Sie sind auf Seite 1von 15

ANÁLISE DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS.
AULA 01

Marcelo Daniel Araujo Ermel


CONVERSA INICIAL
Seja bem vindo à nossa primeira aula da disciplina de Análise das
demonstrações contábeis. Aqui, discutiremos a forma e o objetivo deste tema.
A contabilidade é comumente chamada de linguagem dos negócios,
então, naturalmente as demonstrações contábeis têm muito a nos informar
acerca da situação financeira e econômica da entidade. Dessa forma, durante
nossa disciplina, iremos aprender a ler, interpretar e extrair diversas informações
dos relatórios contábeis.
Na primeira aula do curso faremos uma revisão acerca das
demonstrações contábeis, mais especificamente: Balanço Patrimonial,
Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração dos fluxos de caixa,
demonstração do valor adicionado e demonstração das mutações do patrimônio
líquido. Relembrando seus objetivos e características.
Na segunda aula, veremos as mais tradicionais formas de análise, vertical
e horizontal, além dos índices de liquidez e endividamento. O objetivo é extrair
informações sobre a estratégia da empresa, relevância das atividades e sua
saúde financeira.
Na terceira aula aprofundaremos nossos conhecimentos acerca de saúde
financeira, conhecendo o consolidado modelo de Altman para previsão de
falência e também o de Elizabetsky. Além disso, estudaremos os ciclos de
atividade da empresa e a conversão de caixa.
Na quarta aula estudaremos os diversos índices de rentabilidade
empresarial, seja ele rentabilidade do ativo, do patrimônio líquido ou do capital
investido, como também o modelo Dupont de separação entre retorno por causa
da eficiência no uso de ativos ou retorno em razão da margem praticada.
Em seguida, na quinta aula, iremos estudar os índices de alavancagem,
tanto a financeira quanto a operacional e também a combinação de ambas. Além
disso, analisaremos a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração do
valor adicionado.
Por ultimo, analisaremos a demonstração das mutações do patrimônio
líquido, também conheceremos os efeitos da gestão de capital de giro e por
ultimo a modelagem de Fleuriet.
Veja caro aluno, que temos uma longa jornada a trilhar aqui em nossa
disciplina. Então, desejo a todos um excelente estudo.
CONTEXTUALIZANDO
Como dito anteriormente, a contabilidade é conhecida como a linguagem
dos negócios, assim, um dos passos mais importantes é extrair o máximo de
informação possível de uma demonstração contábil para auxiliar a tomada de
decisão. Dessa forma, precisamos primeiramente entender o objetivo de cada
uma das diferentes demonstrações.
Durante a nossa aula, primeiramente relembraremos os aspectos de cada
uma das demonstrações financeiras, ressaltando o que for relevante para a
análise.
Assim, revisitaremos o balanço patrimonial, conhecidamente como o
demonstrativo que informa onde estão os investimentos (ativo) e de onde vieram
os financiamentos (Passivo e PL). A DRE, a qual demonstra a lucratividade
empresarial. Entretanto, como muitas vezes o investidor também está
preocupado com o Caixa – além de lucro -, revisitaremos a DFC e suas
informações.
Ademais, também veremos a DVA, demonstração obrigatória para todas
as companhias abertas. Nela é possível verificar se a empresa criou ou destruiu
riqueza no período.
Por fim, revisaremos a DMPL, a qual exibe as mutações do patrimônio
líquido no período, como aportes ou pagamentos de dividendos.

TEMA 1 – Importância da estrutura, análise e interpretação de


demonstrações
As demonstrações contábeis é um dos maiores bancos de dados e de
informações sobre a situação financeira e patrimonial da companhia. A partir
desses dados e informações, muitos grupos interessados podem extrair a
informação que lhe interessa para tomar uma melhor decisão. Tomemos por
exemplo um analista de crédito que deve decidir se concede ou não um
empréstimo para uma dada empresa.
Uma forma de tomar essa decisão é o analista acompanhar o dia a dia da
companhia por algum tempo, registrando as entradas de caixa, as saídas de
caixa, as receitas e as despesas, os principais clientes, a satisfação de seus
empregados e outras informações que julgue importante. Entretanto, essa
alternativa parece ser muito custosa e pouco eficaz, assim, é mais eficiente

3
utilizar as demonstrações contábeis da empresa para verificar suas entradas de
caixa, suas saídas, as receitas, as despesas, os empréstimos que a empresa já
possui, o montante que a organização paga de juros e amortização dos
empréstimos. De forma geral o analista de crédito estaria interessado nas
informações de rentabilidade, solvência e liquidez da companhia.
Apesar de útil para o analista, esse não é o único interessado, os
fornecedores podem também estar interessados na liquidez e rentabilidade da
companhia para decidir o risco de efetuar uma venda a prazo ou não. Os
empregados estariam interessados para verificar a capacidade de pagamento
de salários, ou até para justificar um possível aumento (como assim fazem os
sindicatos nas negociações), o acionista pode querer verificar a rentabilidade
para fazer previsões sobre os dividendos futuros. E assim temos um enorme
número de interessados que podem extrair informações das demonstrações
contábeis.
Agora vamos imaginar o seguinte, o mesmo analista de crédito do
exemplo anterior agora deve decidir entre conceder crédito a mineradora São
Braz S.A ou a Carvaleto S.A, sem sombra de dúvidas, caso as duas utilizem
formas diferentes de contabilização, ou seja, não sigam uma estrutura comum,
a tarefa do analista ficará muito mais difícil e irá necessitar de vários julgamentos
de sua parte. Assim, um critério importante para a análise das demonstrações
contábeis é a sua comparabilidade. Se faz necessário que tanto a São Braz S.A
quanto a Carvaleto S.A utilizem de uma mesma estrutura e princípios para guiar
a elaboração de seus relatórios econômico-financeiros, para assim não
prejudicar os interessados na informação e nem ocasionar eventualmente uma
decisão equivocada.
Dessa forma, devido a grande esforço internacional por parte de órgãos
interessados na padronização dos princípios que regem a contabilidade no
mundo é possível uma comparabilidade entre demonstrações contábeis de
companhias brasileiras e de companhias europeias, pois, o Brasil e a maioria
dos países europeus adotam os princípios adotados e divulgados pelo IFRS
(Internacional Financial Report Society) e, no Brasil, O CPC faz esse papel.

TEMA 2 – Balanço Patrimonial


O Balanço Patrimonial é comumente referido somente como Balanço.
Essa demonstração provê uma “foto” dos ativos e passivos da instituição em

4
uma certa data, por exemplo, o Balanço Patrimonial abaixo representa a posição
patrimonial da companhia XYZ na data de 31/12/20XX, ou seja, nesta data, a
companhia tinha 5000 em caixa, 10000 em estoques e 3000 em contas a
receber. Já acerca do passivo circulante, as dívidas com fornecedores estavam
avaliadas em 4000, contas a pagar em 3000 e os empréstimos e financiamentos
em 2500.
Balanço Patrimonial da companhia XYZ S.A
31/12/20XX
Ativos 91500 Passivo + Patrimônio Líquido 91500
Ativo Circulante 18000 Passivo circulante 9500
Caixa 5000 Fornecedores 4000
Estoque 10000 Contas a pagar 3000
Empréstimos e financiamentos de
Contas a Receber 3000 CP 2500

Passivo não circulante 30000


Empréstimos e Financiamentos de
Ativo Não Circulante 73500 LP 30000
Realizável Longo Prazo 3500
Contas a receber LP 3500 Patrimônio Líquido 52000
Imobilizado 50000 Reserva Legal 5000
Prédios 20000 Reserva de Lucros 3500
Veículos 10000 Capital Social 43500
Máquinas 20000
Intangível 8000
Marcas e Patentes 3000
GoodWill 5000
Investimento 12000
Ações da empresa
XPTO 12000

Observe que o balanço é separado entre ativos e passivos. Os ativos são


qualquer coisa que possa ser mensurada com confiabilidade, que irá gerar
benefícios futuros para a companhia e que seja resultado de eventos passados.
Já os passivos são sacrifícios futuros de caixa em razão de eventos passados.
Uma visão mais financeira é perceber os ativos como investimento feito pela
companhia, dessa forma, a XYZ S.A investiu 20000 em prédios, 10000 em
veículos, e de forma menos intuitiva, 5000 no caixa e 3000 nas contas a receber.
Já os passivos representam a origem dos recursos que foram investidos, por
exemplo, essa companhia utilizou 4000 de recursos oriundos de fornecedores
para investir em sua atividade, também auferiu 2500 de empréstimos de curto
prazo para financiar seus ativos. Enquanto utilizou 43500 de integralização de

5
capital e possíveis incorporações de reservas de capital para compra e
investimento de ativos.
Para comparabilidade e informação, o Ativo é dividido em dois grandes
grupos, o Ativo Circulante e o Ativo não Circulante. O ativo circulante deve conter
tudo que a empresa esperar realizar dentro de 1 ano, ou seja, as contas a
receber e os estoques que são classificados dentro do circulante são esperados
que se tornem caixa/dinheiro no decorrer de 12 meses a partir da data da
demonstração.
Os ativos não circulantes são aqueles que se espera benefícios por mais
de um período, eles são classificados em quatro grupos, o Realizável a longo
prazo, que são basicamente títulos e contas a receber com um prazo de duração
maior que 12 meses. O imobilizado é composto por ativos que irão gerar
benefícios por mais de 1 ano e são utilizados na atividade fim da empresa, como
o prédio de sua sede, os veículos, as maquinas e etc. Já no grupo dos
intangíveis, a grande diferença pro imobilizado é a existência corpórea do bem,
os intangíveis são basicamente as marcas e patentes, que são ativos que a
organização espera que gere benefícios em mais de 1 ano, e o GoodWill, onde
o GoodWill, no caso da organização realizar uma aquisição de outra empresa, a
diferença entre o valor contábil da empresa adquirida e o valor pago pela
empresa adquirente é registrado como GoodWill. Por último, a classificação de
investimentos é direcionada a aquisição de quotas ou ações de outras
sociedades pela organização.
Os passivos também são organizados em dois grupos em razão da
definição contábil de curto e longo prazo. Os passivos circulantes são todos os
sacrifícios de caixa a serem realizados no período de 1 ano desde a data a que
se refere o Balanço Patrimonial, já os passivos não circulantes são todos os
sacrifícios de caixa a serem realizados num período após 1 ano da data do
balanço. A partir de uma perspectiva financeira, é possível perceber que alguns
passivos geram o pagamento de juros e outros não, por exemplo, sobre o crédito
de fornecedores não incidem juros, já sobre os empréstimos e financiamentos
incidem juros, assim, os fornecedores fazem parte de um grupo chamado de
passivo não oneroso e os empréstimos e financiamentos são chamados de
passivo oneroso.
É importante ressaltar que o balanço patrimonial é organizado a partir da
liquidez (velocidade de se converter em caixa) das contas. E que o patrimônio

6
líquido é aquilo que resta aos sócios da empresa após a utilização dos ativos
para pagamento de todos os passivos. Ou seja, obedecendo a equação
fundamental da contabilidade
Ativo = Passivo + Patrimônio líquido (1)
E com uma simples álgebra chegamos a equação 2:
Patrimônio líquido = Ativo – Passivo (2)

TEMA 3 – Demonstração do Resultado do Exercício


Se o Balanço Patrimonial é uma foto da corrente situação financeira da
entidade, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um filme, ou seja,
a DRE representa tudo que aconteceu com a organização no período. Assim, a
DRE é a demonstração que traz as receitas auferidas pela companhia no
período, os custos e despesas, o pagamento e recebimento de juros, o
pagamento de impostos e taxas, até chegar ao lucro líquido destinado ao
acionista.
Como exposto na DRE abaixo, a companhia XYZ obteve 50000 em
receitas no período, já seus custos totalizaram 10000 e suas despesas 15000.
Assim, é possível verificar que dentro da sua atividade, ou seja, na execução
operacional a organização obteve um resultado positivo de 25000, comumente
chamado de lucro operacional.
Companhia XYZ S.A
Demonstração do Resultado do Exercício 31/12/20X1 a 31/12/20X2
Receitas 50000
(-) Custos 10000
(-) Despesas 15000
Lucro Bruto 25000
(-) Despesas Financeiras 2000
(+) Receitas Financeiras 1000
Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda 24000
(-) Imposto de renda e CSLL (34%) 8160
Lucro líquido 15840
A próxima dedução realizada do lucro bruto é chamado de resultado
financeiro da organização, onde é considerado o quanto a empresa auferiu de
receita financeira, cobrando juros de seus clientes, e o quanto a empresa pagou
de juros sobre seus empréstimos e financiamentos correntes.
Após a consideração do resultado financeiro, temos o Lucro Antes dos
Juros e do Imposto de Renda, abreviado como LAJIR ou EBT em inglês, sobre
ele é aplicado a alíquota de imposto de renda e após a dedução do imposto,

7
temos o Lucro líquido, que deve ser destinado ao pagamento de dividendos ou
a reservas de lucro, capital e legal. Ou seja, a DRE é intimamente ligada ao
balanço, pois, o lucro irá alterar o patrimônio líquido ou o passivo do BP.
Sobre a DRE, é importante ter em mente que as receitas e as despesas
são reconhecidas a partir do regime de competência, então, a companhia ter um
lucro líquido positivo não significa que a companhia auferiu a mesma quantidade
de caixa no período, podendo este ser superior o inferior ao lucro líquido. Um
exemplo disso é que as receitas são reconhecidas no momento da operação e
da transferência de riscos, entretanto, isso não quer dizer que a empresa
recebeu o dinheiro da venda, podendo a venda ter sido feita a prazo.
Por isso, além da DRE que objetiva evidenciar a rentabilidade da
empresa, outro demonstrativo contábil se faz necessário. O demonstrativo dos
fluxos de caixa, afinal, o aluguel e outras despesas não podem ser pagas com
lucro.

TEMA 4 – Demonstração dos Fluxos de Caixa


A demonstração dos fluxos de caixa tem como objetivo evidenciar as
transações e montantes que afetaram o caixa empresarial no período, e separar
essas operações em três grandes grupos: Fluxos de caixa operacionais, fluxos
de caixa de investimento e fluxos de caixa de financiamento.
Os fluxos de caixa operacionais são aqueles que se relacionam
diretamente com a operação da empresa. O CPC 03 – R2 (2010), ressalta que
os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente
derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto,
eles geralmente resultam de transações e de outros eventos que entram na
apuração do lucro líquido ou prejuízo. E dá como exemplos:
(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de
serviços; (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários,
comissões e outras receitas; (c) pagamentos de caixa a fornecedores de
mercadorias e serviços; (d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de
empregados; (e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de
prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; (f) pagamentos ou
restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de

8
investimento; e (g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos
para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.
Enquanto os fluxos de caixa de investimento refletem o montante gasto
ou obtido com a compra ou venda de maquinas, equipamentos, outras
empresas, basicamente as operações que decorrem em ativos não circulante
(salvo o realizável longo prazo). Como afirma o CPC 03 – R2 (2010) A divulgação
em separado dos fluxos de caixa advindos das atividades de investimento é
importante em função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que
os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar
lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em ativo
reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como
atividades de investimento.
E dá como exemplos: pagamentos em caixa para aquisição de ativo
imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos
incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos
ativos imobilizados de construção própria; (b) recebimentos de caixa resultantes
da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo; (c)
pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou
instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em joint
ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como
equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais
ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em
joint ventures (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos considerados
como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou
futura); (e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto
aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); (f)
recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de
empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e
empréstimos de instituição financeira); (g) pagamentos em caixa por contratos
futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos
para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como
atividades de financiamento; e (h) recebimentos de caixa por contratos futuros,
a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para

9
negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados
como atividades de financiamento.
Já os fluxos de caixa de financiamento, são os fluxos que tem origem na
captação de recursos junto aos acionistas ou credores, O CPC 03 R2 (2010)
afirma que A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades
de financiamento é importante por ser útil na predição de exigências de fluxos
futuros de caixa por parte de fornecedores de capital à entidade. E dá como
exemplos: (a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos
patrimoniais; (b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar
ações da entidade; (c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos,
notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de
curto e longo prazos; (d) amortização de empréstimos e financiamentos; e (e)
pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil. (Alterada pela Revisão CPC 13).
Assim, temos o exemplo abaixo da DFC da companhia ABC, elaborada
pelo método indireto.
DFC
Lucro líquido 2000
Depreciação 200
Caixa líquido das atividades operacionais 2200
Adição ao Imobilizado 150
Adição ao Intangível -120
Caixa líquido das atividades de investimento 30
Dividendos Pagos -100
Captação de empréstimos 20
Amortização de empréstimos -20
Caixa líquido das atividades de financiamento -100
Caixa líquido gerado ou consumido no período 2130

A partir da DFC é possível verificar que na operação a ABC gerou R$ 2200


de caixa, dessa forma, é possível inferir que a operação já está gerando caixa,
e que o caixa nas atividades de investimento também foi positivo, de R$ 30. Isso
implica que a ABC pode estar a vender ativos importantes para o seu
funcionamento, pois, é esperado que a empresa tenha saídas de caixa em
relação a compra de ativo imobilizado e intangível, de modo a aumentar a
capacidade operacional, entretanto, a ABC está com valor positivo, ou seja, está
vendendo ativos operacionais. Isso pode significar uma decisão de
desinvestimento/descontinuidade de certa operação da empresa.

10
Já nas atividades de financiamento, a ABC consumiu R$ 100,00 de caixa,
o que significa que o montante que ela pagou a título de juros, amortização e
dividendos foi maior do que o montante que ela captou.

TEMA 5 – Demonstração do Valor Adicionado


A DVA é uma demonstração obrigatória para todas as empresas de capital
aberto brasileiras e tem como objetivo evidenciar se a empresa consumiu ou
gerou riqueza. Segundo o CPC 09, a DVA deve proporcionar aos usuários das
demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade
em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. Dessa
forma, a distribuição de riqueza deve ser minimamente detalhada no formato: (a)
pessoal e encargos; (b) impostos, taxas e contribuições; (c) juros e aluguéis; (d)
juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; (e) lucros retidos/prejuízos do
exercício.
2015
RECEITAS 2200
1. Receitas 2000
1.2 Provisões para devedores duvidosos 200

2 INSUMOS 1100
CMV 1000
Energia 100

2-1 Valor Adicionado Bruto 1100


3 Depreciação 100

2-1+3 Valor adicionado líquido 1000

4 Valor adicionado recebido em transferência 100

2-1+3+4 Valor adicionado total a distribuir 1100

Distribuição
Pessoal 100
Impostos 50
Juros Passivos 100
Dividendos 150
Lucros retiros 700

Distribuição do valor adicionado 1100

11
Assim, para análise, a DVA é importante pois mostra como a riqueza foi
distribuída, o percentual é destinado para os impostos, dividendos, retenção de
lucros.
TEMA 6 – Demonstração da Mutação do Patrimônio líquido
Da mesma forma que a DFC se baseia e objetiva em explicar as variações
da conta caixa, a Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) tem
o intuito de informar todas as transações que ocorreram dentro do patrimônio
liquido da entidade, e assim, mostrar as ocorrências que ocorreram na riqueza
do acionista. Por exemplo, abaixo temos a DMPL da companhia ABC:
Lucros ou
Capital Social Prejuízos Patrimônio
Integralizado Reserva de Lucro Acumulados Líquido
Saldos Iniciais 3000 400 0 3400
Lucro Líquido do período 0 0 700 700
Juros Sobre Capital Próprio 0 0 -200 -200
Dividendos 0 0 -300 -300
Constituição de Reserva 0 100 -100 0
Saldos Finais 3000 500 100 3600

A DMPL funciona da seguinte forma, primeiro, a linha de Saldos Iniciais


demonstra o saldo de cada conta no início do período, por exemplo, os sócios
da ABC integralizaram 3000 como capital social, e a empresa conta com uma
reserva de lucro de 400, e atualmente não possui nenhum lucro ou prejuízo
acumulado, assim, o patrimônio líquido totaliza 3400 (3000 + 400 + 0).
A seguir temos a primeira ocorrência que é lucro líquido do período,
totalizando 700, assim, temos agora lucros ou prejuízos acumulados no valor de
700, e dessa forma, o PL também aumenta em 700 – lembrando que o registo
do lucro líquido do período não impacta diretamente nem a reserva de lucro nem
o capital social neste momento -.
Após o registro do lucro líquido, a firma decide distribuir esse valor,
primeiramente a título de Juros Sobre Capital Próprio, no valor de 200, e assim,
a conta lucros ou prejuízos acumulados sofre uma redução de 200 e
consequentemente também é reduzido o Patrimônio líquido. Ademais, a
companhia ABC também decidiu pela distribuição de dividendos, no valor de
300, e da mesma forma que aconteceu com Juros Sobre Capital Próprio, a conta
lucros ou prejuízos acumulados é reduzida em -300 e por consequência direta,
o patrimônio líquido também diminui em -300 -lembrando que o lançamento de

12
dividendos a pagar é simplesmente uma redução no PL com um aumento do
passivo -.
Por último, a ABC decidiu constituir reserva de lucro no valor de 100,
assim, diminuindo os lucros ou prejuízos acumulados em 100 e aumentando a
reserva de lucro em 100, como esse lançamento foi entre duas contas do PL, o
valor do PL não muda.
E por fim temos o saldo final, onde o valor de cada conta é a soma da
coluna, e o valor do PL final é a soma da última linha, por exemplo, o saldo final
da conta lucros ou prejuízos acumulados é 700-200-300-100 = 100. Enquanto o
PL no fim do período totaliza 3600 = 3000+500+100.
Dessa forma a DMPL se mostra útil ao analista justamente por evidenciar
todos os lançamentos que acarretaram no patrimônio de um dos principais
interessados na empresa, os sócios.

TROCANDO IDEIAS
Como foi dito na introdução, a contabilidade é a linguagem dos negócios,
assim, seria interessante se todo o mundo falasse a mesma língua, não? Diante
disso, órgãos internacionais estão trabalhando para uniformizar a contabilidade
entre os países, ainda assim, existem diferenças não somente em como
contabilizar algumas transações, e sim na forma de evidenciar ou confeccionar
as demonstrações. Isto posto, você sabe alguma diferença entre a forma de
evidenciação da contabilidade brasileira e de alguma outra nação? Dica: procure
o balanço patrimonial de alguma companhia australiana.

NA PRÁTICA
1) Um recurso pode ser caracterizado como ativo se:
a. Pertencente a empresa; se espera benefícios econômicos futuros
b. Bens e direitos
c. Resultado de eventos passados; se espera benefícios futuros; e
controlado pela empresa
d. Pertencente a organização; se espera benefícios econômicos
imediatos.
2) O patrimônio líquido se refere a:
a. Capital investido pelos sócios
b. Obrigações futuras da empresa
c. Benefícios futuros esperados pela empresa
d. Dividendos a pagar
3) A DRE consiste em:

13
a. Confronto de ativos e passivos
b. Confronto de receitas, custos e despesas
c. Confronto de receitas e despesas
d. Confronto de receitas e custos
4) A Demonstração do Fluxo de Caixa é dividida nos seguintes tópicos
a. Fluxos operacionais, de investimento e financiamento
b. Fluxos operacionais, de capital de giro e de financiamento
c. Fluxos não operacionais, operacionais e de investimento
d. Fluxos operacionais, custos e investimento.
5) O Passivo é:
a. A soma entre Ativo e Patrimônio Líquido
b. A soma entre Patrimônio Líquido e Caixa
c. A subtração entre Ativo e Patrimônio Líquido
d. A subtração Entre Ativo Não Circulante e Passivo não Circulante.
6) A Demonstração do Valor Adicionado tem como objetivo:
a. Evidenciar o lucro da organização
b. Evidenciar a criação/destruição de riquezas
c. Evidenciar a criação/destruição de riquezas como também sua
distribuição
d. Evidenciar as mutações do patrimônio líquido.
7)

Gabarito:

1) C
2) A
3) B
4) A
5) C
6) C

FINALIZANDO
Esta aula introdutória teve como objetivo relembrar as principais
demonstrações, seus objetivos e o que um analista pode buscar de informações.
Primeiro foi exposto o Balanço Patrimonial que comumente é dito ser um
retrato da posição patrimonial da empresa em certa data, assim, o Balanço
Patrimonial é útil ao analista por fornecer informações acerca de ativos e
passivos, ou seja, recursos que a empresa acredita que irá trazer benefícios
futuros, ou seja, seus investimentos, e a forma de financiamento desses
investimentos (Passivo e PL). Assim, o Balanço Patrimonial fornece informações
sobre liquidez, solvência, endividamento da organização.
Em seguida, falamos sobre a DRE – se o balanço patrimonial é uma foto,
a DRE é um filme – que retrata a lucratividade da empresa, principalmente

14
expondo suas receitas, seus custos, e assim demonstrando sua eficiência no
uso de recursos.
Em terceiro lugar, relembramos o DFC, uma demonstração que tem como
objetivo evidenciar as transações que afetaram a conta caixa, simplesmente
porque não se paga contas com o lucro, e no fim, o que importa é se a empresa
está gerando caixa ou não para honrar com seus compromissos. Assim, vimos
que a DFC está dividida em 3 partes, investimento, financiamento e operacional,
para que o analista seja capaz de identificar onde os fluxos de caixa estão sendo
investidos e qual a sua origem.
Para falar sobre riqueza, trouxemos a DVA, que utilizando informações de
diversas outras demonstrações evidenciam para o usuário da informação
contábil qual foi a geração de riqueza (isso se a empresa tiver gerado riqueza) e
qual foi sua distribuição.
Por último, relembramos a DMPL, a qual tem objetivo evidenciar as
transações que impactaram diretamente no patrimônio dos acionistas, como o
pagamento de dividendos, constituição de reservas, e tudo isso que representa
para o analista a politica da empresa em reinvestir os fluxos de caixa ou em
distribuir para seus donos (acionistas).
Após essa aula, acredito que somos capazes de ter um olhar crítico sobre
as demonstrações contábeis, e estamos preparados para uma análise mais
granular utilizando índices.

REFERÊNCIAS
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento técnico cpc 03:
demonstração dos fluxos de caixa. Junho de 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2019.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento técnico cpc 09:


demonstração do valor adicionado. Novembro de 2008. Disponível em: Acesso em: 15 dez. 2019.

15

Das könnte Ihnen auch gefallen