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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0028178-82.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : IZABELA REZENDE BAHIA

Recorrido(s) ESMALTEC S/A


LOJAS INSINUANTE LTDA
Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. VÍCIO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA POR DANOS AO CONSUMIDOR. PROBLEMA NÃO SOLUCIONADO NO
PRAZO LEGAL DE 30 (TRINTA) DIAS. DESCUMPRIMENTO DO ART.18 DO CDC.
DANOS MORAIS CONFIGURADOS NO CASO CONCRETO. PRIVAÇÃO DE BEM DE
USO ESSENCIAL. QUANTUM MAJORADO, PARA ADEQUAÇÃO ÀS
CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto por IZABELA REZENDE BAHIA,

contra sentença que julgou procedente em parte a ação, nestes termos: “Destarte, à vista

do exposto, inicialmente, HOMOLOGO A DESISTÊNCIA promovida pela parte Autora, em audiência

(evento n° 16), relativamente à 2ª Demandada, a fim de que produza seus jurídicos e legais efeitos, com

fulcro no art. 51, da Lei 9.099/95, em consonância com o disposto no art.485, VIII, do NCPC. Posto isso,

declaro por sentença, extinto o processo sem resolução do mérito quanto à 2ª Demandada LOJAS

INSINUANTE LTDA. Por fim, JULGO PROCEDENTES EM PARTE os pedidos formulados, e condeno

a empresa Ré – 1ª Demandada, a restituir à Autora a quantia R$ 1.199,00 (hum mil cento e noventa e

nove reais) a ser devidamente acrescido de correção monetária a partir do desembolso (12/09/2015), e

juros legais da citação, bem como no pagamento da quantia de R$.700,00 (setecentos reais), a título de

indenização por danos morais, a ser devidamente acrescida de juros e correção monetária a partir desta

decisão, conforme súmula 362, do STJ.”


2. A recorrente busca a reforma da sentença, insurgindo-se no tocante ao
indeferimento do pedido atinente aos danos morais, por entender presentes os requisitos
ensejadores do dano moral na espécie.

3. Com efeito, a sentença merece parcial reforma, no concernente ao


reconhecimento da ocorrência de danos morais na espécie. Em que pese a alegação da
empresa demandada, esta não apresenta qualquer prova que a eximisse da
responsabilidade pelo vício do produto constatado no caso em apreço. Com efeito,
restou incontroverso que a parte requerente adquiriu bem durável junto à empresa
acionada, consistente em um Refrigerador Continental, da marca Esmaltec, 306L,
RCD38, duas portas, no valor de R$ 1.199,00 (hum mil cento e noventa e nove reais).

5. A sentença merece reforma. Com efeito, as alegações autorais, de que


notificou a empresa acerca do vício do produto adquirido, bem como de que recebera
visita de técnico em sua residência para a constatação do vício, restara corroborada
com o depoimento da testemunha colacionado aos autos, ( áudio ), e é condizente
com a versão apresentada e dotada de verossimilhança.

6. Nesses termos, diante das alegações da parte autora, dotadas de


verossimilhança, corroboradas com as provas colacionadas, e diante da
ausência de provas acerca de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
da parte autora, patente que houve o descumprimento do quanto disposto no
art.18 do CDC, na medida em que o réu, devidamente cientificado acerca do
defeito, não adotara quaisquer das providências previstas no mencionado
dispositivo legal, não solucionando o vício apresentado no prazo legal de 30
( trinta) dias, como impõe o CDC. Patente, portanto, a ocorrência do ato ilícito,
passível de reparação, diante dos danos causados à parte autora.
7. Resta caracterizada, portanto, a abusividade da conduta do réu,
constituindo tal fato em manifesta falha na prestação dos serviços, devendo o
mesmo responder pelos prejuízos causados e comprovados nos autos à parte
autora.
8. Presentes, ademais, os requisitos caracterizadores da responsabilidade
objetiva. O art. 14 do CDC, dispondo sobre a responsabilização do fornecedor
pelo fato do produto ou serviço, preleciona que: “Art. 14. O fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
9. No concernente ao pleito indenizatório pelos supostos danos
morais sofridos, tenho que não há nos autos provas acerca da lesão a direitos
subjetivos, mas tão somente falha na prestação dos serviços, insuficiente, de per si,
para embasar um édito condenatório. Em que pese a conduta censurável da empresa
demandada, tenho que não restara comprovados nos autos os elementos ensejadores
do dano moral.
10. Portanto, CONHEÇO DO RECURSO INTERPOSTO e DOU-
LHE PROVIMENTO, para julgar parcialmente procedente o pedido, condenando a ré
em R$ 250,00 ( duzentos e cinqüenta reais), corrigidos pelo INPC desde a data do
desembolso, mantendo no mais a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos.Determino ainda a restituição do produto em posse da parte autora, que
deverá ser recolhido às expensas da empresa demandada, no prazo de 15 ( quinze)
dias, a contar da publicação do presente acórdão. Sem custas processuais e
honorários advocatícios pelo êxito da parte no recurso.
11. Salvador, Sala das Sessões, 17 de Novembro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0028178-82.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : IZABELA REZENDE BAHIA

Recorrido(s) ESMALTEC S/A


LOJAS INSINUANTE LTDA
Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados
Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA
AUXILIADORA SOBRAL LEITE –Presidente e Relatora , ISABELA SANTOS LAGO e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem custas
processuais e honorários advocatícios pelo êxito da parte no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 17 de Novembro de 2016.

BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Presidente e Relatora

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