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PROCUREMENT E CONTRATOS

CAPÍTULO VI

2019 - NOÇÕES DE COMÉRCIO

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PROCUREMENT

CAPÍTULO VI

PARTE I

2018 - NOÇÕES DE COMÉRCIO

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PROCUREMENT
TÓPICOS:
❑ Considerações Gerais
❑ Conceito
❑ Importância de Procurement
❑ Métodos de Procurement

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CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ A Abordagem Geral: Dum modo geral, a abordagem sobre o conceito
de procurement deveria abarcar aspectos como:
❑ Visão geral dos factos sobre o procurement;
❑ Compreensão sobre a cadeia do procurement;
❑ Plano de procurement;
❑ Posicionamento da oferta;
❑ Gestão do risco;
❑ Supervisão do procurement;
❑ Ética, probidade e prestação de contas;
❑ Gestão dos contratos;
❑ Envolvimento e gestão de consultores;
❑ O procurement e o Direito (ou as leis).
❑ No entanto, a abordagem que segue ao longo desta disciplina irá
circunscrever-se apenas a alguns dos aspectos da abordagem geral.
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CONSIDERAÇÕES GERAIS
Os Principais Objectivos do Procurement: Tendo em conta que a aquisição de
bens e serviços é essencial para o funcionamento duma empresa ou instituição, os
principais objectivos podem resumir-se no seguinte:
❑ Elaboração das Especificações, Âmbito do Trabalho e Termos de Referência
para uma Aquisição Eficiente de Bens e Serviços;
❑ Identificação das Fontes de Fornecimento de Bens e Serviços;
❑ Identificação dos Benefícios do Procurement;
❑ Conhecimentos sobre o Ciclo de procurement;
❑ Estratégia de Procurement e seus Objectivos;
❑ Planificação do Procurement;
❑ Os Principais Métodos de Procurement;
❑ A Etica, Probidade e Responsabilidade no Procurement:
❑ Os Principais Riscos do Procurement;
❑ Fraude vs Corrupção no Procurement.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ A aquisição de bens e serviços é essencial para o funcionamento de
uma empresa ou duma organização. Esta aquisição envolve, muitas
vezes, despesas consideráveis;
❑ A experiência mostra que o procurement é uma área muito vulnerável
à manipulação, corrupção e negligência.
❑ Qualquer corrupção no processo de aquisição não só pode resultar em
perdas financeiras para uma empresa ou organização, como também
afecta negativamente a sua reputação como um parceiro de confiança
para o negócio.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS
❑ Para garantir uma compra eficaz e evitar inoportunidades no processo de
aquisição, é importante que a empresa crie um sistema de procurement adequado;
❑ A palavra procurement vem substituir a palavra aquisição;
❑ Procurement é mais estratégico e operacional, devendo, sempre que possível,
seguir as melhores práticas;
❑ A cadeia de oferta ou distribuição de bens e serviços é longa e tem muitas ligações
desde a logística, distribuição, gestão de material, controlo de inventário,
fretamento e finalmente a função de procurement.
❑ O que são as Melhores Práticas? – São as técnicas que podem ser usadas pelas
unidades de negócio, as quais ajudam a detectar e a evitar problemas na
aquisição, gestão e administração de contratos. Elas resultam de experiências
práticas ganhas ao longo do tempo e que ajudam a melhorar o processo de
procurement.

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CONCEITO DE PROCUREMENT
Definição
❑ Procurement é uma função de gestão de negócios referente ao processo de
aquisição de bens, serviços e obras, abrangendo todo o ciclo desde a identificação
das necessidades até ao fim dum contrato de prestação de serviços ou até ao fim
da vida útil dum activo. Este processo garante a identificação, fonte, acesso e a
gestão de recursos externos que uma organização necessita ou que pode precisar
para preencher os seus objectivos estratégicos;
❑ O procurement existe para explorar as oportunidades de oferta do mercado de modo
a implementar a mobilização estratégica de recursos que possibilitem a obtenção
dos melhores resultados possíveis para a organização, stakeholders e
consumidores;
❑ Uma das dificuldades em definir o procurement é que ele não lida apenas com uma
acção ou processo singular. Ele cobre uma vasta gama de eventos ou actividades,
desde a identificação de necessidades de bens e serviços até a sua exaustão.

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BENEFÍCIOS DO PROCUREMENT
❑ Redução de custos;
❑ Garantia da oferta;
❑ Apoio aos objectivos estratégicos organizacionais (expansão e inovação de
produtos);
❑ Redução de riscos;
❑ Melhoria da qualidade;
❑ Garantia de maior valor agregado;
❑ Aumento da eficiência;
❑ Promoção da inovação;
❑ Garantia do controlo interno;
❑ Promoção da transparência.

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AS MUDANÇAS NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
❑ “Comprar” é uma actividade profissional em transição, pois vemos que:
❑ A função que se chamava “comprar” ou procurement expandiu-se
para abarcar a gestão de fornecimentos (supply management);
❑ A centralidade actual do procurement faz com que ele se aproxime
cada vez mais ao planeamento estratégico;
❑ O papel convencional de “comprar” é substituído por um papel
emergente que torna o procurement mais proactivo e mais
estrategicamente orientado;
❑ Há uma evolução do procurement reactivo para gestão estratégica
de fornecimentos ou procurement proactivo;
❑ Observa-se uma mudança substancial do procurement do foco
táctico para o foco estratégico.
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PROCUREMENT E ENTREGA
❑ A entrega compreende fundamentalmente os seguintes componentes: bens,
serviços, consultores individuais, viagens, entre outros, os quais caem todos
sob a alçada do procurement;
❑ O procurement é o pilar chave da entrega, sendo presentemente tratado
como um processo mecânico;
❑ São necessários diferentes tipos de habilidades para gerir diferentes tipos de
bens e serviços;
❑ É fundamental possuir conhecimentos do mercado e do produto e não
apenas três cotações; é fundamental a parceria com as fontes de
fornecimento;
❑ É fundamental mudar da abordagem táctica para uma abordagem
estratégica, isto é, sair da prática actual em que se gasta 100% do tempo a
“apagar fogos” ou a correr atrás do prejuízo.

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A ESTRATÉGIA DE PROCUREMENT E SEUS OBJECTIVOS
A estratégia de procurement ee o caminho a seguir ou a pedra angular na
implementação duma reforma abrangente na concepção dos programas visando
colocar o processo de procurement no coração das actividades duma instituição para
que ela alcance efectivamente os seus objectivos, nomeadamente:
i. Assegurar que o procurement apoie os princípios da instituição;
ii. Alcançar o maior valor possível do dinheiro em todos os bens, serviços e obras
a contratar;
iii. Assegurar um foco empresarial para o procurement;
iv. Detalhar o caminho a seguir nas reformas e melhorias da função de
procurement;
v. Estimular um pensamento de longo prazo e um compromisso com a visão
estratégica do procurement;
vi. Reduzir os custos do processo de procurement e assegurar a sua melhoria
contínua;

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A ESTRATÉGIA DE PROCUREMENT E SEUS OBJECTIVOS
vii. Prestar atenção particular às preocupações ambientais (procurement
verde);
viii. Assegurar uma gestão apropriada dos riscos;
ix. Promover o desenvolvimento e uso de indicadores de desempenho;
x. Assegurar que o procurement seja realizado em conformidade com os
mais altos padrões de profissionalismo e probidade;
xi. Desenvolver um ambiente apropriado para fazer negócios
electronicamente (e-procurement);
xii. Desenvolver um sistema adequado de gestão de informação;
xiii. Assegurar uma abordagem estruturada sobre a formação profissional em
matéria de procurement e desenvolvimento para os colaboradores da
empresa ou instituição.

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O CICLO DE PROCUREMENT
O Ciclo de Procurement abrange as seguintes actividades:
❑ Elaboração do Plano de Actividades;
❑ Planificação do Procurement;
❑ Lançamento do concurso;
❑ Avaliação do concurso;
❑ Adjudicação do concurso;
❑ Negociação do contrato;
❑ Assinatura do contrato;
❑ Recebimento dos bens, serviços ou obras.

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O PLANO DE PROCUREMENT
❑ O Plano de Procurement pode ser definido como uma porta de entrada (gateway) para
a abordagem estratégica do procurement;
❑ Existem dois níveis do Plano de Procurement, nomeadamente:
❑ Plano Anual de Procurement;
❑ Planeamento de Compras Significativas;
❑ O Plano de Procurement aborda todos os aspectos chave da função de procurement e
alinha os resultados com os planos estratégicos;
❑ Os passos necessários para o desenvolvimento de um Plano de Procurement incluem:
❑ Perfil do Procurement (acções passadas e projectadas);
❑ Posicionamento do Fornecimento (nível do risco associado a cada categoria);
❑ Principais Mercados de Fornecimento (pesquisa de mercado);
❑ Impacto das Actividades de Compra sobre os principais mercados de
fornecimento;
❑ Avaliação da estrutura e capacidade de procurement;
O planeamento do procurement é, acima de tudo, um foco na gestão estratégica
desta função.
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A PLANIFICAÇÃO DO PROCUREMENT
❑ A planificação do procurement deve ser feita muito antes de se tomar
qualquer acção de comprar;
❑ A planificação não deve limitar-se a uma requisição específica, mas
deve sim fazer parte duma estratégia de posicionamento da unidade de
procurement para tirar vantagens das condições do mercado;
❑ A primeira tarefa na planificação do procurement é a definição do
significado dos artigos a comprar para a empresa ou instituição
compradora, para depois procurar conhecer as condições do mercado;

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A PLANIFICAÇÃO DO PROCUREMENT
❑ A planificação do procurement requer o uso das três técnicas seguintes:
❑ O posicionamento da Oferta;
❑ As preferências do Fornecedor;
❑ A gestão da vulnerabilidade
❑ Um Plano de Procurement deve fazer uma descrição dos produtos ou
serviços a serem adquiridos, quando e como devem ser adquiridos,
incluindo:
❑ Artigos ou serviços a adquirir;
❑ Critérios de avaliação;
❑ Método de procurement;
❑ Calendário ou datas de entrega;

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PRINCIPAIS MÉTODOS DE PROCUREMENT
❑ Shopping - Procura de cotações: pelo menos três cotações para aquisição
de bens, excepto para valores abaixo de 75.000,00MT, isto é, para bens e
obras pequenas;
❑ ICB = International Competitive Bidding (concurso público internacional) –
para aquisição de bens e realização de obras;
❑ NCB = National Competitive Bidding (concurso público nacional) – para
aquisição de bens e realização de obras;
❑ QCBS = Quality Cost Based Selection (concurso baseado no custo &
qualidade) - baseado na qualidade. A qualidade é que mais interessa. Só
para consultoria. Qualidade e custo. É o mandatório. Usa-se quando os
outros não se justificarem.

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PRINCIPAIS MÉTODOS DE PROCUREMENT
❑ CQS = Consulting and Qualification Selection (consultoria e qualificações):
Somente para pequenas firmas em que só a qualidade é que interessa, ou
seja, onde a qualidade está acima do preço;
❑ LCS = Least Cost Selection (concurso baseado no menor preço): É mais
adequado para auditorias, quando já há padrão. Ou para outros tipos de
serviços tem que mostrar que não há incremento intelectual para isso. Por
exemplo: Big Five de auditorias;
❑ FBS = Fixed Budget Selection (concurso com orçamento fixo): A
contratação não passa o limite orçamental de um determinado valor;
❑ Individual Consulting (consultoria individual): Comparação de CVs;
❑ SSS - single source selection - (adjudicação directa): Contratação directa,
em caso de emergência ou quando se pretende manter o padrão de
qualidade; Para consultoria apenas. É preciso ter pelo menos três, pois esta
ee a contraparte de cotações.

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SUGESTÕES DE ORDEM PRÁTICA SOBRE PROCUREMENT
O procurement, como muitas outras actividades económicas, pode ser
realizado seguindo certas sugestões de ordem prática, nomeadamente:
i. Exigências dos clientes muito claras e precisas;
ii. Um processo de avaliação muito rigoroso;
iii. Compradores muito escrupulosos em termos da justiça do processo;
iv. Respeito escrupuloso pela hora do fecho dos concursos, sob pena de
desqualificação automática;
v. Fornecedores legalmente estabelecidos e comercialmente viáveis;
vi. Equipe de avaliação multidisciplinar e sem conflito de interesses;

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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
i. Os fundos públicos exigem mais do que simples escrutínio público;
ii. Probidade significa integridade, verticalidade e honestidade;
iii. A transparência e responsabilidade (prestação de contas) motiva os
fornecedores a participarem nos concursos;
iv. A ética é um conjunto de valores morais que guiam o procurement;
v. Um comportamento ético engloba os conceitos de honestidade,
integridade, probidade, justiça e prevenção do conflito de interesses;
vi. Responsabilidade ou prestação de contas (accountability) no
procurement significa que os colaboradores são responsáveis pelas
acções e decisões que tomam em relação ao procurement bem com
em relação aos seus resultados. A responsabilidade estimula o uso
eficiente, efectivo e ético dos recursos da empresa ou instituição.
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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
Os elementos fundamentais da responsabilidade são:
i. Política de procurement;
ii. Documentação: É de extrema importância estabelecer arquivos
devidamente organizados das actividades de procurement;
iii. Divulgação: O plano anual de procurement deve ser publicado para
reforçar a confiança;
iv. Notificação: O plano revisto exige a publicação de todas as informações
sobre os mais importantes actos de procurement, bem como as
adjudicações efectuadas;
v. Reclamações: Deve-se lidar de forma clara e transparente com todos
os casos de reclamações relativas aos processos de procurement.

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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
Definição de Ética: É a disciplina relacionada com o tema do certo ou
errado, dever e obrigação moral, princípios e valores morais e carácter
moral. Ética deriva da palavra grega “ethos” que significa carácter e
comportamento habitual. Ética significa moral ou moralidade, pois em Latim
a palavra “mores” refere-se aos bons costumes sociais.
Por que razão se insiste na ética em matéria de procurement? Ha 4 razões:
i. Quando o volume de negócios aumenta, a pressão também aumenta;
ii. O escrutínio também aumenta, dada a frequência de actos não éticos;
iii. Uma quebra de ética afecta a credibilidade, a qual é difícil de recuperar;
iv. A impropriedade ou falta de ética mancha a reputação duma instituição.

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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
Riscos Éticos Comuns:
i. Conflito de interesses;
ii. Fraude;
iii. Corrupção;
iv. Coerção;
v. Conluio:
a. A ética estimula uma conduta responsável enquanto a conformidade
(compliance) previne a má conduta;
b. A ética é auto-imposta enquanto a conformidade é imposta do
exterior;
c. A ética é uma responsabilidade pessoal enquanto a conformidade
moral é legalmente imposta.
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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
Definição do Conflito de Interesses: Diz-se que existe conflito de interesses
quando um colaborador está envolvido numa actividade ou tem um interesse
pessoal que pode interferir objectivamente no desempenho da função, com
destaque para os casos em que:
i. Aceita um emprego de fora ou tem um interesse financeiro;
ii. O relacionamento pessoal com um colaborador doutra entidade pode
influenciar a decisão;
iii. Aceita ofertas ou gratificações:
a. De qualquer fornecedor para o seu próprio benefício ou dum membro da
sua família;
b. Se serve da sua posição para procurar descontos no procurement para
seu uso pessoal;
c. Qualquer outro bem que não seja material publicitário.

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ÉTICA, PROBIDADE E RESPONSABILIDADE NO
PROCUREMENT
Fraude vs. Corrupção: Diz-se que há fraude quando se regista a obtenção
dum benefício tangível ou intangível através da falsificação, mentira ou
roubo. Trata-se duma falsa representação ou dissimulação intencional dos
factos com o propósito de induzir outra pessoa;
Corrupção significa a prática de oferecer, dar, receber directa ou
indirectamente um valor para influenciar as acções do pessoal do
procurement.

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OS CONTRATOS

CAPÍTULO VI

PARTE II

2018 - NOÇÕES DE COMÉRCIO

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TÓPICOS
❑ Noção do Contrato
❑ Princípios Gerais
❑ Classificação dos contratos
❑ Incoterms
❑ Contratos de Compra e Venda

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS
❑ Transporte
❑ Conta Corrente
❑ Empréstimo
❑ Franquia (Franchising)
❑ Depósito
❑ Seguro e Resseguro
❑ Locação Financeira (Leasing)
❑ Comissões ou consignações

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NOÇÃO DE CONTRATO
❑ Contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a
finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir
direitos;
❑ Acordo de duas ou mais pessoas para, entre si, constituir, regular ou
extinguir uma relação jurídica de natureza patrimonial.

NOÇÃO DE CONTRATO COMERCIAL


Um contrato comercial é um acordo pelo qual dois ou mais intervenientes de
comércio se comprometem a transferir bens e serviços, direitos e
obrigações entre si;

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PRINCÍPIOS GERAIS A OBSERVAR NA CELEBRAÇÃO DOS
CONTRATOS
i. Capacidade das partes contratantes (capacidade de gozo e
capacidade de exercício) – entende-se por capacidade das partes
contratantes a possibilidade que as pessoas tem de serem sujeitos de
direitos e obrigações;
ii. Autonomia de vontade: liberdade das partes de contratar, de escolher o
tipo e o objecto do contrato e de dispor o conteúdo contratual de acordo
com os interesses a serem auto-regulados;
iii. Concordância mútua entre as partes – É uma exigência, uma condição
fundamental no mundo comercial. Embora, muitas vezes, uma das
partes possa tomar a iniciativa, a outra parte tem que concordar;

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PRINCÍPIOS GERAIS A OBSERVAR NA CELEBRAÇÃO DOS
CONTRATOS
iv. O objecto deve ser legal e materialmente possível – Se um
comerciante de lacticínios se compromete a entregar uma certa
quantidade de material radioactivo extraído da lua, mediante um
pagamento em Meticais. Este contrato é ilegal (material radioactivo,
quando a licença do comerciante é venda de lacticínios) e materialmente
impossível (extraído da lua);
v. Necessidade de prova documental – É a chamada forma externa, em
linguagem jurídica, isto é, embora haja contratos em que a lei faculta às
partes contratantes a possibilidade de manifestarem o seu acordo da
melhor maneira que entenderem (com ou sem forma externa), na
maioria dos casos é exigida por lei a forma externa. Por exemplo:
arrendamento, casamento, empréstimo, entre outros.
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CLASSIFICAÇÃO DE CONTRATOS
i. Contratos consensuais são aqueles que se tornam perfeitos pelo
simples consentimento das partes. Consideram-se formados pela
simples proposta e aceitação, por exemplo: compra e venda, locação,
mandato, comissão, entre outros;
ii. Contratos reais são aqueles que só se completam se, além do
consentimento das partes, houver a entrega da coisa que lhe serve de
objecto. Por exemplo: depósito, doação, mútuo, penhor;
iii. Contratos unilaterais são aqueles em que somente uma das partes
assume a obrigação. Por exemplo: comodato, mútuo, doação.
iv. Contratos bilaterais ou sinalagmáticos são aqueles em que ambas as
partes assumem obrigações. Por exemplo: compra e venda, troca,
locação, entre outros;

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CLASSIFICAÇÃO DE CONTRATOS
v. Contratos gratuitos são aqueles onde somente uma das partes é
beneficiada. Por exemplo: doação pura e simples;
vi. Contratos onerosos são aqueles onde ambas as partes visam as
vantagens correspondentes às respectivas prestações. Por exemplo:
locação, compra e venda, entre outros;
vii. Contratos aleatórios são contratos onerosos nos quais a prestação de
uma ou de ambas as partes fica na dependência de um caso fortuito, de
um risco; As partes se arriscam a uma contraprestação inexistente ou
desproporcional, por exemplo: seguro, jogo, aposta;
viii.De execução imediata e diferida - são aqueles de prazo único;
ix. De execução sucessiva são aqueles cumpridos em etapas periódicas;

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CLASSIFICAÇÃO DE CONTRATOS
x. Contratos solenes são aqueles para os quais se exigem formalidades
especiais e que dão ao acto um carácter solene. Por exemplo: escrituras
de compra e venda de imóvel;
xi. Contratos não solenes são aqueles aos quais a lei não prescreve, para
a sua celebração, forma especial. Por exemplo: agência e distribuição;
xii. Contratos escritos são aqueles que só podem ser contraídos mediante
escritura pública ou particular. Por exemplo: constituição de sociedades;
xiii.Contratos verbais são aqueles que podem ser celebrados por simples
acordo verbal. Por exemplo: sociedade em conta de participação,
corretagem, comissão.

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CLASSIFICAÇÃO DE CONTRATOS
xiv. Contratos paritários são aqueles em que as partes estão em pé de
igualdade, escolhendo o contratante e debatendo livremente as
cláusulas. Por exemplo: compra e venda, comissão, distribuição;
xv. Contratos de adesão são aqueles em que um dos contratantes é
obrigado a contratar nas condições que lhe são oferecidas e impostas
pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar cláusulas. Por
exemplo: contratos bancários, seguros, contratos de consumo de
energia eléctrica, entre outros.

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AS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS
❑ A tendência actual é desenvolver relações bilaterais e criar estruturas e mecanismos de
integração das economias à escala regional e internacional;
❑ Visam uniformizar certas regras, conceitos, direitos e obrigações para que seja mais fácil
e dinâmico o contacto e resolução de conflitos, disputas e litígios decorrentes de
operações comerciais entre as diversas companhias internacionais. Destacam-se:
❑ A Organização Mundial do Comércio – OMC (sucessora do GATT – General
Agreement on Tariffs and Trade);
❑ A Lei Uniforme Relativa às Letras, Livranças e Cheques;
❑ O Tratado do Mercado Comum para a África Orienta e Austral – COMESA
(sucessora do Tratado da PTA);
❑ A Convenção Internacional dos Transportes Marítimos;
❑ A União Europeia (UE);
❑ O Protocolo Comercial da SADC;
❑ Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa));
❑ Os INCOTERMS.

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OS INCOTERMS (INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS)
❑ INCOTERMS – Uma abreviatura para “International Commercial Terms”, que
significa Temos Comerciais Internacionais - É o conjunto de regras que
definem as responsabilidades dos vendedores e compradores pela entrega de
bens ao abrigo de contratos de vendas domésticas e internacionais, ou seja,
uma interpretação dos termos comerciais;
❑ Foram publicados pela Câmara de Comércio Internacional e são usados mais
extensivamente nas transacções comerciais internacionais;
❑ A 1ª publicação dos Incoterms data de 1936 e a versão mais recente, a 8ª,
são os Incoterms 2010, lançados em Setembro de 2010 e entraram em vigor
em Janeiro de 2011;
❑ Constituem um conjunto comum de regras destinadas a clarificar as
responsabilidades dos vendedores e compradores pela entrega de bens
transaccionados ao abrigo de contratos de vendas;

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OS INCOTERMS (INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS)
❑ Visam repartir os custos e responsabilidades decorrentes da entrega de bens entre
os compradores (importadores) e os vendedores (exportadores), reflectindo as
práticas modernas de transporte;
❑ Reduzem de forma significativa os mal-entendidos entre exportadores e
importadores, bem como os custos de interpretação e resolução desses mal-
entendidos, disputas e litígios;
❑ O principal benefício dos INCOTERMS é a redução do risco:
❑ Ajudando a ultrapassar as diferenças linguísticas e culturais na forma de fazer
negócios;
❑ Disponibilizando contratos claramente elaborados; E
❑ Especificando claramente quais são as obrigações dos exportadores na sua
qualidade de vendedores e dos importadores na sua qualidade de compradores;
❑ Evitando confusões quanto às regras de transporte do ponto A para o ponto B.

Nota: Os INCOTERMS não cobrem a posse ou a transferência de propriedade dos bens, aspectos que são
acordados separadamente entre as partes.

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CLASSIFICAÇÃO DOS INCOTERMS
❑ Os INCOTERMS 2010 estão organizados em duas categorias principais, em
função dos modos de transporte, nomeadamente:
❑ Grupo 1: Aplicáveis a qualquer modo de transporte, nomeadamente:
❑ EXW – Ex Works;
❑ FCA – Free Carrier;
❑ CPT – Carriage Paid To;
❑ CIP – Carriage and Insurance Paid To;
❑ DAT – Delivered At Terminal;
❑ DAP – Delivered At Place;
❑ DDP – Delivered Duty Paid;
❑ Grupo 2: Aplicáveis exclusivamente ao transporte marítimo e nas águas
interiores (carga não contentorizada ou a granel), nomeadamente:
❑ FAS – Free Alongside Ship;
❑ FOB – Free On Board;
❑ CFR – Cost and Freight; Também designa-se por C&F
❑ CIF – Cost, Insurance, and Freight

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS

EXW (Ex Works)


❑ Entrega no estabelecimento do vendedor (exportador):
❑ Máxima responsabilidade para o comprador (importador) e mínima para o
vendedor (exportador);
❑ O comprador assume inteiramente a responsabilidade de trazer as
mercadorias até ao seu destino final;
❑ O vendedor tem apenas a responsabilidade de disponibilizar a mercadoria
devidamente embalada no local especificado, geralmente no local de
produção do vendedor ou no seu depósito ou armazém;
❑ O vendedor não tem a obrigação de carregar ou fazer o seu despacho
para exportação;

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS
EXW (Ex Works)
❑ O comprador assume todos os riscos e custos a partir do momento em que
levanta a mercadoria no local indicado pelo vendedor até à entrega no destino
final;
❑ O comprador responsabiliza-se por carregar as mercadorias no veículo de
transporte (mesmo que o vendedor esteja em melhores condições de o fazer),
pelo despacho de exportação, pelo transporte e por todos os custos incorridos
desde o levantamento das mercadorias até à sua entrega no destino final;
❑ O vendedor não carrega as mercadorias e, se o faz, é sempre por conta e risco
do comprador (importador);
❑ Se as partes acordarem que o vendedor se responsabiliza por carregar as
mercadorias e suporta todos os custos e riscos desse carregamento, isso deve
ficar claramente escrito no contrato de venda;

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS
EXW (Ex Works)
❑ Em muitas transacções transfronteiriças, esta regra pode trazer
dificuldades de ordem prática;
❑ Especificamente, em algumas realidades, pode ser responsabilidade do
exportador concluir o processo de despacho e de elaboração de relatórios
de exportação, não podendo em termos realísticos deixar isto à
responsabilidade do comprador;
❑ O comprador é também responsável pelo preenchimento de
documentação de exportação, embora o vendedor tenha a obrigação de
obter informações e documentos a pedido e à custa do comprador.

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS
FCA (Free Carrier)
❑ Nesta modalidade o vendedor:
❑ Efectua toda a tramitação da exportação, pagando os respectivos custos e obtendo toda a
documentação;
❑ Entrega a mercadoria no local indicado ao transportador (podendo ser no seu próprio
estabelecimento;
❑ Pode entregar a mercadoria a um carregador ou qualquer outra entidade nomeada pelo
comprador;
❑ Responsabiliza-se pelo carregamento quando a entrega é efectuada no seu
estabelecimento;
❑ Nesta modalidade o comprador:
❑ Responsabiliza-se, em conjunto com o transportador, pela descarga após a entrega da
mercadoria;
❑ Assume todos os riscos e custos relativos à entrega da mercadoria no destino final, incluindo
o transporte depois da entrega, despesas alfandegárias e formalidades de importação;
Nota: É uma modalidade flexível, permitindo vários locais de entrega, qualquer tipo de carga e diferentes métodos de
pagamento, sendo mais recomendável para carga contentorizada.

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS
FCA (Free Carrier)
❑ Nesta modalidade o vendedor:
❑ Efectua toda a tramitação da exportação, pagando os respectivos custos e obtendo toda a
documentação;
❑ Entrega a mercadoria no local indicado ao transportador (podendo ser no seu próprio
estabelecimento;
❑ Pode entregar a mercadoria a um carregador ou qualquer outra entidade nomeada pelo
comprador;
❑ Responsabiliza-se pelo carregamento quando a entrega é efectuada no seu
estabelecimento;
❑ Nesta modalidade o comprador:
❑ Responsabiliza-se, em conjunto com o transportador, pela descarga após a entrega da
mercadoria;
❑ Assume todos os riscos e custos relativos à entrega da mercadoria no destino final, incluindo
o transporte depois da entrega, despesas alfandegárias e formalidades de importação;
Nota: É uma modalidade flexível, permitindo vários locais de entrega, qualquer tipo de carga e diferentes métodos de
pagamento, sendo mais recomendável para carga contentorizada.

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GRUPO 1 DOS INCOTERMS
CPT (Carriage Paid To) – Aplicável com qualquer modo de transporte ou onde houver mais
do que um modo de transporte,
❑ O vendedor é responsável por:
❑ Contratação e pagamento do transporte até ao local de entrega no país do
comprador;
❑ Todas as formalidades de exportação e pagamento dos custos do despacho da
mercadoria;
❑ Os riscos do transporte são transferidos apenas quando as mercadorias são
entregues ao primeiro ou ao principal transportador no país do vendedor;
❑ O comprador é responsável por:
❑ Custos de transporte a partir do momento em que a mercadoria alcança o local de
entrega no pais do comprador;
❑ Todas as formalidades e custos do despacho de importação;
❑ Assume os riscos de transporte a partir do momento em que as mercadorias são
entregues ao primeiro transportador e os custos do seguro do transporte
internacional;
11/04/2019 46
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
CIP (Carriage and Insurance Paid To) – Aplicável com qualquer modo de transporte ou
onde houver mais do que um modo de transporte, devendo ser indicado o local de
destino final da mercadoria.
❑ O vendedor é responsável por:
❑ Contratação e pagamento do transporte até ao local de entrega indicado por si
próprio;
❑ Contratação do seguro das mercadorias e pagamento do respectivo prémio;
❑ Todas as formalidades de exportação e pagamento dos custos do despacho da
mercadoria;
❑ Os riscos do transporte são transferidos apenas quando as mercadorias são
entregues ao transportador no país do vendedor;
❑ O comprador:
❑ Beneficia do seguro pago pelo vendedor;
❑ Responsabiliza-se por uma cobertura mínima de seguro;
❑ Deve concordar com o vendedor quando aa necessidade de contratação do seguro
adicional e pagamento do respectivo premio para uma cobertura mais cabal;
11/04/2019 47
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
DAT (Delivered At Terminal) – Aplicável com qualquer modo de
transporte, mas mais recomendável para carga contentorizada
onde o vendedor assume a responsabilidade pelo transporte
principal, devendo ser expressamente especificada a Terminal
no Porto ou Local de Destino.
❑ O vendedor é responsável por:
❑ Entrega das mercadorias numa terminal portuária ou outro local de
destino no país do comprador, assumindo todos os custos de
transporte (taxas de exportação, descarga do transporte principal
no porto de destino e todos os encargos neste porto);
❑ Todas as formalidades e encargos aduaneiros relativos ao
despacho das mercadorias para exportação;
11/04/2019 48
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
❑ Todos os riscos até chegar ao local de entrega das mercadorias no
porto ou terminal no país de destino, cessando essa
responsabilidade após a descarga;
❑ Designação exacta do local de entrega, dado que muitos portos ou
terminais são muito vastos;
❑ Pagamento dos custos ou encargos decorrentes de demoras na
descarga no local de destino;
❑ O comprador responsabiliza-se por:
❑ Tramitação do despacho de importação e pagamento dos
respectivos direitos de importação e outros encargos locais apos a
descarga das mercadorias;
❑ Indicar claramente o local específico escolhido para a entrega das
mercadorias.
11/04/2019 49
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
DAP (Delivered At Place) – Aplicável com qualquer modo de transporte, mas mais útil
nas vendas entre países da mesma área económica, uma vez que não há controlo
alfandegário das importações (Exemplo: União Europeia), devendo ser indicado o
local de destino.
❑ O vendedor é responsável por:
❑ Entrega das mercadorias prontas para descarga no país de destino, em
qualquer local que não a terminal do transporte, como por exemplo, nas
instalações do comprador ou em local próximo;
❑ Todas as formalidades e encargos aduaneiros relativos ao despacho das
mercadorias para exportação;
❑ Todos os riscos relativos ao transporte, cessando a sua responsabilidade
depois da mercadoria ter sido entregue;
❑ Assume os encargos ou custos decorrentes de demoras na descarga;
❑ O comprador assume a responsabilidade por:
❑ Pagamento dos encargos inerentes ao despacho de importação das
mercadorias (direitos aduaneiros, taxas de descarga).
11/04/2019 50
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
DDP (Delivered Duty Paid) – Aplicável com qualquer modo de transporte,
devendo ser indicado o local de destino. É uma modalidade muito
problemática para o vendedor, na medida em que em alguns países os
procedimentos de despacho de importação são muito complexos.
❑ O vendedor é responsável por:
❑ Entrega das mercadorias prontas para descarga no país de destino,
geralmente nas instalações do comprador;
❑ Todas as formalidades e encargos aduaneiros relativos ao
despacho de exportação e importação das mercadorias (taxas de
exportação, despesas de transporte, seguro das mercadorias,
encargos no porto de destino, encargos de entrega no destino
final);

11/04/2019 51
GRUPO 1 DOS INCOTERMS
DDP (Delivered Duty Paid) – Aplicável com qualquer modo de transporte, devendo
ser indicado o local de destino. É uma modalidade muito problemática para o
vendedor, na medida em que em alguns países os procedimentos de despacho de
importação são muito complexos.
❑ O vendedor é responsável por:
❑ É a única modalidade em que o vendedor paga os direitos de importação,
incluindo os impostos locais (IVA) no país do comprador;
❑ Todos os riscos relativos ao transporte até a entrega da mercadoria no local
de destino;
❑ Assume os encargos ou custos decorrentes de demoras na descarga;
❑ O comprador assume a responsabilidade por:
❑ Pagamento dos encargos de descarga no local de entrega;
❑ Mediante acordo das partes a ser expressamente indicado no contrato, o
comprador pode pagar o IVA e outras taxas locais (é o chamado DDP com
IVA não pago).
11/04/2019 52
GRUPO 2 DOS INCOTERMS
No Grupo 2 dos INCOTERMS 2010 existem quatro (4) modalidades de contratação
do comércio externo em que se aplica exclusivamente o modo de transporte através
da água, nomeadamente:
a. Por via de regra, nestas 4 modalidades não é recomendável o transporte de
carga contentorizada;
b. Sendo o ponto de transferência do risco e da responsabilidade pelas
mercadorias o momento em que elas são carregadas a bordo do navio, estando
elas seladas num contentor, é impossível verificar o seu estado e condições
neste ponto;
c. O uso destas modalidades é exclusivo para mercadorias a serem transportadas
pelo mar ou águas interiores;
d. Na prática, poderiam ser usadas para situações em que o exportador (vendedor)
tem acesso directo ao navio para carregar a mercadoria, como são os casos da
carga a granel ou mercadorias não contentorizadas.
11/04/2019 53
GRUPO 2 DOS INCOTERMS
FAS (Free Alongside Ship) – Entrega da mercadoria livre no costado do navio, é uma
modalidade usada apenas para certas mercadorias e materiais que não estão
empacotadas e não podem ser individualizadas, tais como: cereais, madeira, minerais,
entre outras e a entrega é feita em portos com terminais especializados. A
responsabilidade é partilhada da seguinte forma:
❑ Vendedor (Exportador):
❑ Empacota as mercadorias;
❑ Faz a entrega das mercadorias colocando-as ao lado do navio;
❑ Faz o despacho de exportação das mercadorias, assumindo todos os
encargos;
❑ Comprador (Importador):
❑ Escolhe o porto de embarque;
❑ Nomeia o navio transportador;
❑ Responsabiliza-se pelo carregamento do navio, assumindo os respectivos
riscos e encargos;
❑ Assume todos os riscos e encargos a partir deste ponto.
11/04/2019 54
GRUPO 2 DOS INCOTERMS
FOB (Free On Board) – Entrega da mercadoria livre a bordo do navio, é a modalidade
mais antiga e uma das mais usadas, inclusivamente por todos os modos de transporte.
É especialmente recomendada para mercadorias a granel, cargas muito pesadas e
cargas complexas (maquinaria) cujo carregamento seja muito arriscado. A
responsabilidade é partilhada da seguinte forma:
❑ Vendedor (Exportador):
❑ Empacota as mercadorias e faz sua entrega, colocando-as dentro do navio no
porto de embarque, assumindo todos os riscos e encargos até este ponto;
❑ Faz o despacho de exportação das mercadorias, assumindo todos os
encargos;
❑ Comprador (Importador):
❑ Escolhe o porto de embarque, nomeia o navio transportador;
❑ Responsabiliza-se pelo custos do frete marítimo, conhecimento de embarque,
seguro, descarga no porto de destino e transporte até às instalações do
destinatário;

11/04/2019 55
GRUPO 2 DOS INCOTERMS
CFR (Cost And Freight) – Entrega da mercadoria a bordo do navio apenas com o frete
pago, é uma modalidade mais usada e especialmente recomendada para grandes
volumes de carga geral. A responsabilidade é partilhada da seguinte forma:
❑ Vendedor (Exportador):
❑ Empacota as mercadorias e faz sua entrega, colocando-as dentro do navio no
porto de embarque, assumindo todos os riscos até aí e os custos do
transporte até ao porto de destino;
❑ Faz o despacho de exportação das mercadorias, assumindo todos os
encargos;
❑ A transferência do risco ocorre apos a colocação da mercadoria a bordo do
navio;
❑ Comprador (Importador):
❑ Escolhe o porto de embarque, nomeia o navio transportador;
❑ Responsabiliza-se pelo custos do seguro marítimo, custos conhecimento de
embarque, descarga no porto de destino e transporte até às instalações do
destinatário;
11/04/2019 56
GRUPO 2 DOS INCOTERMS
CIF (Cost, Insurance And Freight) – Entrega da mercadoria a bordo do navio com o
frete e o seguro pago, é uma modalidade mais usada e especialmente recomendada
para carga geral de bens de consumo ou produtos industriais de muito elevado valor. O
valor CIF ee usado na maioria das Alfandegas para determinar o valor dos direitos de
importação e outros impostos, o que facilita o desalfandegamento das mercadorias. A
responsabilidade é partilhada da seguinte forma:
❑ Vendedor (Exportador):
❑ Todas as da modalidade CFR, mais a obrigação de contratar o seguro entre o
porto de embarque e o de destino; o seguro deve cobrir o valor da mercadoria
mais 10%;
❑ A moeda do contrato de seguro deve ser a mesma do contrato de compra e
venda da mercadoria
❑ Comprador (Importador):
❑ Escolhe o porto de embarque, nomeia o navio transportador;
❑ Responsabiliza-se pelo custos de descarga no porto de destino e transporte
até às instalações do destinatário;
11/04/2019 57
CLASSIFICAÇÃO DOS INCOTERMS

GRUPO E : Entrega no estabelecimento do exportador


EXW
GRUPO F : Transporte principal não pago pelo exportador
FCA; FAS; FOB
GRUPO C : Transporte principal pago pelo exportador
C&F (ou CFR); CIF; CPT; CIP
GRUPO D : Entrega no local de destino
DAT (novo); DAP (novo); DDP

11/04/2019 58
GRUPO E

EXW [Ex Works (local designado)]


❑ A mercadoria será colocada a disposição no local designado;
❑ Modalidade utilizada em qualquer modo de transporte;
❑ Com esta modalidade o comprador deve arcar com todos os gastos de
transporte por sua própria conta e risco;

11/04/2019 59
GRUPO F
Responsabilidade do exportador até o momento da entrega da mercadoria
ao transportador internacional previamente indicado no contrato. Integra:
❑ FCA (Free Carrier Point) - Pode ser utilizado em qualquer modalidade
de transporte internacional, sendo o ponto crítico o momento da entrega
da mercadoria ao transportador indicado no contrato;
❑ FAS [Free Alongside Ship (designado o porto de embarque)] – Usado
exclusivamente no transporte marítimo. Nesta modalidade o exportador
mantêm-se responsável pela mercadoria até à sua entrega, já
desembaraçada ao lado do costado do navio;
❑ FOB [Free On Board (designado o porto de embarque)] – Modalidade
igualmente de uso exclusivo no transporte marítimo. Similar ao FAS,
mas aqui a responsabilidade do exportador só cessará quando toda a
mercadoria estiver já a bordo do navio que fará o transporte principal.
11/04/2019 60
GRUPO C
Responsabilidade do exportador pela contratação do transportador,
assumindo todos os encargos e riscos inerentes. O Grupo integra:
❑ CIF [Cost, Insurance And Freight (designado o porto de destino)] - Pode
ser utilizado em qualquer modalidade de transporte internacional, sendo
o ponto crítico o momento da entrega da mercadoria ao transportador
indicado no contrato. A responsabilidade do exportador termina
exactamente com a transposição da mercadoria da amurada do navio
ao descarregar no porto de destino;
❑ CIP [Carriage And Insurance Paid To (designado o local de destino)] –
Modalidade equivalente ao CIF, mas o ponto crítico altera-se para o
momento em que a mercadoria é entregue ao transportador. Ee
utilizável com qualquer modo de transporte.

11/04/2019 61
GRUPO D
Responsabilidade do exportador perdura até à entrega da mercadoria no
local de destino, estipulado pelo importador. O Grupo integra:
❑ DAT [Delivered At Terminal (designada a terminal portuária)] - A
responsabilidade do exportador vai atee à terminal portuária, assumindo
todos os encargos e riscos atee ao ponto de descarga da mercadoria
na terminal portuária, à excepção dos encargos de importação;
❑ DDP [Delivered Duty Paid (designado o local de destino)] – Esta é a
modalidade que imputa o maior nível de responsabilidade ao exportador
e, portanto, mais atraente ao importador. A mercadoria deve ser
entregue já desembaraçada no local designado pelo importador. Esta
modalidade pode ser utilizada por qualquer modo de transporte.

11/04/2019 62
QUADRO RESUMO DOS INCOTERMS 2010
Carregamento Despacho Transporte Descarga Despesas Transporte Encargos Carrega- Transporte Seguro Despacho Impostos
no Camião de até ao do camião de carrega- até ao de mento no até ao local de de
(carrier) Exportação porto de no porto de mento no porto de descarga camião no de destino importação importação
exportação exportação porto de importação no porto de porto de
exportação importação importação

EXW Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador

Comprador
FCA Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador

Comprador
FAS Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador

Comprador
FOB Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador

Comprador
CFR Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Comprador Comprador Comprador

CIF Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Comprador Vendedor Comprador Comprador

DAT Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador Vendedor/ Comprador Comprador
Comprador

Vendedor/
DAP Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador
Comprador

Comprador
CPT Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador

CIP Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Comprador

Vendedor/
DDP Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Vendedor Comprador Vendedor Vendedor

11/04/2019 63
O CONTRATO DE COMPRA E VENDA
A compra e venda é a modalidade de contrato na qual uma parte se obriga
a transferir à outra a propriedade de uma coisa corpórea ou incorpórea,
mediante o pagamento de um preço. Neste tipo de contrato negoceiam-se
basicamente:
❑ A marca;
❑ A quantidade das mercadorias;
❑ A qualidade das mercadorias uso dos INCOTERMS;
❑ A fixação dos preços (moeda a ser usada e o preço contratual);
❑ Quanto à sua classificação, a compra e venda se classifica como um
contrato consensual ou solene, bilateral, comutativo ou aleatório,
oneroso, translativo do domínio e de execução instantânea ou diferida
no tempo.

11/04/2019 64
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA

i. É um contrato consensual porque se forma por simples acordo das


partes;
ii. É um contrato bilateral porque ambas as partes teEm interesses mútuos
e se obrigam reciprocamente;
iii. É um contrato oneroso porque cada uma das partes se compromete a
dar à outra o equivalente do que recebe.

11/04/2019 65
A MARCA
❑ As marcas são sinais exteriores que têm por objecto identificar o produto,
individualizá-lo e distingui-lo dos demais. Marcas são inscrições feitas no próprio
produto. A marca comercial é uma das formas de propriedade intelectual em que o
titular da marca registada tem o direito de excluir outras pessoas do uso dessa
marca (nome registado, sinal, símbolo, desenho industrial, ou outra forma) ou o uso
de marca comercial similar, no decurso do comércio. Exemplos: rádio Xirico, relógio
Ómega;
❑ Patente é um direito, devidamente registado, que uma determinada pessoa ou
entidade possui pelo facto de ter realizado uma invenção ou descoberta científica
ou técnica. Ela permite que o seu titular monopolize a produção de uma invenção
por um período limitado de tempo. Por isso as patentes têm que ser tornadas
públicas.
❑ Do ponto de vista contabilístico as patentes fazem parte do Activo (imobilizado
incorpóreo).
11/04/2019 66
A QUANTIDADE
❑ Por bloco ou partida inteira (também se diz a esmo) quando o preço é
combinado tendo por base uma partida de mercadorias que está num
certo local sem necessidade de se contar, pesar ou medir. Apenas se
faz uma estimativa global das unidades de contagem ou medição;
❑ Por conta, peso e medida. Significa que o preço das mercadorias é
fixado tendo em conta certas unidades de conta (100 canetas, 12
relógios, 1 automóvel), de peso (1 kg de bananas, 3 kgs de arroz) e de
medida (5 metros de pano cru, 30 cm de renda, 25 metros de cabo).

11/04/2019 67
A QUALIDADE
❑ Compras à vista - O comprador tem a possibilidade de ver as mercadorias
que pretende adquirir porque as mesmas estão à sua disposição no
momento do contrato;
❑ Compras por amostra - O comprador adquire as mercadorias que deseja a
partir de um conjunto de amostras que o vendedor coloca à sua disposição;
❑ Compras por marcas - Trata-se de contratos feitos na base da confiança
que os compradores depositam em marcas já conhecidas, e portanto não
precisam de ver o produto para examinar, nem necessitam de amostras para
escolher as suas preferências. Ex: Camarão TIGRE
❑ Compras por tipo convencional (ou por tipo determinado)- quando a
mercadoria a transaccionar corresponde a certas características bem
conhecidas e determinadas quer pelas amostras apresentadas quer ainda
pelas respectivas marcas. Exemplos: Chá do Gurué, Algodão do Egipto

11/04/2019 68
A QUALIDADE
❑ Compras por análise - Este processo verifica-se sempre que a
mercadoria é negociada sob condição de corresponder a determinadas
características a comprovar por análises feitas pelo comprador.
❑ Ex: Nas compras de produtos químicos a granel, de vinhos, de chá,
acontece por vezes que os compradores exigem que a transacção se
considere completada só depois de verificarem se as propriedades e a
composição do produto correspondem ao que está nos catálogos,
reclames ou no próprio contrato.

11/04/2019 69
QUANTO À FIXAÇÃO DOS PREÇOS
❑ Que moeda utilizar?
❑ Qual o preço contratual?
QUANTO AO PAGAMENTO
❑ Pagamento antecipado ou imediato (ou ainda à vista)
❑ Pagamento a prazo
❑ Pagamento em prestações
❑ Pagamento contra entrega de documentos

11/04/2019 70
ETAPAS E DOCUMENTAÇÃO A UTILIZAR NA COMPRA E VENDA

❑ Nos contratos formais de compra e venda observam-se as seguintes


fases:
❑ Pedido de cotação (comprador);
❑ Oferta (vendedor);
❑ Encomenda (comprador);
❑ Entrega, liquidação e pagamento.
❑ Deste modo temos:
❑A encomenda e os documentos a ela associados;
❑A facturação (ou liquidação) e os documentos associados;
❑O pagamento e os documentos a ele associados;
❑A entrega e os documentos a ela associados.

11/04/2019 71
A ENCOMENDA E DOCUMENTOS ASSOCIADOS
❑ A nota de encomenda - É o documento mais em voga na actividade
comercial por grosso; é sempre emitida pelo comprador em duplicado,
sendo o original enviado ao vendedor;
❑ A ordem de compra - É o documento pelo qual um comprador dá
indicações a um seu agente, representante ou correspondente sediado
numa outra praça para fazer um certo número de aquisições;
❑ Requisição - Uma requisição comercial é um documento emitido pelo
comprador pelo qual ele levanta as mercadorias no armazém do
vendedor; pressupõe que o vendedor já acordou com quem faz a
requisição e o levantamento das mercadorias.

11/04/2019 72
A ENTREGA E SEUS DOCUMENTOS
❑ A guia de remessa ou nota de remessa - É o documento que
acompanha as mercadorias no seu percurso desde o armazém do
vendedor até ao destino e que serve para este conferir as quantidades
e a qualidade das mercadorias que lhe foram enviadas;
❑ A nota (ou talão) de recepção - É um documento emitido pelo
vendedor que serve para o comprador declarar por escrito que as
mercadorias que recebeu conferem com as especificações indicadas no
contrato. Depois da conferência o documento é devolvido ao vendedor.

11/04/2019 73
FACTURAÇÃO OU LIQUIDAÇÃO
❑ Consiste no apuramento do valor final que deve ser debitado ao
comprador;
❑ A factura é o documento pelo qual o vendedor faz a discriminação
completa das mercadorias, indica as despesas que efectuou, as
vantagens que concede ao vendedor, as condições de entrega e de
pagamento e o seu preço final.
❑ Nota: É obrigatório nas operações comerciais e está sujeita a normas
rígidas em termos fiscais.

11/04/2019 74
FACTURA - REQUISITOS
❑ O nome do estabelecimento comercial;
❑ NUIT (Número Único de Identificação Tributária);
❑ O endereço (físico) da sede;
❑ O número do documento;
❑ A data da emissão;
❑ A quantidade, qualidade e referências das mercadorias;
❑ As condições de entrega e de pagamento;
❑ O número de telefone e o endereço do E-mail.
❑ Detalhes bancários (facultativo)

11/04/2019 75
FACTURAÇÃO OU LIQUIDAÇÃO
❑ Factura pró-forma ou factura simulada - É um documento bastante
utilizado no comércio internacional. É passado pelo vendedor nos casos
em que ainda não haja uma venda efectiva (real) e tem apenas por
objectivo dar informações ao comprador sobre as condições de venda
(preço, seguro, transporte, pagamento) de uma mercadoria previamente
solicitada pelo comprador;
❑ Nota de débito - É um documento que o vendedor emite para informar
ao comprador sobre o valor que tem a pagar relativamente à factura
que anteriormente lhe foi passada;
❑ Nota de crédito – É um documento que serve para rectificar erros ou
omissões que o vendedor tenha cometido ao fazer ajustamentos de
preços por motivos não previstos na altura da emissão da factura.
11/04/2019 76
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMRCIO
Transporte (marítimo, caminho de ferro e aéreo)
❑ Contrato entre duas partes em que uma (o transportador) se
obriga a transportar por água, terra ou ar, mediante uma certa
retribuição, quaisquer bens ou pessoas em nome ou benefício
da outra parte contratante (o transportado);
❑ Nota: o preço que o transportador tem direito a receber
designa-se por frete, no caso do transporte de mercadorias e
por passagem, no caso do transporte de passageiros.

11/04/2019 77
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
O Empréstimo
❑ Este é um contrato segundo o qual alguém cede algo (bens ou dinheiro) a
outrem, para que este os utilize durante um certo período de tempo,
comprometendo-se a restituí-lo na mesma espécie ou em qualquer outra
espécie equivalente;
❑ Toma um carácter comercial quando a coisa cedida se destina a qualquer
acto comercial e quando o contrato é feito mediante uma certa retribuição.
❑ Designa-se por Comodato quando o empréstimo recai sobre coisa que deva
ser restituída na mesma espécie. Quem cede chama-se comodante e quem
recebe intitula-se comodatário;
❑ Designa-se por Mútuo quando o empréstimo recai sobre uma coisa que
deva ser restituída por outra qualquer, mas de valor equivalente. O cedente
chama-se mutuante e o que recebe tem o nome de mutuário.
11/04/2019 78
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

O Empréstimo (cont.)
❑ Nota: o comodato e o mútuo são geralmente gratuitos, mas quando a
cedência da coisa se faz mediante uma certa retribuição o comodato
recebe o nome bastante corrente de aluguer e o mútuo passa a
chamar-se usura.

❑ Nos empréstimos de dinheiro o valor absoluto da retribuição resultante


do contrato chama-se juro e é a diferença entre o capital acumulado ao
fim de certo período e o capital inicialmente emprestado.

11/04/2019 79
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
Depósito:
❑ Um contrato de depósito dá-se quando alguém, individual ou colectivo,
compromete-se a:
❑ Guardar qualquer coisa móvel que recebeu da parte contratante oposta;
❑ Devolver a coisa no termo do contrato ou quando lhe for exigida;
❑ O depósito é comercial quando os objectos do depósito se destinam a um ou
mais actos de comércio;
❑ A pessoa que recebe o depósito tem o nome de depositário e a que entrega
chama-se depositante;
❑ Exemplo: Nos portos, aeroportos e estações de caminhos de ferro, existem
lugares apropriados onde os passageiros podem guardar as suas bagagens
durante um certo período mediante pagamento de uma certa importância

11/04/2019 80
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
Franquia (Franchising)
❑ Este é um contrato em que um dos intervenientes cede o direito de uso
de uma marca, patente, tecnologia, bens e/ou serviços ao outro
interveniente, para que este desenvolva uma dada actividade mediante
uma retribuição denominada royalty;
❑ De salientar que aquele que recebe a patente para sua exploração
deve seguir as normas do seu proprietário sob pena de a perder, caso
não as siga;
❑ O franqueado paga os direitos de entrada (preço para aceder à
franquia) como um teste à motivação dos candidatos;
❑ O franqueado paga direitos proporcionais ao volume de negócios,
royalties, sob a forma de prestações periódicas, mensais ou trimestrais;

11/04/2019 81
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Franquia (Franchising) (cont.)


❑ O papel do franqueador é acompanhar e assegurar que a qualidade
dos produtos e serviços se conforme com os padrões exigidos pelo seu
proprietário de direito. Ex: Coca cola, KFC, Debonairs, entre outros.
Tipos de Franchising
❑ Franchising de distribuição;
❑ Franchising de serviços;
❑ Franchising de indústria;

11/04/2019 82
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Tipos de Franchising:
❑ Franchising de distribuição - O franqueado (franchisee) comercializa um
produto fabricado pelo franqueador (franchiser), sob a marca da qual o último
(franqueador) é titular, beneficiando da assistência técnica e comercial.
Exemplo: A Toyota de Moçambique, comercializa viaturas da marca Toyota e
beneficia da assistência técnica da empresa japonesa Toyota;
❑ Franchising de serviços - O franqueado presta um serviço, através de uma
marca ou nome comercial licenciados pelo franqueador, com base nas
directrizes estipuladas pelo último. Exemplo: KFC;
❑ Franchising de indústria - O franqueado fabrica, ele próprio, o produto a
comercializar, sob uma marca ou nome comercial, segundo as indicações do
franchisador. Exemplo: A Coca Cola de Moçambique fabrica coca cola.

11/04/2019 83
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

As Vantagens do Franchising:
❑ O franqueado financia grande parte da expansão, não necessitando o
franqueador de capital avultado;
❑ Os franqueados atingem resultados superiores aos obtidos por unidade
própria, sendo parceiros altamente moralizados e motivados;
❑ Existe a criação de um canal de distribuição fluido, eficiente e diferenciado;
❑ A imagem da marca sai cada vez mais reforçada, pois é associada ao know-
how, à força do trabalho e aos relacionamentos locais do franqueado;
❑ Possibilita ganhos acrescidos em economias de escala;
❑ O sistema possibilita expansão de mercado de forma rápida, pois a abertura
de novos espaços é célere;
❑ Viabiliza acções de promoção e de marketing de forma conjunta e
coordenada.
11/04/2019 84
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Seguro:
❑ Contrato pelo qual uma das partes contratantes (o segurador) se
compromete, mediante uma certa remuneração chamada prémio, a
indemnizar a outra parte (segurado) ou a uma terceira pessoa por esta
designada (o beneficiário) no caso de se verificar um acontecimento
fortuito ou incerto.

11/04/2019 85
OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Os documentos Mais Importantes do Contrato de Seguro:


❑ Proposta de seguro - É uma declaração por escrito em que o segurado
apresenta à empresa seguradora as condições do contrato e, muito
particularmente, as características do risco que pretende ver coberto;
❑ A minuta do contrato - É a 2ª fase importante na qual a seguradora
responde indicando todas as condições e as bases essenciais do contrato;
❑ Apólice de seguro - É o documento mais importante de um contrato de
seguro. Ela contém todas as condições gerais que são comuns a todos os
seguros do mesmo ramo e as condições específicas que se referem a cada
segurado e procura responder as preocupações de cada um;
❑ Acta adicional é um documento passado pela seguradora, durante o curso
do contrato, pelo qual se introduzem modificações ao contrato inicial.

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Resseguro
❑ Contrato pelo qual uma empresa seguradora transfere para outra
entidade ou empresa todo ou apenas uma parte do valor de um seguro
da sua responsabilidade. Isto acontece normalmente nos seguros de
objectos de grande valor e importância económica.

Leasing ou Locacao
❑ É um contrato através do qual a locadora (a empresa que se dedica à
exploração de leasing) adquire um bem escolhido pelo seu cliente
(locatário) para, em seguida, alugá-lo a este último, por um prazo
determinado.

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
Leasing ou Locação (cont.)
❑ No fim do contrato, o arrendatário pode optar por:
❑ Renová-lo por mais um período;
❑ Por devolver o bem arrendado à arrendadora (que pode exigir do
arrendatário, no contrato, a garantia de um valor residual);
❑ Por adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual
previamente definido no contrato.
❑ A locação tem o nome de aluguer quando o contrato tem por objecto
uma coisa móvel (exemplo: aluguer de um veículo para transportar uma
mobília) e arrendamento quando a locação recai sobre um objecto
imóvel (arrendamento dum apartamento ou um armazém).

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
Leasing Operacional:
❑ Os bens arrendados, em geral, são de propriedade do fabricante,
importador ou distribuidor, que os cede temporariamente ao
arrendatário, com a possibilidade de os adquirir ao final do contrato;
❑ A arrendadora é que arca com os custos de manutenção dos
equipamentos;
❑ Estes contratos são rescindíveis unilateralmente pelo arrendatário;
❑ Não é necessário que o arrendador seja uma instituição financeira.

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO
Leasing Financeiro:
❑ A arrendadora é uma instituição financeira, que adquire o bem em
seu nome e o cede ao arrendatário, por prazo definido, e:
❑ O arrendatário assume todos os riscos e custos relativos ao uso e
manutenção do bem
❑ Não há possibilidade de rescisão unilateral do contrato, pelo
arrendatário ;
❑ No final do contrato o arrendatário pode:
❑ Adquirir o bem por valor residual previamente estabelecido;
❑ Renovar o contrato por novo prazo e novas condições;
❑ Devolver o bem à arrendadora.

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OS CONTRATOS MAIS USUAIS NO COMÉRCIO

Leasing Back ou Locação de Volta:


❑ Segundo a qual uma empresa proprietária de um bem vende-o a um
comprador, o qual por sua vez cede àquele o direito de uso por um
determinado período. O comprador passa a ser o locador e o vendedor
converte-se em locatário (lease back). É mais aplicável no caso do
leasing operativo.
❑ Acontece quando a empresa necessita de capital de giro.

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