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AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

artigos 550 a 553 do CPC

A lei impõe a algumas pessoas a obrigação


de prestar contas da administração ou gestão de
bens, interesses ou negócios de outrem.

Ex.: tutor ou curador em face do tutelado ou


curatelado, administrador e administrado,
inventariante e herdeiros, mandatário em relação ao
mandante, etc.

Interesse de agir: Em regra, as contas


devem ser prestadas extrajudicialmente.

Exceção: a ação será ajuizada quando: a)


houver recusa ou mora daquele que tem a obrigação
de dar as contas (por exemplo, o advogado e cliente,
imobiliária e locador etc.), b) existir dissídio entre as
partes sobre a própria obrigação de prestar contas
(A quer de B as contas; B entende que não está
obrigado a isto), c) ocorrer dúvida sobre a existência
e o montante do saldo (credor ou devedor); e, d)
naqueles casos em que a lei exige a prestação em
Juízo (tutela e curatela – 1756, 1757, caput e 1774
CC 2002).

É ação, portanto, que deve ser ajuizada


apenas por aquele que tenha o direito de exigir as
contas, contra aquele que tem o dever de prestá-las
(artigo 550, caput CPC).
Legitimidade:

ativa: titular do interesse, bem ou negócio


(exigir contas);

passiva: o que tem a obrigação legal ou


contratual de dar as contas (administrador, gestor,
mandatário, inventariante etc.).

No STJ já se decidiu, por exemplo, que o


titular da conta corrente tem o direito de exigir as
contas do banco, mas deve indicar o período
questionado e demonstrar as irregularidades que
reputa existir (Súmula 259).

No STJ, também, já se decidiu que o


tomador de empréstimo não tem interesse de agir
(legitimidade ativa) para esta ação, pois o banco não
administra recursos do financiado e o valor do saldo
pode ser apurado conforme o contrato (4ª Turma,
REsp 1.293.558, Min. Luis Felipe Salomão).

Ação para exigir contas (art. 550 do CPC)

Tem natureza dúplice (o saldo definido na


sentença tanto pode ser favorável ao autor, quanto
ao réu), e se desenvolve em duas fases
(procedimento bifásico):

a) na 1ª, verifica-se se o réu está ou não


obrigado a prestar contas. Se procedente, segue
para a 2ª fase; do contrário, está extinto o processo.
b) na 2ª, as contas serão prestadas de
forma adequada (art. 551, caput CPC), ou seja,
especificando todos os lançamentos de receita, de
despesa, e investimentos, se houver. Segue a
sentença que declarará se há saldo em favor do
autor ou, em favor do réu (caráter dúplice da ação).

1ª Fase:

Inicial: artigo 319 CPC


Procuração
Contrato escrito (ou verbal)
Pedido para que o réu seja obrigado a dar
as contas e para que seja declarado o saldo devedor
ou credor.

Em 15 dias, o réu pode:

a) apresentar as contas e não contestar


(salta-se para a 2ª fase, por ser desnecessária
decisão ou sentença para obrigar o réu a prestar as
contas) → vista ao autor por 15 dias (art. 550, § 2º
CPC), para dizer sobre as contas prestadas:

Se concordar com as contas: → sentença


declara o saldo credor ou devedor; → fase de
cumprimento da sentença.

Se discordar: → início da “etapa probatória”


(perícia contábil, exame dos documentos, inquirição
de testemunhas, etc.); → sentença decide qual o
saldo (para o autor ou para o réu) → fase de
cumprimento de sentença (arts. 515, I, e 552 CPC).
b) revelia - julgamento antecipado da lide
(art. 355 CPC) → sentença acolhe pedido do autor e
impõe ao réu a obrigação de prestar contas no prazo
de 15 dias (art. 550, § 5º CPC). Apelação : 2 efeitos.

Sucumbência é agora fixada (não na 2ª


fase).

É assim: réu revel → sentença de


procedência (sujeita a recurso de apelação) → início
da 2ª fase.

Parece lógico, porém, que, em caso de


revelia, não deveria haver sentença, e sim decisão
interlocutória (sujeita a agravo), que impõe o início
da 2ª fase, pois a ação se desenvolve em duas
fases. O CPC, todavia, refere-se expressamente ao
artigo 355, que trata da sentença de julgamento
antecipado da lide.

c) contesta e nega a obrigação de prestar


contas (lei não prevê esta hipótese que, todavia, é
muito comum), ou alega que já prestou as contas, ou
que as contas já foram aceitas etc. - produção de
provas - audiência instrução e julgamento - sentença
que dirá se deve ou não prestar as contas.
Apelação: 2 efeitos

Julgada procedente a ação (após trânsito


em julgado) – Inicia-se a 2ª fase e o réu será
intimado a prestar contas em 15 dias, na forma
adequada (vide alternativa “a”).
Na 2ª Fase (em caso de procedência, com
ou sem contestação): réu é intimado a prestar as
contas em 15 dias: Réu tem 2 opções:

a) apresenta as contas → autor é intimado


a se manifestar:

Se concordar com as contas: → sentença


declara o saldo credor ou devedor; → fase de
cumprimento da sentença.

Se discordar: → início da “etapa probatória”


(perícia contábil, exame dos documentos, inquirição
de testemunhas, etc.); → sentença decide qual o
saldo (para o autor ou para o réu) → fase de
cumprimento de sentença (arts. 515, I, e 552 CPC).

b) inércia: as contas serão apresentadas


pelo autor em 15 dias (art. 550, § 6º) → sentença
declara o saldo credor ou devedor. Embora inerte o
réu, pode o Juiz mandar realizar perícia caso duvide
do acerto das contas apresentadas pelo autor
(prudente arbítrio do juiz – art. 550, § 6º, parte final).

ATENÇÃO: após o trânsito em julgado da


sentença, segue o rito dos artigos 513 e 524 do
CPC:

→ credor pede o cumprimento da sentença,


e instrui o pedido com o cálculo da dívida (se for
pagamento de quantia – art. 524 CPC);
→ devedor é intimado pela imprensa (na
pessoa do seu procurador, se tiver), ou por carta (se
revel, embora citado pessoalmente), ou por edital
(se revel, citado por edital) para cumprir a sentença
em 15 dias;

→ se devedor cumprir a sentença: processo


é arquivado (não há verba honorária).

→ se não cumprir: débito é acrescido de


multa de 10% e honorários advocatícios também de
10% → segue a expedição de mandado de penhora
e avaliação.

Observar o disposto no artigo 525 do CPC.

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