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BAHIA
PROCESSO Nº 0011361-11.2014.8.05.0001
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: PAULO CEZAR PIRES DOS SANTOS
RECORRIDO(A): BANCO ITAUCARD S.A.
JUIZ PROLATOR: CRISTIANE MENEZES SANTOS BARRETO
JUIZ RELATOR: TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA
EMENTA
VOTO
1
No entanto, ao contrário da MM. Juíza a quo, entendo que se impõe a
condenação do Recorrido ao pagamento de indenização pelos inegáveis prejuízos morais
impingidos ao Recorrente, sobretudo em função da inscrição imerecida de seu nome em
órgãos de restrições creditórias, evento apto por si só a gerar prejuízo de natureza moral1.
Assim, e usando como parâmetro os valores que têm sido fixados por esta
Turma Recursal em casos da espécie, entendo que emerge a quantia de R$ 2.000,00 (dois
mil reais), como o valor próximo do justo, a qual se mostra capaz de compensar,
indiretamente, os desgastes emocionais advindos ao Recorrente, e trazer à punição suficiente
ao agente causador, sem observar apenas a sua inegável capacidade econômica.
3
Súmula 385 do STJ, que reza: “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral,
quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.”
4
§ 2º. A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
quando não solicitada por ele.
Não se destinando a regra inserta na segunda parte do art. 55, caput, da Lei
9.099/95, ao recorrido, mas ao recorrente vencido, deixo de condenar a Recorrida ao
pagamento de custas e honorários advocatícios.
PROCESSO Nº 0011361-11.2014.8.05.0001
CLASSE: RECURSO INOMINADO
RECORRENTE: PAULO CEZAR PIRES DOS SANTOS
RECORRIDO(A): BANCO ITAUCARD S.A.
JUIZ PROLATOR: CRISTIANE MENEZES SANTOS BARRETO
JUIZ RELATOR: TAMARA LIBORIO DIAS TEIXEIRA DE FREITAS SILVA
EMENTA
ACÓRDÃO
Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que, em se tratando de responsabilidade extracontratual, como no caso, os juros de
mora fluem a partir do evento danoso, nos termos da Súmula 54/STJ. 3- Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ - AgRg-
REsp 1.218.638 - (2010/0196831-1) - 4ª T. - Rel. Min. Raul Araújo - DJe 01.02.2012 - p. 2693)
- PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - RECURSO ESPECIAL - CADASTROS DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO - INSCRIÇÃO INDEVIDA - AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO - COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS - VALOR
- INCIDÊNCIA JUROS DE MORA - 1- O STJ já firmou entendimento de que é razoável a condenação a até 50 (cinqüenta)
salários mínimos por indenização decorrente de inscrição indevida em órgãos de proteção ao crédito. 2- Em se tratando de danos
morais, o termo a quo da correção monetária é a data da prolação da decisão que fixou o quantum da indenização, devendo incidir
os juros de mora a partir do evento danoso em caso de responsabilidade extracontratual. 3- Agravo regimental desprovido. (STJ -
AgRg-REsp 1.202.806 - (2010/0126647-2) - 3ª T. - Relª Minª Nancy Andrighi - DJe 09.12.2011 - p. 745)
4
interposto pelo Recorrente, PAULO CEZAR PIRES DOS SANTOS, para, mantendo
todos os demais termos da sentença hostilizada, condenar o Recorrido, BANCO
ITAUCARD S.A., a lhe pagar indenização por danos morais, ora fixada na quantia de
R$ 2.000,00 (dois mil reais), com correção monetária a partir da prolação do acórdão, e
juros, incidentes a partir do evento danoso (data da negativação indevida), por envolver
responsabilidade extracontratual, consoante posição consolidada na jurisprudência,
sobretudo na Súmula 54 do STJ, que tem encontrado seguidas homenagens,
entendimento que não sofre abalo pelo julgamento do REsp 903258, por não ter efeito
vinculante, não tendo o voto da Ministra Maria Isabel Gallotti pacificado o assunto
nem mesmo na ocasião do julgamento pela 4ª Turma do STJ, onde o Ministro Luis
Felipe Salomão votou divergente. Não se destinando a regra inserta na segunda parte
do art. 55, caput, da Lei 9.099/95, ao recorrido, mas ao recorrente vencido, deixo de
condenar a Recorrida ao pagamento de custas e honorários advocatícios.