionamento de seus alunos com os pais.
-la e considerá-la ruim provoca o riso, principalmente Abra espaço na aula para que eles relatem quais são
depois de o Malvado elogiar os rabiscos que ele fez por as principais críticas que recebem, os argumentos uti-
cima da imagem. lizados pelos pais e as maneiras como reagem a essas
3. O fato de a imagem elogiada pelo Malvado não passar de críticas: com mudança de atitude, com agressões, com
rabiscos que o macaco fez sobre a imagem da Mona Lisa, diálogo ou ignorando as críticas.
que havia pintado primeiro.
ƒƒ Usina literária (p. 305)
4. “Muito bem, equipe.”; “Bravo, rapaz!”
1. A construção sintática, mais do que indicar fatos e ações,
Professor: Outras respostas são possíveis, mas é preciso
sugere uma atmosfera. A brevidade do poema também re-
que os alunos argumentem quanto à semelhança sintática
mete a um momento, à fotografia de um instante.
das estruturas.
Professor: Avalie a pertinência de outras respostas.
ƒƒ Prática de linguagem (p. 305) 2. O último verso, que faz referência ao som da chuva, reme-
1. a) As personagens são a princesa Branca de Neve e sua te à imagem da água caindo, sugerindo movimento.
madrasta, a rainha má, que pertencem ao conto “Bran-
ƒƒ Língua viva (p. 306-307)
ca de Neve e os sete anões”.
1. O anunciante pretende associar determinados valores —
b) Porque os manifestantes estão protestando contra o
veneno/agrotóxico que se usa na agricultura hoje em coragem para vencer, para fazer algo diferente e fugir do
dia e, no conto, Branca de Neve é envenenada com uma comum, superação, perseverança — à sua marca, por meio
maçã — presente de sua madrasta. do depoimento de um atleta brasileiro.

c) Frase nominal: “Rainha do agronegócio” (na faixa da 2. a) Adversidades: “Eu nasci pobre. Fui criado sem pai. Fui
madrasta). Orações: “Chega de agricultura com vene- pedreiro. Fui sorveteiro. Eu andava na rua e as pesso-
no”; “Queremos agroecologia”; “Agronegócio não ali- as mudavam de calçada.”; decisões incomuns que de-
menta o mundo” (cartazes); “Quero uma agricultura notam coragem: “Eu me converti ao islamismo num
sem veneno” (camisetas). país católico. Escolhi o salto triplo na terra do fute-
d) Sugestão de resposta: “Não ao agronegócio”; “Sim à bol.”; provocação: “Eu podia ter desistido. Pare de ar-
agroecologia”; “Alimentos sem veneno já!”; “Abaixo o rumar desculpas.”
agrotóxico nos alimentos!”. b) Não. O que importa ao anunciante, nesse caso, é des-
2. a) Possivelmente, trata-se de uma relação entre pai e fi- tacar a trajetória do atleta, enfatizando os valores que
lha. O homem é retratado como alguém de mais idade pretende associar à sua marca.
(tem cabelos brancos) e apresenta um comportamen- c) O fato de figurar em uma campanha publicitária de uma
to associado, em geral, aos pais: faz repreensões, re- marca muito reconhecida já constitui um indício da im-
clama do comportamento da filha, pede satisfações. portância e representatividade do atleta. A frase “Eu po-
Já a personagem feminina tem uma aparência mais dia ter desistido” sugere que ele se empenhou até con-
jovem e apresenta um comportamento associado aos quistar seus objetivos. Além disso, sua expressão na
adolescentes. propaganda apresenta ar de vitória, de superioridade.
b) “Vai alguém responsável?”; “Que horas a mocinha volta?”. 3. O texto biográfico funciona como uma ilustração do
c) Elas apresentam uma crítica do pai ao comportamento slogan. O atleta venceu as barreiras porque não se aco-
da filha e procuram, dessa forma, provocar uma mudan- modou. Em vez de se queixar ou desistir, ele “apenas fez”.
ça de atitude dela. 4. O céu turbulento ao fundo, com nuvens escuras carrega-
d) No último quadrinho, o pai — que nos quadros ante- das, representa as dificuldades enfrentadas pelo atleta,
riores exigiu da filha um bom comportamento — não que aparece numa imagem colorida em primeiro plano,
dá atenção ao fato relatado por ela: que havia rece- imponente, musculoso, com uma expressão vitoriosa, de
bido uma avaliação muito positiva sobre seu talento superioridade, que enfatiza sua coragem e o fato de ser
como musicista (ela segura um instrumento musical). um vencedor.

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5. Revelam que o atleta tem uma personalidade forte e não b) A profusão de cores fortes e de formas relaciona-se
se importa em ficar entre a minoria quando se trata de es- com a ideia de contrastes; as cores empregadas nas
colhas pessoais — ele escolheu caminhos que podem ser frases — verde, amarelo, azul e branco, cores da ban-
considerados mais difíceis, como converter-se ao islamis- deira nacional —, bem como alguns desenhos — as fru-
mo onde a maioria da população é católica e abraçar o tas tropicais (do lado direito da palavra Havaianas, no
atletismo em um país cujo esporte mais prestigiado e que canto superior direito), o violeiro (no canto superior
movimenta mais dinheiro é o futebol. esquerdo) e um esboço do Pão de Açúcar (mesclado
6. a) O atleta sente-se autorizado a dizer isso porque enfren- à imagem do piano, na parte inferior), por exemplo —,
tou muitas adversidades em sua vida e não desistiu. É remetem ao Brasil.
um caso exemplar de que a força de vontade atrelada c) A propaganda destina-se a brasileiros — ou àqueles
ao esforço pode superar as dificuldades. que vivem no país — que gostam de usufruir de mo-
b) A de que o leitor criaria desculpas para o fato de não mentos de lazer. Isso é comprovado pelo texto verbal,
ter êxito em suas metas, para o fato de não ser um ven- que faz referência a esses momentos e a ambientes
cedor. Em vez de as pessoas assumirem sua parcela de descontraí­dos e informais — geralmente frequentados
responsabilidade pela falta de êxito ou demonstrarem nos finais de semana e/ou nas férias, especialmente
maior empenho para superar as adversidades, é co- em países de clima tropical como o Brasil —, conforme
mum arranjarem desculpas, atribuindo seu insucesso a indicam os termos bola, rede, piscina, sambar e praia,
fatores externos.
ícones da cultura brasileira que evocam momentos de
7. a) O anúncio faz um apelo ao desejo de felicidade. O mote descanso e descontração.
da propaganda é a possibilidade de ser feliz mesmo
d) Os trechos são os seguintes: “[...] o pé direito só quer
levando uma vida saudável.
saber de bola, o esquerdo, [só quer saber] de ficar lar-
b) O pressuposto de que dietas são chatas, cheias de res-
gado numa rede.”; “[...] quando o direito quer ir para a
trições e deixam as pessoas infelizes.
esquerda e o esquerdo, [quer ir] para a direita.”.
c) Não. Embora as falas das personagens beirem o non-
e) Os dois-pontos introduzem a enumeração desses con-
sense, ao pedir um x-salada solicitando que quase to-
trastes, exemplificando-os.
dos os seus ingredientes sejam excluídos, as persona-
3. “Algo terrível aconteceu me obrigando a ficar longe de
gens não parecem aborrecidas ou infelizes.
você. A ponte entre nós dois se partiu, meu amor. Tornou-
d) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o
-se impossível encontrar você como combinamos. Não vai
anúncio publicitário funcionaria mesmo sem o texto da
dar pra seguir, agora, só. Sem você, tudo é muito triste.
direita. O slogan “O mundo tá ficando muito chato. Dá
Mas sigo caminho quando der. A gente se vê logo. Boa sorte
pra ser saudável e feliz ao mesmo tempo.”, associado à
pra você. Espere por mim! Não me esqueça, Doravante...”
cena representada na parte esquerda, sintetiza o mote
da propaganda: o suco anunciado, além de ser saudá- 4. a) A mulher apresentada no conto pelo narrador traz em
vel, contribuiria para a “felicidade” do consumidor. seu coração uma grande paixão secreta ou uma imen-
Professor: Chame a atenção dos alunos para o fato de sa mágoa causada pelo homem que agora se encon-
as letras menores sugerirem que, para o anunciante, a tra morto e que, muito provavelmente, foi seu grande
felicidade do consumidor está acima do seu desejo de amor.
vender o produto anunciado. O produto é referido de for- b) O enunciado que causa maior impacto no leitor é o pri-
ma secundária, como parte das ações que o consumi- meiro, o do texto original. Apresentar a ideia em dois
dor poderia realizar para garantir sua felicidade e pre- períodos mais curtos torna a informação final (“Estava
servar sua saúde. morto.”) muito mais contundente para o leitor, que é
surpreendido tanto quanto a própria personagem com
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 308-309)
essa descoberta.
1. a) Sintático. e) Entonacional.
c) O veneno agora era letal.
b) Sintático. f)
Entonacional.
d) A supressão dos termos torna a frase mais elegante e
c) Entonacional. g) Sintático.
reforça a carga dramática da informação.
d) Sintático.
2. a) O anúncio sugere que, num país com muitos contras- ƒƒ Articulando (p. 310-311)
tes, as sandálias seriam a única unanimidade entre As respostas das questões 1 e 2 foram organizadas no qua-
os brasileiros. dro-síntese apresentado a seguir.

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Posição Trechos que explicitam esse ponto
Justificativas apresentadas
defendida de vista

• “[...] não é possível demonstrar linguisticamente que duas


variedades de uma língua passaram a ser línguas distintas
em determinado momento da sua evolução por se verificarem
certas diferenças fonéticas, morfológicas ou sintáticas, ou
“ [...] o termo ‘Língua Portuguesa’ [...]
por se considerar que os seus falantes manifestam entre si
cobre as variedades societais, dialectais
Variedade da língua diferenças culturais. Na verdade, há diferenças de vários
Texto 1 e nacionais que convivem em Portugal,
portuguesa tipos no interior de uma língua e há semelhanças entre
no Brasil e nos países onde é língua
línguas que têm nomes diversos por razões históricas.”
oficial [...].”
• “[...] o termo ‘Língua Portuguesa’ [...] deve ser entendido
como importante instrumento de coesão entre povos e como
afirmação política e econômica num contexto nacional e
transnacional.”

O posicionamento
não é muito
• “O português, por ser língua materna
explícito, mas, com
ou segundo idioma de oito países [...]”
base em alguns
• “[...] o idioma é incorporado ao ser do
trechos, pode-
falante de português [...]”
Texto 2 -se inferir que o • Idem à coluna da esquerda
• “É comum escutar brasileiros recém-
texto defende a
-chegados a Portugal reclamarem de
língua falada no
que não entendem bem a variedade
Brasil como uma
local.”
variedade da língua
portuguesa

• O título do artigo (“A língua


brasileira”) citado na fonte.
• “Desde o princípio da colonização,
• “O português, assim transportado, acaba por estabelecer em
instala-se um acontecimento
seu próprio sítio de enunciação outra relação palavra/coisa,
linguístico de grande importância
cuja ambivalência pode ser lida nas remissões: no Brasil, em
no Brasil: o que constitui a língua
Portugal.”
brasileira. Ao mesmo tempo em que
• “Se, empiricamente, podemos dizer que as diferenças
Texto 3 Língua brasileira aqui desembarca a língua portuguesa
são algumas, de sotaque, de contornos sintáticos, de uma
[...] institui um movimento de
lista lexical, no entanto, do ponto de vista discursivo,
memória, deslizamentos linguísticos
no modo como a língua se historiciza, as diferenças são
por meio dos quais uma outra língua —
incomensuráveis: falamos diferente, produzimos diferentes
a brasileira — se faz presente.”
discursividades.”
• “[...] falamos decididamente a língua
brasileira, pois é isto que atesta a
materialidade linguístico-histórica.”

ƒƒ A língua tem dessas coisas (p. 312) Oração: “Infeliz tenho sido até agora”. Reescrita sem
Respostas pessoais. inversão: “Tenho sido infeliz até agora”.
Professor: Se possível, proponha que cada grupo pesquise b) No contexto do poema, a frase pode ser interpretada do
sobre uma língua diferente. Após as apresentações, peça seguinte modo: “Entretanto ninguém te adora mais
aos alunos que comentem sobre que diferenças observam do que eu”.
entre as línguas artificiais e as línguas naturais, que restri- c) “Oh Beleza, meus dias bafeja” ou “Em teu fogo minha
ções as línguas artificias podem apresentar quanto à comu- alma devora”.
nicação e qual delas consideram mais simples de aprender.
2. d 3. d 4. a
ƒƒ Vestibular (p. 313-314) 5. a) A característica do produto anunciado associada à Or-
1. a) Sugestões de resposta: ganização Mundial da Saúde (OMS) é a de ele andar
Oração: “que as almas fascina”. Reescrita sem inver- mais e beber menos. “Andar mais” significa que o carro
são: “que fascina as almas”. tem maior rendimento, e “beber menos”, que é econô-
Oração: “De estoica dureza não é isto efeito”. Reescrita mico em relação ao consumo de combustível. A refe-
sem inversão: “Isto não é efeito de dureza estoica”. rência à OMS se sustenta pelo fato de essa organização
Oração: “Teu vassalo serei cedo ou tarde”. Reescrita combater o consumo excessivo de álcool e incentivar a
sem inversão: “Serei teu vassalo cedo ou tarde”. prática de atividades físicas, como a caminhada.

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b) A primeira oração (“Ele cabe na sua vida”) indica que Professor: Reforce para os alunos que, na oração sem
o valor do carro está dentro das condições financei- sujeito, todo o enunciado corresponde ao predicado.
ras do consumidor. A segunda oração (“Sua vida cabe 2. a) A tira mostra um cenário com uma série de elementos
nele”) indica que o carro atende às necessidades do seu que costumam representar a alegria: arco-íris, borbo-
proprietário. Quanto à estrutura sintática, na primeira letas, campo, flores e árvores com fruta. Sem cores e
oração, o pronome ele (o carro) funciona como sujeito diante das expressões tristes das personagens, esse
do verbo caber; já na segunda, esse pronome funciona cenário ganha ar patético, triste.
como objeto indireto. Essa inversão sintática do prono- b) Metalinguagem é a linguagem que descreve ou fala
me cria um efeito de reciprocidade, demonstrando que sobre si mesma. A metalinguagem se manifesta na
carro e comprador cabem um no outro. remissão que as personagens fazem à própria tira em
Capítulo 22 que estão inseridas.
c) O sujeito do verbo reparou é determinado oculto. Por
ƒƒ Sujeito e predicado (p. 316)
meio da desinência de número e pessoa do verbo é pos-
1. Nas duas primeiras estrofes, o amor é descrito como algo sível identificar o sujeito você, que se refere ao interlo-
desagradável (feio), perigoso (por viciar e não ter compro- cutor da personagem que está falando. Já o sujeito do
misso) e que pode fazer mal (“Por deixar meu bem/ Jogado verbo roubaram é indeterminado, porque não é possí-
no lixo”). Nas terceira e quarta estrofes, ele é caracteriza- vel identificar quem realizou essa ação.
do como um sentimento sublime (lindo, bonito, santo) que
3. a) A palavra pesadelo poderia fazer referência ao pavor do
conforta as pessoas e faz bem.
autor, manifestado em sonho, de perder os arquivos e
2. O amor não pode ser definido de forma simplista. Ele tem
os originais de seu trabalho. Como uma situação ruim,
formas e aspectos múltiplos e pode trazer sofrimento ou
pode fazer referência ao cansaço provocado pela cria-
alegria.
ção do dicionário. Sendo uma tarefa quase interminá-
Professor: Ajude os alunos a perceber que a letra da can- vel, todos os dias o dicionário está lá, esperando por
ção procura romper com o estereótipo que apresenta a seu autor para ganhar forma.
definição de amor apenas como um sentimento sublime.
b) Quando Houaiss acordou.
3. Ao sintagma nominal “O amor”. É possível identificá-lo
c) Não seria possível identificar o sujeito, pois seu referente
pelo contexto (esse sintagma foi citado no primeiro verso)
só pode ser plenamente recuperado graças ao contexto e
e pelos verbos tem e anda, conjugados na terceira pessoa
à referência que se faz a Houaiss no título. A ausência de
do singular, concordando com o sintagma.
título também impossibilitaria o leitor associar a palavra
ƒƒ Prática de linguagem (p. 320-321) pesadelo ao trabalho de criação de um dicionário.
1. a) Elementos do mundo virtual, como sites e e-mails, são 4. a) O eu lírico estabelece uma relação de total integração
representados como objetos concretos (uma casa para com a natureza. Suas ações, sentimentos e pensamen-
o primeiro e envelopes para o segundo). A expressão tos seguem o ritmo dos fenômenos naturais.
“chuvinha de e-mails” também é usada tanto em sentido b) “lá vou eu,/ gesto no movimento”.
figurado, indicando que a personagem recebe mensa- c) Não. Nesse caso, o eu lírico fala em uma “profissão
gens eletrônicas sem parar, quanto literal, sendo repre- de febre”, isto é, ele não segue dogmas rígidos, mas o
sentada pictoricamente por envelopinhos caindo do céu. ritmo agitado, determinado pela natureza. A palavra
b) As falas das personagens remetem aos interrogatórios febre, além de indicar a temperatura elevada do corpo,
policiais de filmes desse gênero. A vítima da agressão costuma ser empregada, em sentido figurado, para ex-
descreve os agressores e as circunstâncias em que a pressar agitação, desejo, anseio exacerbado.
infração ocorreu. O investigador procura pistas que d) O verbo chover é, originalmente, um verbo impes­soal
possam levá-lo aos suspeitos. que se refere a fenômenos da natureza. No segundo
c) É todo dia esta chuvinha de e-mails./ É esta chuvinha de verso do poema, ele é empregado em sentido figurado,
e-mails todo dia. Não há mudança significativa de senti- fazendo referência a uma ação do eu lírico. Dessa for-
do com o deslocamento da locução adverbial de tempo. ma, concorda com o pronome eu — sujeito da oração —,
Professor: Discuta com os alunos que a mudança de sendo empregado na primeira pessoa do singular.
ordem sem que a oração se torne agramatical só é pos- 5. a) O reencontro de dois conhecidos que havia muito tem-
sível se os sintagmas “todo dia” e “esta chuvinha de po não se viam desencadeia uma reação de grande en-
e-mails” não forem quebrados. tusiasmo; aos poucos, no entanto, eles percebem que
d) Sujeito inexistente. Nessa oração, o verbo ser é impessoal. não há laços afetivos que justifiquem tal reação.

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b) Os dois quadrinhos mostram a situação de embara- b) Sim. O emprego de um verbo de ligação e a presença
ço dos interlocutores, que não têm absolutamente ne- de um núcleo que atribui uma característica à “deban-
nhum assunto para conversar ou interesse recíproco. dada de jogadores”.
De um quadrinho para o outro, a única mudança que c) Ao predicado, uma vez que a oração está na ordem
se observa é o desaparecimento do sorriso de ambos, indireta.
o que representa bem a percepção gradual de falta de d) Em um artigo de opinião, o autor procura destacar sua
afinidade entre eles. avaliação sobre os fatos.
c) A oração não tem sujeito, pois o verbo empregado é e) O adjetivo impressionante e o substantivo debandada:
impessoal.
os jogadores não apenas saem do Brasil, eles deban-
d) O verbo haver, nesse caso, indica tempo decorrido. dam, se retiram em uma fuga desordenada.
e) Havia/Houve muitas razões para termos perdido o
contato. ƒƒ Usina literária (p. 323)
Professor: Ajude os alunos a perceber que o verbo 1. a) É possível perceber isso por meio das palavras empre-
haver, nessa oração, não está concordando com ne- gadas: infância, antiga e velhas.
nhum outro termo, portanto mantém sua conjugação b) O eu lírico destaca o fato de a infância fazer parte de um
na terceira pessoa do singular. tempo passado de nossa vida. É algo que já acabou, mas
f) O verbo foi empregado com o sentido de “existir”. que ainda é nosso e guarda uma série de recordações.
Existem/Existiram muitas razões para termos perdido c) A metáfora.
o contato. d) Como predicativo do sujeito.
Professor: Comente com os alunos que o verbo haver 2. a) Como sujeito indeterminado.
também é impessoal nesse caso. b) A indeterminação do sujeito permite que qualquer pes-
ƒƒ Tipos de predicado (p. 322) soa se identifique com a ação sugerida no predicado;
logo, a regra de que fala o eu lírico pode ser válida para
1. O plano da realidade — em que Calvin está escondido
qualquer pessoa.
atrás do sofá por ter bagunçado a cozinha — e o plano da
imaginação de Calvin — em que se vê como um camaleão 3. O movimento que a cabeça faz quando estamos cochilan-
escondido em uma floresta. do: a cabeça meneia até que cai e se ergue novamente.
2. a) Estado: “O camaleão permanece imóvel”. Ação: “[...] ele 4. Sim. Com versos longos, formados por várias orações, o tex-
muda de cor [...]”. to oscila entre o poema e a estrutura de textos em prosa.
b) “permanece imóvel”; “muda de cor”. ƒƒ Língua viva (p. 324-325)
ƒƒ Prática de linguagem (p. 323) 1. A finalidade de Getúlio era justificar sua morte, colocar a
1. a) É a inaptidão gerencial, que deixa vulnerável o futebol opinião pública contra seus inimigos e garantir que seus
brasileiro e favorece a exportação de jovens craques feitos não fossem esquecidos. Como herança, ele deixaria
para o futebol estrangeiro. o legado de seus feitos pelo povo e pelo Brasil, o papel
b) O autor compara o sistema de gerenciamento do futebol que desempenhou na história do país.
brasileiro com o subdesenvolvimento econômico que 2. Getúlio parece atribuir grande consideração ao povo.
também se sustenta por meio da exportação de maté- Segundo o que relata, todas as suas ações foram motiva-
rias-primas (“riquezas naturais”). das pela defesa do povo e de seus interesses. Até mesmo
c) O título do artigo reproduz a estrutura dos nomes seu suicídio é justificado como uma forma de estar para
de times de futebol, geralmente terminados com a sempre com o povo.
expressão “F. C.”, isto é, futebol clube. A expressão 3. Povo: “Escolho este meio de estar sempre ao vosso lado.
“República das Bananas” é utilizada para falar do Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao
Brasil de forma pejorativa, fazendo alusão à maneira vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis
como ele é visto no exterior: apenas um exportador de em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos fi-
produtos tropicais. O apagamento do artigo definido lhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento
em “das Bananas” transforma o Brasil em uma repúbli- a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos
ca “de Bananas”, ou seja, de pessoas incompetentes. e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de
2. a) Sujeito: “a debandada de jogadores brasileiros para meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência
o exterior”. Predicado: “É impressionante”. Núcleo do e manterá a vibração sagrada para a resistência.”; “Eu vos
sujeito: “debandada”. dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte.”

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Inimigos: “Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. 2. a) A jornalista aponta que, para compreender o ponto de
Se as aves de rapina [os inimigos] querem o sangue de vista do entrevistado, o leitor precisa rever a antiga
alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu concepção existente sobre educação. “É preciso”.
ofereço em holocausto a minha vida.” b) A primeira afirmação descreve um fato, pois apresenta
4. a) Acusar é atribuir culpa a alguém; insultar significa ata- uma informação conhecida e que pode ser comprova-
car, ferir a dignidade. Combater é opor-se a algo ou al- da. A segunda expõe uma opinião pessoal, uma ideia na
guém; caluniar é emitir uma afirmação falsa e desonrosa. qual o autor crê, como indica a expressão “eu acredito”.
O segundo verbo de cada par expressa agressividade. 3. a) Como fatos. O autor cita exemplos e dados de pesquisa
Todos são verbos que indicam discordância. e não apresenta indicadores de opinião pessoal.
b) Ele quer destacar que seus opositores não só discor- b) I. acho, seria conveniente, creio, poderia; uso de verbos
dam dele, mas lhe faltam com o respeito, não têm honra no subjuntivo. II. obviamente, devem, deve necessaria-
mente; uso de verbos no indicativo.
nem dignidade moral.
O segundo trecho é o original, pois apresenta um tipo
c) Sim. O sujeito é citado na oração anterior (“as forças e
de modalização coerente com o trecho lido anterior-
os interesses contra o povo”). Ele pode ser classifica-
mente. Além disso, nele o autor expressa seus argu-
do como sujeito determinado oculto, pois a conjugação
mentos com convicção, a fim de convencer seus leito-
verbal retoma um termo explícito no contexto.
res, que é o que se espera de um artigo de opinião.
d) Não. O autor não identifica essas pessoas, ele apenas 4. a) A opinião dos alunos é a de que qualquer empresa, não
as sugere por meio da expressão “as forças e os interes- importa o seu porte, precisa ter um método de forma-
ses contra o povo”, indicando de maneira metonímica ção de equipe, mas as empresas de menor porte terão
aqueles que se opõem ao povo. uma estrutura administrativa menor: equipe menor e
e) Sugestão de resposta: Ao explicitar o desejo de entrar menos departamentos.
para a história, o autor manifesta sua intenção de ser Os alunos não estão muito convictos quanto à sua opi-
admirado por todos. Para colocar-se na posição de nião. Eles se mostram um pouco inseguros; manifestam
mártir e herói e justificar seu suicídio, ele precisa ter sua opinião, mas procuram generalizá-la. As seguintes
enfrentado inimigos. Sem identificá-los explicitamen- marcas linguísticas, além das hesitações e dos pensa-
te, ele deixa aberta a possibilidade de virem a admirá- mentos interrompidos, demonstram isso: “Eu acho que
-lo após sua morte mesmo aqueles que se opunham a sim”, “pode ser pelo montante”, “ela deve ter”.
ele em vida. Ocultando o nome de seus inimigos, atri- b) Sugestão de resposta: Ao serem questionados pelo pro-
bui seu sofrimento a uma força genérica. Além disso, fessor, os alunos talvez evitem ser muito taxativos para
impede que eles também venham a público desmentir não serem corrigidos. No ambiente de sala de aula, em
as acusações feitas, pondo em dúvida as afirmações geral, estabelece-se uma distância entre o professor – que
supostamente detém o conhecimento sobre determinado
de Getúlio.
assunto – e os alunos, que estariam ali para aprender.
5. a) “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo
c) Sugestão de resposta:
coordenaram-se [...]”; “Se as aves de rapina querem o
Professor: Eu perguntaria a vocês: esse método de for-
sangue de alguém [...]”
mar equipes se aplica a qualquer tamanho de empresa
b) O sujeito dessas orações destaca as qualidades negati-
ou apenas a uma empresa de grande porte? Irlana?
vas daqueles que se opunham a Getúlio. Ave de rapina
Aluna: Eu acho que sim, porque para qualquer tama-
remete a aves predadoras.
nho de empresa deve haver uma equipe, uma organi-
6. a) No primeiro caso, o desconhecimento do responsável zação. Deve haver pessoas juntas para cumprir deter-
pela ação. No segundo, a intenção de ocultar o responsá- minada tarefa, determinado objetivo. Logicamente, em
vel pela ação para não deixar o interlocutor constrangido. uma empresa de pequeno porte, a equipe será menor.
b) I. Intenção de ocultar o responsável. Professor: Alcides, o que você acha?
II. Desconhecimento do responsável da ação. Aluno: Isso pode ocorrer em razão do montante de ca-
c) I. Determinado simples. pital de cada empresa. Uma empresa de grande porte
II. Determinado composto. deve ter muitos departamentos.
Professor: Uma empresa de grande porte teria muitos
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 326-327) departamentos e uma de pequeno porte teria poucos?
1. I. É possível III. Devem Aluno: Eu acho que sim, pois ela não tem recursos sufi-
II. deve/necessariamente IV. Acho cientes para muitos departamentos.

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Capítulo 23 c) Sangue é objeto direto do verbo chora, que nesse caso
é transitivo direto.
ƒƒ Transitividade (p. 328)
d) Habitualmente esse verbo é intransitivo, pois encer-
1. O fato de os jovens indígenas estarem adotando hábitos
ra um sentido completo, não havendo necessidade de
diferentes dos de seus pais e participando de um mundo
complemento verbal.
que é novo para eles.
e) “Chorar sangue” significa “chorar amargamente, com
2. Resposta pessoal. profunda tristeza”.
Professor: Contribua para essa reflexão dos alunos co- 3. a) No contexto da tira, sonhos significa “ilusões, utopias,
mentando que, segundo a reportagem da revista Supe- anseios”.
rinteressante, muitos dos indígenas mais jovens “viraram b) Los é objeto direto de reencontrar e refere-se a sonhos.
funcionários do governo, formando uma casta de assala-
c) Imediatamente após se desfazer de seus sonhos, a per-
riados com ambições de consumo”. Segundo os jovens
sonagem anuncia o desejo de reencontrá-los, voltando,
entrevistados, seria possível usar a tecnologia e as mo- portanto, a sonhar.
dernidades que a vida na cidade oferece sem deixar de
4. a) Sujeito oculto. Embora não esteja materialmente ex-
lado as tradições.
plícito na oração, por meio da desinência do verbo
3. a) “O conflito de gerações” (1a pessoa do plural) e do contexto é possível identificá-
b) “de incertezas”; “o futuro da cultura indígena” -lo. O pronome nós refere-se ao fabricante dos apare-
c) “de incertezas” lhos anunciados.
b) Na primeira oração, o verbo ter indica posse; na segun-
ƒƒ Prática de linguagem (p. 330-331)
da, necessidade.
1. a) A rã que está pendurada agita as patas traseiras e
c) A sequência revela que o produto atende a uma grande
dianteiras freneticamente. Enquanto isso, as outras
variedade de tipos de cabelo; só não pode fazer nada
três rãs comentam o ocorrido sem fazer nenhuma
por quem não tem cabelo.
menção de ajudá-la. O segundo comentário da rã dá a
5. a) Na parte da tira que mostra Hagar, não há uma delimi-
entender que essa situação se instalou há algum tem-
tação clara entre a refeição e o corpo da personagem.
po (“Durante um booom tempo escutamos bem baixi-
Essa indistinção sugere a avidez de Hagar em relação à
nho a risada da mosca”), mas nada ainda foi feito para comida e sua falta de polidez à mesa.
socorrê-la.
b) Tanto no primeiro quanto no terceiro quadrinho, o su-
O humor decorre do fato de o cartum apresentar, em um jeito das orações se refere a Hagar. No entanto, na pri-
só quadro, a consequência da tentativa desastrada da meira oração ele não está materialmente presente,
rã de comer a mosca, dando ao leitor a oportunidade sendo recuperável pela desinência do verbo no modo
de imaginar a cena descrita nos balões, e a passividade imperativo e pelo contexto da tira. Trata-se, portanto,
das rãs. de um sujeito oculto. No terceiro, você exerce a função
b) A repetição da letra o, na palavra booom, indica o pro- de sujeito determinado simples.
longamento da vogal, típico da língua falada quando se c) São verbos transitivos diretos. O complemento é “seu
deseja indicar ênfase. guardanapo” em ambos os casos.
c) Essa marca de oralidade reforça a ideia de que a rã está
ƒƒ Complemento nominal (p. 332)
pendurada há bastante tempo, sem que as outras te-
1. Já é inesperado que um programa de TV ensine técnicas
nham se preocupado em ajudá-la, situação que torna o
avançadas de afiamento de garras em cortinas, mais ain-
cartum mais engraçado, contribuindo para que o leitor
da que um gato assista a esse programa sentado no sofá e
crie imagens sobre os acontecimentos.
o classifique como “educativo”.
d) Ia comer — transitivo direto; estava — verbo relacional;
2. a) Não. Afiamento é uma palavra vaga que, embora reme-
ficou — verbo relacional; escutamos — transitivo direto.
ta a objetos pontiagudos ou cortantes, não tem sentido
e) [ia comer] “uma mosca” — objeto direto; [escutamos] completo nesse contexto.
“a risada da mosca” — objeto direto. b) Sugestão de resposta: O programa poderia ser sobre
2. a) As cores escuras costumam ser associadas a imagens afiamento de facas. Nesse caso, o público-alvo seria de
tristes e caracterizam pessoas introvertidas. Ferreiri- cozinheiros, açougueiros ou outros profissionais que
nha parece ter essas características. utilizam a faca cotidianamente e precisam garantir
b) Não. Palhaços costumam ser figuras alegres e extrover- que ela esteja afiada.
tidas, que utilizam cores vibrantes, em uma caracteriza- 3. Porque de garras complementa um substantivo (afiamento),
ção exageradamente feliz. Ferreirinha é o oposto disso. e não um verbo.

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ƒƒ Prática de linguagem (p. 333) Professor: Uma vez que os alunos não têm acesso a todo
1. a) Significa medir o consumo desses itens. o romance, espera-se que façam inferências autorizadas
b) São complementos nominais. Esses termos comple- pelo texto.
mentam o sentido do substantivo leitura, ligando-se a 3. Não é a palavra em si — afinal, o próprio Ponyboy a usa ao
ele por meio da preposição de. se referir às garotas greasers —, mas o tom de voz da garo-
c) A personagem se irrita com tantas interrupções em sua ta soc. Ela fala com ar de desprezo, dando à palavra uma
leitura e responde ao funcionário que chama à porta conotação negativa, que estigmatiza esse grupo.
usando a mesma estrutura linguística que ele. 4. a) A função de complemento verbal — objeto direto das lo-
2. a) O título sugere um relato de alguém em trânsito, rea- cuções verbais “tinha visto” e “tinha achado”.
lizando uma viagem, e a repetição dos elementos que b) Resposta pessoal. É provável que os alunos deem como
veem o poeta dá a ideia de movimento, como se o poeta resposta a alternativa II.
estivesse passando por eles. c) I
b) Sujeito simples: “O poeta”. Predicado verbal: “foi vis- d) Essa forma aproxima o leitor do narrador-personagem,
to por um rio, por uma árvore, por uma estrada...”. pois o uso da linguagem informal ocorre em situações
Agente da passiva: “por um rio”, “por uma árvore”, de comunicação informais, geralmente entre pessoas
“por uma estrada”. que têm certa intimidade ou que se sentem iguais.
c) Ela inverte a ordem lógica dos fatos: elementos da pai- 5. a) No primeiro, Dally e uma das garotas socs. No segundo,
sagem não são dotados de visão, mas o poema os trata Ponyboy e o leitor, ou Ponyboy consigo mesmo.
como se fossem seres animados. b) É variável. No primeiro caso, tem um tom negativo (é
ƒƒ Usina literária (p. 333) possível supor que o enunciado tenha sido dito com um
1. A palavra tatuapé, de origem tupi, significa “o caminho do tom de voz denotando reprovação, enfado). No segun-
tatu”. Enquanto anda de metrô por São Paulo, o narrador do, tem um valor interjeitivo e pode significar proximi-
indígena confronta a ideia de um tatu caminhando pela dade no momento em que o narrador-personagem com-
paisagem natural e a ideia do metrô como um “tatu tecno- partilha com o leitor seu encantamento pela garota.
lógico”, que “corta o coração da Mãe Terra como uma lâ- 6. a) Resposta pessoal. Essas gírias significam “muito bom”,
mina afiada”. “bacana”.
2. São os complementos nominais de acostumado que mos- b) Sugestão de resposta: Variação social e histórica, já
tram aquilo com que o “homem comum” está acostuma- que as gírias indicam o pertencimento do falante a um
do (“com os avanços tecnológicos”) e as coisas com que grupo específico e são datadas. As gírias da frase em
o “homem da floresta” está acostumado (“com o silêncio questão são relativas ao contexto cultural dos anos
da mata”, “com o canto dos pássaros”, “com a paciência 1960. As variações geográfica e situacional também
constante do rio”). podem ser mencionadas, desde que justificadas.
3. “De um ontem impossível de se tornar hoje novamente” 7. Imagina-se que jovens pobres e rebeldes tenham uma
é o complemento nominal de saudade e indica ao mes- maneira de falar própria do seu grupo, com gírias e des-
mo tempo a tristeza do narrador indígena em relação vios em relação às variedades de prestígio, o que se-
à mudança da paisagem de São Paulo e sua percepção ria uma marca tanto de sua escolaridade eventualmente
sobre a impossibilidade de que as coisas voltem a ser deficiente como de um desejo de opor-se à sociedade
como foram um dia. em geral.

ƒƒ Língua viva (p. 334-335) ƒƒ Em dia com a escrita (p. 336-337)


1. Apesar de ser um greaser e de andar com jovens que ten- 1. Parece ser uma opinião negativa, como revelam os se-
tam driblar a lei e se portam de maneira agressiva, ele guintes elementos do texto: o uso do verbo postar-se,
mesmo é mais comportado, respeitoso e tímido, até um mais depreciativo do que, por exemplo, parar; o fato
pouco passivo. de o entrevistado mencionar uma pergunta que faz su-
2. Sugestão de resposta: Ponyboy pode ter se sentido cons- por certa tolice da parte de quem a enuncia: “Além de
trangido com as socs por não se sentir à vontade para to- me lançarem uma série de perguntas, entre elas, se não
mar liberdade com elas, já que não fazem parte do seu existe mais ‘índio brabo’”; a expressão “povo simples”
grupo (com garotas greasers talvez ele soubesse que po- (que por si só não é negativa, mas que no contexto pode
dia brincar sem grandes consequências), e porque ficava revelar depreciação); as perguntas que ele supõe passa-
naturalmente “com medo de todas as minas legais, princi- rem pela imaginação das pessoas, que demonstram ig-
palmente quando são socs”. norância em relação à vida dos povos indígenas: “Será

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descendente de comedores de gente? Terá ele provado do por um grupo de pessoas, até mesmo por quem não
alguma carne humana? Tem ele algum sentimento hu- vivenciou o acontecimento. Já a memória individual
mano de amor e compaixão?”; o trecho “[...] estamos se refere à forma particular e única com que um indiví-
prontos para [...] rechaçar o que de ruim ela nos apre- duo rememora um evento vivenciado por ele.
senta”; a expressão “cegueira etnocêntrica”. b) Não. “Aos acontecimentos” é objeto indireto, pois com-
2. b pleta o sentido do verbo assistir, o qual necessita de
3. a) II preposição para se ligar a seu complemento. “Aos sus-
b) Na norma-padrão, não se emprega pronome pessoal do surros” é adjunto adverbial, pois indica uma circuns-
caso reto como complemento verbal. tância da ação expressa pela locução verbal “era dito”;
4. a) É transitivo direto e indireto. no caso, uma circunstância de modo.
b) Objeto direto de dizer. c) Os fios da memória são a conquista da Copa, que gerou
c) I e IV. grande euforia no país, e a violência praticada pelo re-
gime militar. Esses são os dois grandes acontecimentos
d) Objeto indireto de dizer.
destacados no texto que ocorreram em 1970 no Brasil e
e) Objeto direto de fazer.
que estão presentes no filme.
f) Tenho vontade de os fazer compreender meu mundo.
d) “Esses dois fios da memória” exerce a função de obje-
Capítulo 24 to direto. Seu núcleo é o substantivo fios, e as palavras
esses, dois e a expressão “da memória” desempenham
ƒƒ Adjunto adnominal (p. 338)
a função de adjunto adnominal.
1. a) Não. O termo ecológico especifica o significado do nú-
cleo do sujeito (carro-bicicleta) e solar delimita o sentido ƒƒ Aposto (p. 342)
do núcleo do objeto direto (energia). Sem eles a oração 1. Resposta pessoal.
continuaria sintaticamente completa. Professor: Espera-se que as perguntas aprofundem os as-
b) A existência de um meio de transporte que não causa pectos apontados no texto introdutório e que procurem
dano ao meio ambiente é um dos aspectos que tornam questionar as posições da entrevistada. Após a atividade,
a notícia relevante. Os termos ecológico e solar chamam apresente aos alunos as perguntas feitas pela repórter da
a atenção do leitor para isso. Sem eles, o título ficaria Folha de S.Paulo: “Por que você defende o fim do marke-
genérico e impreciso. ting para crianças?”; “Proibir os anúncios com ‘junk food’,
2. “Nem tudo são flores” significa que não há só qualidades violência e sexo não resolveria?”; “Até qual idade elas são
no carro; há também aspectos negativos. Até o início do mais influenciáveis?”; “Para as empresas, o controle do
quarto parágrafo, o texto exalta as qualidades e vantagens que as crianças consomem é papel dos pais. Você discor-
do carro-bicicleta ecológico. A partir da menção dessa ex- da?”; “A TV tem papel importante nessa questão?”; “Que
pressão, são apontados os aspectos negativos ou as des- estratégias os publicitários usam para atingir as crian-
vantagens dele. ças?”; “Em que idade as crianças se tornam alvo da publi-
cidade?”; “Isso já chegou às escolas?”; “Como os pais po-
ƒƒ Prática de linguagem (p. 341)
dem reduzir o impacto da publicidade sobre os filhos?”.
1. a) O verbo queres, na segunda estrofe, e os verbos devias
2. A tradução literal é “comida lixo”. “Junk food” significa
e sonhavas, na última, conjugados na 2a pessoa do sin-
“comida de má qualidade, prejudicial à saúde”. As aspas
gular, além do pronome ti, na terceira estrofe.
sinalizam que é uma expressão estrangeira.
b) Em geral, são as pessoas que usam perfumes feitos com
3. “Susan Linn” refere-se a “psicóloga”; “professora da Uni-
essências, principalmente de flores. Mas, na terceira
versidade Harvard” refere-se a “Susan Linn”; “a proibição
estrofe, são as rosas que exalam o perfume de uma pes-
de toda a publicidade voltada para crianças” refere-se a
soa. Nesse trecho, o eu lírico enaltece o ser amado, co-
“uma solução mais radical”.
locando seu perfume acima do das flores.
2. a) Sujeito: “O meu coração”. Núcleo: “coração”. ƒƒ Prática de linguagem (p. 343)
b) É um verbo intransitivo, pois não precisa de comple- 1. a) • Mienerva: seu nome se associa à expressão “me ener-
mento para ter sentido completo. va”, “me deixa nervoso” e faz alusão ao nome da deu-
c) Adjuntos adverbiais. Eles modificam o sentido do verbo sa romana da sabedoria, Minerva.
bater, indicando as circunstâncias de tempo e modo em • Urucubaco: a palavra urucubaca é um regionalismo
que essa ação ocorre. brasileiro para má sorte. O autor aproveitou para fa-
3. a) A memória coletiva, de acordo com o texto, é o conjunto zer um trocadilho com o nome de Baco, deus romano
de lembranças sobre um evento marcante compartilha- do vinho e das festas.

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• Mercúrio Cromo: seu nome faz alusão ao deus roma- se deve ao envolvimento de cada um com o lugar que vão
no Mercúrio, o mensageiro, e ao antisséptico Mercu- visitar. Watson é assistente do detetive Holmes e observa
rocromo®, usado em machucados. tudo com distância e racionalidade. Henri, por sua vez,
Professor: Comente com os alunos que o remédio tem uma relação emocional com o lugar, que é o lugar de
tem esse nome devido à sua composição química origem de sua família e onde, provavelmente, passou mo-
(mercúrio é um componente químico). mentos importantes de sua infância e juventude.
• Travishnu: seu nome lembra a palavra trave, da ex- 2. As seguintes marcas linguísticas explicitam a primeira mu-
pressão “bater na trave”, e faz referência ao deus dança: as locuções verbais “havia se tornado” e “havia mu-
Vishnu, da tradição hindu. dado” e o advérbio “mais” em “mais luxuriante”, “mais rico”
b) Aposto explicativo comparativo. e “mais úmido”, sugerindo uma comparação. A paisagem
c) Mienerva: a deusa do mau conselho. Urucubaco: o deus ao redor de Londres é caracterizada por “terra marrom”,
do azar. Mercúrio Cromo: o deus dos machucados. “tijolos”, vegetação menos luxuriante, clima menos rico e
2. a) Ao dizer “místico leitor” o autor destaca as crendices menos úmido. A paisagem da região em que se encontram
dos torcedores de futebol e possivelmente de seus lei- é caracterizada por terra “avermelhada”, “granito”, “vacas
vermelhas”, campos cercados de sebes, “vegetação mais lu-
tores, já que ele escreve em uma coluna sobre esportes.
xuriante”, “clima mais rico”, clima mais úmido.
Ao qualificar sua leitora com o adjetivo mítica, ele in-
sinua que poucas mulheres leem sua coluna; mulheres 3. a) O local em que os viajantes se encontram é descrito
que o leriam seriam poucas, raras, míticas. como um local de vegetação viva (“quadrados verdes
dos campos”) e a paisagem que vislumbram é descri-
b) Não, pois o vocativo é um termo à parte da oração e, nesse
ta como cinzenta, melancólica, estranha, como a paisa-
caso, os termos em destaque formam o sujeito da oração.
gem fantástica de um sonho.
c) Adjuntos adnominais. Eles especificam o sentido dos
b) “Acima de quadrados e de curva, erguia-se à distância
substantivos leitor e leitora, respectivamente.
colina, como paisagem.” A omissão dos artigos e pro-
d) Refere-se a “a expressão”. Exerce a função de aposto
nomes torna a descrição imprecisa; além disso, a su-
especificativo.
pressão dos adjetivos e locuções adjetivas oculta a
ƒƒ Usina literária (p. 343) diferença entre as duas paisagens, prejudicando a ex-
1. A uma flor. Resposta pessoal. pressividade do texto e, consequentemente, o entendi-
Professor: O aluno pode conhecer o nome da flor ou infe- mento por parte do leitor.
ri-lo com base no trecho “dá de três cores: branca, lilás e 4. a) “[...] transformando os córregos em fios de ouro [...]”
amarela”. A flor maravilha é também conhecida como “be- b) Ela destaca a cor dourada da água refletindo os raios de
la-margarida”. sol.
2. Assim como a maravilha, o eu lírico pode ser de três jeitos; c) Uma terra revirada pelo arado é uma terra que foi tra-
mas, diferentemente dela, ele não conhece seu outro nome. balhada recentemente; a expressão indica, portanto,
3. Possivelmente trata-se do mistério de sua existência, de um lugar com presença humana, um lugar com “vida”.
quem ele realmente é. d) Como um lugar sombrio, com pouca presença humana.
4. “Ó mistério profundo” e “Ó amor”. O título destaca o as- A vegetação é pobre, e as casas são de pedra, um ma-
pecto mais importante do poema, aquilo que o eu lírico terial estéril. Tudo isso contribui para a imagem de um
busca: compreender sua existência, compreender o amor. lugar triste e isolado, sem muitas marcas de vida.

5. “Branca, lilás e amarela”; “alegre, triste e mofina”. Eles 5. a) Paisagem rural após a saída de Londres: colina cinzen-
ta, melancólica; campos férteis; terra vermelha; capim
explicam e enumeram o termo anterior (cores e jeitos, res-
viçoso; vegetação luxuriante.
pectivamente), detalhando-o.
Paisagem próxima à mansão: estrada desolada e agres-
6. Ele destacaria os atributos da maravilha e do eu lírico, e
te; encostas castanho-avermelhadas e verde-oliva; car-
não a existência de um mistério.
valhos enfezados; perfil severo; telhado de pedra; tor-
ƒƒ Língua viva (p. 344-345) res altas e estreitas.
1. Henri fica entusiasmado e emocionado conforme os via- b) Eles caracterizam os substantivos associados a cada
jantes se aproximam de seu destino. Ele acha tudo lindo paisagem, contrastando as duas regiões e destacan-
e afirma não ter visto, apesar de ter viajado em boa par- do a aridez e a melancolia da região em que ocorrem
te do mundo, um lugar como Devonshire. Watson, por sua os crimes. Dessa forma, contribuem para o estabeleci-
vez, acha o lugar sombrio e melancólico. Essa diferença mento de uma atmosfera de mistério na narrativa, uma

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vez que ambientes isolados são geralmente entendidos c) 1a oração: o sujeito (“a religião”). Religião é algo sem
como lugares perigosos e amedrontadores. importância. 2a oração: o predicado (“não importa”).
6. a) Sugestão de resposta: Sherlock Holmes, o pior de- Tanto faz qual é a religião.
tetive de todos os tempos, foi dotado por seu cria-
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 347)
dor de pouquíssima paciência, péssima sagacidade
1. • Os indonésios criaram o kopi luwak: um café feito com
e, principalmente, medíocre capacidade de raciocí-
grãos comidos e excretados pela algália, uma espécie
nio lógico.
de gato.
Professor: Espera-se que os alunos substituam os ad-
juntos adnominais por termos de sentido oposto. • Flávia logo percebeu que as outras moradoras do pré-
dio, mães dos amiguinhos de seu filho, Paulinho, de seis
b) “Muitas vezes”: adjunto adverbial; “essencial”: ad-
anos, olhavam-na com um ar de superioridade.
junto adnominal; “do criminoso”: adjunto adnominal;
• Um homem do Arizona com um interesse especial por
“Gilka Figaro Gattas”: aposto especificativo; “da Fa-
Batman e Robin comprou o Batmóvel original, dirigido
culdade de Medicina da USP”: aposto explicativo; “da
na clássica série de televisão, com um lance de 4,2 mi-
cromatina X e Y”: complemento nominal; “de cabelo”:
lhões de dólares em um leilão no sábado.
adjunto adnominal; “de sangue”: adjunto adnominal;
“de saliva”: adjunto adnominal; “de um cigarro”: ad- 2. a) O primeiro aposto está separado do termo a que se
junto adnominal. refere por ponto-final; isso acaba isolando o sujeito
do restante da oração, ou seja, do seu predicado. Em
c) “Uma informação para se elucidar um crime é o sexo.
seguida, não há pontuação isolando esse aposto do
Neste caso, segundo a geneticista, a pesquisa pode
adjunto adverbial “Coreia do Sul”. Reescrita: Ivan Lin
fornecer a resposta. O teste pode ser feito num fio,
Koh, nascido em 1950 em Seul, Coreia do Sul, imi-
numa gota ou mesmo nos vestígios encontrados na
ponta.” O texto perde parte de sua credibilidade ao grou para o Brasil em 1963.
omitir o nome da geneticista e a entidade a que é vin- b) Não há vírgula marcando a separação do aposto “Ieda
culada e fica vago e impreciso: o leitor poderia imagi- Maia”. Reescrita: A diretora do hospital, Ieda Maia, e
nar, por exemplo, que qualquer crime poderia ser so- seu esposo compareceram à cerimônia.
lucionado com base na informação sobre o sexo, mas c) Não há vírgula marcando a intercalação do aposto
há exceções, como destaca o advérbio “muitas vezes”. “autor de Ensaio sobre a cegueira”. Reescrita: José Sa-
O leitor também teria dúvidas sobre o sexo de quem ramago, autor de Ensaio sobre a cegueira, nasceu em
deve ser investigado: se da vítima ou do criminoso. Da Portugal.
mesma forma, não saberia que tipo de pesquisa indica 3. a) 1a oração: Carlos é o nome do instrutor de natação. “O
o sexo e nem os elementos que podem fornecer amos- instrutor de natação” é aposto de Carlos.
tras de DNA. 2a oração: Carlos é o interlocutor a quem a pergunta é
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 346) dirigida. É um vocativo.
1. a) Adjunto adverbial no início da oração. b) 1a oração: Alguém está fazendo uma pergunta a Pedro.
b) Não há vírgula, pois a oração está na ordem direta e Pedro é o interlocutor a quem a pergunta é dirigida. É
não há intercalação de adjunto adverbial. um vocativo.

c) Apesar de estar na ordem indireta, não há intercalação 2a oração: Alguém está perguntando para outra pessoa
de adjunto adverbial, apenas inversão entre sujeito e se ela conhece Pedro. “Pedro” é o objeto direto do ver-
predicado. bo conhecer.
d) Adjunto adverbial no início da oração. c) 1a oração: Luís é o irmão do interlocutor. “Seu irmão” é
um aposto.
e) Ontem é um adjunto adverbial de extensão curta.
f) Não há vírgula porque a oração está na ordem direta e 2a oração: Alguém está falando com Luís. “Luís” é vo-
não há intercalação de adjunto adverbial. cativo.

g) Há intercalação de adjunto adverbial. ƒƒ Articulando (p. 348-349)


2. a) 1a oração: o predicado (“é maravilhosa no Rio de Janei- A seguir, apresentamos um quadro-síntese dos argu-
ro.”). 2a oração: o sujeito (“a festa de réveillon”). mentos favoráveis e contrários à linguagem politica-
b) 1a oração: o adjunto adverbial de lugar (“na minha mente correta, por meio da citação de trechos dos pró-
casa”). 2a oração: o sujeito (“ninguém”). prios textos.

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A favor da linguagem politicamente correta Contra a linguagem politicamente correta

• “Sem dúvida nenhuma, a presença de certas palavras num


determinado texto faz que ele seja racista, machista, etc., • “[...] o cuidado excessivo na busca de eufemismos para desig-
criando uma imagem de que seu autor é alguém que tem nar certos grupos sociais revela a existência de preconceitos
preconceito contra as mulheres, os negros, os índios, os arraigados na vida social.”
homossexuais e assim por diante.” • “[...] os defensores da linguagem politicamente correta acredi-
• “[...] a linguagem modela sentimentos e emoções. Se al- tam que existam termos neutros ou objetivos, o que absoluta-
guém sempre ouviu certos termos ou expressões, como mente não é verdade. Todas as palavras, ensina Bakhtin, são
negro, bicha ou coisa de mulher, ditos com desdém ou com assinaladas por uma apreciação social. [...] Isso significa que
raiva, certamente vai desenvolver uma atitude machista ou não basta mudar a linguagem para que a discriminação deixe
Texto 1 racista. [...] Portanto, usar uma linguagem não marcada por de existir.”
fortes conotações pejorativas é um meio de diminuir com- • “[...] um termo funciona num discurso e não isoladamente.
portamentos preconceituosos ou discriminatórios.” Por isso, nem todos os usos do vocábulo negro com valor
• “[...] como a conotação negativa é uma questão de grau, negativo denotam racismo.”
não é irrelevante deixar de usar os termos mais fortemente • “Uma outra coisa que produz efeito contrário ao pretendido é o
identificados com atitudes racistas, machistas, etc.” uso de eufemismos francamente cômicos, quando a língua não
• “As palavras ferem e, como diz o poeta Pepe, ‘as lágrimas não possui um termo ‘não marcado’ para fazer uma designação que
cicatrizam’. Por isso, para criar um mundo melhor, é importan- é vista como preconceituosa [...]. Isso gera descrédito para os
te usar uma linguagem que não machuque os outros, que não que pretendem relações mais civilizadas entre as pessoas.”
revele preconceitos, que não produza discriminações.”

• “[...] nossa língua já oferece palavras perfeitas para expressar


noções como ‘cego’, ‘surdo’, ‘aleijado’... Os próprios clássicos
fazem um nada pejorativo uso desses vocábulos. Ou será que
Machado de Assis e Eça de Queirós viraram politicamente in-
corretos? Por que mascarar a realidade com expressões mais
longas e menos precisas?”
• “[...] por que se referir a negros como ‘afrodescendentes’ e
não a brancos como ‘eurodescendentes’? Esse eufemismo
• “[...] há linguagem adequada a cada situação. Nenhum jor- criado pelos americanos e introduzido no português é, além
Texto 2 nal vai referir-se ao desfile do orgulho gay como ‘passeata de tudo, equivocado [...]”
de bichas na Paulista’ [...]”
• “Chamar o negro de ‘moreno’ ou ‘de cor’, embora pareça
atitude de respeito, esconde um racismo: se evitamos usar
‘negro’, é porque consideramos ser negro um defeito. Apesar
da aparente boa intenção, a linguagem PC só contribui para
acentuar o preconceito.”
• “O que a linguagem PC faz é acobertamento ideológico pelo dis-
curso, camuflando o problema em lugar de resolvê-lo (ao darmos
nomes bonitos a coisas feias, elas nos parecerão menos feias).”

ƒƒ A língua tem dessas coisas (p. 350) vo do adjetivo, que os nomes (substantivos / pronomes) e
1. O sotaque é determinado por fatores como prosódia (en- os verbos aparecem antes dos advérbios e não há uso de
tonação / modulação / acento musical), pronúncia (ponto artigos. Caso haja, em sua turma, um aluno surdo que faça
de articulação das consoantes — principalmente do r, do uso da Libras, peça a ele que supervisione o trabalho dos
s, do d e do t —, duração, abertura das vogais), acentuação grupos e corrija a reprodução dos sinais durante as apre-
tônica das palavras. sentações para o restante da classe.
2. Resposta pessoal.
ƒƒ Vestibular (p. 351-352)
Professor: Solicite aos alunos que deem exemplos de pala-
1. c 2. b 3. a 4. c 5. c
vras e expressões usadas com essa função, digam em que
contexto são empregadas e expliquem seu significado. Capítulo 25
3. Resposta pessoal.
ƒƒ A estrutura do período composto (p. 354)
Professor: Aproveite a oportunidade para discutir com os
1. O Carnaval. Em primeiro lugar, a letra de música se chama
alunos alguns aspectos da morfossintaxe da Libras. O pró-
“É hoje”. Uma vez que ela é cantada durante a apresenta-
prio site do dicionário apresenta alguns exemplos de como
as frases são estruturadas. Um enunciado como “Ela é tão ção da escola de samba, percebe-se que o tema é o pró-
egoísta que não ofereceu um biscoito” é representado por prio Carnaval. Além disso, há algumas referências a esse
meio de sinais na seguinte ordem: “ela / egoísta / muito evento: “passarela” (uma alusão ao desfile), “maior show
/ biscoito / oferecer / não” (esse exemplo está vincula- da terra”, “desfilar”, “avenida”.
do, no dicionário, à palavra egoísta). Note, por exemplo, 2. Não. Ele se refere ao som do riso que será emocionante e
que o verbo não sofre flexão, que não há grau comparati- também à alegria e à emoção que levam às lágrimas.

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Professor: Comente com os alunos que, no jargão do sam- e) A primeira oração (“Penso” ∕ “Compro” ∕ “Bato” ∕ “Amo”)
ba, é muito comum se referir ao som dos instrumentos como é coordenada assindética, e a segunda (“logo existo”) é
“choro”. Por exemplo: “Chora, cuíca!”. A metáfora se faz pre- coordenada sindética conclusiva.
sente nessa letra também. Destaque que, de acordo com a 2. a) O objetivo é estimular o turismo em território nacional.
gramática normativa, esse verso seria escrito da seguinte Além de apresentar uma imagem belíssima de uma pai-
forma: “hoje é dia de o riso chorar”. Isso porque riso é o sagem brasileira, a propaganda reforça essa imagem
sujeito do verbo chorar e não poderia ser preposicionado; com a expressão “paisagem de cinema”. Também po-
logo, não deveria admitir a contração. Entretanto, principal- dem ser citados o formato de “teste de múltipla esco-
mente na linguagem falada, é muito comum os usuários da lha”, com a resposta, na propaganda original, disposta
língua empregarem a contração em casos como esse. de cabeça para baixo para instigar a curiosidade do lei-
3. a) Não. O samba é cantado e, portanto, o início e o fim tor, e a provocação (“Se você é brasileiro e não sabe a
das frases são marcados pela melodia e pelo ritmo do resposta [...]”).
samba. b) Nas férias, viaje pelo Brasil, pois isso é bom para você
b) Sugestão de resposta: A minha alegria atravessou o e é bom para o país.
mar e ancorou na passarela. Fez um desembarque fas- c) A versão original é mais sonora e persuasiva. As duas
cinante no maior show da terra! últimas orações (“É bom para você. É bom para o país.”)
Será que eu serei o dono dessa festa? Um rei no meio têm menos um caráter explicativo e mais a função de
de uma gente tão modesta? reforçar o que a primeira oração já afirmou.
Eu vim descendo a serra cheio de euforia para desfilar. d) Existe uma relação adversativa, de quebra de expecta-
O mundo inteiro espera... Hoje é dia do riso chorar! [...] tiva. Nas entrelinhas, está a afirmação de que um brasi-
É hoje o dia da alegria, e a tristeza nem pode pensar em leiro deveria conhecer melhor o seu próprio país.
chegar! 3. a) A primeira classe assumiu a responsabilidade por de-
Diga, espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz terminar previamente as datas de entrega; nesse caso,
que eu... os alunos assumiram um compromisso, inclusive com
Professor: Estimule os alunos a utilizar a pontuação o risco de perder nota se ultrapassassem os prazos por
não apenas para marcar pausas e delimitar unidades eles estipulados. Era uma proposta que os levava a es-
sintáticas, mas também como recurso expressivo, para calonarem as datas — e a segui-las. A segunda clas-
enfatizar intenções, entonações e curvas melódicas. Se se não tinha o encargo de assumir uma data. Mesmo
desejar, retome o capítulo 21 (seção Em dia com a escri- que os alunos tivessem feito um cronograma pessoal,
ta, p. 308), em que esse tema foi tratado. não tinham um compromisso efetivo com ele, poden-
do atrasar a entrega para o último dia. O problema é
ƒƒ Prática de linguagem (p. 357-358)
que dificilmente os três trabalhos poderiam ser feitos a
1. a) Permite pressupor que a existência humana é garantida tempo se fossem iniciados apenas no final do período.
pela constatação de que o ser humano pensa.
b) O que se contrapõe é a entrega dos trabalhos escalonada
b) A conjunção logo expressa conclusão. É ela que faz o
para datas diferentes e a entrega dos trabalhos defini-
leitor julgar a existência uma dedução perfeitamente
da para a última data possível. Também se pode apon-
natural a partir da constatação de que o ser humano
tar a oposição entre a escolha da maioria e a da minoria.
pensa.
Professor: Destaque o fato de as conjunções coordena-
Professor: Chame a atenção dos alunos para o fato de
tivas, principalmente conclusivas e adversativas, às ve-
que a presença da conjunção adversativa (porém) ou
zes articularem em um texto grandes blocos de ideias.
alternativa (ou) criaria relações diferentes para os dois
Nem sempre elas articulam apenas duas orações, como
fatos (pensar e existir): “Penso, porém existo”; “Penso
convencionalmente se exemplifica na descrição do pe-
ou existo”. Essas relações poderiam ser consideradas
ríodo composto.
coerentes em certos contextos.
c) Sugestão de resposta: As pessoas não gostam de realizar
c) Nos três últimos quadrinhos, a existência humana é de-
tarefas chatas, por isso adiam-nas, contudo isso mui-
terminada pelo ato de comprar, de bater e de amar. Tra-
tas vezes cria problemas, pois não se pode, por exemplo,
ta-se, respectivamente, do estereótipo do consumista,
adiar a entrega da declaração de imposto de renda.
do violento e do romântico.
d) Sugestão de resposta: Estereótipo do rebelde ou con- ƒƒ Usina literária (p. 358)
testador (“Divirjo, logo existo”); do guloso (“Como, logo 1. Trata-se de um sujeito que valoriza a vida simples, no cam-
existo”); do viciado em internet (“Navego, logo existo”). po, que dá importância para o que se pode observar e sentir.

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2. Entre a segunda e a terceira orações (“Escondem o hori- e) As orações coordenadas assindéticas, uma seguida da
zonte [2], empurram o nosso olhar para longe de todo o céu outra, sem a intermediação de conjunção, possibilitam
[3]”) percebe-se uma relação de causa e consequência: as que os pensamentos da personagem e suas decisões
casas escondem o horizonte, de modo que desviam nosso sejam expressos com agilidade, refletindo a rapidez do
olhar do céu. Entre a primeira e as duas seguintes, perce- raciocínio do menino ao ponderar o que fazer enquan-
be-se uma relação de explicação: podemos dizer que “na to o diálogo com sua mãe está em curso. Além disso, a
cidade as grandes casas fecham a vista à chave [1]”, pois ausência de conjunção contribui para enfatizar a resig-
elas escondem o horizonte, desviando nosso olhar do céu. nação dele nos dois casos: ele procura se conformar.
3. O eu lírico segue um pensamento simples, baseado em f) Sugestões de resposta: “Conhecia bem a mãe, sabia
justaposição de ideias curtas. Seu pensamento não se dá que não haveria apelo [...]” / “— Deixa de conversa:
por meio de um raciocínio intrincado, com hierarquia de obedece sua mãe.”.
ideias. Essa maneira de expressar o que pensa de forma 5. a) Sugestão de resposta: O menino tentou enxugar uma
contínua, fluida, combina com o conteúdo de suas ideias: lágrima, mas não havia lágrima, então voltou para o
simples, direto. quarto, emburrado.
b) A versão original é mais concisa e confere agilidade à
ƒƒ Língua viva (p. 359-360)
narrativa. Além disso, por não explicitar a relação en-
1. A presença de personagens e de narrador; a existência de
tre as orações, exige maior envolvimento do leitor, que
um enredo com situação inicial, conflito e desenlace; o es-
deve completar os sentidos dos enunciados.
tabelecimento de espaço e tempo para o desenvolvimento
Professor: Ajude os alunos a perceber que a omissão
da narrativa.
das conjunções torna o texto mais conciso, permitindo
2. a) A tese de que na sociedade atual há uma inversão de
que se enfatizem mais as ações e os estados expressos
valores: o dinheiro supera os valores afetivos. O me-
pelas orações e menos a relação existente entre elas.
nino se afeiçoa ao cachorro, chega a considerá-lo seu
c) Eles delimitam a fala do narrador em relação ao pensa-
melhor amigo e enfrenta uma discussão com sua mãe
mento da personagem.
para poder mantê-lo. No entanto, seu interesse muda
Professor: Comente com os alunos que a última oração
ao conseguir vendê-lo, ficando radiante por ter obtido
do trecho é uma oração intercalada. Orações intercala-
um bom dinheiro.
das são aquelas que se inserem em outra para fazer um
b) Há uma ironia em “O melhor amigo”, já que a suposta
esclarecimento, uma ressalva, ou indicar o enunciador
relação de amizade foi suplantada pela satisfação do
de uma frase, por exemplo.
menino em obter lucro com a venda do cachorro, e até
por sua percepção de que poderia ter lucrado mais... O ƒƒ Em dia com a escrita (p. 361)
melhor amigo não é o cão, e sim o dinheiro. 1. a) Vivemos no século XXI com esguios padrões de beleza;
3. Sim. Nessa crônica, o humor se constrói ao reproduzir situa- nosso corpo, entretanto, mantém o mecanismo da es-
ções corriqueiras do cotidiano familiar, com as quais mui- tocagem de gordura responsável pela sobrevivência da
tos leitores se identificam. As estratégias e os argumentos espécie há centenas de milhares de anos.
utilizados pelo menino e pela mãe ilustram uma família co- b) Os padrões de beleza valorizam pessoas cada vez mais
mum. Por fim, provoca humor o contraste entre o envolvi- magras, portanto as pessoas estão sempre preocupa-
mento emocional do menino ao longo da história e a facili- das com regimes e dietas.
dade com que se conforma ao ter vendido o cachorro. c) Todos, em geral, querem emagrecer, mas alguns não
4. a) O menino tenta comover a mãe com a intenção de con- conhecem os princípios de uma alimentação saudável.
vencê-la a aceitar que ele fique com o cachorro. Ele ten- d) Adotam uma dieta pobre em nutrientes e exageram na
ta se mostrar desconsolado, fica emburrado, diz que o atividade física.
cachorro é seu único amigo, faz chantagem emocional e) O melhor caminho é procurar orientação: assim, um
e, por fim, briga com a mãe. médico poderá avaliar seu estado de saúde, e um nu-
b) Revela que ela não tinha se afeiçoado ao cachorro, pois tricionista poderá indicar uma programação alimentar
o tratava como coisa. balanceada.
c) No primeiro trecho, poderia ser utilizada uma conjun- 2. Sugestão de resposta: A dona da casa viu o jardineiro
ção coordenativa conclusiva: portanto, logo, por conse- conversar com as flores, por isso espantou-se. Ele olhou
guinte, etc. No segundo, uma conjunção coordenativa para ela e, sorrindo, explicou que as flores precisam de
explicativa: pois, porque, etc. água e de bons amigos, mas não adiantou. A patroa con-
d) Apenas alguns segundos. tinuou assustada!

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Capítulo 26 d) Sugestões de resposta: Saber, não com a cabeça mas
com o coração, ser possível que o outro veja mundos
ƒƒ Sintaxe das orações subordinadas substantivas que nós não vemos/ Saber, não com a cabeça mas com
(p. 362) o coração, que é possível o outro ver mundos que nós
1. O pai provavelmente considera o rapaz um impostor, um não vemos.
charlatão, pois usa de artifício para cuspir fogo, enquanto
4. a) Duas: “é preciso”: oração principal; “que nos coloque-
eles, dragões, expelem fogo por natureza. O rapaz não es-
mos fora de nós mesmos”: oração subordinada subs-
taria à altura da filha.
tantiva subjetiva.
2. O fato de um problema humano prosaico (o pai que impli-
b) Se o trecho fosse eliminado, isso estaria retomando ana-
ca com o namorado da filha) ser vivido por uma família de
foricamente a oração anterior, “Não somos o umbigo do
animais fabulosos, aos quais em geral se associam histó-
mundo.”, e o sentido seria “é muito difícil não sermos o
rias fantásticas, heroicas.
umbigo do mundo”. Da forma como está escrito, o isso
3. a) Sujeito de disse: primeira pessoa do singular (oculto). antecipa, cataforicamente, a oração apositiva que vem
Sujeito de sai: terceira pessoa do singular (você). Dizer: após os dois-pontos. Assim, o que é difícil, mais do que
verbo transitivo direto. Sair: verbo intransitivo. não ser o umbigo do mundo, é reconhecer esse fato.
b) “que com esse cara você não sai”. c) “Não somos o umbigo do mundo. E reconhecer isso é
muito difícil.”
ƒƒ Prática de linguagem (p. 366-367)
d) A repetição da frase “que não somos o umbigo do mun-
1. a) A ioga é considerada uma experiência superior nas déca-
do!” enfatiza a dificuldade de reconhecer esse fato e a
das de 1960 e 1970. O trecho “a prática se tornou menos
necessidade de recordá-lo constantemente. O ponto de
do que uma filosofia e mais do que uma atividade físi-
exclamação também contribui para esse sentido. O au-
ca” comprova que a ioga como filosofia esteve no ponto
tor da crônica se une aos leitores na afirmação da difi-
mais alto e que se tornou algo menor que isso. Também
culdade desse reconhecimento.
comprovam essa visão as expressões “E só” e “apenas”,
nos trechos “Os alunos queriam músculos bem tornea- ƒƒ Usina literária (p. 367)
dos. E só” e “[...] nem querem apenas um corpo perfei- 1. a) O eu lírico buscaria “se encontrar”, o que equivale a di-
to”, já que apontam a preocupação com a forma física zer que ele está vivendo uma crise pessoal, que pode
como algo inferior ao aspecto mais transcendental. ser uma crise de identidade ou uma situação de desa-
b) “que a ioga é autoconhecimento sem misticismo”: ora- juste em relação à realidade que o cerca. O interlocutor
ção subordinada substantiva objetiva direta. é alguém que de alguma forma tenta impedir o eu lírico
c) Resposta pessoal. de partir rumo a essa busca, e a quem o eu lírico encar-
Professor: É interessante que os alunos notem que a rega de dar satisfações suas para o mundo.
maior adequação no texto é ora na forma oracional, ora b) É na natureza que o eu lírico parece ter esperanças de
na forma de termo. Por exemplo, na passagem do texto encontrar aquilo que perdeu. O contato com o nascer
“Eles querem o bem-estar da mente”, optou-se pela for- do sol, com as águas do rio e com o canto dos pássaros
ma de termo em vez da oracional – poderia ser: “Eles seria uma forma de se encontrar.
querem sentir um bem-estar mental”. Comente esse as- 2. a) Transitivo direto.
pecto com a classe. b) Função de complementos verbais – objetos diretos.
d) (1) A ciência começa a explicar/ (2) por que praticantes c) Orações subordinadas substantivas objetivas diretas
de ioga narram sensações de conforto físico e mental. reduzidas de infinitivo.
(1) Ao centrar a atenção em nossa respiração e nos d) Nascer e viver não devem ser entendidos em sentido li-
mantras,/ (2) mandamos para o cérebro a mensagem/ teral. Nascer pode ter sentido equivalente à expressão
(3) de que ele pode desacelerar. “nascer de novo”, o que significa mudar radicalmente
Orações subordinadas substantivas: “por que pratican- de atitude em relação à vida, especialmente após uma
tes de ioga narram sensações de conforto físico e men- crise; viver pode significar “viver plenamente”, de for-
tal” – objetiva direta; desenvolvida; “de que ele pode ma significativa.
desacelerar” – completiva nominal; desenvolvida. 3. a) 1 – Eles podem ser lidos como dois blocos sintáticos
2. b independentes. Nesse caso, haveria uma elipse do ver-
3. a) (1) saber, não com a cabeça mas com o coração,/ (2) bo ir no segundo verso: Vou por aí a procurar/ [Vou] rir
que é possível/ (3) que o outro veja mundos/ (4) que para não chorar. 2 – O segundo verso pode ser interpre-
nós não vemos. tado como uma oração subordinada substantiva objeti-
b) “que é possível” – oração subordinada substantiva ob- va direta do verbo procurar. Nesse caso, “vou por aí a
jetiva direta. procurar rir para não chorar”.
c) “que o outro veja mundos”. Oração subordinada subs- b) “Rir para não chorar” é lugar-comum que se refere à vi-
tantiva subjetiva. vência de situações difíceis. Pode ter tanto o sentido de
Professor: No item b, embora apenas tenha sido consi- encontrar alguma graça naquilo que, na verdade, é trá-
derado objeto direto de saber a oração “que é possível”, gico quanto de mascarar a dor com algum tipo de ale-
aquilo que é sabido está expresso pelo conjunto forma- gria momentânea.
do pelas orações 2 + 3 + 4. No item c, o sujeito de ser é c) No contexto da canção, o contato com a natureza pode
o conjunto formado pelas orações 3 + 4. ter um efeito transformador na maneira de o eu lírico

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encarar a sua vida e, de alguma forma, aquilo que antes “Todos disseram estar atentos.” – fica implícito que
lhe faria chorar pode se tornar razão para sorrir. cada um assumiu a responsabilidade pelo seu desem-
4. A transitividade dos verbos (que projetam argumentos penho, inclusive Barros.
preenchidos pelas orações subordinadas substantivas ob- “Ele [Barros] era habilitado, passou pelos testes.” – fica
jetivas diretas) ajuda a construir as ideias de inquietação implícito que não houve negligência da organização.
e de movimento indicadas pela letra. O eu lírico está em 7. O boletim declara que o para-atleta “ganhou muita veloci-
busca de si mesmo, e essa busca implica um apelo: [deixe- dade, perdeu o controle” e que não havia testemunhas. No
-me] ir, e a manifestação de necessidades/desejos que en- entanto, supõe-se que alguém tenha relatado que Barros
volvem ações: [preciso] andar, [vou a] procurar; [quero] ganhou muita velocidade, perdeu o controle e chocou-se
assistir, [quero] ver, [quero] ouvir. O eu lírico espera que contra o muro às 7h.
elas sejam transformadoras, por isso manifesta o seu de- 8. a) 7h: acidente; 8h50: morte do para-atleta no hospital;
sejo de que essas ações o ajudem a renascer e viver ple-
9h: largada da prova principal; 12h43: anúncio do co-
namente: [quero] nascer, [quero] viver.
mitê organizador de que a corrida, em linhas gerais, foi
ƒƒ Língua viva (p. 368-369) um sucesso; 18h: anúncio da morte do para-atleta pelo
1. Dois dias. Ela discute a que ou a quem se pode atribuir a comitê organizador.
responsabilidade pelo acidente. b) O jornal emprega as expressões como “dez minutos an-
Professor: Verifique se os alunos comprovam a data de tes da largada principal”, para contextualizar o momen-
publicação pela referência no próprio texto: anteontem to da morte; e “nove horas depois do óbito”, para con-
(no primeiro parágrafo). textualizar o instante do anúncio.
2. O diretor técnico da prova (Manuel Garcia Arroyo), o co- c) O leitor é conduzido à conclusão de que o comitê pro-
mitê organizador da prova, a esposa do para-atleta morto curou ocultar o problema, divulgando-o somente muitas
(Adriana Mendonça Silva), o boletim de ocorrência poli- horas depois do ocorrido; assim, o texto dá a entender
cial e o jornal Folha de S.Paulo. que o interesse por uma boa propaganda da prova su-
3. a) De um lado, está o posicionamento da organização da plantou o interesse pelo cuidado com os competidores.
prova, que considera o acidente uma fatalidade; de ou- Professor: Destaque o fato de a declaração de sucesso
tro, o dos atletas que participaram da competição – que da prova ser reproduzida com discurso direto, levando
estavam apreensivos com a mudança do trajeto – e da o leitor ao entendimento de que não houve alteração
esposa daquele que sofreu o acidente. do depoimento pelo jornalista. Reforce também que as
b) Resposta pessoal. escolhas do redator, entretanto, são índices de subjeti-
Professor: Verifique a posição inicial percebida pelos vidade, conforme foi comentado na questão 6b.
alunos e, após a análise proporcionada pelas questões d) O depoimento da esposa da vítima. Ela declara não ter
posteriores, discuta com eles se essa visão preliminar recebido informações por parte do comitê, mas do dele-
foi confirmada. gado; avalia, ainda, que a intenção por trás dessa atitu-
4. Que a morte do para-atleta não vai motivar mudanças no de do comitê era não comprometer a imagem da corrida.
percurso da prova ou em suas regras. Professor: Discuta com os alunos a comprovação implí-
Professor: Destaque que essa informação é explorada cita que o jornal dá às palavras da esposa da vítima, uma
no título, na linha fina, no primeiro, no quinto e no sexto vez que contextualiza os momentos em que se deu o fato
parágrafos. e o respectivo anúncio oficial. Além disso, cita a posição
5. a) Nesse trecho, o verbo definir equivale a: o diretor da da organização diante do depoimento da esposa: o comi-
prova disse que foi uma fatalidade inexplicável. tê estabeleceu contato com o patrocinador do atleta.
b) Em discurso indireto. As aspas, que não são obrigató- 9. a) Declarar e informar.
rias nesse caso, reforçam que foram exatamente aque- b) A informação assume status de algo indiscutível, de
las as palavras usadas pelo diretor da prova. ocorrência não passível de contestação.
c) Falha mecânica (problema com a cadeira) ou falha hu-
mana (o para-atleta não brecou ou se enganou). ƒƒ Em dia com a escrita (p. 370-371)
6. a) “O que se pode fazer é um alerta melhor.”: se o dire- 1. a) 1 – “que ela explique”/ 2 – “como é possível”/ 3 – “que
tor afirma que cabe um alerta, admite implicitamente o os gêmeos frequentemente tenham destinos tão desse-
risco do trecho. “Não se esqueçam da descida da Major melhantes.”
Natanael.”: se o diretor alertou para aquele trecho, ele b) Um desafio há séculos enfrentado pela astrologia é ex-
o via como de maior risco. plicar como é possível que os gêmeos – que, afinal, têm
b) Com a apresentação do discurso na forma direta não é o mesmo horóscopo – frequentemente tenham destinos
possível dizer que o jornalista manipulou a fala do diretor. tão dessemelhantes./ Um desafio há séculos enfrenta-
Professor: Discuta com os alunos que o fato de o jorna- do pela astrologia é que ela explique como é possível
lista ter escolhido esse trecho e tê-lo reproduzido nessa os gêmeos – que, afinal, têm o mesmo horóscopo – fre-
parte da notícia são indícios de subjetividade. Ocorre quentemente terem destinos tão dessemelhantes.
que a citação direta atenua essa impressão. É um efeito c) Professor: Espera-se que os alunos observem que a pri-
de sentido. meira versão é mais clara. Não é interessante transfor-
c) “Todos os cadeirantes andam em alta velocidade na mar a oração “que os gêmeos frequentemente tenham
descida.” – fica implícito que, apesar disso, nada acon- destinos tão dessemelhantes” em oração reduzida,
teceu com os outros. pois, como ela aparece dividida por uma oração inter-

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calada, convém que seja introduzida pelo que. Ao final como desigualdade social, pobreza, exclusão, violência,
da atividade, apresente aos alunos o texto original do tráfico de drogas, crime, etc.
livro, sem adaptação: “Um desafio há séculos enfrenta- 2. a) É alguém em relação a quem o eu lírico se sente di-
do pela astrologia é explicar como é possível que os gê- ferente, alguém economicamente mais favorecido, que
meos – que, afinal, têm o mesmo horóscopo – frequen- não vive em favela e se alimenta bem, não tem proble-
temente têm destinos tão dessemelhantes”. mas financeiros.
2. a) De modo que me ocorreu que escrevesse algumas coi- b) “Falo pelo menor que nunca teve danone como você.”
sas que em certos momentos quis lhe contar mas não c) O termo menor remete ao jargão policial, apresentando
soube, ou não ousei. o jovem pobre da forma como ele é visto pela socieda-
b) A opção pela forma desenvolvida levaria a acrescen- de em geral: um criminoso em potencial.
tar um que a uma frase relativamente curta na qual já d) O nome Danone, na letra, não se refere a uma marca es-
existem dois “ques”. Além disso, a forma reduzida in- pecífica, e sim a qualquer iogurte, por isso foi grafado
forma mais diretamente, com menos palavras, a ideia como substantivo comum.
que ocorreu ao autor: “escrever algumas coisas”. Professor: Mostre que ocorre com esse nome o mes-
Professor: Comente com os alunos que a imagem que mo que ocorreu com maisena e gilete, que se origi-
o autor faz de seu leitor pode ter influenciado a opção naram de nomes comerciais (próprios), mas hoje são
pela forma reduzida: supõe-se que crianças e adoles- substantivos comuns.
centes sejam mais facilmente captados pela leitura se
a linguagem for direta, concisa. ƒƒ Prática de linguagem (p. 375)
c) Segundo período: Quando um pai fala de um assunto fi- 1. a) Ouvir alguma conversa interessante ou mesmo um elo-
losófico, é preciso que se fique/que você fique olhan- gio a seu respeito (pela fala de um dos balões do segun-
do para ele, fazendo cara de interesse embora sonhan- do quadrinho, a personagem aparece em um comercial).
do com o momento libertador de sair correndo para ver b) A de que as pessoas cuja conversa é ouvida pela persona-
televisão. Quinto período: Mas, isso sim, será preciso gem a consideram feia ou mal-apessoada.
que você preste um pouco de atenção em mim (apro- c) Iguais: a fala da personagem “Quero algo que me per-
ximadamente a metade da atenção que você dedica a mita [...] a uma quadra de distância!”; cenário e ex-
aprender um novo jogo de computador) e que você te- pressão corporal. Diferentes: o trecho da fala da per-
nha um pouco de paciência, principalmente nos pri- sonagem “captar sons” (primeiro quadrinho)/ “acertar
meiros capítulos. alguém” (terceiro quadrinho); a expressão facial (ani-
d) A forma reduzida encurta os períodos e torna a comu- mada no primeiro quadrinho e carrancuda no terceiro).
nicação mais direta. Ela também permite, por exemplo, d) A oração subordinada adjetiva restritiva “que me per-
suprimir o sujeito da oração subordinada, o qual está mita” indica os desejos da personagem antes e depois
claro no contexto. de ouvir a conversa dos vizinhos, indicando a quebra de
3. a) A interlocução que o leitor trava mentalmente com o sua expectativa inicial. Além disso, a oração “que apare-
autor daquilo que está lendo, o qual, em geral, está au- ce no comercial”, no segundo quadrinho, indica que se
sente, ou já morreu. tratava de alguém famoso, o que ajuda a entender por
b) Na segunda versão, não fica explícito que é a literatu- que ele tinha interesse em ouvir conversas a distância.
ra que cria a possibilidade das conversas mansas com 2. a) Ambas exercem a função de predicativo do sujeito. Os
pessoas ausentes ou já mortas. núcleos são, respectivamente, lâmina e aquela.
c) Deve-se avaliar também a precisão de conteúdo que b) São orações subordinadas adjetivas restritivas.
cada uma das duas formas é capaz de expressar. c) Na definição de cartão inteligente, a oração veicula uma
4. Sugestão de resposta: informação essencial, pois lâmina plástica não é sufi-
“O mérito de Lamarck foi, sem dúvida, reconhecer o pro- ciente para definir o cartão inteligente: o que faz dessa
cesso evolutivo como uma decorrência necessária das lâmina inteligente é a presença do microprocessador;
mudanças constantes a que está sujeito o meio. Ele reco- na definição de pressão arterial, a oração também é fun-
nhecia, em todos os seres vivos, uma tendência constante damental, porque é ela que traz a informação nova: o
a se tornarem cada vez mais complexos e organizados. núcleo do predicativo do sujeito aquela apenas retoma
[...] o termo a ser definido (pressão arterial).
O erro de Lamarck foi ter seguido uma lógica muito carte- d) Sintático. Nas definições I e II, as orações “que possui
siana, de causa e efeito [...]. Desse modo, ele supunha que um microprocessador em seu interior” e “que o sangue
o meio poderia exercer uma influência direta sobre o me- exerce contra as paredes das artérias” modificam termos
canismo hereditário, o que não é verdade.” da oração principal, veiculando informações essenciais.
Professor: A sugestão apresentada corresponde ao texto
ƒƒ Usina literária (p. 375)
original. Avalie a pertinência de outras respostas.
1. Na estrutura: ao acrescentar um elemento à cena, o que
Capítulo 27 foi dito antes é mantido na íntegra, de modo a resultar em
uma frase cada vez maior. Também em relação a alguns
ƒƒ Sintaxe das orações subordinadas adjetivas elementos apresentados – rato, gato, cão, vaca, homem,
(p. 372) por exemplo – muito presentes no imaginário infantil.
1. Sugestão de resposta: O estado de apatia dos brasileiros Professor: Comente com os alunos que grande parte des-
diante dos graves problemas que atingem a sociedade, sas brincadeiras orais infantis provém da cultura popular.

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Dessa forma, muitas delas contêm a mesma estrutura de 6. a) “Somos nós, portanto, enquanto sociedade, que esta-
cantigas populares – como a conhecida “Velha a fiar”, a mos disfuncionais.”
que o poema também se assemelha. b) Que ele é resultado dessa tolerância maior que a socie-
2. O poema é de fato acumulativo, pois resulta de um acúmu- dade tem tido com a violência que a atinge.
lo de informações e frases. c) Alguns comportamentos mencionados na entrevista –
3. A oração adjetiva se encadeia ao último termo da oração a sociedade está apática em relação à dor das pessoas
anterior. No caso do “Poema acumulativo”, as orações ad- e lenta demais na defesa de quem está sendo recha-
jetivas utilizadas terminam com um termo que possibilita çado, pisoteado, humilhado; tende-se a responsabilizar
o encadeamento de uma nova oração adjetiva. Esse me- as vítimas de agressão pelas próprias indiscrições – es-
canismo poderia se repetir infinitamente, o que contribui tão de acordo com a opinião apresentada nessa oração.
para criar a noção de acúmulo. Além de mencionar esses comportamentos, o autor do
4. O termo acumulativo pode ser associado ao conjunto de texto aumenta ainda mais seu poder argumentativo ao
bens que é descrito no poema, ao patrimônio que alguns utilizar uma oração adjetiva explicativa para emitir sua
indivíduos acumulam. opinião, já que esse tipo de oração coloca essa informa-
Professor: Saliente que, na quinta estrofe do trecho trans- ção como inerente à sociedade atual, conferindo-lhe o
crito, a cena apresenta o elemento “homem”. A partir des- valor de “fato” no contexto apresentado.
sa estrofe, seria possível enumerar mais uma vez todos os 7. a) Em uma cidade grande, as distâncias são maiores, e o
dados já apresentados (como ocorre nos versos anterio- tempo disponível para ir de um lugar a outro tende a
res) e criar uma estrutura circular (que partiu e retornou se tornar mais escasso. Dessa forma, pela dificuldade
ao elemento “homem”). Em vez disso, o retorno ao ele- de chegar até suas casas, as pessoas precisam ou pre-
mento “homem” nessa estrofe provoca não a repetição au- ferem comer nas proximidades de onde estão. Essa de-
tomática, mas uma reflexão: a da posse de bens e pessoas. manda acarretou o aparecimento dos restaurantes.
b) Porque as pessoas não vão ao restaurante gastronômi-
ƒƒ Língua viva (p. 376-377) co por praticidade ou por necessidade, mas pelo “espe-
1. A indignação da autora em relação aos fatos apresentados táculo” que eles podem oferecer.
(agressões exageradas e sem justificativa cometidas por c) As orações adjetivas esclarecem o contexto do surgi-
jovens). Esta também é uma maneira de convidar o leitor mento do restaurante gastronômico; criam uma opo-
a refletir sobre o assunto que será tratado na entrevista. sição mais clara entre a ida ao restaurante por razões
2. Não. Pelo conteúdo do trecho, a matéria pode ter como pú- práticas e a ida a esse local para viver uma experiência
blico pressuposto os pais e educadores, predominantemen- cultural. Dessa forma, fica evidente para o leitor a dife-
te, pois ela apresenta o comportamento destes em relação rença entre as duas modalidades de restaurante.
à atitude dos jovens. O emprego do vocativo jovens é um re- d) Todas são orações subordinadas adjetivas explicativas.
curso para expressar a incompreensão da atitude desse gru-
po, o que motivaria uma indagação a eles. ƒƒ Em dia com a escrita (p. 378-379)
3. O primeiro parágrafo lança a dúvida a respeito da motiva- 1. a) “que [...] tem ‘também uma sobre briga de casal’”: ora-
ção para o comportamento violento dos jovens; o segundo ção subordinada adjetiva explicativa; “que é uma das
apresenta o ponto de vista de um educador e pai (que é mais pedidas pelo público”: oração subordinada adje-
também autor de um livro sobre o tema) a respeito do fato. tiva restritiva.
4. Para ele, o bullying na escola é decorrência de uma socie- b) A ausência de vírgula faria com que a oração “que [...]
dade que está mais violenta, o problema não é unicamen- tem ‘também uma sobre briga de casal’” fosse entendida
te do jovem. como restritiva. Nesse caso, ela restringiria o sentido do
5. a) Um fato. nome Bill, e não se estaria mais falando de MV Bill, mas
de um Bill que tem também uma sobre briga de casal.
b) O conteúdo da oração justifica o fato de Beane ter se
c) Porque a oração “que é uma das mais pedidas pelo pú-
tornado um militante da causa antibullying e também
blico” restringe o sentido de “uma” [letra].
insere seu ponto de vista em um contexto: o de quem
teve experiência direta com a situação, no papel de pai. 2. a) Porque a frase não se refere a trabalho de maneira ge-
Além de ser um fato que pode ser usado como base na nérica, mas apenas ao trabalho que MV Bill realiza por
argumentação do entrevistado. meio da música.
c) Sim. Na linha fina da matéria: “Para professor que teve b) Oração subordinada adjetiva restritiva.
o filho morto por causa do bullying, a hostilidade na c) A oração “que para ele é como um hobby” é uma expli-
escola é disfunção de toda a sociedade.”. cação para o termo trabalho, o qual é considerado em
d) A informação tem mais força argumentativa no trecho sentido genérico.
identificado no item c. Apesar da semelhança de con- d) Oração subordinada adjetiva explicativa.
teúdo, a forma como a informação é apresentada na li- 3. “(que com o universo de luxo, joias e mulheres [...] se faz
nha fina não tem o mesmo poder argumentativo: ela o oposto de sua proposta musical)”: oração subordinada
apenas determina de que professor se trata. Isso ocor- adjetiva explicativa.
re porque, na linha fina, a informação não aparece em “que o enxergam não apenas como rapper, mas como por-
uma oração adjetiva explicativa, e sim em uma oração ta-voz.”: oração subordinada adjetiva restritiva.
adjetiva restritiva. Já no caso do trecho em destaque, Professor: Chame a atenção dos alunos para a presença
trata-se de uma oração adjetiva explicativa. do sinal gráfico empregado junto à oração adjetiva expli-

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cativa: o parêntese. Nesse caso, o parêntese tem função ƒƒ Prática de linguagem (p. 382-383)
semelhante à da vírgula, criando a noção de que está sen- 1. a) Não. A resposta do pai dá a entender que as tarefas fo-
do apresentada uma informação geral sobre o hip hop nor- ram divididas de comum acordo entre ele e a mãe; no
te-americano, sem restringi-lo. entanto, o comentário dela em tom irônico indica que
4. a) “comemorado em 9 de fevereiro”; “oficializado em de- o pai lê para o filho para se esquivar das outras tarefas
zembro de 2012, pela Organização das Nações Unidas menos agradáveis, como lavar a louça.
para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)”. b) Professor: A intenção aqui é levar os alunos a refletir,
b) Como de costume, o frevo pede passagem, mas não só mais do que estabelecer um valor de certo ou errado.
nas ruas e durante o carnaval. Além de ter um dia em Com base na explicação dada no boxe Vale saber da pá-
sua homenagem – que é comemorado em 9 de feve- gina 381, os alunos podem indicar que se trata de uma
reiro –, o reconhecimento como Patrimônio Imaterial oração coordenada sindética explicativa, já que o fato
da Humanidade que foi oficializado em dezembro de de um pai ter como tarefa ler para o filho não é cau-
2012, pela Organização das Nações Unidas para a sa necessária nem suficiente para que ele o faça (al-
Educação, Ciência e Cultura (Unesco), revigorou as guém pode ter uma tarefa e não cumpri-la). Além dis-
forças de um ritmo que se manifesta na dança e no som.
 so, “essa é minha tarefa” é uma proposição que está no
Professor: A primeira oração reduzida é separada por campo epistêmico, indica uma crença, um julgamento.
travessões, que podem ser mantidos. A segunda não No entanto, será riquíssimo se outras explicações pu-
é separada por sinais de pontuação. A vírgula após derem ser acolhidas e os alunos formularem as suas
“Unesco” deve-se ao fato de o termo “pela Organização próprias conclusões.
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
c) O pai de Calvin pretende mostrar à esposa, que acaba
(Unesco)” ser separado por um par de vírgulas.
de fazer uma reclamação, que em um casamento a co-
c) “comemorado em 9 de fevereiro”: oração subordinada
brança das tarefas domésticas é desagradável. O gesto
adjetiva explicativa;
da mão e o esforço para falar alto revelam que ele pre-
“oficializado em dezembro de 2012, pela Organização tende que a esposa, que está longe, ouça.
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
d) Não. Pelo contexto, conclui-se que ela está apenas pon-
(Unesco),”: oração subordinada adjetiva restritiva.
do em dúvida que o homem solteiro mencionado pelo
5. a) Permanece igual.
marido seja um príncipe “encantado”, em razão de suas
b) Permanece igual. atitudes pouco colaborativas.
c) “Todas as sessões, que neste teatro só acontecem aos 2. a) A expressão reformulativa “ou melhor”.
sábados e domingos, serão gratuitas”.
b) A rigor, a retificação feita não altera o sentido do que
d) Permanece igual.
é dito inicialmente. Em ambos os casos recomenda-se
e) “No Rio de Janeiro, onde há inúmeras peças sendo en- que bebida alcoólica não seja ingerida antes de condu-
cenadas, tivemos público menor.”. zir um veículo.
f) Permanece igual. c) É possível afirmar que se trata de uma retificação re-
g) “A carreira de Bibi Ferreira, cuja trajetória eu conheço, tórica. Ela é intencional; é uma estratégia para pôr em
é cheia de lances curiosos.”. destaque a importância da abstinência antes de dirigir.
h) As duas possiblidades válidas: Permanece igual ou “A d) Em um sentido literal, o “imperativo negativo” seria o
TV regional, de cuja publicidade podemos vir a preci- modo verbal presente na frase “não dirija”, e a “condi-
sar, solicitou uma entrevista”. cional” seria o tipo de oração subordinada adverbial re-
i) Permanece igual. presentada por “se for beber”. Assim, o imperativo ne-
gativo afirmado antes da condicional teria mais efeito,
Capítulo 28
ou, em outras palavras, a recomendação tem mais im-
ƒƒ Sintaxe das orações subordinadas adverbiais pacto se fosse uma proibição pura e simples (“Não diri-
(p. 380) ja”; “Não beba”). No sentido figurado, o “imperativo ne-
1. As afirmações anteriores levam o leitor a supor que os gativo” também pode ser entendido como algo que se
vikings se contentam com coisas simples, sem luxo, mas impõe contra a vontade do motorista, como uma lei de
no terceiro quadrinho percebe-se que “pequenas coisas” trânsito, e a “condicional” vem do jargão policial (“li-
se referem a coisas de pequeno porte, objetos pequenos, berdade condicional”), punição para alguém que teria
nem por isso pouco valiosos. causado um acidente de trânsito. Nesse caso, o impedi-
2. O gesto que Hagar faz com a mão esquerda, indicando mento legal para beber antes de dirigir impediria que o
uma dimensão pequena. motorista se envolvesse em um ato criminoso.
3. a) Sim. “de uma casa grande ou um navio imenso” comple- e) Categórico também significa “claro”, “indiscutível”. O
mentam o verbo transitivo indireto precisar e não apresen- efeito do álcool sobre o corpo é indiscutível, e isso torna
tam nenhum nome transitivo que projete novo argumento. a necessidade de não beber antes de dirigir um “impera-
b) Ela dá o gancho para a afirmação do segundo quadrinho: tivo categórico”, pois todos nós também estamos sujei-
“Descobrimos nossa felicidade em pequenas coisas...”. tos a ser vítimas de um motorista que acredita conseguir
Além disso, deixa claro que o que está em questão é o driblar esses efeitos. No entanto, apenas a consciência
que faz os vikings felizes. Se a oração subordinada ad- de cada um não é suficiente: é preciso que uma força ex-
verbial fosse “pra ganhar a vida”, por exemplo, o assun- terna (lei devidamente fiscalizada) nos obrigue a tomar
to seria o seu sustento, e não a sua felicidade. esse cuidado.

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3. a) No segundo quadrinho, Jon carrega a árvore sem dificul- mais receptivo a ela, mesmo que seja um absurdo [...]”.
dades, o que leva o leitor a supor que ela não tenha espi- Professor: Espera-se que o aluno comente que a oração
nhos. Assim, conclui-se que Jon observou esse aspecto no subordinada adverbial concessiva expressa um obstáculo
momento da escolha da árvore. que não impede a constatação do que é expresso em ou-
b) Trata-se de uma comparação. Em cada uma das ora- tra oração; ela concede a possibilidade de uma oposição.
ções, há uma referência à altura do teto. Na principal,
está a altura de fato; na subordinada, a comparação ƒƒ Tipos de oração subordinada adverbial II (p. 384)
com a altura presente na lembrança do dono do teto. A 1. Um “problema técnico” diz respeito a uma deficiência de-
oração destacada é classificada como subordinada ad- corrente de incapacidade física ou inaptidão dos jogadores.
verbial comparativa. Um “problema tático” diz respeito a um erro de estratégia,
c) Possivelmente o desejo de ter uma árvore grande e vis- de orientação ou escalação por parte do técnico.
tosa, o que faria o comprador se convencer de que o ta- 2. A autora defende que o problema da zaga brasileira na
manho da árvore é adequado ao teto de sua casa, con- Copa do Mundo de 2002 era tático, e não técnico. O ar-
trariando todas as evidências. gumento que ela utiliza é o de que, se os jogadores foram
4. a) A associação provavelmente causa estranhamento no escalados para funções para as quais não estão qualifica-
leitor. A palavra lábia em geral possui uma conotação de- dos, então o problema é a escalação, ou seja, é um erro
preciativa, evocando um comportamento ardiloso usado estratégico do técnico. Provavelmente, o time teria outros
para convencer ou enganar alguém. Não é, portanto, um jogadores que, se escalados para essa mesma posição, te-
tipo de atitude que possa ser considerada boa. riam condições de jogar melhor.
b) O título antecipa o assunto tratado e o enfoque dado a 3. O artigo de opinião é um texto argumentativo que susten-
ele no texto. O texto aborda o tema da lábia – isto é, das ta uma tese com argumentos. No primeiro parágrafo do
situações espontâneas de persuasão, em que não são texto, a autora apresenta uma opinião (alheia) sobre a na-
empregados em geral argumentos lógicos consistentes, tureza dos problemas que resultaram em mau desempe-
mas estratégias de convencimento – de um ponto de nho da zaga brasileira durante a Copa de 2002. Ao lon-
vista científico, explicitando os mecanismos que funda- go de seu texto, procura demonstrar que aquela opinião
mentam essa prática. não se sustenta, utilizando argumentos lógicos. Assim, o
c) A primeira é a estratégia de pergunta e resposta, sendo “c.q.d.”, ao fim do artigo, e também o seu significado no
que a pergunta, feita com base no senso comum, induz título, é uma estratégia argumentativa que pretende con-
a uma conclusão diferente da apresentada na resposta: vencer o leitor de que a sua tese é logicamente demons-
“Persuasão é coisa de político, marqueteiro e vendedor, trável e qualquer pessoa que acompanhar o desenvolvi-
gente com uma habilidade natural para seduzir, certo? Er- mento da sua argumentação chegará à mesma conclusão.
rado.”. A segunda é o uso de uma oração subordinada ad-
verbial concessiva – “Mesmo que existam pessoas com o ƒƒ Prática de linguagem (p. 388-389)
dom da lábia, técnicas de influência amparadas na ciên- 1. a) Pelo terno e pela gravata, provavelmente se trata de um
cia podem ser aprendidas por qualquer um.” –, que ex- executivo. Não só a vestimenta, mas o contexto geral da
pressa um fato aceito pelo senso comum (a ideia de que tira encaminha a essa conclusão, já que o mundo dos
a lábia é um dom natural), o qual, no entanto, não impe- negócios é altamente competitivo.
de a concretização da ação indicada na oração principal
(a ideia de que qualquer pessoa pode desenvolver a capa- b) Em sentido denotativo, “chegar ao topo” significa atin-
cidade de persuasão, ou seja, aprender a ter lábia). gir a parte mais alta de um lugar. Em sentido conotati-
vo, significa conquistar posição privilegiada, sobretudo
d) Porque, ao desencadear uma ação ou uma opinião não
no âmbito profissional; obter um posto de prestígio.
motivada por uma análise consciente ou uma atitu-
de reflexiva, economizam energia e tempo cerebral. A c) Denotativamente, quando chega ao topo, o indivíduo
ideia de que esses atalhos não são vistos como benéfi- se torna mais visível e, por isso, fica mais vulnerável.
cos é expressa pela oração subordinada adverbial con- Conotativamente, quando assume posição de prestígio,
cessiva “[...] embora não pareçam [...]”. torna-se alvo daqueles que desejam ocupar seu lugar.
e) Sugestões de resposta: “Requer saber usar os chama- d) “Para que os outros possam acertar você.”. A ironia se
dos atalhos mentais, atitudes que, mesmo sem ter uma deve ao fato de que, ao chegar ao topo, a personagem
relação com a ideia que você tenta passar, fazem ela se torna alvo fácil de invejosos e mais vulnerável a ata-
ser aceita com mais facilidade.”; “[...] a tendência será ques e acusações. O cartum questiona se estar no topo
pensar que ele é melhor, mesmo que nada mais indique é de fato vantajoso, digno de cumprimento.
isso.”; “[...] aumentam as chances de você se mostrar 2. a)

conj. expl. conj. consec.


Or. principal Oração principal
Foi ótimo não ter ido muito bem na primeira prova porque ele se interessou de tal maneira que agora dá aula.
Or. sub. subst. subj. reduz. infin. Or. sub. adv. consecutiva

Oração coordenada assindética Oração coordenada sindética explicativa

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b) A função de valorizar a participação do aluno na aula, o 4. Segundo o poema, depois que ocorre certa experiência
que pode servir de estímulo para ele e para os demais. física com o corpo ou no corpo (fato expresso pela ora-
A conjunção como expressa conformidade. ção subordinada adverbial temporal), há uma mudança na
c) Sugestão de resposta: (1) “ora... pode-se já ver nisso... o maneira de sentir (fato expresso pela oração principal).
que é uma revolução... uma revolução significa o quê?”/ O coração é afetado, passa a funcionar de modo diferente.
(2) “isso é uma revolução porque significa a ascensão 5. Sugestão de resposta: Ao afirmar que o coração passa a
de uma classe e a queda de outra... mas qual é a classe não suportar o pouco, o eu lírico sugere que ele só quer
que cai?”. vivenciar emoções intensas, fortes; emoções brandas não
d) Sugestão de resposta: A Revolução Francesa assinala a despertam interesse. Outra interpretação possível é a de
elevação da sociedade burguesa e capitalista ao poder que, após a experiência vivida, qualquer emoção afeta o
na França. A burguesia possuía o poder econômico, mas coração, bate forte nele; as emoções mais simples adqui-
não tinha prestígio social nem poder político. De forma rem dimensão mais profunda, tornam-se mais intensas.
violenta, ela consegue esse poder, por meio da deposi- 6. Observa-se a repetição de fonemas (em corpo, comporta,
ção do Rei. A Revolução Francesa, portanto, caracteriza- coração) e de palavras (corpo aparece duas vezes), além
-se como evento revolucionário porque significa a ascen- da presença de rima (comporta/suporta; corpo/pouco).
são de uma classe e a queda de outra; a perda de poder ƒƒ Língua viva (p. 390-391)
que pertencia às classes privilegiadas (aristocracia) e a
1. Alertar para o aumento dos níveis de obesidade e conven-
ascensão de uma nova classe (burguesia) ao poder.
cer o leitor a ter comportamentos que a evitem, diminuin-
3. a) (1) Todos gostam de apertar o gatinho que está vendo te- do especialmente o consumo de refrigerantes açucarados.
levisão./(2) Todos gostam de apertar o gatinho enquanto
2. a) O autor argumenta que a obesidade aumenta o risco de
veem televisão.
as pessoas desenvolverem doenças cardiovasculares,
b) Se a oração reduzida “vendo televisão” se refere ao ter- metabólicas, pulmonares e diversos tipos de câncer.
mo gatinho, é uma oração subordinada adjetiva restri-
b) “[...] que a próxima geração provavelmente terá vida
tiva (assume o valor de adjetivo e a função sintática de
mais curta do que a atual [...]”. Trata-se de uma oração
adjunto adnominal); se ela se refere a “apertar o ga-
subordinada adverbial consecutiva. O emprego desse
tinho”, é uma oração subordinada adverbial temporal trecho é importante pois apresenta a consequência no-
(assume o valor de advérbio e a função sintática de ad- civa da obesidade para a próxima geração, reforçando
junto adverbial). o perigo que ela representa.
c) Entende-se, pelos primeiros quadrinhos, que apertar o 3. a) O autor afirma que, no Brasil, 50% da população adul-
gatinho seja uma atitude afetiva. No último quadrinho, ta está acima da faixa de peso considerado saudável e,
com a explicação de que ele engoliu o controle remoto, nos Estados Unidos, esse número ultrapassa 70%.
fica explícito que apertá-lo é o meio de mudar o canal
b) “A continuarmos no mesmo ritmo, é provável que nos
da televisão.
próximos dez ou 20 anos estejamos na situação deles.”
4. a) O termo pedalando. “A continuarmos no mesmo ritmo [...]” – oração subor-
b) Função de adjunto adverbial (de modo). dinada adverbial condicional reduzida; “[...] é provável
c) Oração subordinada adverbial modal. [...]” – oração principal; “[...] que nos próximos dez ou
Professor: Destaque que essa classificação não é pre- 20 anos estejamos na situação deles” – oração subor-
vista pela NGB, porém é pertinente à análise de textos. dinada substantiva subjetiva.
d) Trata-se de oração reduzida de gerúndio. c) O emprego do período é importante pois revela que
e) Na opção original, o público é convidado a comemo- uma prática comum das pessoas (alimentar-se de for-
rar a existência da ciclofaixa por meio de um adjunto ma inadequada) pode desencadear uma realidade in-
adverbial oracional, isto é, formado por um verbo. Ele desejável (de a porcentagem de pessoas adultas acima
sugere mais fortemente uma ação, um comportamen- do peso no Brasil se igualar à dos Estados Unidos).
to ativo. A forma proposta na versão, constituída por 4. a) “Se para cada 9 mil calorias ingeridas em excesso o
um substantivo, sugere mais um conceito, uma noção corpo acumula um quilo de gordura, um exagero de
(mesmo que esse substantivo seja o nome dado a uma apenas 357 calorias por dia significa um quilo a mais
ação). Como a proposta da ciclofaixa é levar as pessoas por mês ou 12 kg a cada ano que passa.”
a praticar uma atividade física – o ciclismo –, a frase b) A conjunção condicional se. Ela indica uma condição
original é mais adequada ao anúncio. necessária (a geração de um quilo de gordura a cada 9
mil calorias em excesso) para que ocorra o expresso na
ƒƒ Usina literária (p. 389) oração principal (o ganho de um quilo por mês ou 12 kg
1. Sugestão de resposta: Quando um texto não possui título, por ano pela ingestão de 357 calorias diárias a mais).
normalmente não há um direcionamento para um tema ou c) O período apresenta um dado já comprovado como
um contexto: o conteúdo torna-se múltiplo e a interpreta- condição de eventuais ocorrências do aumento de peso
ção que se pode fazer dele, aberta. na população – algo importante na argumentação.
2. Durante a gestação (gravidez), por exemplo. 5. a) “Os resultados mostraram que quanto maior o número
3. Ele é constituído de um único período formado por duas desses genes e maior o consumo de refrigerantes com
orações: “depois que um corpo comporta outro corpo” açúcar, maior o risco de ganhar peso.”
(oração subordinada adverbial temporal) e “nenhum co- b) As orações desse período atestam a relação direta-
ração suporta o pouco” (oração principal). mente proporcional que existe entre a obesidade, de

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um lado, e a predisposição genética a ela associada ao sada, não intencional (mas o fenômeno não afeta ape-
consumo de refrigerantes, de outro. nas quem não teve boa formação cultural/linguística).
c) A conclusão de que o consumo de refrigerantes açuca- c) No caso do gerundismo, um desejo de não se compro-
rados tem grande influência na condição de obesidade. meter quanto ao prazo de cumprimento das ações su-
6. Resposta pessoal. geridas em uma conversa, ou o desejo de transmitir a
Professor: Discuta com os alunos o fato de a informação impressão de ser polido; no caso das gírias adolescen-
ser o primeiro passo para a mudança de hábitos alimenta- tes, talvez um desejo de se identificar com o grupo e,
res. Motivação e disciplina também são necessárias. eventualmente, de rejeição a outras formas de expres-
são e a outras identidades socioculturais.
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 392-393) d) Segundo os textos, o modismo é um sintoma, e não a
1. a) (1) Como o próprio Collins diz em outras palavras, (2) causa; por isso, pode ser inútil combatê-lo. O uso não é
não há gestão de sucesso (3) se não houver paixão pe- em si nocivo nem vantajoso, mas é uma possibilidade
los valores essenciais de um negócio. As orações 1 e 3 que a língua oferece; o que é visto com reserva é o com-
desempenham função de adjunto adverbial. portamento que esse uso expressa (no caso do gerun-
b) Oração 1: início do período; oração 3: final do período. dismo, falta de ética, descompromisso). Portanto, se
c) Ambas estão corretamente pontuadas. A primeira, por a adesão acrítica ao modismo pode revelar rigidez de
estar no início do período, foi separada por uma vírgu- comportamento, também pode ser nocivo o combate
la; a outra, que se encontra no final do período, não foi indiscriminado, que não considera as intenções do fa-
separada por um sinal de pontuação. lante ou a noção de adequação linguística.
d) A vírgula que antecede a oração final “para explicar” e) O uso consciente de um modismo, com finalidade dis-
deve-se à intercalação do adjunto adverbial “em meio cursiva específica, considera os efeitos que se espera
ao conturbado cenário de 2009”. Ela não tem relação produzir, como o de identificação por parte dos adoles-
com a oração subordinada final. centes, ou humor, ironia, etc.
2. a) Sim. Ambos os sinais destacariam a oração adverbial 2. Resposta pessoal.
na ordem inversa ou indireta. Professor: Os alunos podem argumentar contra ou a favor,
b) Os travessões marcam mais enfaticamente a interrup- mas devem sustentar seu ponto de vista.
ção na ordem sintática direta do período, dando mais 3. Resposta pessoal.
destaque visual do que as vírgulas. Professor: Os alunos podem argumentar contra ou a favor,
3. a) No trecho em que se insere sintaticamente, a primeira mas devem sustentar o seu ponto de vista.
oração grifada pode ser considerada subordinada ad-
verbial final, visto que, em seguida (após a conjunção ƒƒ A língua tem dessas coisas (p. 396)
coordenativa), inicia-se outra estrutura sintática. 1. O texto faz referência aos seguintes fatores:
b) A segunda oração grifada pode ser considerada a ini- • proibição motivada por questões econômicas e políticas:
cial do trecho em que se insere, o que justifica uma vír- ocorre quando um grupo socialmente dominante obriga o
gula depois dela. Na prática, porém, ela não inicia um grupo dominado a não usar a língua de origem, usando da
período; assim, acaba sendo marcada com uma vírgula coerção e da violência;
em seu início também. • preconceito: ocorre quando grupos sociais próximos con-
Professor: Se os alunos avaliarem a aparência do pe- sideram uma língua inferior e fazem com que os falantes
ríodo e julgarem que as duas orações ocupam posição dela, por vergonha, deixem de usá-la espontaneamente;
intermediária, não conseguirão justificar a diferença no • ausência de transmissão: ocorre quando, por razões varia-
emprego da vírgula. das, uma língua deixa de ser ensinada às crianças da co-
c) Tem função expressiva. A vírgula em questão não seria munidade.
necessária do ponto de vista sintático; no entanto, ela Professor: Embora isso não esteja explícito no texto, po-
é possível, visto ser importante destacar a intenção da de-se apontar também como fator que contribui para o de-
divisão da história em quadros. saparecimento de uma língua a falta de um programa ofi-
cial de preservação. O resgate do poianaua, por exemplo,
ƒƒ Articulando (p. 394-395) teve início quando a escola promoveu uma política de va-
1. a) O que faz determinada palavra ou expressão ser consi- lorização da diversidade e o processo de demarcação das
derada um “modismo” é o uso repetitivo, crônico a que terras desse povo foi concluído. Comente também com os
os falantes aderem de forma maciça e acrítica, tenden- alunos as seguintes informações: “[...] o Brasil tem 180
do à banalização. línguas indígenas faladas, entre as 225 etnias identifica-
b) De acordo com o texto 1, no caso do gerundismo, os fa- das até hoje. Muito em relação ao que está na Constitui-
lantes que desejam se expressar de forma polida. Em ção (que aponta a língua portuguesa como único idioma
geral, são moradores de centros urbanos, que intera- oficial brasileiro), mas pouco quando se leva em conta o
gem por meio de ferramentas mais impessoais, em re- passado. Estima-se que, em 1500, falavam-se nada menos
lações hierárquicas marcadas e com diferentes níveis que 1 078 línguas indígenas. Boa parte dos 180 idiomas
de interesse em se comunicar de maneira efetiva. De sobreviventes está ameaçada de extinção — mais da me-
acordo com o texto 2, seriam os falantes que não usam tade (110) é falada por menos de 500 pessoas.” Castilho,
a língua de forma crítica, que não desejam expandir seu Alceu Luís. Riqueza ameaçada. Revista Língua Portuguesa,
modo de expressão ou que o fazem de maneira impen- ed. 26, dez. 2007.

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2. A implantação de um programa oficial de preservação, Trecho que contradiria resposta: “A causa, o móvel, o
como o ensino da língua na escola; a valorização e a ma- eixo, o princípio fundamental, que explica a diversi-
nutenção da cultura da comunidade por meio, por exem- dade de posição, na frase, do pronome oblíquo, é tão
plo, da prática de músicas, danças, narrativas, etc. só, única e exclusivamente um: a eufonia [...]”.
3. Sugestão de resposta: Uma língua expressa uma forma de d) O autor provavelmente considera erradas as constru-
enxergar o mundo e, quando ela se perde, as demais co- ções com pronome oblíquo átono que não correspon-
munidades são privadas do acesso a essa visão e a seu dem à norma-padrão.
universo de valores. O contato com outras línguas promo- e) São consideradas como usos efetivos e sistemáticos da
ve a diversidade e o enriquecimento cultural. língua em dadas variedades linguísticas.
f) A construção assim denominada é repetida pelos falan-
ƒƒ Vestibular (p. 397-398)
tes, torna-se familiar, e, acostumados a ela, os falantes
1. e 3. e 5. c 7. a não a veem como problemática, mas como natural.
2. e 4. e 6. e g) O autor vê esse fenômeno como algo reprovável, que
Capítulo 29 deve ser combatido. Isso pode ser comprovado pela su-
gestão de realizar exercícios sistemáticos de repetição
ƒƒ Revisão: pronomes pessoais (p. 400) da norma-padrão, como se realizariam exercícios para
1. Jon está sério e usa linguagem formal, mas o tema de sua a “correção” da coluna.
fala – pelos de gato na comida – é banal, trivial. Reforça Professor: Se necessário, esquematize a analogia,
o humor da tira a fala do último quadrinho, que remete à como segue. Chame a atenção dos alunos para o as-
construção típica do discurso amoroso (“em alguma par- pecto argumentativo subjacente à analogia: o exercício
te do mundo existe uma pessoa que me é predestinada”). de repetição da norma-padrão pode ser custoso, mas é
Além de a comparação do humano com o pelo de gato ser saudável, faz bem (sob determinado ponto de vista).
cômica, ao contrário do encontro amoroso, encontrar pelo
na comida não é nada agradável. Estratégia Efeito
2. Depois do verbo: Tem-se/Ter-se-á/É-nos/Ser-nos-ia. exercícios “coerência de
No uso da sistemáticos de procedimento de
ƒƒ Prática de linguagem (p. 402-403) língua repetição da colocação dos
norma-padrão oblíquos”
1. a) Porque Susanita antecipa o fim da piada de Filipe, es-
tragando seu prazer em contá-la. “ginástica, repetição,
“vértebras e espinha
Na postura assiduidade de
b) Apesar da reação raivosa de Filipe, Susanita não perce- exercício corretivo”
no lugar”
beu que se tratava, sim, da mesma piada.
c) “Me contaram [...]”. h) Em comunidades diferentes de falantes – por exemplo,
d) Não. De acordo com a gramática normativa, não se ini- Brasil e Portugal –, há avaliações diferentes a respeito
cia período com pronome oblíquo átono. do que soa bem quanto à posição do pronome átono.
Assim, haveria regras variadas (dependendo da comu-
e) A tira retrata uma situação real de uso da língua, infor-
nidade de falantes) para sua colocação em relação ao
mal e oral, em que os falantes dão preferência à prócli-
verbo. O critério para julgar uma construção eufônica
se no início da oração.
ou não é mutável.
2. a) Os indivíduos que têm prazer em contar sobre sua vida
privada a outro passageiro do bonde. ƒƒ Usina literária (p. 403)
b) Poderiam tornar, desde que os passageiros compreen- 1. A conjunção se atrai o pronome me para antes do verbo na
dessem o tom irônico do autor, que não defende, de construção proclítica (“Se tu me amas, [...]”) ; o verbo apa-
fato, que eles batam uns nos outros, mas espera que os rece após pausa representada pela vírgula e não há fator de
típicos “amoladores” evitem fazer longas confidências próclise na construção enclítica (“[...] ama-me baixinho”).
aos companheiros de trajeto. 2. a) Que ela o ame sem fazer alarde de seu amor, que seja
c) Perguntar-lhe-á. Mesóclise. discreta, comedida.
d) Não. Segundo essa norma, o verbo no futuro do presen- b) O amor que a interlocutora do eu lírico sente por ele:
te ou do pretérito em início de período levaria o prono- “Não grites o seu amor de cima dos telhados”. O fator
me oblíquo átono à posição mesoclítica. de próclise consiste na presença de advérbio (não) an-
e) Respectivamente, a pontapés e narração. tes do verbo.
f) O pronome poderia vir na posição proclítica em relação 3. a) O bilhete é um gênero caracterizado pela brevidade.
ao verbo auxiliar ou ao principal: “o proponente a deve Para o eu lírico, a vida e o amor são breves como um
fazer”; “o proponente deve a fazer”. bilhete.
3. a) O uso constante dessa construção; é eufônico, segundo b) Baixinho, não o grites, passarinhos, devagarinho, breve.
ele, o que é habitual, costumeiro, geral. c) Os seis primeiros versos vão sofrendo um encurtamento,
b) Consequência. que se pode constatar visualmente, até chegar ao verso
c) Trecho que comprovaria resposta: “O uso [...] é que tor- constituído por uma única palavra (enfim). Essa diminui-
na eufônica, ou não, determinada incidência tônica: a ção progressiva reitera a brevidade da vida e do amor.
agradabilidade do som e a suavidade da pronúncia são d) “Se tu me amas, ama-me baixinho/ não o grites de cima
decorrência natural do hábito”. dos telhados/ Deixa em paz os passarinhos/ Deixa-me

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em paz!/Se queres a mim,/ enfim [...]”. A inversão não tigá-la. Ao longo dos três volumes desta coleção, muitas
produziria o mesmo efeito de encurtamento gradual, vezes discutiu-se a relação entre língua e identidade, a gí-
porque resultaria em versos de outras extensões. Além ria como forma de constituição de grupos, o jargão como
disso, a sonoridade do poema se alteraria. símbolo de status, etc. A questão, aqui, é discutir se efe-
tivamente não se pode expressar sentimentos, emoções e
ƒƒ Língua viva (p. 404-405) ideias em outra língua, ou em outras variedades linguísti-
1. “Todos os num e numa que uso são devidamente desmem- cas. Estimule os alunos a pensarem em exemplos contrá-
brados em em um e em uma [...]”; “[...] tinha visto, tinha rios e favoráveis à tese de Marcos Bagno.
dito, tinha falado são implacavelmente transformados em
havia visto etc. [...]”; “A próclise, isto é, o pronome antes ƒƒ Em dia com a escrita (p. 406-407)
do verbo, é veementemente combatida [...].”. 1. Sugestão de resposta:
2. a) Não há por que adotar como regra que algumas contra-
ções são corretas e outras não: o fenômeno linguístico Parágrafo Ideia principal
é o mesmo. Portanto, desfazer as contrações típicas do
1. Apresentação dos jovens protagonistas
português do Brasil é uma forma de obediência acrítica
à gramática normativa. 2. Refutação da imagem do senso comum sobre
b) Ele usa uma próclise no início da oração, o que con- os adolescentes
traria a prescrição da gramática normativa. Assim, de-
3. Por que os adolescentes não correspondem a
monstra que ele mesmo utiliza em seu texto as constru- esse estereótipo
ções linguísticas típicas do falar brasileiro que defende.
3. Ele usa metáforas ligadas às ideias de morte. Exemplos: 4. Causas defendidas por esses adolescentes
“putrefacta colocação pronominal”; “alguns necrófilos
5. Caracterização dos adolescentes; caminho da
ainda acham que é uma opção de colocação pronominal”; transformação social
“se trata de um fenômeno gramatical morto e enterrado
na língua dos brasileiros há séculos”. 6. Livro também é fruto de trabalho coletivo
4. a) Com uma construção típica da língua portuguesa falada 7. Caracterização do livro: importância da
no Brasil que contraria uma regra da gramática norma- trajetória dos adolescentes retratados
tiva segundo a qual, em construções com o verbo dei-
xar seguido de infinitivo, emprega-se pronome pessoal 8. Caracterização do livro: reivindicações dos
oblíquo: “Deixe-me ser brasileiro”. adolescentes
b) Segundo o texto, as construções linguísticas combati- 9. Confirmação da ação protagonista desses
das pelos revisores são exatamente as mais típicas da jovens
língua portuguesa falada no Brasil. Assim, impedir que
falantes usem sua língua com naturalidade seria impe- 10. Reivindicações dos adolescentes
dir que vivenciem plenamente sua identidade nacional. 11. Participação é direito de cidadania
5. a) “O combate [à próclise] é tão furibundo que até mesmo
onde a tradição gramatical exige a próclise ela é igno- 2. a) “Problema social” e “rebeldes sem causa”.
rada, e os livros saem com coisas como não conheço-te,
b) Se o senso comum chama os adolescentes de “proble-
já formei-me, porque viram-nos.”
ma social”, o autor aponta que eles têm soluções para
b) Nessas construções, há “palavras atrativas”: não e já os problemas; se são chamados de “rebeldes sem cau-
(advérbios) e porque (conjunção). sa”, o autor comprova que eles têm causas nobres e
6. a) Assisti ao filme, deixe-me ver, entre mim e você, custa- usam a rebeldia como um fator positivo, no sentido de
-me crer. não se acomodar diante das injustiças sociais.
b) Resposta pessoal. 3. a) Iniciar o quarto parágrafo com uma pergunta relativa
Professor: É importante que os alunos percebam que a uma afirmação do terceiro: “Que causas são essas?”
os dicionários registram as tendências de uso da língua (A propósito da afirmação do terceiro parágrafo: “Cau-
portuguesa falada no Brasil, mas ainda consideram os sas, eles também têm.”).
exemplos citados como “regionalismos” ou os colocam
b) O pronome demonstrativo essas.
como notas de rodapé às formas “consagradas”.
c) “Que causas são essas? As mesmas de todo cidadão e
7. Os defensores da norma-padrão alegam que suas regras
de toda cidadã consciente [...]” / “[...] a defesa de um
refletem o modo como escritores consagrados usavam a
Brasil de todos e de todas; não de poucos e administra-
língua, tomando-os como modelo de “correção gramati-
do por ‘machões’, brancos e ricos.”
cal”. Ao citar José de Alencar, Mário de Andrade e Montei-
ro Lobato como parte dos que “suplicam” para ter o direi- 4. a) “E por falar em...”
to de escrever na sua língua, Bagno desmonta esse mito e b) O autor aproveita a ideia de trabalho coletivo, apresen-
aponta que escritores consagrados usam construções con- tada quando ele citava o trabalho voluntário dos ado-
denadas por essa norma. lescentes, para falar sobre a realização do livro que está
8. Resposta pessoal. apresentando, também resultado de esforço coletivo.
Professor: Esse aspecto é central para a tese defendida 5. Embora os depoimentos dos jovens representem trajetó-
por Marcos Bagno no texto e, por isso, é importante inves- rias individuais, suas iniciativas devem ser tomadas como

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exemplos, devem ser seguidas pelos leitores, por sua rele- “[...] o Senhor criou as baratas” — embora o pronome
vância social. de tratamento remeta ao interlocutor (segunda pes-
6. a) Relato e manifesto. soa), é um pronome de terceira pessoa do singular, o
que justifica a concordância verbal nesse número.
b) A palavra manifesto, mais do que relato, dá a ideia de
que os adolescentes não falam sobre sua trajetória pes- c) Porque Deus não precisaria dar explicações a respei-
soal à toa: por meio desse testemunho, afirmam o seu to da sua criação. A atitude impaciente de Deus revela
desejo de participação social. que ele já foi questionado outras vezes e, mesmo as-
sim, ainda se propõe a justificar-se.
7. a) As conjunções conclusivas portanto e pois.
b) Retomando a metáfora linguística proposta no parágra- d) O fato de o anjo coçar a cabeça ao perguntar sobre os
fo 7: “Eles e elas querem que conjuguemos o verbo no piolhos, indicando ser vítima deles (e não entender sua
presente do indicativo”. utilidade para o Universo), dá a entender ser ele o au-
tor das perguntas. É engraçado o fato de o anjo criar
8. Parágrafo 8: “querem ser reconhecidos e reconhecidas pretextos para dirigir seus questionamentos a Deus. Ele
como sujeitos de direito, como cidadãos e cidadãs que po- não quer ficar sem resposta, mas também não se sente
dem realizar escolhas informadas, e com a contribuição à vontade de assumir as perguntas como suas, dando a
dos adultos.” Parágrafo 10: “Não querem apenas ser con- impressão de ser apenas um mensageiro.
sultados pelos adultos na elaboração de programas e na
formulação de políticas públicas. Querem também ter o 3. a) ameaçados/restam
direito e o poder de decidir.” b) Não. O predicativo só poderia ser flexionado no femini-
9. a) 1, 2, 5, 6, 11. no caso os dois termos pertencessem a esse gênero.
b) 3, 4, 7, 8. 4. a) O leitor tende a supor que a filha estivesse grávida,
pela proximidade do adjetivo grávida em relação ao
c) 9, 10.
substantivo filha e o fato de ele estar no singular.
Professor: Avalie a pertinência de outras respostas.
b) Nesse caso, em nome da clareza e da precisão, o titu-
Capítulo 30 lo traria o adjetivo no plural, para evidenciar que am-
bas eram gestantes quando foram vítimas do acidente
ƒƒ Concordância (p. 408) — em se tratando de uma notícia, haveria interesse em
1. a) Provavelmente ele é um cientista, o que se supõe com chamar a atenção do leitor para esse fato.
base em suas falas no quarto e no último quadrinhos
(ratos costumam ser usados em experimentos científi- ƒƒ Regência (p. 413)
cos e cientistas costumam trabalhar em laboratórios). 1. Resposta pessoal. Sugestões: Mafalda queria muito uma
b) Na fala da personagem no quarto quadrinho, o verbo televisão e emocionou-se ao ver que seus pais haviam
não apresenta flexão modo-temporal e não há concor- comprado uma; Mafalda esperava um modelo de televisão
dância entre o adjetivo branca e o substantivo ratinho, mais moderno; Mafalda é contra a televisão e não acredita
entre o pronome meus e o substantivo experiência e en- que seus pais tenham decidido comprar uma.
tre o pronome minha e o substantivo laboratório. Professor: A hipótese correta é a primeira; no entanto,
2. Ele usa água oxigenada, substância usada popularmente sem conhecimento prévio sobre as tiras de Mafalda, esse
para descolorir os cabelos. Em geral, associa-se a ciên- entendimento fica comprometido. É um bom momento
cia a procedimentos rigorosos, planejados e sistemáticos, para falar da importância do contexto de produção na re-
o que não combinaria com a solução “improvisada” de construção dos sentidos do texto e também das inferên-
transformar o ratinho cinza em branco dessa forma. cias feitas pelo leitor quando desconhece tal contexto.
2. A televisão começou a se popularizar nas décadas de
ƒƒ Prática de linguagem (p. 412) 1960 e 1970, por isso é emocionante para Mafalda que
1. a) Resposta pessoal. Sugestão: buscam-se frases de im- seus pais comprem sua primeira televisão. Nos dias de
pacto, que causem estranhamento, conduzam à refle- hoje, o sentido da tira não é tão facilmente reconstruído;
xão ou produzam um efeito cômico. é raro alguém não ter ao menos uma TV em casa.
b) O verbo concorda com o substantivo problemas. Professor: Segundo o IBGE, em 2013, 97,2% dos lares bra-
sileiros contavam com pelo menos uma televisão.
c) Sim. O verbo poderia concordar com a expressão parti-
tiva metade de (“metade dos problemas do mundo es- 3. a) Com a omissão do complemento verbal (objeto direto)
taria resolvida”). de colocar, que dá a entender que o entregador fala
apenas da TV quando, na verdade, também se refere
2. a) O anjo parece ser o mensageiro de alguém que ques- a Mafalda.
tiona Deus sobre a motivação de algumas de suas cria-
b) No terceiro quadrinho, um entregador foi desenhado
ções. O substantivo coletivo pessoal dá a entender que
sobreposto ao outro; a TV carregada pelo da frente es-
se trata de um grupo de pessoas, o que poderia ser
conde a imagem de Mafalda no colo do que está atrás.
compreendido como a humanidade, por exemplo.
b) “O pessoal quer saber [...]” — embora a palavra pessoal ƒƒ Prática de linguagem (p. 415)
faça referência a uma coletividade, trata-se de substan- 1. a) O pássaro macho dá a entender que sua memória, in-
tivo masculino singular; portanto, a locução verbal con- teligência, sentido de direção, etc. são tudo de que ele
corda nesse mesmo número. precisa para viajar tranquilo.

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b) Porque ela sugere, com sua resposta, que o marido é que o ator está à vontade e conta histórias pessoais, além
um “cabeça-oca” (é abobalhado, fútil). de usar gírias e regionalismos como mano, zoava, trupe,
c) “[...] que eu preciso”. O pronome relativo que. pra caramba, esse lance.
d) Porque o verbo precisar é transitivo indireto regido 3. Sugestões de resposta: e tal; be be be (expressões usadas
pela preposição de; assim, o pronome relativo que de- para dar continuidade à fala); tava, tá, tô, pra (reduções).
veria ser antecedido pela preposição de. No entanto, 4. O registro informal está adequado ao contexto de produ-
a construção retrata um falar típico das situações in- ção (relato pessoal concedido ao Museu da Pessoa). Como
formais de uso da língua, sendo, portanto, adequada à o museu busca registrar narrativas de diferentes pessoas
tira. do Brasil, as falas tendem a ser menos monitoradas.
e) Tudo de que eu preciso está bem aqui. 5. a) “Os cara falavam [...]”./Os caras falavam.
Professor: O pronome o, presente na fala original da b) “Na verdade o teatro, a música, dança, se transforma
personagem, tem função anafórica, ou seja, retoma e em um só”./Na verdade, o teatro, a música, a dança se
enfatiza o pronome indefinido tudo. transformam em um só.
6. a) A preposição pra (para). “Quando eles cismavam de ir
ƒƒ Usina literária (p. 415)
pra outros lugares [...]”./Quando eles cismavam de ir a
1. a) Uma pessoa sem instrução, sem noções de higiene pes-
outros lugares.
soal, visto pelo olhar do estrangeiro como alguém sem
nenhum valor. Isso é depreendido do conteúdo dos ver- b) A do trecho original.
sos e também de algumas construções típicas de varie- c) Resposta pessoal. Sugestão: A desobediência à regên-
dades linguísticas de falantes com baixo nível de esco- cia da norma-padrão não parece proposital no sentido
laridade (“a gente não sabemos escolher presidente”). de realizar uma transgressão, mas de fazer uso de cons-
b) O significado registrado no dicionário Houaiss eletrôni- trução mais típica da fala cotidiana.
co é “que ou aquele que vive em indigência, sem condi-
ções de suprir suas próprias necessidades; miserável,
ƒƒ Em dia com a escrita (p. 418-419)
necessitado, pobre”. 1. Resposta pessoal.
Professor: Ainda que os alunos não cheguem ao signi- Professor: Organize a turma de modo que todos os por-
ficado exato, espera-se que percebam se tratar de uma tais sejam visitados. É importante enfatizar que o hiper-
palavra de valor negativo. texto não se restringe a um site ou portal. Ele é uma ca-
2. a) Os versos fazem referência às restrições à liberdade de tegoria mais abrangente e pode estar presente em outras
expressão e às liberdades individuais. Conteúdos con- mídias e outros formatos. Os sites institucionais são um
siderados “subversivos”, contrários à ideologia do regi- bom ponto de partida por sua relativa simplicidade e “es-
me militar, ainda que de forma indireta, eram censura- tabilidade” estrutural.
dos e proibidos de circular. Isso acontecia com livros, 2. a) Resposta pessoal.
músicas e peças de teatro. Professor: Em geral, os sites apresentam fotografias,
b) A canção fala sobre uma conjuntura social e política notícias, banners de patrocinadores e pequenos textos
muito frustrante e a sensação de que o país nada tem a institucionais na página principal. É comum que tais fo-
oferecer. Pelo fato de o futebol também figurar no ima- tografias e textos sejam disponibilizados em diferentes
ginário popular como o “redentor” das insatisfações do “nichos” dispostos ao longo da página.
povo, a menção à derrota na Copa do Mundo equivale- b) Resposta pessoal.
ria a um lamento do tipo “nem o futebol nos salva...”.
Professor: É comum que os sites apresentem tanto
3. Sugestão de resposta: “A gente não sabemos...”/ “A gente menu lateral quanto menu superior, com diferentes
somos inútil!” (concordância verbal); “... nem escovar os funções. Estimule os alunos a identificar qual deles é
dente” (concordância nominal); “...nóis é indigente” (con- mais facilmente percebido pelo usuário do site no mo-
cordância nominal e verbal).
mento de buscar informações.
4. A noção de concordância ideológica se aplicaria a esse
c) Resposta pessoal.
caso, já que, embora o pronome pessoal a gente leve a fle-
xão do verbo para a terceira pessoa do singular, a ideia ex- Professor: Os menus da página principal costumam
pressa por ele equivale à primeira do plural. apresentar de cinco a dez nós hipertextuais, com in-
5. O uso de variedade linguística de pouco prestígio social formações do tipo “quem somos”, “histórico”, “ativida-
é uma forma de confirmar, de modo irônico, que o povo é des”, “depoimentos”, “fotografias”, “contato”, etc. Peça
tão ignorante quanto se supõe. A ironia fica por conta da aos alunos que observem se há portais que apresentam
profunda autopercepção e do senso crítico revelados pelo esses nós de maneira confusa, com excesso de informa-
conteúdo da letra, que não seria própria de alguém que ções ou falta de organização hierárquica.
não tivesse consciência sobre a sua ignorância. Isso é re- 3. a, b, c, d, e, f: Resposta pessoal.
forçado pelos versos de acordo com a norma-padrão (se- Professor: Comente com os alunos a importância de
gunda e terceira estrofes). que os nós hipertextuais que remetem a páginas ex-
ternas façam redirecionamentos para páginas confiá-
ƒƒ Língua viva (p. 416-417) veis, adequadas e com potencial para perdurar no es-
1. Resposta pessoal. paço virtual. Comente também que a disponibilização
Professor: Oriente os alunos a justificar sua opinião. de um hipertexto exige a constante verificação e atuali-
2. Está mais próxima de um registro informal: percebe-se zação dos nós hipertextuais, em função do grande dina-

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mismo da internet. O critério para selecionar palavras- como meio de aculturação. O fato de o grupo se preo-
-chave que dão acesso a nós hipertextuais é uma questão cupar em oferecer às crianças uma educação bilíngue
central, que ajudará os alunos a identificar as palavras- e de tomar o cuidado de criar vocábulos para se referir
-chave de seu próprio hipertexto no momento de elaborá- a essas ferramentas tecnológicas revela que a língua é
-lo. Auxilie-os a identificar critérios (são sempre substan- vista como forma de resistência, de preservação e de
tivos? São frases imperativas? São expressões?). apropriação cultural. No texto 3, a iniciativa da Coo-
4. Resposta pessoal. perifa revela uma forma de protagonismo nem sempre
Professor: Espera-se que, a essa altura, os alunos tenham lembrada, mas igualmente importante: a produção cul-
se dado conta da arquitetura do hipertexto: blocos de tural. É emblemática a fala de Sérgio Vaz no final do
conteúdo que se organizam com base em um vínculo se- texto; não se trata de se mudar da periferia, mas de mu-
mântico, mediante mecanismos de categorização e de dar a periferia. A poesia surge como possibilidade de
hierarquização. expressão para pessoas que não costumam ter “voz”:
5. Resposta pessoal. Em vez de receber passivamente ou imitar modelos cul-
Professor: Seria interessante que, nesse momento, os turais criados pelas “elites”, os artistas da periferia en-
alunos apresentassem o resultado de sua investigação contram seu jeito de criar arte, de produzir cultura e de
para o restante da turma. Isso lhes dará melhores condi- se inserir socialmente.
ções de realizar a próxima etapa da atividade, na qual eles
criarão uma matriz de hipertexto. Professor: Com relação ao texto 1, é importante que
os alunos percebam o alerta no final do texto: uma ini-
6. a, b, c, d, e, f, g, h: Resposta pessoal.
ciativa como essa é apenas um paliativo — é necessá-
Professor: A etapa do planejamento é a parte mais im- rio buscar soluções que tratem da raiz do problema, ou
portante do exercício. Caso optem por fazer um portal de
seja, do enorme índice de analfabetismo no Brasil.
verdade, os alunos têm de fazer todo o planejamento do
hipertexto antes de executá-lo. Frequentemente, os por- b) Resposta pessoal.
tais não utilizam os espaços virtuais de forma adequada, Professor: Estimule seus alunos a conhecer as iniciati-
reproduzindo um modelo de texto convencional impresso vas de perto. Planeje um momento em que irão a campo
que é apenas transportado para o ambiente virtual. Ajude conversar com as pessoas da escola e do bairro e, pos-
os alunos a perceber qual é a massa de texto adequada teriormente, exporão o resultado dessa pesquisa para a
para cada página ou janela pop-up. turma. Também é possível pesquisar em jornais, revis-
7. Resposta pessoal. tas e internet (algumas sugestões de palavras-chave: le-
Professor: Os estudiosos apontam para o perigo do “afo- tramento, cidadania, inclusão, voluntariado, etc.).
gamento do leitor no oceano de informação”. Por esse mo- c) Resposta pessoal.
tivo, processar, selecionar e organizar as informações no Professor: É um compromisso desta coleção estabele-
hipertexto pode ser tão ou mais importante do que em um cer um forte vínculo entre o ensino de Língua Portugue-
texto convencional, já que o risco de banalização ou ex-
sa e o contexto social dos alunos, estimulando-os a re-
cesso é grande.
fletir criticamente sobre a realidade e operar sobre ela
8. Resposta pessoal.
em uma perspectiva coletiva (e protagonista). Espera-
Professor: Na reelaboração da matriz, estimule os alunos -se que este seja um momento de retomar outras refle-
a tentar organizar a representação da estrutura hipertex-
xões e debates já feitos ao longo do Ensino Médio.
tual em uma única folha de papel. Comente com eles que
esse tipo de representação é análogo ao conceito de 2. Resposta pessoal.
mapa conceitual. Professor: avalie a pertinência de extrapolar este debate
9. Resposta pessoal. para além da sala de aula, convidando os alunos a expor
Professor: É importante que, nessa etapa, os textos escri- os resultados de sua reflexão para a comunidade escolar,
tos pelos alunos sejam revisados por eles ou pelos colegas seja por meio de debate, seminário, exposição ou outra
e reescritos se necessário. forma de socialização desse conhecimento.
10. Resposta pessoal. ƒƒ A língua tem dessas coisas (p. 422)
Professor: Caso a apresentação seja feita em meio im-
1. a, b, c, d, e, f, g: Resposta pessoal.
presso, enfatize a importância de que a hierarquia entre
os conteúdos e suas conexões internas e externas sejam 2. Resposta pessoal.
representadas graficamente no esquema. Professor: Avalie a possibilidade de os alunos organi-
zarem um hipertexto, aproveitando a experiência da se-
ƒƒ Articulando (p. 420-421) ção Em dia com a escrita do capítulo 30 (p. 418-419). Se
1. a) Sugestão de resposta: No texto 1, percebe-se o quanto a opção for o painel, é preciso que os alunos saibam a
o baixo letramento dificulta que alguém exerça a sua dimensão disponível e o local da exposição. Oriente-os a
cidadania, na vida privada (quando deseja trocar cor- equilibrar linguagem verbal e não verbal, a fazer uso de
respondências com parentes e amigos distantes) ou na períodos curtos e de esquemas.
vida pública e profissional (quando precisa elaborar um
currículo ou preencher formulários para obter um be- ƒƒ Vestibular e Enem (p. 423 a 427)
nefício ou direito). Fica claro também como as pesso-
1. b 7. 01 + 02 + 04 + 08 = 15
as que tiveram mais oportunidades de desenvolver ha-
bilidades leitoras e escritoras podem contribuir para 2. a 8. 01 + 04 = 5
que os “analfabetos sociais” sejam incluídos. No texto 2, 3. c 9. d
é possível observar a apropriação de uma ferramen- 4. c 10. d
ta externa a uma cultura para fortalecer essa cultura.
A internet pode servir a uma comunidade indígena co­ 5. d 11. b
mo instrumento de preservação da sua cultura, e não 6. e

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