Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Numa visão periférica, sob uma ótica conceitual, o processo coletivo é divido em
modalidades de direitos difusos, coletivos stricto sensu e direitos individuais homogêneos
(art. 81, parágrafo único, do CDC).
Os direitos difusos e coletivos são transindividuais, indivisíveis e sem titular
determinado, sendo assim, tutelados em juízo invariavelmente em regime de
substituição processual, por iniciativa dos órgãos e entidades indicados pelo sistema
normativo.
Já os direitos individuais homogêneos pertencem à categoria dos direitos
subjetivos, são divisíveis, tem titular determinado ou determinável e em geral são de
natureza disponível.
Diante dessa perspectiva, firma-se que o caso em voga se refere aos direitos
individuais homogêneos, motivo pelo qual a análise apenas se debruçará sobre os
critérios vinculados a essa modalidade processual.
identidade do sujeito ativo, ou seja, a quem é devido, e a sua específica vinculação com
a relação jurídica, inclusive no que diz respeito à quantidade devida, questões essas
pertencentes a um domínio marginal devido às partes diferenciadas e acidentais dos
direitos homogêneos, a sua margem de heterogeneidade.Não obstante, é muito
importante salientar que, por se tratar de um procedimento especial, o processo
coletivo de direitos individuais homogêneos possui características fundamentais
aperfeiçoadas na natureza dos direitos tutelados que abrangem a forma do
procedimento sob o aspecto do alcance da sentença e da vontade dos próprios
tutelados. Por isso, as entidades legítimas a propor ações coletivas devem se atentar
para não incorrer ou provocar em erros e prejuízos alheios.
Os doutrinadores costumam dividi-las em quatro:
A primeira seria o processo coletivo com repartição da atividade cognitiva em
duas fases: conhecimento e execução, como se esse fosse o único processo e muito
certo sobre o alcance da subjetividade.
A segunda característica é a dupla forma da legitimação ativa. Na primeira fase,
ela se dá necessariamente por substituição processual, sendo promovida pela entidade
autorizada por lei para, em nome próprio, defender em juízo direitos
individuais homogêneos. Já na segunda fase (ação de cumprimento), embora possa
ser mediante substituição processual, a legitimação se dá, em regra, pelo regime comum
da representação, ou seja, os tutelados se manifestam sobre o seu interesse.
A terceira característica diz respeito à natureza da sentença, que,
independentemente da vontade, é sempre genérica: limita-se a demanda ao núcleo de
homogeneidade dos direitos individuais, a correspondente sentença de mérito fica
também restrita aos mesmos limites. Ela fará juízo apenas sobre a existência da
obrigação do devedor, a identidade do sujeito passivo da obrigação e a natureza da
prestação devida. Os demais elementos indispensáveis para conferir força executiva ao
julgado - ou seja, quem é o titular do direito e qual é a prestação a que especificamente
faz jus - são objetos de outra sentença, proferida na ação de cumprimento (segunda
fase).
Página 4 de 10
“(...).
5. Como visto, o Sindicato sustenta que a GAT, embora denominada como gratificação, ostenta
natureza jurídica de vencimento básico, razão pela qual é cabível sua incorporação no vencimento
básico e consequentes reflexos sobre as demais rubricas. Defende, por fim, que com a mudança do
sistema remuneratório através do regime de subsídio decorrente da Lei 11.890/2008, a GAT é
devida desde a sua criação pela Lei 10.910/2004 até a sua extinção pela Lei 11.890/2008.
6. De fato, a Lei 10.910/2004, que reestruturou a carreira dos Auditores da Receita Federal e
das Auditorias-Fiscais da Previdência Social e do Trabalho, em sua redação original, assim
estabeleceu:
Página 6 de 10
Desde 1999, as leis que tratavam sobre as remunerações dos cargos de Auditor
Fiscal da Receita Federal e de Auditor Fiscal da Previdência Social são as
mesmas.
Em 2004, com a vigência da Lei nº 10.910, os cargos acima mencionados tiveram
a transformação da GDAT em GAT, denominadas de gratificação, por meio do art.
3º.
O sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal propôs ação contra a União
para incorporar a GAT ao vencimento da categoria.
Em 2006, a lei sofreu alteração sobre o percentual da GAT.
Em maio/2007, os cargos em questão foram extintos, ao mesmo tempo, que,
criou-se o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, o qual inclui
todos aqueles que pertenciam aos cargos extintos (ativos, aposentados e pensionistas).
O art. 3º da Lei nº 10.910/2004, objeto do processo em análise, foi alterado
apenas em relação à denominação dos cargos.
Página 8 de 10
Lei nº 10.910/2004:
“Art. 3º A Gratificação de Desempenho de Atividade Tributária - GDAT de que trata o art.
15 da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, devida aos integrantes das carreiras de
Auditoria da Receita Federal, Auditoria-Fiscal da Previdência Social e Auditoria-
Fiscal do Trabalho, é transformada em Gratificação de Atividade Tributária - GAT, em valor
equivalente ao somatório de:
I - 30% (trinta por cento), incidente sobre o vencimento básico do servidor; e
II - 25% (vinte e cinco por cento), incidente sobre o maior vencimento básico do
cargo por ele ocupado.
Parágrafo único. Aplica-se a GAT às aposentadorias e às pensões.”
Lei nº 11.356/2006:
Art. 17. Os arts. 3º, 4º e 10 da Lei nº 10.910, de 15 de julho de 2004, passam a vigorar com
a seguinte redação, produzindo efeitos financeiros a partir de 1º de julho de 2006:
Lei nº 11.457/2007:
Art. 43. A Lei no 10.910, de 15 de julho de 2004, passa a vigorar com a redação seguinte,
dando-se aos seus Anexos a forma dos Anexos I e II desta Lei:
.............................
4. Conclusão:
incorporação da GAT (que não é a única) e, se há defesa da União sobre o caso, há,
também, ciência sobre as consequências administrativas e financeiras.
Ademais, os sindicatos foram obrigados a se unificar por determinação
constitucional devido ao princípio da unicidade. Nesse caso também há a aplicabilidade
da sucessão.
E, por fim, se é exigido à sociedade o conhecimento da lei, pois, não podem
alegar ignorância, aos magistrados, principalmente, o é. Portanto, não pode ser alegada
limitação à extensão da coisa julgada sob aspecto diverso, contudo, previsto em lei
anteriormente conhecida pelo Poder Judiciário.
Com isso, a conclusão dessa análise não prevê limitação à coisa julgada coletiva
do processo em análise.