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SISTEMA DIGESTÓRIO I
Esplancnologia = estudo das vísceras
Sistema digestório: canal alimentar (tubular) + estrutura anexa glandular (glândulas anexas)
Podemos dividi-lo em critérios distintos:
Estudo do canal alimentar em si
Divisão do sistema em 2: supradiafragmático (acima do diafragma) e infradiafragmático
(abaixo do diafragma)
Conceito central: é um dos sistemas que representam condução (alimento pelo canal alimentar; ex.:
esôfago->boca até o estômago) e nutrição (absorção dos nutrientes dos alimentos digeridos; há outros
2 sistemas de nutrição: respiratório {oxigênio} e circulatório {água, sais minerais, nutrientes, etc.})
NÃO CAI OS PROCESSOS FISIOLÓGICOS, VAMOS DESCREVER COMO O ALIMENTO
TRANSITA PELAS ESTRUTURAS CONDUTORAS, RECONHECER A TOPOGRAFIA E A SUAS
ESTRUTURAS ANATOMICAS
Boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco,
cólon e reto) e ânus
O canal alimentar está totalmente revestido por epitélios, importante nos processos inflamatórios,
infecciosos e neoplasias. A absorção dos nutrientes e toxinas, a entrada de patógenos, entrada e
fixação dos parasitas, indução a carcinogênese -> tudo é marcado de forma expressiva no sistema
digestório. Enterite (decorrente de infecções bacterianas), gastrite, úlcera, neoplasias, etc.
INÍCIO: BOCA
Limites: maxila, mandíbula e dentes
ATM: única articulação móvel da boca (mastigação)
Músculos relacionados a movimentação da mandíbula:
Módulo 3 Marcus Luz Nicole Minuzzi Arnuti
FACE LATERAL:
Músculo temporal
Praticamente laminar e plano, localizado na fossa temporal;
Fossa temporal envolve: asa maior do esfenoide, parte do osso occipital, parte do osso
temporal e parte do osso parietal;
Recoberto pela fáscia temporal;
Se insere através do espaço do arco zigomático em direção ao processo coronoide da
mandíbula.
Músculo masseter
Osso zigomático, arco zigomático e ângulo da mandíbula;
Músculo mais potente da mastigação.
FACE MEDIAL:
Músculo pterigoideo lateral e medial
Elevam e pressionam a mandíbula na mastigação;
Se fixam nos processos pterigoideos;
Estão internamente;
Elevam a mandíbula e a pressionam na mastigação.
Cavidade da boca:
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Frênulo da língua: tecido conjuntivo; revestido por mucosa; fixa e traciona a língua. Na
base dele há as carúnculas sublinguais (abertura dos ductos das glândulas salivares)
Ápice
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Dentes: caninos (1), incisivos (2), pré-molares (2) e molares (3) (considerando meio arco).
Face: lingual (voltada internamente), labial (voltada externamente) e oclusal (ação da
mastigação).
Face lingual
Face labial
Face oclusal
Glândulas salivares:
Submandibular:
Base da mandíbula;
Volumosa e formato nodular;
Produz saliva;
Seu ducto se abre na carúncula sublingual.
Parótida:
Região parotídeo-masseterica;
Maior de todas;
Aumenta em dimensão quando há caxumba;
Possui um ducto parotídeo que corta o ventre do músculo masseter e perfura o
bucinador, esse ducto se abre na bochecha.
Parótida acessória:
Geralmente está junto ao ducto parotídeo;
Conduz a saliva da glândula parótida.
Submandibular:
Ducto transita no plano muscular e se abre na carúncula sublingual;
Sublingual:
Acompanha a face interna da mandíbula e se abre diretamente na gengiva;
Possui vários ductos, o de maior atenção também se abre na carúncula sublingual
e também na gengiva.
Saliva: umedece o alimento e a cavidade da boca, inicia a digestão química (na boca).
Inervação da língua e assoalho da boca:
Nervo glossofaríngeo (9° par)
Nervo hipoglosso (12° par)
Nervo lingual (ramo no trigêmeo {5°})
Nervo vago (10°)
Nervo facial (7°; porta do tímpano)
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FARINGE:
Segundo componente do canal alimentar
Dividida em 3 segmentos:
1. Parte nasal da faringe (nasofaringe), há 2 estruturas importantes: tonsila faríngea e óstio faríngeo da
tuba auditiva (comunicação através da tuba auditiva)
2. Parte oral da faringe (orofaringe)
3. Parte laríngea da faringe (laringofaringe)
Abertura que comunica a cavidade nasal com a bucal -> cóano ou coana.
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A faringe é um tubo muscular constituído por 3 músculos denominados de constritores superior, médio
e inferior.
Apenas os segmentos oral e laríngeo são descendentes e se relacionam continuamente com o esôfago.
Digestório: orofaringe -> laringofaringe -> esôfago
Faringe e esôfago são órgãos posteriores, nada é superficial, estão em um local mais profundo.
Sintopia: esôfago é posterior a traqueia.
ESÔFAGO:
Ultimo componente do digestório supradiafragmático.
Estrutura tubular, muscular, contínua a faringe e apresenta 3 segmentos:
Cervical (transita no pescoço, penetrando pela abertura superior da caixa torácica)
Torácico (transita no mediastino {espaço junto ao plano mediano entre os pulmões, ocupado
principalmente pelo coração} percorrendo toda a cavidade torácica até o diafragma, e
atravessando o diafragma no hiato esofágico)
Importante: o esôfago apresenta uma constrição superior (laríngea) e uma constrição inferior
(brônquios -> traqueobrônquica ou broncoaórtica). Alguns autores relatam a constrição frênica.
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Irrigação do esôfago:
Artérias:
o Ramos esofágicos da artéria tireóidea inferior (parte superior)
o Ramos esofágicos da artéria aorta torácica (parte média)
o Ramos esofágicos da artéria gástrica esquerda (parte distal/inferior)
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Veias:
A drenagem venosa é realizada pelas tributarias (veia que lança sangue em outra):
o Veia tireóidea inferior
o Veias esofágicas tributarias da veia ázigo (direita) e hemiázigo (esquerda)
o Veias esofágicas que tributam na veia gástrica esquerda (exatamente nela há uma
quadro extremamente importante)
Plexo esofágico submucoso: segmento distal do esôfago -> veias esofágicas drenam o sangue nessa
região, estão organizadas numa forma de malha (conjunto de vasos). Daqui todo sangue venoso é
drenado pelas veias esofágicas e é lançado na veia gástrica esquerda, a partir dela é lançado na veia
porta do fígado, que lança o sangue para o fígado, que será metabolizado.
Se o paciente apresenta cirrose hepática/obstrução do sistema -> sangue retorna pela veia gástrica ->
plexo nervoso fica com muito sangue (paciente com problema na circulação venosa -> varizes) ->
presença de varizes no esôfago -> varizes esofágicas -> se rompem -> hematêmese catastrófica
(paciente vomita o sangue acumulado no abdome) -> pode gerar um choque hipovolêmico.
Inervação do esôfago:
Formação do plexo esofágico a partir do nervo vago (também inerva o estômago -> órgão
infradiafragmático).
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SISTEMA DIGESTÓRIO II
Limite a partir da projeção da lâmina muscular que constitui o diafragma (limite para o que é cavidade
torácica e o que é cavidade abdominal).
Apesar de alguns órgãos estarem localizados abaixo do diafragma (infradiafragmáticos), eles estão se
projetando para o interior da parede torácica, mas não adentram essa cavidade. São protegidos
parcialmente pela parede torácica mas não são órgãos torácicos -> o diafragma forma uma cúpula
(parcialmente revestida pelos arcos costais).
No hipocôndrio direito (1) predominantemente há o fígado e parte da região epigástrica (2) também,
fígado é glândula anexa do digestório.
ESTÔMAGO:
O estômago tem um superfície lisa, brilhante e com estrutura sacular e apresenta uma curvatura. Ao
atravessar a cárdia (não permite que o conteúdo gástrico retorne ao esôfago), o alimento chega à
cavidade estomacal (alimento permanece por um intervalo de tempo).
O estômago é um órgão peritoneal (se projeta através do peritônio, por isso ele é revestido por ele), e
na cavidade abdominal se projeta em superfície para região mesogástrica, epigástrica e hipocôndrio
esquerdo.
De acordo com a biotipologia, pode apresentar forma e topografia variadas. Se considero a cúpula do
diafragma de um indivíduo longilíneo, o estômago é alongado (J), cuja curvatura se projeta para a
cicatriz umbilical. Indivíduo normolíneo, a tendência do órgão é se distribuir na região mesogástrica
(intermediária). Indivíduo brevelíneo, a tendência do órgão é uma disposição horizontal.
Estabelece relação com o peritônio que promove sua estática através de suas projeções (portanto, a
estática do estômago está relacionada com o peritônio). Obs.: pâncreas é extraperitoneal (fora) e
retoperitoneal (atrás).
Ocupa posição infradiafragmática e supramesocólica (acima do mesocolo transverso).
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Apresenta o fundo, corpo e piloro/região pilórica. Curvatura menor (pode apresentar uma área mais
pronunciada -> incisura angular) e curvatura maior (entre o fundo e o esôfago há a incisura cárdica).
Esfíncter
pilórico
Esfíncter pilórico -> anel muscular -> faz constrição -> controle de conteúdo gástrico -> impede que os
conteúdos invadam e que haja uma vacuidade contínua (esfíncter sempre contraído -> estômago se
dilata; estenose).
Ao dissecar o estômago, é possível perceber que há várias camadas nele, uma camada circular, uma
camada longitudinal e algumas fibras que se projetam em ângulo -> extrato oblíquo -> fibras oblíquas.
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Essa presença de várias camadas permite uma motilidade gástrica. As fibras são discordantes, pois
quanto maior a discordância entre as fibras, maior é a motilidade do órgão em relação à contração. Se
há 3 eixos de atuação de força-> maior dinâmica no movimento.
A espessura da camada muscular na região pilórica é superior a região fúndica e a região do corpo
gástrico.
As camadas longitudinais acompanham o eixo das curvaturas, as camadas circulares acompanham o
diâmetro do órgão e as fibras obliquas são perpendiculares. As fibras são todas iguais (tipo ->
musculatura lisa -> contração involuntária -> sistema nervoso autônomo), o que altera é a sua
disposição.
Essa disposição discordante também é vista no coração -> contração espiral.
A mucosa gástrica apresenta uma rugosidade, não é lisa, chamadas de pregas gástricas. São regulares
e se dispõem no eixo do órgão. Há uma maior amplitude na região do fundo e do corpo, na região
pilórica elas são mais tênues. Elas existem pois a superfícies da mucosa é maior que a área -> maior
amplitude de epitélio -> aumenta a superfície de excreção. Possuem uma arquitetura própria, ex.: em
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um quadro de úlcera, as pregas são convergentes à ela. Mudar o padrão da arquitetura -> auxilia na
avaliação patológica. A musculatura não tem amplitude de área, e sim na parte da mucosa. O que muda
em amplitude é a superfície mucosa.
Há alguns tipos de lesões neoplásicas que ocorrem na região pilórica, elas podem produzir o
fechamento ou a falência dessa região (conteúdo do duodeno retorna para o estômago).
O estômago é extremamente irrigado, os vasos estão distribuídos principalmente na curvatura menor
e na curvatura maior.
DUODENO:
Segmento continuo ao estômago, porção curva que representa o primeiro segmento do intestino
delgado (duodeno, jejuno e íleo).
Formato acentuadamente curvo, forma a letra C, é tipicamente tubular e apresenta uma luz em seu
interior e é por onde transita o alimento. É formado por uma parede muscular lisa em 2 camadas:
longitudinal e circular. É revestido por uma mucosa que é pregueada (pregas duodenais -> circulares).
Apresenta-se dividido em uma parte superior, uma parte descendente, uma parte horizontal e uma
parte ascendente. Sendo essa última delimitada pela flexura/dobra duodeno-jejunal. A parte
superior é um pouco mais dilatada, formando uma ampola e é peritoneal. O segmento descendente e
horizontal, e uma pequena parte do ascendente, são retroperitoneais (fora do peritônio). A parte
ascendente, distal e flexura duodeno-jejunal são peritoneais.
No terço médio da parte descendente, desemboca a ampola hepatopancreática (relacionada ao fígado
e pâncreas -> recebe a secreção; ela se abre através de uma papila -> papila maior do duodeno; papila
menor do duodeno -> se abre apenas a secreção pancreática, localizada superiormente a maior)
O alimento teve a digestão iniciada na boca -> estômago -> duodeno (recebe a secreção do pâncreas e
do fígado).
A partir da flexura termina o duodeno e inicia o jejuno.
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Íleo
Jejuno
A partir da flexura duodeno-jejunal, todo jejuno e todo íleo é peritoneal (artéria e veia mesentérica).
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Parte do intestino grosso esta fixa na parede posterior do abdome e outra parte esta livre. A
superficie não é lisa, ela apresenta várias bolsas -> saculações/haustros/boceladuras -> pequenas
bolsas que projetam a superficie do órgão de maneira segmentada mas possui a luz contínua, só
apresenta mudança na sua disposição na área das flexuras.
O colon ascendente se dobra para formar o trasnverso que se dobra para formar o descendente.
Flexura cólica direita/hepática (estabelece sintopia com o fígado) e flexura cólica
esquerda/esplênica (estabelece sintopia com o baço). Pode haver obstrução por fezes, obstrução por
neoplasia (adenocarcinoma de intestino) ou obstrução por elmintos (vermes; ascaris lumbricoides).
Em toda extensão há pequenas projeções amareladas -> tênia livre (fita achatada que percorre toda
extensão do intestino), possui pequenos apêndices de gordura -> apêndices omentais (tênia livre).
No interior das saculações -> prega semicircular/semilunar (apecto na forma de saculações/forma de
meia luz; a luz intestinal é ampla)
No ceco há um pequeno orifício que da acesso ao apêndice: óstio do apêndice vermiforme (obstrução
-> inflamação do apêndice)
Para controlar o conteudo intestinal na porção do ceco em relação ao ileal há uma papila -> papila
ileal/válvula íleo-cecal (o conteúdo do íleo se abre através da papila e chega até o ceco; faz a
comunicação). Abertura que a papila delimita -> óstio ileal.
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Posição do apêndice:
Semicircular
Válvula ileocecal
Baço
Fígado
Reto:
Estrutura quase totalmente retilínea, mas apresenta algumas curvaturas discretas.
Apresenta uma mucosa relativamente (segmento proximal e médio).
Há linfonodos solitários bem visíveis (características dessa mucosa), forma pequenas placas
geralmente ovoides ou circulares.
Há a formação de uma prega acentuada -> importância clínica -> prega retal transversa.
Junção ano-retal (transição do segmento reto para o segmento anal), há a formação
tipicamente vertical de colunas anais/colunas de Morgagni e entre elas há pequenos espaços
que são os seios anais (só é visível a partir da junção). Nessa região há o plexo hemorrioidário
que possui vasos importantes nele.
Musculatura mais vigorosa -> esfíncter anal (constrição do ânus; interno {mucosa} e externo
{tegumento}). Linha ano-cutânea: transição do compartimento interno do ânus para a superfície,
é delimitada por uma preguiação -> pécten anal
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