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Floor Time
Resumo: Este relato de experiência tem suas bases no TCC de graduação de Ávila (2014), que trata das
possibilidades intervencionistas da Educação Musical, buscando a inclusão de alunos acometidos pelo TEA
(Transtorno do Espectro Autista) em escola regular. Neste relato, são inferidas as contribuições do ensino de
música pretendendo a reorganização sensorial de um aluno com TEA, segundo o prisma da abordagem DIR-
Floor Time (GREENSPAN e WIEDER, 2010). A experiência com o referido modelo obteve êxito não apenas na
reorganização sensorial, mas também contribuiu na melhora de outras características pertinentes ao espectro do
autismo, tais como sociabilidade, afetividade, entre outros.
Palavras chave: Educação musical. autismo. desordem sensorial. intervenção DIR-Floor Time.
Metodologia
O objetivo deste relato de experiência é investigar a utilização da abordagem DIR-Floor
Time (2010) em aula de música em escola regular com um aluno acometido pelo TEA, em detrimento
de outras abordagens para o mesmo fim, considerando a compatibilidade de seus postulados frente à
necessidade do aluno em questão. Ávila, autora deste relato, leciona para alunos com TEA na escola
regular há 2 anos tendo, portanto experiência com este e outros métodos interventivos: ABA, TEACCH
e Son rise.
J., sexo masculino, chegou à unidade escolar aos 8 anos de idade, diagnosticado com TEA
aos 5 anos, sendo acompanhado por neuropediatras sem, no entanto, maiores estímulos terapêuticos no
período em que ingressou à escola, em agosto de 2013. Na ocasião de chegada, não apresentava
fluência da linguagem verbal, emitindo apenas sons guturais, apresentando hipersensibilidade auditiva,
com importante descontrole sensorial diante estímulos sonoros de maior intensidade. Apresentava-se
atento ao meio, com comportamento hiperativo e relativa agressividade não intencional e mostrando-se
extremamente desconfortável frente a aglomerações.
Resultados
J. faz parte, atualmente, da corporação musical da escola tocando pratos, não apresenta
qualquer desconforto diante de estímulos sonoros ainda que intensos, confirmando a ideia inicial da
pesquisa, que pressupõe que o prisma DIR-Floor Time poderia contribuir para o melhor controle
sensorial, no entanto, observamos ainda outras melhoras de comportamentos típicos ao diagnóstico do
TEA, flexionáveis aos pressupostos da abordagem DIR-Floor Time.
J. desenvolveu importante sociabilidade e afetividade, não apresenta desconforto em manter
contato visual ou ao toque (bases no postulado 1 e 2). Apresenta importante melhora da fluência da
linguagem verbal, evoluindo das emissões guturais para momentos ecolálicos que se alternam com
momentos de emissão de frases estruturadas e coerentes (bases no postulado 3 e 5), e tem uma
excelente relação interpessoal com seus colegas (bases no postulado 4).
Conclusões
Mantemos a ideia inicial, de que práticas interventivas e pedagógicas são compatíveis, e
oferecem maior embasamento ao professor sobre possíveis formas de abordagem do aluno com TEA,
permitindo melhor planejamento de suas ações, buscando resultados específicos, antecipando-se a
possíveis reações indesejáveis e intervindo sobre elas sempre que possível.
Ressaltamos que a escolha do método DIR-FloorTime foi uma opção metodológica, diante
dos objetivos pretendidos com J. Embora esta pesquisa tome por base princípios de intervenção
terapêutica, suas bases pretendem melhor entender os comportamentos e as reações pertinentes ao
espectro do autismo, oferecendo à educação musical subsídio para que assuma uma postura inclusiva
diante do aluno com TEA, seja no aprendizado musical, seja no desenvolvimento de competências úteis
à vida cotidiana.
Referências
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