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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTANCIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA A GESTÃO

LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

TRABALHO DE PESQUISA DE CAMPO

TEMA: BANCOS PÚBLICOS VERSUS FUNDO DE DESENVOLVIMENTO

DISTRITAL

NOME:

DOCENTE:

BEIRA

ABRIL DE 2019
AGRADECIMENTOS

Agradeço:

II
SUMÁRIO

O FDD é uma instituição pública dotada de personalidade jurídica, autonomia


administrativa e financeira e funciona em cada distrito do país junto ao Governo Distrital.
O FDD destina-se a apoiar prioritariamente pessoas pobres economicamente activas sem
possibilidade de acesso ao crédito no sistema financeiro formal.

O Fundo de Desenvolvimento Distrital tem em vista a materialização dos objectivos do


governo orientados para o desenvolvimento do Distrito, especificamente no domínio da
produção de alimentos e geração de rendimento, garantindo a criação de postos de
trabalho a nível local. O mesmo é resultado do processo de descentralização na qual
destina - se a captação e gestão de recursos financeiros visando impulsionar o
desenvolvimento e o empreendedorismo na satisfação das necessidades básicas das
comunidades locais, mediante a concessão de empréstimos reembolsáveis.

O Fundo de Desenvolvimento Distrital é resultado do processo de descentralização de


instrumentos de planificação e orçamentação com vista ao envolvimento das populações
ao nível local e tem a cobertura da Lei n° 8/2003 e do Decreto n° 11/2005. Assim entende
- se que o FDD reforça o princípio do distrito como a base do desenvolvimento, na medida
em que, pretende afectar recursos para a produção de alimentos, criação de emprego e
geração de renda, de forma a contribuir para o combate à pobreza no país.

O Orçamento do Estado tem estado no centro das atenções da participação da Sociedade


Civil na governação em Moçambique e em todas as sociedades em desenvolvimento. É
um instrumento de gestão que contém a previsão de receitas e despesas públicas para um
determinado ano económico. Portanto, é ele que expressa não só o tipo de Estado, mas
também a orientação política desse mesmo Estado sobre várias questões, com particular
destaque para o desenvolvimento, combate à pobreza, governação política, etc. Em
Moçambique, o Orçamento do Estado é aprovado através duma Lei pela Assembleia da
República, ao abrigo do disposto na alínea m), do nº 2, do artigo 179 da Constituição da
República. (CIP, 2011, p. 8).

III
LISTA DE SIGLAS

OIIL – Orçamento de Investimento de Iniciativa Local


FDD – Fundo de Desenvolvimento Distrital
CCD – Conselho Consultivo Distrital
CCL – Conselho Consultivo Local
MF – Ministério das Finanças
MPD – Ministério da Planificação e Desenvolvimento

IV
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... II

SUMÁRIO ...................................................................................................................... III

LISTA DE SIGLAS ....................................................................................................... IV

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

1.1. OBJECTIVOS DA PESQUISA ............................................................................ 8

1.1.1. Objectivo Geral .................................................................................................. 8

1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................... 8

1.2. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................ 8

1.3. METODOLOGIA .................................................................................................. 9

1.3.1. Técnica de Recolha de Dados ............................................................................ 9

1.3.2. Tipo de Pesquisa ................................................................................................ 9

2.1.1 Desenvolvimento local .................................................................................... 11

2.1.2. Financiamento Local ............................................................................................ 11

2.1.3. Teorias de amortização de créditos ...................................................................... 11

2.1.4. Fundo distrital de desenvolvimento ................................................................. 12

2.2. DESCENTRALIZAÇÃO EM MOÇAMBIQUE ................................................ 12

2.3. EMPREGO EM MOÇAMBIQUE ................................................................... 13

3. ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................ 14

3.1. DISTRIBUIÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO DE DONDO ............. 14

3.1.1. População ............................................................................................................. 14

3.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DO FUNDO DE


DESENVOLVIMENTO DISTRITAL ........................................................................... 15

3.4. OBJECTIVOS DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL ........... 16

3.5. O PAPEL DOS CONSELHOS CONSULTIVOS LOCAIS NO PROCESSO DE


GESTÃO DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL .............................. 17
3.6. MONITORIA E AVALIAÇÃO DO FDD .......................................................... 17

3.7. CRITÉRIOS DE ACESSO AOS RECURSOS DO FDD ................................... 18

3.7.4. Critérios de Elegibilidade Dos Beneficiários ................................................... 18

3.7.5. Critérios de elegibilidade de projetos .............................................................. 19

3.7.5.2. Projectos de Geração de Emprego ............................................................... 19

3.7.5.3. Projectos de Produção de Comida................................................................ 19

3.8. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA .......................................... 20

3.9. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS ........................................................................ 20

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 21

4.1. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................. 21

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 22

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1. INTRODUÇÃO

As primeiras experiências-piloto de planificação e orçamentação, descentralizada em


Moçambique com foco nos distritos foram implementadas entre 1998 e 2005 na província
de Nampula. Financiadas pelo fundo das Nações Unidas, para o Desenvolvimento
(UNCDF), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Embaixada
da Holanda, estas experiências-pilotos inseriam-se no Programa de Planificação e
Financiamento Descentralizado. Esta, iniciativa fundamentava--se nas crenças de que o
desenvolvimento local dependia do grau de descentralização e desconcentração de
responsabilidades e recursos e da participação comunitária na planificação e
implementação de actividades do sector publico local. Estas actividades tinham como
foco o desenvolvimento de infra-estruturas, o fortalecimento da capacidade institucional
e a articulação de objectivos e prioridades da planificação. não apenas o financiamento
de actividades individuais (Castel-Branco, 2003e 2010 a: 47; Faria e Chichava,1999: 32).
Para alem dos programas de investimento produtivo directo estarem apoiados pelo
financiamento na infra-estrutura e em alguns serviços produtivos e administrativos
necessários, na época os 21distritos de Nampula recebiam, por ano, quase o dobro dos
fundos que os 128 distritos do Pais recebem por ano desde o inicio da implementação do
OIlL (CASTELO-BRANCO, 2003; BOROWCZAK ET AL.,2004).

Em 2006, o Governo de Moçambique introduziu o (OIIL) Orçamento de Investimento de


Iniciativa Local, como uma das acções estratégicas para redução da pobreza através do
financiamento de projectos individuais de produção de comida e de geração de emprego
e de renda. Sendo o FIIL/OIIL instituído e alocado aos governos distritais anualmente
desde 2006 com o objectivo de desenvolver a produção de alimentos, a geração de
renda e de trabalho, visando a melhoria do bem-estar das populações locais e,
consequentemente, a diminuição da pobreza, este configura-se como uma das principais
estratégias do Governo para, que através do reembolso dos mutuários permitem que os
mesmos valores venham a beneficiar as outras pessoas, fazendo-se assim a
redistribuição da riqueza.

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1.1.OBJECTIVOS DA PESQUISA
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar a alternativa viável para a criação de um banco público vocacionado para
alocação de fundo aos distritos para concessão de créditos aos empresários locais.

1.1.2. Objectivos específicos


 Conhecer as orientações metodológicas do fundo de desenvolvimento distrital;
 Dar o conceptual teórico em torno do tema em destaque;
 Descrever as vantagens de criação de um banco publico ou banco privado em
parceria com o governo;
 Descrever os critérios para a concepção dos fundos;

1.2.DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O processo de alocação de fundos tendo em vista ao financiamento de projectos de
iniciativa privada aos distritos ganhou, mas enfâse em 2006 com a institucionalização do
Orçamento de Investimento de Iniciativa Local (OILL), que mais tarde passou a designar
– se Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) isto em 2009, como sendo instrumento
ou mecanismo de desenvolvimento das comunidades locais mediante a concessão de
empréstimos reembolsáveis.

 O objecto de estudo do presente trabalho é a vantagem da criação de um banco


publico ou privado nos distritos de Moçambique.

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1.3.METODOLOGIA
Qualquer trabalho científico é orientado por princípios que possibilitam o alcance dos
Objectivos pré-definidos, e a metodologia é um instrumento fundamental na orientação
do trabalho do género. Portanto neste capítulo apresentamos o conjunto de
procedimentos metodológicos que tornaram possível a elaboração do presente estudo
desde o método de abordagem, método de procedimento, técnica de recolha de dados, e
o tipo de pesquisa.

1.3.1. Técnica de Recolha de Dados


Conforme Lakatos e Marconi (1999:41) cada método implica o emprego de várias
técnicas. Assim, o presente trabalho foi também realizado com base na conjugação de
algumas técnicas de pesquisa, nomeadamente a documental e a observação sistemática
directa.
A técnica documental é referente ao recurso às fontes primárias e fontes secundárias,
sendo que das primárias fazem parte os arquivos públicos e particulares, as estatísticas
oficiais, censos, etc. as secundárias englobam as obras e trabalhos elaborados, jornais,
revistas e outros (Lakatos e Marconi, 1999:40).

Para a operacionalização deste trabalho recorreu-se como fontes primárias, aos informes
e relatórios do governo Distrital e provincial sobre o processo de desconcentração do
FDD; os estudos, relatórios e informes de grupos da sociedade civil sobre a matéria tanto
a nível local como a nível nacional. Também constituíram parte deste grupo documentos
estatísticos sobre os índices de emprego e desemprego em Moçambique, e instrumentos
programáticos de políticas públicas em Moçambique.

1.3.2. Tipo de Pesquisa


O presente estudo tomou como base a pesquisa quantitativa que segundo Mattar (2001)
citado por De Oliveira (2011) esta busca a validação das hipóteses mediante a utilização
de dados estruturados, estatísticos, com análise de um grande número de casos
representativos, recomendando um curso final de acção. Ela quantifica os dados e
generaliza os resultados da amostra para os interessados.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo apresentar-se a linha teórica de orientação do estudo, os conceitos
essenciais, a revisão da literatura relacionada com os aspetos sobre o processo de
desconcentração e/ou descentralização, apresentar-se- á o processo de descentralização e
do emprego em Moçambique, a definição da amostra, a estrutura do trabalho e as
limitações do estudo.

2.1. CONCEPTUAL TEÓRICO

Segundo Morreira (1997) o Funcionalismo preconiza a análise da articulação entre


diferentes actores e intervenientes na prossecução dos objectivos da organização. Os
agentes envolvidos no processo de tomada de decisão ao nível da organização devem
interagir de acordo com as regras existentes dentro da organização.
Com base na perspectiva funcionalista, a desconcentração e a própria planificação
descentralizada contribuem de forma significativa para o desenvolvimento local o
aumento da capacidade de resposta do estado às diversas necessidades apresentadas aos
níveis mais baixos da sua administração.
Administração Pública herdada do sistema colonial caracterizava-se por uma estrutura
baseada no princípio da centralização, isto é, na centralização da decisão administrativa
aos órgãos superiores da administração central colonial. Aliás com a independência, a
natureza do regime modificou-se substancialmente, do qual resultou a reforma de 1977,
que ―escangalhou‖ o aparelho do Estado colonial, e criou um aparelho de Estado que se
adequa com as concepções políticas e económicas para a construção de uma sociedade
socialista e de democracia popular (Ibidem).

A descentralização no contexto Moçambicano é o processo através do qual a


administração assegura a participação dos cidadãos na governação ao nível local, com
intuito de que o poder de decisão aproxime cada vez mais o cidadão, o que torta possível
a sua participação na solução dos problemas de desenvolvimento ao nível da sua
comunidade.

Em Moçambique a descentralização, ocorre em duas vertentes em simultâneo. Primeiro,


a descentralização que abrange as autarquias locais como as entidades públicas, com

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personalidade jurídica própria distinta do estado, dotado de autonomia administrativa,
financeira e patrimonial (Lei n° 2/97, de 18 de fevereiro).

2.1.1 Desenvolvimento local


Por sua vez, Verhelst (1992 citado por Faria, 2011, p. 28) acrescenta dizendo que o
desenvolvimento tem sido associado à noção de progresso material e de modernização
tecnológica. Sua promoção, mediante o desrespeito e a desconcentração das diferenças
culturais, da existência de outros valores e concepções, já teria funcionado como Cavalo
de Tróia, que, vestido da sedução do progresso, teria carregado em seu interior o domínio
e as imposições culturais que desequilibram e abalam as sociedades.

Em Moçambique a questão do desenvolvimento local é também revestida de discursos


que constituem linguagens mais expressivas como é no caso de Distrito pólo de
desenvolvimento6. Porém a abordagem deste discurso faz nos crer que o Governo
incentiva o desenvolvimento dos Distritos alocando os Sete milhões como um programa
de povo no âmbito do processo da descentralização em que a planificação é feita a nível
da base. Quando a planificação é feita na capital, dificilmente se consegue responder as
realidades específicas de cada local.

2.1.2. Financiamento Local


O termo financiar refere-se essencialmente em apoiar financeiramente, proporcionar os
capitais necessários ao funcionamento de uma empresa e/ou fornecer a alguém os meios
de acesso ao mercado de bens e serviço para realizar um projecto. Neste contexto, o
processo decorre existindo duas pessoas nomeadamente: “fornecedor e beneficiário”.

2.1.3. Teorias de amortização de créditos


Amaral et al. (1997, citado pela Sousa 2012, p. 9) diz que “crédito é um acto de troca
económica em que alguém o credor realiza uma prestação em dinheiro ou em espécie, em
determinado momento, a favor de outrem o devedor, e aceita o risco de a respectiva
contraprestação ser referida para um momento ou momentos posteriores, confiando no
cumprimento pontual da promessa de reembolso feita pelo devedor, e recebendo um juro
como compensação.”

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2.1.4. Fundo distrital de desenvolvimento
O FDD é uma instituição pública dotada de personalidade jurídica, autonomia
administrativa e financeira e funciona em cada distrito do país junto ao Governo Distrital.
O FDD destina-se a apoiar prioritariamente pessoas pobres economicamente activas sem
possibilidade de acesso ao crédito no sistema financeiro formal.

2.2. DESCENTRALIZAÇÃO EM MOÇAMBIQUE


No final da década de 80 e princípios dos anos 90 abriu-se uma nova página da história
da humanidade. Este período caracterizou-se pelo fim da Guerra- Fria que conduziu à
queda dos regimes de planificação centralizada da Europa do Leste e consequente
predomínio da ideologia liberal do ocidente (CAROTHERS, 2007).

Desde a independência nacional alcançada em 1975, Moçambique iniciou em princípios


dos anos 90 com o programa de reforma dos órgãos locais (PROL), um processo de
descentralização, tido como parte integrante de um conjunto de reformas políticas,
económicas e administrativas, iniciadas desde os anos 80 (Faria & Chichava: 1999).

As reformas do processo de descentralização em Moçambique foram essencialmente


marcadas por um processo de transferência ou devolução de competências, recursos,
funções ou atribuições do nível central para os níveis locais, concretamente nas
administrações distritais e municipais.
Enquadrando este todo conjunto de reformas de carácter político, económico e
social desenvolvidas em Moçambique desde os princípios dos anos 90, o processo de
descentralização, de acordo com Canhanga (2009), é do reconhecimento de que as
instituições locais estão na melhor posição para escolher um conjunto de prioridades
públicas que correspondam às demandas das populações locais e de decidirem sobre
o volume de oferta de certos bens e serviços públicos que tem um efeito sobre o país
como um todo e que tem maior capacidade na definição de prioridades que viabilizam o
arranque e rápido alcance dos resultados esperados no processo de desenvolvimento.
Assim, o Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) é considerado um instrumento
necessário, que vai ao encontro dos anseios das populações, uma vez que permite cada
vez mais maior envolvimento das populações na alocação de fundos para a implantação
de actividades de produção e comercialização de alimentos, criação de postos de trabalho,
permanentes ou sazonais, assegurando a geração de rendimento. ´

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2.3. EMPREGO EM MOÇAMBIQUE
Nos últimos dez anos, Moçambique tem registado elevadas taxas de crescimento
económico, como resultado da estabilidade política, adopção de reformas e politicas
económicas favoráveis, a reintegração nos mercados regionais e internacionais, o influxo
de capitais estrangeiros, atraídos em parte pelo clima de estabilidade macroeconómica e
potencialidade de recursos existentes no país.

A Estratégia de Emprego e Formação Profissional em Moçambique (2006-2015) revela


que a grande maioria da população moçambicana vive ainda abaixo do limiar da pobreza,
ao abrigo duma economia informal que assume enorme expressão e importância na
sociedade moçambicana. Face a esta situação, a estratégia reconhece a necessidade de se
desencadear e desenhar estratégias de criação de pequenos negócios no seio das
comunidades locais.

O governo, através do PQG 2015-2019, pretende promover o emprego e melhorar


a produtividade e a competividade, isto é, aumento do emprego e da produção bem
como da melhoria da competividade da economia nacional e das empresas, impulsionada
pela agricultura orientada para o mercado, com forte envolvimento do sector familiar e
privado visando a geração de emprego e da renda, a garantia da segurança alimentar
e nutricional, a provisão de matéria-prima para a industria nacional e geração de
excedentes para a exportação.

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3. ANALISE E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
3.1. DISTRIBUIÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO DE DONDO
O Distrito localiza-se na margem esquerda do rio Pungué, estendendo – se ao Centro –
Este da província de Sofala, limitando – se a Norte com o distrito de Muanza, a Oeste
com o distrito de Nhamatanda, a Sul com o distrito de Búzi e Cidade da Beira e a Este
pelo Oceano Indico. A superfície do Distrito é de 2.355 Km2, possui 3 Postos
administrativos e 5 Localidades nomeadamente: Posto Administrativo Dondo Sede
que coincide com área Municipal (localidade sede), Posto Administrativo de Mafambisse
(Localidade Sede e Mutua) e Posto Administrativo de Savane (Localidade Sede e
Chinamacondo)
É atravessado pelo Corredor da Beira que liga o Porto da Beira aos países do Interland e
a linha férrea de Sena que liga a cidade da Beira a vila carbonífera de Moatize na província
de Tete, com um percurso de cerca de 579 km. Estas infra-estruturas contribuem
para impulsionar o desenvolvimento sócio – económico local do distrito.
Actualmente, Dondo é o segundo maior centro Industrial da Província, destacando -se
unidades industriais de grande dimensão, nomeadamente: Açucareira de
Moçambique, Cimentos de Moçambique, Eco-cimentos, MOFLOR, Fabrica de
Travessa, Clean Star, BallagiInvestiment (engarrafamento de água mineral), PREMAP
e Ollava (fabrica de Pavés).

3.1.1. População
O Distrito possui 173.005 habitantes, sendo 86.317 mulheres e 86.689 homens de acordo
com as projeções do INE para 2015 e uma densidade populacional de 71.8 hab./Km.

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3.2. VANTAGENS DO BANCO PUBLICO E BANCO PRIVADO EM
PARCERIA COM GOVERNO
 Aumento do capital por parte do reembolso;
 Geração de fundo para a construção e melhoramento das vias de acesso ao distrito;
 Melhorarias no orçamento do estado;
 Geração de emprego para várias classes sociais;
 Flexibilizar a gestão orçamental e facilitar os mecanismos de transferências dos
recursos do Estado para o benefício das comunidades;
 Conferir maior dinâmica económica e financeira a nível local através do
estabelecimento de mecanismos flexíveis, apropriados e legalmente enquadrados;
e
 Criar um Fundo vocacionado à promoção de actividades económicas através da
captação, disponibilização e recuperação de recursos.

3.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS DO FUNDO DE


DESENVOLVIMENTO DISTRITAL
Para uma utilização criteriosa do FDD, o Ministério das Finanças (MF) e o Ministério da
Planificação e Desenvolvimento (MPD) produziram em conjunto instrumentos de
orientações metodológicas com vista a utilização deste fundo. No âmbito do seu
lançamento, definiu-se que a sua execução compete aos governos distritais com vista a
sua aplicação em actividades de pequeno e médio porte, de impacto imediato junto às
populações locais. Contudo o regulamento chama atenção ao estreito cumprimento das
normas de gestão, supervisão e fiscalização do orçamento do estado, ao nível distrital,
considerando o disposto na lei.
Em Moçambique o fim último do processo de desconcentração de recursos é o combate
a pobreza e promoção do desenvolvimento económico. Uma das estratégias de combate
a pobreza é desenhar programas que alcancem os segmentos das populações mais pobres
e mais vulneráveis.
Com base neste pressuposto, a essência das orientações metodológicas adverte que a
concessão do FDD deve ser feita com base numa consulta desenvolvida ao nível da base,
isto é, deve ser feita aos fóruns locais. Uma vez feita a consulta ao nível dos fóruns locais,
os resultados são canalisados aos conselhos consultivos locais das respetivas localidades,
seguidos dos postos administrativos, cujo em cada um destes órgãos de debate, as

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propostas dos projectos são discutidos e apreciados, finalmente são canalisados para o os
conselhos consultivos distritais
onde para além de discussão serão aprovados.
Em conformidade com as orientações conjuntas do MF & MPD o fundo de
desenvolvimento distrital deve ser investido em actividades de promoção de
desenvolvimento económico local com impacto no quadro de combate à pobreza e em
sintonia com os planos estratégicos de desenvolvimento do distrito.

São prioritários os projectos de produção e comercialização agro-pecuária; pesca;


piscicultura; pequena indústria; agro- indústria e pequenos sistemas de processamento;
turismo rural; comércio. Deste modo:
´´São elegíveis projectos comunitários propostos por associações, grupos sociais
organizados e outras formas sociais de base comunitária reconhecidas pelo governo do
distrito. Os fundos são aplicados para a aquisição de bens de capital a serem usados
como meios para a promoção das actividades económicas das comunidades. Os fundos
não são aplicados para o pagamento de salários, bolsas de estudo, reuniões, seminários,
workshops, e outros custos correntes´´.
Considera - se projectos de geração de emprego todas iniciativas que concorrem para a
criação de empregos sazonais e/ou permanentes, postos de trabalho e elevação da renda
dos indivíduos, das famílias, das associações e das pequenas empresas locais.

3.4. OBJECTIVOS DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL


 Financiar acções que visam estimular o empreendedorismo, a nível local, de
pessoas pobres, mas economicamente activas e que não tem acesso ao crédito
bancário;
 Financiar actividades de produção e comercialização de alimentos, criação de
postos de trabalho, permanentes ou sazonais, assegurando a geração de
rendimento;
 Financiar outras acções que visem melhorar as condições de vida, relacionadas
com as actividades económicas e produtivas das comunidades.

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3.5. O PAPEL DOS CONSELHOS CONSULTIVOS LOCAIS NO PROCESSO
DE GESTÃO DO FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DISTRITAL

Os Conselhos Consultivos Locais são órgãos de consulta que representam as


comunidades, e que transportam informação dos problemas das comunidades, e que por
sua vez estes problemas são canalisados ao governo. Estes devem prestar contas as
comunidades sobre a gestão do FDD e todo o processo desde a aprovação dos projectos
no distrito, incluindo as razões dessas concessões, a apresentação pública dos
beneficiários e os valores a estes concedidos, segundo deu a entender o entrevistado.

3.6. MONITORIA E AVALIAÇÃO DO FDD


A monitoria ao FDD deve ser feita a dois níveis nomeadamente:
i. A nível do próprio FDD, com vista a fazer o acompanhamento do processo de
implementação do FDD e;
ii. A nível dos projectos com vista a fazer o acompanhamento do ponto de situação
dos projectos financiados.
A monitoria cobrirá os três escalões envolvidos no FDD designadamente a nível
distrital, provincial e central.

a) A nível do Distrito: a este nível deve ser feito um acompanhamento permanente


aos projectos financiados, de forma a verificar-se o ponto de situação dos
projectos, principais constrangimentos e propor medidas para a sua solução. Esta
monitoria deverá envolver membros do Conselho Consultivo Distrital, membros
da Comissão Técnica de Avaliação de Projectos e outras instituições afins,
baseadas no distrito.

b) A nível da Província: a monitoria deve ser feita por equipas da Direcção


Provincial do Plano e Finanças e para casos específicos poderá envolver outros
sectores afins. Estas monitorias deverão ser feitas trimestralmente e em casos
pontuais quando solicitados pelo Presidente do Fundo.

c) A nível Central: a monitoria deve ser feita por equipas constituídas por técnicos
do Ministério da Administração Estatal, da Planificação e Desenvolvimento e das
Finanças e técnicos do Grupo de Referência do FDD/OIIL coordenada com a

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província a ser visitada. Estas monitorias deverão ser feitas trimestralmente e em
casos pontuais quando solicitados pelo Presidente do Fundo.
Em intervalos de três anos deverá ser feita a avaliação da implementação do FDD por
uma entidade independente para medir o impacto da implementação deste fundo ao nível
das comunidades.

3.7. CRITÉRIOS DE ACESSO AOS RECURSOS DO FDD


O acesso aos recursos do FDD é determinado por um conjunto de critérios aplicáveis aos
(i) proponentes dos projectos e (ii) tipos de projectos, conforme é descrito a seguir.

3.7.4. Critérios de Elegibilidade Dos Beneficiários


Os critérios de elegibilidade dos beneficiários são os seguintes:
Para indivíduos:
 Ser residente na unidade territorial onde pretende implementar o projecto,
confirmado pelas autoridades locais;
 Possuir nacionalidade moçambicana;

Esta expressão pretende captar num só conceito todas as pessoas singulares e colectivas
que embora tenham iniciativas produtivas cobertas pelos objectivos do FDD, não são
elegíveis para a concessão de créditos do sistema bancário formal.
 Ser considerado idóneo pelas autoridades administrativas e comunitárias locais;
 Ter idade não inferior a 18 anos;
 Possuir NUIT.
Para associações e Micro/Pequenas e Médias:
As associações e Micro/Pequenas e Médias Empresas devem:

 Estar legalmente registadas e com uma estrutura de organização e gestão


consolidada observável a partir do núcleo central dos membros das associações;
 Os membros devem ser residentes na unidade territorial onde se pretende
implementar o projecto e com a residência confirmada pelas autoridades locais;
 Operar no território onde se pretende implementar o projecto;
 Ser constituídas por cidadãos nacionais;
 Possuir NUIT.

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As autoridades competentes devem flexibilizar e apoiar os beneficiários na obtenção do
NUIT, aproveitando esta oportunidade para expandir a atribuição do mesmo. Igualmente,
devem ser criados mecanismos para tornar célere o registo e legalização das associações.

3.7.5. Critérios de elegibilidade de projetos


No âmbito do FDD são financiáveis as acções que concorram para geração de emprego
permanente e/ou sazonal, para produção de comida e geração de renda para os produtores
e suas famílias.
Os projectos elegíveis devem estar estritamente ligados ao desenvolvimento económico
local com impacto no quadro do combate à pobreza e em sintonia com os Planos
Estratégicos de Desenvolvimento do Distrito e devem ser propostos por indivíduos,
associações, grupos sociais organizados e outras formas sociais de base comunitária
reconhecidas pelo Governo do Distrito em estreita colaboração com as autoridades
comunitárias locais.
Os projectos financiados devem obrigatoriamente ser implementados na unidade
territorial onde são propostos.

3.7.5.1.Projectos prioritários
Os projectos prioritários são os seguintes:
i. Produção e comercialização agropecuária;
ii. Pesca;
iii. Piscicultura;
iv. Pequena Indústria;
v. Agroindústria e pequenos sistemas de processamento;
vi. Turismo rural;
vii. Comércio.
3.7.5.2.Projectos de Geração de Emprego
Os projectos de geração de emprego são todas as iniciativas que concorrem para a criação
de empregos sazonais e/ou permanentes, postos de trabalho e elevação da renda dos
indivíduos, das famílias, das associações e das pequenas empresas locais. Estes projectos
devem simultaneamente estimular o empreendedorismo, geração de rendimento e criação
de emprego e de postos de trabalho sustentáveis para a população local.
3.7.5.3.Projectos de Produção de Comida

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Os projectos de produção de comida são todas as iniciativas cuja natureza final é o
incremento sustentável dos níveis de produção e produtividade, aprovisionamento de
sementes melhoradas, fertilizantes, instrumentos de produção, insumos de pesca,
conservação e armazenamento dos produtos alimentares, mediante o uso de tecnologias
melhoradas e adequadas à realidade local.

3.8. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E ADMINISTRATIVA


 A assistência técnica ao Fundo Distrital de Desenvolvimento é assegurada pela
Secretaria Distrital e outras instituições especializadas do Governo Distrital.
 De acordo com a sua natureza, as instituições de pesquisa, fundos de fomento
tutelados pelo Estado na sua área de especialização a operar no Distrito, prestam
assistência técnica ao Fundo Distrital de Desenvolvimento.
 As instituições privadas, associações, organizações não-governamentais e outros
grupos profissionais organizados podem prestar assistência técnica desde que
solicitados pelo Presidente do Fundo.
 A assistência técnica deve assegurar o aprimoramento técnico dos projectos
aprovados e a sua viabilização e sustentabilidade.
 O Fundo Distrital de Desenvolvimento articula as suas acções com os demais
fundos de fomento e de outra natureza existentes no distrito.

3.9. OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS


O Fundo Distrital de Desenvolvimento e os projectos por ele financiados, estão sujeitos
a obrigações tributárias e taxas em conformidade com a legislação aplicável.

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4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A principal questão que o presente estudo se propunha a responder foi qual seria a
vantagem de criação de um banco publico? E se for um banco privado em parceria com
o governo?
A principal conclusão do estudo é de que o banco publico traria maiores vantagens em
Moçambique na concessão dos fundos pós assim poderá melhorar os níveis de emprego
e renda das comunidades do distrito, não só mas também os bancos privando também
contribuiria de forma significativa no processo. Poderá se verificar um aumento dos
números de empregos num horizonte temporal que poderá superar de forma significativa
a ordem dos 50%.
O estudo constatou que a participação das comunidades locais nos processos de tomada
de decisão sobre a gestão do FDD é fraca ou quase inexistente. Os resultados do campo
permitiram constatar que o processo de prestação de contas feito pelo Conselho
consultivo Distrital, via Conselho Consultivo Local à luz dos entrevistados (beneficiários)
não obedece o sigilo profissional. Outrossim é que não existe informação sobre o número
de projectos aprovados, nem o número dos beneficiários.
Não obstante, as dificuldades inerentes a concepção das orientações metodológicas
formalmente instituídas para garantir a gestão do FDD, desde o desembolso até ao
reembolso, a fraca capacidade institucional e técnica de todos actores envolvidos no
processo (CCD e CCL), podem a dado momento, de certa forma comprometer a
materialização do processo de desenvolvimento local.

4.1. LIMITAÇÕES DO ESTUDO


O presente trabalho foi feito com base nas seguintes limitações:
 Não foi possível abranger toda amostra pré-definida, visto que a pesquisa
coincidiu com a passagem do Ciclone IDAI, que devastou alguns distritos da
província de Sofala hora local do estudo.
 Foi difícil entrevistar os funcionários e os beneficiários do distrito, que na sua
maioria alegavam que não tinham conhecimento do assunto em causa, o qual
recomendariam para se dirigir ao departamento que lida com o assunto
supracitado.
 Durante a pesquisa houve constrangimentos relativos aos cidadãos entrevistados
na sua maioria insistiram em dar as entrevistas em língua materna local.

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5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Paulo.

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