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Descrição Ref. Valor
* Atenção: Isto é uma simulação, os valores apresentados podem sofrer variações na efetiva data das férias
INTEG.HOR.1
21,85 120,25 TOTAL DE DESCONTOS
REF.07/2017
REND. TRIBUT
* Atenção: Isto é uma simulação, os valores apresentados podem sofrer variações na efetiva data das férias
Contexto histórico.
O Realismo reflete as profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais da
Segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, entra numa
nova fase, caracterizada pela utilização do aço, do petróleo e da eletricidade; ao mesmo
tempo o avanço científico leva a novas descobertas nos campos da Física e da Química. O
capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos
industriais; por outro lado, a massa operária urbana avoluma-se, formando uma população
marginalizada que não partilha dos benefícios gerados pelo progresso industrial mas, pelo
contrário, é explorada e sujeita a condições subumanas de trabalho.
Esta nova sociedade serve de pano de fundo para uma nova interpretação da realidade,
gerando teorias de variadas posturas ideológicas. Numa seqüência cronológica temos o
Positivismo de Auguste Comte, preocupado com o real-sensível, o fato, defendendo o
cientificismo no pensamento filosófico e a conciliação da “ordem e progresso” (a expressão,
utilizada na bandeira republicana do Brasil, é de inspiração comtiana); o Socialismo Científico
de Karl Marx e Friedrich Engels, a partir da publicação do Manifesto Comunista, em 1848,
definindo o materialismo histórico (“o modo de produção da vida material condiciona o
processo de vida social, político e intelectual em geral” – K. Marx) e a luta de classes; o
Evolucionismo de Charles Darwin, a partir da publicação, em 1859, de A origem das espécies,
livro em que ele expõe seus estudos sobre a evolução das espécies pelo processo de seleção
natural, negando portanto a origem divina defendida pelo Cristianismo.
O Brasil também passa por mudanças radicais tanto no campo econômico como no político-
social, no período compreendido entre 1850 e 1900, embora com profundas diferenças
materiais, se comparadas às da Europa. A campanha abolicionista intensifica-se a partir de
1850; a Guerra do Paraguai (1864/70) tem como conseqüência o pensamento republicano – o
Partido Republicano foi fundado no ano em que essa guerra acabou –; a Monarquia vive uma
vertiginosa decadência. A Lei Áurea, de 1888, não resolveu o problema dos negros, mas criou
uma nova realidade. O fim da mão-de-obra escrava e a sua substituição pela mão-de-obra
assalariada, então representada pelas levas de imigrantes europeus que vinham trabalhar na
lavoura cafeeira, originou uma nova economia voltada para o mercado externo, mas agora
sem a estrutura colonialista.
Características
O estilo “realismo” existe faz tempo, sempre que é a realidade é retratada na obra é uma
forma de demonstrar o realismo. O movimento, porém, tem características mais específicas.
Realismo tem as seguintes características:
A Linguagem do Realismo
A Linguagem do Realismo é direta, clara, culta, descritiva, detalhada, impessoal, universal,
objetiva e realista.
A Linguagem do Naturalismo
A Linguagem do Naturalismo é impessoal, simples, clara, objetiva, equilibrada, harmônica,
descritiva, minuciosa, coloquial, regionalista e engajada.
a) APEGO À OBJETIVIDADE – Não há mais espaço para uma literatura com textos prolixos, com descrições
exaltadas de paisagens e de personagens.
b) CRENÇA NA RAZÃO – A emoção cede lugar à razão, sugerindo frieza (às vezes crueza) nas relações amorosas.
c) MATERIALISMO – A literatura passa a exibir uma visão materialista da vida, do homem e da sociedade, negando a
relação com Deus.
d) CIENTIFICISMO – A defesa de que a vida e as ações dos homens são determinadas pela ciência é postura radical
do Naturalismo.
e) DETERMINISMO – O Naturalismo constrói personagens cuja conduta obedece a três variáveis: a hereditariedade
(que explica as tendências, os caracteres e as patologias), o meio (capaz de determinar o comportamento) e o
momento histórico (responsável pelas ideologias).
f) PROBLEMAS PATOLÓGICOS – A literatura passa a retratar temas que chocam a sociedade: homossexualismo,
lesbianismo, incesto, taras sexuais, loucura, adultério, racismo, prostituição.
Realismo Naturalismo
Reformismo social> crítica às classes Variação do realismo aprofundamentode
sociais dominantes alguns caracteres ; visão do mundo mais
mecanista e mais determinista.
Racionalismo> impessoalidade Homem=animal: libera os instintos,
dependendo das condições ambientais
Cientificismo, verossimilhança, Preferências por temas sobre anomalias
detalhamento, materialismo, humanas, aspectos repulsivos da vida
psicologismo, senso de humana e patologias sexuais, além de
contemporaneidade. focalizar camadas mais baixa da
sociedade.
Universalismo Observar as ações , porque elas
exteriorizam o drama íntimo do ser.
Principais autores
Tematica: verdade, a loucura, o tédio, relatividade dos valores morais, contradição entre
essencia e aparencia (uso das mascaras sociais)
Principais Obras
Crisálidas (1864)
Contos Fluminenses (1870)
Falenas (1870)
Ressurreição (1872)
Histórias da Meia-noite (1873)
Mão e a Luva (1874)
Helena (1876)
Iaiá Garcia (1878)
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Papéis Avulsos (1882)
O Alienista (1882)
Quincas Borba (1891)
Dom Casmurro (1899)
Poesias Completas (1901)
Esaú e Jacó (1904)
Memorial de Aires (1908)
Raul Pompéia
Obras
Dentre suas principais obras, destacam-se:
Uma Tragédia no Amazonas (1880)
A Queda do Governo (1880)
Microscópicos (1881)
Canções sem Metro (1881)
As Joias da Coroa (1882)
O Ateneu (1888)
Características das Obras
As principais características das obras de Raul Pompeia são:
Vocabulário rico
Linguagem objetiva e impessoal
Narrativas longas e detalhadas
Muitas descrições objetivas
Traços psicológicos das personagens
O Ateneu
O Ateneu é a obra mais emblemática de Raul Pompéia. Ela foi publicada em 1888 na
Gazeta de notícias em forma de folhetins.
Trata-se de um romance autobiográfico narrado em primeira pessoa. O subtítulo da obra
é “Crônica de Saudades”.
Para escrever essa obra, o escritor se inspirou nos anos que esteve matriculado no
colégio interno. O romance relata a história de Sérgio durante os anos que esteve no
internato chamado Ateneu.
VISCONDE DE TAUNAY
Seu primeiro romance foi A Mocidade de Trajano (1871), sob o pseudônimo de Sílvio
Dinarte. Contudo, sua principal obra é, sem dúvida, Inocência (1872), a qual se passa
em Mato Grosso em um universo diferente dos quais freqüentava na corte.
Inocência foi traduzida para vários idiomas e adaptada para o cinema. Vejamos um
trecho desta obra renomada, o qual retrata o âmbito sertanejo em que a história
acontece:
“O legítimo sertanejo, explorador dos desertos, não tem, em geral, família. Enquanto
moço, seu fim único é devassar terras, pisar campos onde ninguém antes pusera pé,
vadear rios desconhecidos, despontar cabeceiras e furar matas, que descobridor algum
até então haja varado. Cresce-lhe o orgulho na razão da extensão e importância das
viagens empreendidas; e seu maior gosto cifra-se em enumerar as correntes caudais que
transpôs, os ribeirões que batizou, as serras que transmontou e os pantanais que
afoitamente cortou, quando não levou dias e dias a rodeá-los com rara paciência.”
EXEMPLO:
Trecho de “O Ateneu”
Raul Pompéia
“A irradiação da réclame alongava de tal modo os tentáculos através do país, que não havia
família, de dinheiro, enriquecida pela setentrional borracha ou pela charqueada do sul, que não
reputasse um compromisso de honra com a posteridade doméstica mandar dentre seus jovens,
um, dois, três representantes abeberar-se à fonte espiritual do Ateneu.”
EXEMPLO:
Machado de Assis
“Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era
outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso.
Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce
de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao
tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o
doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu
cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de
freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e
outro lado, e ele obedecia – algumas vezes gemendo –, mas obedecia sem dizer palavra, ou,
quando muito, um “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: – “Cala a boca, besta!”
Machado de Assis – sua obra apresenta várias fases, no Romantismo podemos destacar obras
como ‘Helena’, ‘Ressurreição’ e ‘Iaiá Garcia’. Tais romances também possuem traços do
período realista, como a análise psicológica das personagens, rupturas na narrativa, humor
carregado de pessimismo e ironia e monólogos interiores. Em ‘Memórias Póstumas de Brás
Cubas’ tais características são mais evidentes.
Aluísio de Azevedo – suas primeiras obras, os quais o próprio autor chamou de ‘comerciais’,
pois eram sucesso de vendas, possuíam características do período romântico. Com a transição
para o Realismo, o maranhense escreveu seus romances mais notáveis, como ‘O mulato’,
‘Casa de Pensão’ e ‘O cortiço’.
Aluísio de Azevedo
Principais Obras
Exímio escritor, Aluísio possui uma vasta obra literária. Escreveu contos, crônicas,
romances, críticas, novelas e peças teatrais.
Foi um dos mais emblemáticos escritores da prosa naturalista brasileira. De suas obras
literárias merecem destaque:
O Mulato (1881): obra que inaugura o movimento naturalista no Brasil, denunciando o
preconceito racial e criticando o Clero.
Casa de Pensão (1884): obra em que descreve a vida de jovens estudantes, habitantes de uma
pensão no Rio de Janeiro.
O Cortiço (1890): marco do movimento naturalista, essa obra é um retrato da sociedade
brasileira do século XIX. Narra as histórias dos habitantes de um cortiço no Rio de Janeiro.
Características das Obras
Como escritor, as principais características de suas obras são:
Descrição minuciosa e narrativa lenta
Linguagem simples e regional
Foco na realidade cotidiana
Retrato da sociedade e crítica social
Temas de patologia social
Promiscuidade, adultério e vícios
Personagens simples e degradadas
Animalização dos personagens
Foco no comportamento dos personagens
Decadência moral
Preconceito racial
Jornalista, escritor e cronista, Aluísio de Azevedo seguiu, primeiramente, uma linha romântica –
com intuito apenas de vender para poder pagar suas contas. Em sua fase Realista-naturalista,
procurava publicar suas obras com representações dos problemas do Brasil em evidência. O
Mulato foi a obra que causou maior repercussão na população. Outras obras importantes do
autor foram O Mulato, O Cortiço e Casa de Pensão.
Raul Pompeia
Participante ativo de agitações estudantis, Raul Pompéia sempre foi ligado aos ideais
republicanos e abolicionistas. Estudou jornalismo, escrevendo crônicas, folhetins e contos para
o jornalismo profissional. Sua consagração definitiva como escritor se deu com O Ateneu, obra
realista. Entre suas principais obras estão, além de O Ateneu, Uma tragédia no Amazonas,
Canções sem Metro e As Joias da Coroa.
Obras: Uma tragédia no Amazonas, novela (1880); As jóias da coroa, novela (1882); Canções
sem metro, poemas em prosa (1883); O Ateneu, romance (1888). A obra completa de Raul
Pompéia está reunida em Obras, org. de Afrânio Coutinho, 10 vols. (1981-1984).
1 – Raul Pompéia foi um tímido, desconfiado e emotivo: não conseguiu ser adulto
em plenitude. Sofreu solitário.
Exemplos
Para compreender melhor os diversos aspectos da linguagem do naturalismo, segue
abaixo dois exemplos da prosa naturalista:
Trecho da Obra “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo
“No dia seguinte, com efeito, ali pelas sete da manhã, quando o cortiço fervia já na costumada
labutação, Jerônimo apresentou-se junto com a mulher, para tomarem conta da casinha alugada
na véspera.
A mulher chamava-se Piedade de Jesus; teria trinta anos, boa estatura, carne ampla e rija,
cabelos fortes de um castanho fulvo, dentes pouco alvos, mas sólidos e perfeitos, cara cheia,
fisionomia aberta; um todo de bonomia toleirona, desabotoando-lhe pelos olhos e pela boca
numa simpática expressão de honestidade simples e natural.
Vieram ambos à boleia da andorinha que lhes carregou os trens. Ela trazia uma saia de sarja
roxa, cabeção branco de paninho de algodão e na cabeça um lenço vermelho de alcobaça; o
marido a mesma roupa do dia anterior.
E os dois apearam-se muito atrapalhados com os objetos que não confiaram dos homens da
carroça; Jerônimo abraçado a duas formidáveis mangas de vidro, das primitivas, dessas em que
se podia à vontade enfiar uma perna; e a Piedade atracada com um velho relógio de parede e
com uma grande trouxa de santos e palmas bentas. E assim atravessaram o pátio da estalagem,
entre os comentários e os olhares curiosos dos antigos moradores, que nunca viam sem uma
pontinha de desconfiança os inquilinos novos que surgiam.
Saiba mais sobre a obra: O Cortiço.
Trecho da Obra “O Barão de Lavos” de Abel Botelho
“A plenitude da vida, a arrogância genital, a evolução orgânica ao máximo, própria dos 32 anos,
mantinham no barão ainda fortes e dominantes as tendências naturais da virilidade. Ele tinha por
enquanto junto do efebo os mesmos apetites de penetração e de posse que o homem sente de
ordinário para com a mulher.
Todavia, em raros momentos de vertigem, ao contato da sua carne com aquela outra virilidade
impetuosa e fresca, percorria-lhe os músculos, fugidio, breve, um movimento efeminado;
faiscava-lhe no espírito uma pregustação de prazer que tivesse por base a passividade, o
abandono; entrava de suporar-lhe da vontade uma solicitação em escorço de não se entregar, de
ser possuído, de ser femeado, em suma.
O que era, a um tempo, corolário do seu temperamento, é sinal patognômico do finalisar de uma
raça inútil, do agonizar de uma família que vinha assim desfazer-se, podre das últimas
aberrações e das últimas baixezas, na pessoa do seu representante derradeiro. Era como o início
da formação de um edema de natureza moral, purulento, mole, crescendo traiçoeiramente sem
dor e sem pruridos, abeberando-se farto e rápido na degradativa essência do doente, com numa
esterqueira os cogumelos.”
Dif entre R e N
O Realismo retrata o homem interagindo com seu meio social, enquanto
oNaturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”, desenvolve temas
voltados para a análise do comportamento patológico do homem, de suas taras
sexuais, de seu lado animalesco.
* Subjetivismo;
* Descrições subjetivas com adjetivos tentando elevar o objeto
descrito;
* Mulher idealizada, perfeita, pura;
* Amor e outros sentimentos acima de tudo;
* Casamento, objetivo do relacionamento amoroso;
* Narrativa com enredo de aventuras;
* Poesia e prosa;
* Linguagem culta, metafórica.
Realismo
* Objetivismo;
* Descrições objetivas, tentando captar o real;
* Mulher não idealizada, retratada com defeitos e qualidades;
* Amor é visto como relacionamento de interesses;
* Casamento: instituição falida, contrato de interesse;
* Narrativa longa, lenta com tempo psicológico;
* Romances, poesia, prosa;
* Linguagem culta e objetiva.