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Banca Examinadora
Índice 1
Problema 2
Justificativa 3
Objetivos 4
Objetivos gerais 4
Objetivos específicos 4
Revisão da literatura 5
Metodologia 6
1.1.1 Escavação 9
Em 2010 (Tocantins) 31
4 – Considerações finais 41
RESUMO
Apesar de ser uma tecnologia difundida mundialmente, a metodologia de
escavação por parede diafragma é recente no Brasil, sendo que apenas em 2010
aconteceu na América do Sul a primeira obra de paredes diafragmas utilizando
hidrofresa (na obra dos viradores de vagões 05 e 06 no Porto da Ponta da Madeira
em São Luis). O tema tem grande relevância para entender sua aplicação em um
cenário de recessão econômica global, primeiro analisando obras brasileiras que
utilizaram este metodologia de 2010 a 2015 e depois analisando a viabilidade
técnica-financeira dentro de obras brasileiras comparando com metodologia
diferente.
Tema
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
2). Delimitar quais ativos ou obras utilizam esta tecnologia de forma mais comum;
3). Elaborar uma comparação de custo x benefício financeiro para uso da tecnologia
de parede diafragma (comparando valor de investimento, vantagens e materiais para
aplicar esta tecnologia entre outros)
REVISÃO DE LITERATURA
Apesar de ser uma tecnologia bem difundida no mundo afora, tivemos a primeira
parede diafragma feita no Brasil em um edifício na Universidade de São Paulo, em
1969. Esta obra foi feita pela empresa Franki. A partir de 2010 é que começamos a
perceber as primeiras obras brasileiras a usarem as hidrofresas na metodologia de
escavação e sustentação por parede diafragma de maneira mais sistêmica.
A parede diafragma é um dos tipos de contenção mais usados em obras civis. Sua
grande finalidade é estabilizar o terreno contrarrupturas diversas. Estas paredes, ou
muros de contenção, ou qualquer outro tipo de proteção, são estruturas que evitam
o escorregamento do próprio corpo ou por atuação de agentes externos. De acordo
com GOMES (2014) “são estruturas projetadas para resistir a empuxos de
terra e água, cargas estruturais e quaisquer outros esforços induzidos por
estruturas ou equipamentos adjacentes”.
O primeiro item seria o local e acesso da obra, pois estes são maquinários
bem robustos e sua logística na malha de transportes brasileira não é fácil.
Também precisa se ter em mãos os resultados dos ensaios do solo e do perfil
geológico a ser implantada a obra, além do tipo de terreno e layout do
empreendimento.
Sua espessura pode variar de 30 a 120 centímetros a profundidade até meio metro.
Ela tem uma vantagem de ser de fácil adaptação em qualquer geometria de terreno.
Ela pode ser usada em garagens subterrâneas, obras de canalização do leito de
rios, cortinas impermeáveis, paredes de trincheiras enterradas, além de estações de
metrô e túneis. Ela tem a vantagem de se moldar a qualquer geometria existente do
terreno, e sua metodologia de construção não causa grandes descompressões no
terreno (ótima quando existem estruturas próximas da obra a ser implantada).
1.1.1 - Escavação
Utilizamos para a escavação o clamshell já citado anteriormente. A largura padrão
de cada lamela é de 2,5 metros. Para guiar inicialmente o clamshell na escavação é
necessária a execução de uma mureta guia de concreto armado, longitudinal ao eixo
da parede e enterrada no solo. Ela servirá também como apoio das ferragens e tubo
tremonha. Inicia-se a escavação por uma lamela primária de acordo com o projeto
de fundações. Usualmente quando a escavação atingir de 1,0 a 1,5 metros de
profundidade é iniciado o bombeamento de lama bentonítica para dentro da
escavação a fim de estabilizar as paredes da cava. A utilização da lama bentonítica
torna-se necessária para a estabilidade da escavação e para manter em suspensão
os detritos provenientes da desagregação do terreno durante a escavação. Esta
argila, em presença de água, faz com que as partículas de bentonita hidratem-se e
expandam-se. Durante este processo de escavação faz-se necessário a constante
verificação dos instrumentos que regulam a verticalidade da torre do equipamento
para evitar desvios do clamshell. A velocidade de escavação é determinada pela
resistência do solo e comprimento da parede formando uma solução coloidal. Para o
tratamento da lama bentonítica que é uma mistura de água e argila bentonítica,
utilizamos uma central de lama constituída de reservatórios verticais para
estocagem, misturador de alta turbulência, bombas de alta vazão e hidrociclone para
a desarenação da lama. A proporção mais comum da mistura água/bentonita para
ser utilizada na escavação é de 1000 litros de água para 50 Kg de bentonita. Essa
mistura deve ficar em descanso durante 24 horas proporcionando a máxima
hidratação das partículas da bentonita para posterior utilização.
Este bloco pode ter um recobrimento menor, acarretando assim ter sua resistência
estrutural superior ao caso anterior.
Organização do canteiro;
Instalação do estroncamento;
Estacão
Parede diafragma
(Contenção+parede interna)
Prazo 12 meses 9 meses
Rebaixamento de lençol Sim Não
Estanqueidade Baixa Alta
Qualidade das Paredes Muito retrabalho(estuque) Pouco retrabalho
Execução do furo com clamshell
Verticalização da armação
Concretagem das lamelas
1–Execução Mureta Guia
ESQUEMÁTICO
SEQUÊNCIA
EXECUTIVA
3–Escav.
Face (Clam-Shell)
Principais dados
- Concreto:
Total - 26.312,92 m³
- Aço:
Total – 4.479,3 t
- 01 clamshell hidráulico;
- 02 Hidrofresas FD60;
- 01 Hidrofresa FD30;
- 02 Guindastes de 250t;
- 02 Guindastes de 130t;
Instalação do estroncamento;
O projeto das linhas do metrô de São Paulo (nas estações Morumbi, Vila Sônia e
Moema) foi a primeira obra metroviária brasileira a utilizar a metodologia já explicada
da hidrofresa. Para este caso específico foram vantagens técnicas, a garantia de
uma excelente condição de impermeabilidade dos poços, eliminando a necessidade
de rebaixamento do lençol freático nas áreas externas, evitando também possíveis
recalques no maciço que causariam transtornos para as edificações próximas. Para
se ter uma idéia, essa solução trouxe a viabilidade de execução da escavação dos
cinco poços ao mesmo tempo (das linhas das estações Morumbi, Vila Sônia e
Moema), algo também inédito na engenharia metroviária brasileira, proporcionando
ganho de tempo à obra como um todo.
A conclusão da obra para a estação de Vila Sônia será uma estação da Linha
Amarela do Metrô de São Paulo. Teve previsão de inauguração para 2012 e depois
de alguns adiamentos tem sua nova previsão para 2018.
2.3 Obras da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito em 2010 (Tocantins)
Em julho de 2002, as empresas Suez Energy, BHP, Vale, Alcoa e Camargo Corrêa
Energia vencem o leilão da ANEEL para a construção da Usina Hidrelétrica Estreito
(UHE), e em outubro de 2012 é inaugurada oficialmente, com a entrada da oitava
unidade geradora, a UHE com capacidade total de aproximadamente 1,1GW de
energia.
Nesta obra específica, foi detectada na fase de fundação, uma camada de aluvião
(tipo de depósito sedimentar) muito espessa. Com o uso da hidrofresa foi possível
impermeabilizar toda área em um valor mais barato e com mais eficiência na
estabilidade da barragem.
2.4 Obras da Linha 4 do Metrô foram iniciadas em junho de 2010 pela Barra da
Tijuca (Rio de Janeiro)
Toda esta obra teve uma particularidade muito grande por se tratar de um
“brownfield” (onde existe uma construção dentro de uma planta já operando que é a
própria malha metroviária carioca existente), e por ter um prazo de conclusão
emblemático: as Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro em 2016.
Planejada para reestruturar o sistema de transporte das regiões Sul e Oeste, do Rio
de Janeiro, transformando a dinâmica dos deslocamentos de sua população, esta
Linha deverá transportar aproximadamente 300 mil pessoas por dia, retirando das
ruas nada menos que 2 mil veículos por hora. O CapEx (do termo técnico Capital
Expenditure), ou custo total do projeto, é de R$ 8,5 bilhões com seis novas estações
em Ipanema, Leblon, Gávea, São Conrado e Barra da Tijuca.
Foi necessário promover o rebaixamento do lençol freático e pelo seu elevado nível
de salinidade da água, optou-se por revestir a estação com uma manta
impermeabilizante especial.
Foto 2.4.1
Como grandes dificuldades para a conclusão da obra, podemos citar, além do risco
de detonações e logística dos equipamentos, a grande variedade de tipos de solo
encontrados no traçado da nova linha. Isto implica em diferentes tipos de tratamento
e adoção de variados métodos construtivos. O maior grau de dificuldade foi
encontrado justamente no trecho entre o mar e a Lagoa da Tijuca, onde há solo
mole, de baixa resistência. Na execução das obras com paredes diafragmas este
item deve ser classificado como de grande importância.
Uma construção de caixa para viradores de vagões de minério de ferro exige uma
escavação de grande volume, com profundidade de quase 30 metros, e abaixo do
nível do lençol freático. Para viabilizar esta liberação total da caixa, neste caso
citado, para início da montagem dos viradores de vagões, foi adotada a metodologia
de construção invertida que, além de ser a mais rápida, elimina escoramentos
provisórios. A construção invertida consiste em construir “de cima para baixo”, ou
seja, constrói-se primeira a laje superior, esta então servirá de apoio para as
paredes de contenção, escava-se abaixo dela, e depois a laje do fundo é construída.
Na análise dos custos para a parede diafragma com hidrofresa foram considerados
os valores adotados no orçamento para itens nele previstos. Para itens não previstos
no orçamento foram considerados valores de obras anteriores e similares.
Concluímos então que a alternativa com o uso de paredes diafragma com hidrofresa
mostrou-se melhor solução tanto nos aspectos técnicos, como financeiro.
Em 2013, esta obra foi concluída, e pode-se dizer que hoje em dia é uma tecnologia
conhecida por empresas brasileiras. Na época, foi a empresa Costa Fortuna quem
executou esta obra, dentro dos padrões de qualidade esperados.
Unidade 4 – Considerações finais
Tanto na análise técnica, quanto na análise de custos para a parede diafragma com
hidrofresa, percebemos que a analise de custo x benefícios foi extremamente
benéfica. Os ganhos em prazo, qualidade e custos, foram trocados por um risco
maior na garantia e controle da qualidade (em especial na obra dos viradores de
vagões citados no item 2.1), e concluímos que para projetos em geral, esta é uma
tecnologia para potenciais ganhos. Caso a empresa tenha problemas em se garantir
a completa engenharia e instalações, pode-se voltar para metodologia mais
tradicionais. Porem em tempos de dificuldades financeiras no mundo inteiro, o
movimento deve ser sempre no sentido de termos mais produtividade com
qualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4. http://conexaoto.com.br/2010/06/18/iniciada-construcao-da-parede-diafragma-
na-barragem-da-uhe-estreito. Acessado em 10 de dezembro de 2015
5. http://www.cimentoitambe.com.br/construcao-industrializada-paredes-
diafragma/. Acessado em 10 de dezembro de 2015
6. http://eng-civilsergiopeixotto.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html.
Acessado em 10 de dezembro de 2015
7. http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=1285700.
Acessado em 10 de dezembro de 2015
8. http://www.costafortuna.com.br/celular/portfolio.html. Acessado em 10 de
dezembro de 2015
14. http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/131/artigo298925-1.aspx. Acessado em 20 de janeiro de 2016.