Disciplina: Direito Constitucional

Professor: Ricardo Macau

Aula: 03 | Data: 07/08/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA DA EFICÁCIA OU APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

1. Normas Constitucionais de Eficácia Plena
2. Normas Constitucionais de Eficácia Contida / Restringível
3. Norma Constitucional de Eficácia Limitada

TEORIA DA EFICÁCIA OU APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Teoria da Eficácia – José Afonso da Silva (consultor técnico da Assembleia Nacional Constituinte)
 3 (três) tipos de normas constitucionais: plena, contida e limitada.

José Afonso da Silva elaborou a Teoria da Aplicabilidade ou da Eficácia das Normas Constitucionais com a finalidade
de explicar qual era o principal fator que interferia na aplicabilidade ou na eficácia (produção de efeitos) das normas
constitucionais: o papel a ser desempenhado pelo LEGISLADOR.

Diversas normas tem a necessidade de edição de Lei Regulamentadora para produzirem efeitos.
Assim, para provar sua teoria, José Afonso da Silva identificou 3 (três) tipos de normas constitucionais quanto à
eficácia.

1. Normas Constitucionais de Eficácia Plena

São as normas da Constituição Federal que não admitem a interferência do Legislador em hipótese alguma.
Apenas ela se basta para integral aplicação.

As normas constitucionais de eficácia PLENA tem aplicação (i) direta, (ii) imediata e (iii) integral.

Exemplo: Artigo 228, CF - prevê a maioridade penal aos 18 (dezoito) anos de idade; artigo 21, 49 e 84 também da
Constituição Federal.

Artigo fácil de ser aplicado na prática.

Artigo 228 da Constituição Federal - São penalmente inimputáveis os

menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

“Artigo 84 da Constituição Federal - Compete privativamente ao

Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior

da administração federal;

Procuradorias
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
 III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;

(...)”

2. Normas Constitucionais de Eficácia Contida / Restringível

São as normas constitucionais que admitem a interferência do Legislador, desde que o propósito/objetivo seja
conter/restringir/diminuir/reduzir o alcance da norma constitucional.

Enquanto não houver a interferência do Legislador (editada uma lei futura restritiva), a norma constitucional de
eficácia contida continua produzindo todos os seus efeitos.

A norma constitucional de eficácia contida tem aplicabilidade:

(i) direta;
(ii) imediata, porém;
(iii) não-integral (a qualquer momento pode surgir uma Lei Restritiva, diminuindo seu alcance).

Exemplo: artigo 5º, inciso XIII da Constituição Federal – prevê a liberdade de trabalho, ofício ou profissão desde que
atendidos os requisitos previstos em lei.
“Artigo 5º da Constituição Federal -Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

(...)

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,

atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

(...) (Grifo nosso)”

3. Norma Constitucional de Eficácia Limitada

São as normas constitucionais que exigem a interferência do Legislador para que possam ser totalmente aplicadas
no plano concreto (possam produzir efeitos).

O legislador infraconstitucional é obrigado a editar leis regulamentadores que explicam, detalham ou especificam
as normas constitucionais de eficácia limitada.

Quando não há criação de leis regulamentadoras de normas constitucionais de eficácia limitada pelo legislador,
configura-se inconstitucionalidade por omissão (demora em criar lei que explica, detalha ou especifica a norma de
eficácia limitada).

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