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HUMIDADE ASCENDENTE EM

PAREDES DE EDIFÍCIOS ANTIGOS


PROCESSOS DE REABILITAÇÃO E PREVENÇÃO
ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO HISTÓRICA 4

II. A HUMIDADE ASCENDENTE 6

2.1 PRINCIPAIS CAUSAS DO SEU APARECIMENTO 6


2.1.1 Fenómeno da capilaridade 6

2.2 HUMIDADE ASCENDENTE - DESCRIÇÃO DO FENÓMENO 7


2.2.1 Exemplos de manifestações mais frequentes 9
2.2.2 A influência dos sais higroscópicos 9

2.3 FASE DE DIAGNÓSTICO 10


2.3.1 Factores a considerar 10
2.3.2 Relação do equipamento de ensaio 10

III. MÉTODOS DE REABILITAÇÃO – SOLUÇÕES EXISTENTES 14

3.1 REDUÇÃO DA SECÇÃO ABSORVENTE 14

3.2 DRENOS ATMOSFÉRICOS OU DE KNAPEN 15


3.2.1 Princípio 15
3.2.2 Aplicação em Obra 16
3.2.3 Eficácia 16
3.2.4 Limitações

3.3 PROCESSOS ELECTRO - OSMÓTICOS (Electro Osmose Activa; Electro Osmose Passiva; 17
Electro Osmose Forese)
3.3.1.1 Princípio 17
3.3.1.2 Aplicação em Obra 17
3.3.1.3 Eficácia 18
3.3.1.4 Limitações 18

3.4 INTRODUÇÃO DE MEMBRANAS ESTANQUES 20


3.4.1 Princípio 20
3.4.2 Aplicação em Obra 20
3.4.3 Eficácia 21
3.4.4 Limitações 21

3.5 INJECÇÕES DE PRODUTOS QUÍMICOS 22


3.5.1 Princípio 22
3.5.2 Aplicação em Obra 23
3.5.3 Eficácia 25
3.5.4 Limitações 25

SÓNIA CARVALHO CABAÇA


ÍNDICE
26
IV. MÉTODOS DE PREVENÇÃO – SOLUÇÕES A CONSIDERAR EM PROJECTO
31
V. QUADRO SÍNTESE - ANÁLISE COMPARATIVA DOS MÉTODOS ESTUDADOS
32
VI. ANEXO – FICHAS TÉCNICAS DE PRODUTOS EXISTENTES NO MERCADO
36
VII. BIBLIOGRAFIA
I – INTRODUÇÃO HISTÓRICA
Desde sempre que os arquitectos têm tentado combater os problemas associados à
humidade em edifícios. Vitrúvio (sec. I a.c.) já recomendava a utilização de paredes
duplas de modo a minimizar a penetração das chuvas nas mesmas, e reboco
hidráulico para a redução da ascensão capilar na base dos paramentos. Os
arquitectos da renascença compreenderam também o benefício da utilização destas
paredes, mas tal como os antigos, mostraram pouco interesse no estudo do problema.

A grande maioria dos edifícios construídos nos séculos XVII e XVIII não
possuem qualquer protecção contra a humidade ascendente do solo, pois
pouco foi feito até finais do séc. XlX, excepto certos aspectos de drenagem, ou
afastamento das águas freáticas dos edifícios.

Grande parte do progresso atingido no séc. XlX deve-se à implementação do sistema


de drenagem de águas pluviais na rede pública, nomeadamente em grandes cidades
como Nova Iorque, Paris ou Londres.

Outros avanços foram feitos no século XIX. Na América, pedras de origem calcária ou
granítica foram largamente utilizadas, especialmente em edifícios públicos, para
prevenção da ascensão capilar do solo, bem como barreiras à penetração de água
das chuvas.

O progresso feito de modo a compreender e controlar os problemas relativos à


humidade pode ser analisado na publicação “The Architecture in Couuntry Houses”,
publicado por Andrew Jackson Downing em 1850. Downing tinha plena consciência
dos problemas relativos à água proveniente do solo, pois pode ler-se:

“… fundações… construídas em pedra e argamassa ordinária serão sempre alvo fácil


de ascensão capilar… as argamassas correntes não oferecem qualquer impedimento à
ascensão da água proveniente do solo. A solução para este problema é a construção
das fundações com argamassas hidráulica…”

Downing notou também que “… em solos húmidos, a ascensão da água deve ser
prevenida, antes de as fundações serem construídas, através de uma fiada de pedra,
ou tijolo argamassado, precedida de uma camada de cimento ou argamassa de cal
hidráulica no topo da fundação. O detalhe por ele recomendado é, nada mais do que
o antecedente de um dos 5 processos hoje em dia conhecidos para combate a este
tipo de anomalia – a introdução de barreiras estanques nos paramentos.

Ao mesmo tempo, foram experimentadas técnicas de impermeabilização de paredes


pelo exterior. Alguns construtores impregnavam tijolos e pedras com soluções de
gordura animal ou silicatos insolúveis provenientes da cal. Embora grande parte destas
soluções se tenham mostrado ineficazes, no final do século começaram a ser
introduzidas “regras de construção” relativas ao tratamento das águas provenientes do
solo.

Nas primeiras décadas do século XX, a indústria da construção desenvolveu algumas


soluções. Os drenos Knapen foram inventados em 1911. Inseridos horizontalmente na
base da parede, a sua função era de evaporar a água nela depositada através da
introdução de ar seco proveniente da atmosfera. Ao mesmo tempo, vários produtos e
aditivos para alvenarias foram patenteados nos Estados Unidos.

Entre as guerras, foram pela primeira vez executados vários estudos relativos à
ascensão capilar e ao aparecimento de eflorescências, formando uma base científica
para a compreensão destes fenómenos.

Com o final da 2ª Grande Guerra, deu-se início à era dos materiais sintéticos e alta
tecnologia na indústria da construção.

Os silicones, inicialmente utilizados na impermeabilização de superfícies de estradas,


começaram a ser experimentados em impermeabilizações de paredes. Na década de
60, na Inglaterra e Alemanha, misturas de silicone e silicone latex eram injectadas
dentro das paredes em bandas horizontais de forma a constituírem barreiras contra a
capilaridade. Novos materiais como folhas de polietileno, misturas de chumbo/betume
e placas de amianto foram também largamente utilizados com a mesma função.

Nos Estados Unidos eram introduzidos produtos químicos e, por vezes, argila nos
terrenos adjacentes às fundações com vista a travar a subida da humidade do solo
para as paredes.

Os processos electro-osmóticos foram outra contribuição europeia para o problema.


Estes sistema estabelece um campo eléctrico nas zonas onde é instalada a barreira.
Tanto o sistema “activo” – que estabelece uma corrente directa – e o sistema “passivo”
– que utiliza o potencial eléctrico natural gerado pela parede húmida e o solo,
constituíam soluções eficazes.

Tal com aconteceu com vários produtos no séc. XIX, alguns dos tratamentos divulgados
no séc. XX revelaram-se ineficazes ou inconclusivos. Na década de 70 tornou-se
evidente a ineficácia dos drenos Knapen, muito utilizados desde a sua invenção. Os
processos electro osmóticos – activo e passivo – também se mostraram ineficazes. As
barreiras de silicone foram encontradas, em certos casos, a prejudicar a construção, ao
invés de as proteger, e as injecções no solo eram também, geralmente, pouco
eficientes.

Deste modo, os métodos mais eficazes utilizados em edifícios antigos foram a


introdução das “barreiras” constituídas através de folhas de polietileno ou materiais
tradicionais.

Para concluir, convém referir que os edifícios antigos, particularmente os que possuem
cariz histórico, não devem ser vistos como alvo de testes de materiais não
experimentados. De modo a evitarem-se experiências semelhantes às atrás descritas, e
antes de se proceder a qualquer tipo de solução de reparação, há que compreender e
analisar os tipos e as causas fundamentais dos problemas relativos à humidade. Os
técnicos terão de estar aptos a executar diagnósticos e a seleccionar o tratamento
adequado a cada situação.
II – A HUMIDADE ASCENDENTE

2.1 - PRINCIPAIS CAUSAS DO SEU APARECIMENTO 2.1.1– Fenómeno da Capilaridade

Na maior parte dos casos não se pode evitar que o solo seja
húmido. Pode estar saturado ou não de humidade, ou seja, os seus
poros podem ou não estar cheios de água líquida. Grande parte do
solo encontra-se sempre saturado de água, formando a camada de
água subterrânea ou freática1 , cujo nível superior corresponde ao
nível de água nos poços.

Fig. 2.2 – Fenómeno da Capilaridade.


Na realidade, o solo está saturado de água até um nível superior à
dita camada devido às forças capilares, subindo tanto mais quanto
A capilaridade é um fenómeno que é posto bem
mais finos sejam os seus poros2 – geralmente 20 a 30 cm sobre o
em evidência quando se mergulha um tubo fino
nível da água freática [19]. A um nível superior, os poros, sem de vidro – designado por tubo capilar – num
estarem saturados de água, absorvem quantidades mais ou menos recipiente com água. Verifica-se que o nível da
importantes. Finalmente, só muito perto da superfície do terreno, oágua sobe imediatamente no interior do tubo,
destacando-se do nível da água do recipiente.
conteúdo de água do solo pode ser bastante baixo, graças à
Esta evidência mostra que deve existir
absorção pelas raízes das plantas ou à evaporação por contacto necessariamente uma força que, nas condições
com a atmosfera e a acção dos raios solares. da experiência, se instala e produz o efeito
observado. Esta força toma o nome de força
capilar e a sua acção designa-se por
Deve então fazer-se a distinção entre o que sucede por baixo e por
capilaridade.
cima da camada de água freática. Na primeira zona o solo
encontra-se saturado e a água está sob pressão e, no segundo caso, O fenómeno da capilaridade, por sua vez,
a água só penetrará nas paredes sob o efeito da capilaridade, ou ocorre em resultado de uma outra propriedade
dos fluidos – a tensão superficial.
seja, dentro da camada aquática fá-lo-á sob a acção de forças
muito mais importantes, tanto mais importantes quanto mais se Entre as partículas ou moléculas constituintes de
desça na referida camada. um líquido exercem-se forças de atracção. Estas
forças de atracção entre moléculas do mesmo
material designa-se por coesão.

Fig. 2.3 – Tensão Superficial.

Camada húmida
Uma molécula no interior de um líquido, longe
Ascenção capilar
portanto da superfície, será igualmente atraída em
Poço

da humidade do
solo saturado de todas as direcções pelas moléculas vizinhas, pelo
água
que as forças de coesão se equilibram. Contudo,
Camada aquática
subválvea para as moléculas próximas da superfície, dada a
inexistência de outras moléculas de líquido acima
delas, as forças de coesão não estão equilibradas
Fig. 2.1 – Distribuição da água nas camadas do solo.
e, em resultado, a superfície do líquido fica
tensionada (fig. 2.2).
Assim, para que possam ocorrer manifestações de humidade É também a tensão superficial que explica a
curvatura observada da água junto das paredes
proveniente do terreno, sejam de origem capilar ou freática, é
do tubo (fig. 2.1).
necessário que as paredes se encontrem em contacto com a água
do solo, o que pode acontecer nas seguintes situações [5]: Uma molécula junto à parede do tubo, não sofre
desse lado a acção de moléculas de água. No
entanto, pelo efeito observado, torna-se evidente
- fundações das paredes situadas abaixo do nível freático;
que esta molécula é atraída pelas moléculas do
vidro e que essa força se sobrepõe à acção
- fundações das paredes situadas acima do nível freático em exercida pelas moléculas de líquido inferiores. A
zonas cujo terreno possua elevada capilaridade, atracção entre moléculas de diferentes materiais
é designada por adesão. As moléculas que
provocando a ascensão da água existente a uma cota
sobem por adesão junto às paredes do vidro
inferior; estão também a contribuir para a tensão
superficial, puxando as moléculas vizinhas para
- paredes implantadas em terrenos pouco permeáveis ou com cima e originando a curvatura observada.

pendentes viradas para as paredes, dando origem a que as


O fenómeno de ascensão de líquido no tubo
águas da chuva, ou provenientes de outras fontes, possam capilar não acontece, no entanto, com todos os
deslizar sobre o terreno e entrar em contacto com aqueles líquidos. Se a mesma experiência fosse realizada
elementos. com mercúrio, por exemplo, verificar-se-ia que
este, além de não subir no tubo, ficaria ainda
abaixo do nível original, e que a curvatura nos
bordos seria convexa (fig. 2.1). Isto acontece
2.2 – HUMIDADE ASCENDENTE - DESCRIÇÃO DO porque o mercúrio não molha a superfície do
FENÓMENO tubo ou, por outras palavras, não adere.

A diferença entre os casos da água e do


mercúrio permite afirmar que um líquido em
A humidade ascendente pode ser definida como o fluxo vertical de repouso é molhante em relação à parede do
água que consegue ascender do solo – através do fenómeno da recipiente que o contém se o ângulo de
molhagem (θ) com a parede é inferior a 90º, ou
capilaridade – para uma estrutura permeável [4].
seja, se a superfície do líquido for côncava. O
ângulo de molhagem é tanto maior quanto
A ascensão de água nas paredes, que pode ocorrer até alturas maior a tensão superficial do líquido.
significativas, é função de:

- condições de evaporação de água que para aí tenha migrado;


- porosidade do material3 ;
- permeabilidade do material4 ;
- quantidade de água que se encontra em contacto com a
parede.

No caso de paredes de edifícios antigos – de alvenaria – os


“caminhos” mais fáceis pelos quais a água poderá ascender são as
juntas ou ligantes de argamassa. Geralmente, para a água ascender
por um tijolo, terá primeiro de percorrer as juntas de argamassa à
sua volta. De facto, elas constituem o único “caminho” contínuo
para a sua ascensão. Se os tijolos da alvenaria possuírem um
tratamento repelente à água, e a argamassa utilizada for comum, a Fig. 2.4 – Tubo capilar [8].
ascensão far-se-á do mesmo modo. Mas se, pelo contrário, o
ligante possuir características hidrófugas, o fenómeno, de forma
geral, não acontecerá. Constata-se assim que as argamassas
utilizadas nas alvenarias formam uma parte bastante importante do
tratamento desta patologia.
Num tubo capilar, um líquido molhante sobe até
que o peso da coluna de água (F) equilibre a
acção da tensão superficial (σ). De acordo com
o esquema apresentado na figura 2.3, pode
assim escrever-se:

F = ρ . g . π . r2 . h = cosθ . 2 . π . r

A pressão hidrostática correspondente à altura


do líquido no tubo, equilibra a subpressão ou
sucção capilar (pc):

Fig. 2.5 – Ascensão da água pelas juntas de argamassa [4].


P c= -ρ . g . h
Tanto nas paredes de tijolo como nas de pedra, são geralmente
identificáveis os sintomas de humidade ascensional – através de uma
vindo a relação entre a subpressão capilar e a
“linha” horizontal na parede, ou seja, pela diferença de tonalidade
tensão superficial, dada por:
do paramento, de uma zona mais escura para uma mais clara. Esta
linha forma-se no ponto onde o equilíbrio entre capilaridade e
evaporação é atingido, deixando muitas vezes acumulações visíveis pc= - 2 . σ . cosθ
r
de sais cristalizados, usualmente designados de “eflorescências”.
Para baixo da “linha”, a humidade ascende por capilaridade. As
eflorescências não aparecem nesta zona, pois a humidade mantém Nesta expressão, a tensão superficial σ( ) vem
os sais em solução. Acima da “linha”, a humidade varia de acordo expressa em N/m, o raio capilar em m e o
com as condições climatéricas. Nesta área que, poder-se-á chamar ângulo de contacto (θ) em graus º.
de “transição”, a humidade, por vezes é alta, de modo a suportar a A altura da ascensão capilar também se tira
capilaridade, outras vezes é baixa e só existe vapor de água. facilmente:
Quando a água se evapora, os sais cristalizam e ficam aí
depositados. De facto, a banda de sais poderá ser um dos mais
h= - 2 . σ cosθ
importantes indicadores de uma possível humidade ascensional (ver r.ρ .g
cap. 2.3.1.1).

pelo que se conclui que, tanto a sucção capilar,


como a altura de ascensão capilar são
inversamente proporcionais ao raio dos
capilares. Estão assim intimamente relacionadas
com a estrutura interna do material. Verificando-
se que a tensão superficial diminui com a
temperatura, também aqueles parâmetros são
funções decrescentes da temperatura.

Analisando qualquer uma das duas últimas


expressões, verifica-se que a acção da
penetração de um líquido por capilaridade num
material pode ser contrariada de duas formas:

- Reduzindo a adesão, que é representada pelo


ângulo de molhagem;

- Reduzindo a tensão superficial [8].

Fig. 2.6 – Esquematização geral da ascensão de água por


capilaridade [4].
Tal como foi referido anteriormente, a humidade pode ser
proveniente das águas freáticas ou superficiais. A cada um destes 2.2.2 – Exemplos de manifestações
dois tipos de alimentação corresponderá um conjunto de sintomas mais frequentes
específicos [5].
Nas situações em que a humidade é proveniente das águas
freáticas, os fenómenos apresentam-se sensivelmente inalterados ao
longo do ano, verificando-se que a altura das manchas,
correspondentes às zonas húmidas, é aproximadamente constante
em cada parede, sendo maior nas paredes interiores,
comparativamente às exteriores – o grau de evaporação é menor.
Quando a humidade é proveniente das águas superficiais, os
fenómenos apresentam variações durante o ano, sendo em geral
mais gravosos no Inverno do que no Verão, e a altura das zonas Fig. 2.7 - Caso de humidade ascendente de águas
freáticas em paredes interiores.
húmidas pode variar consideravelmente ao longo das paredes,
especialmente nas exteriores, sendo geralmente menor nas paredes
interiores do que nas exteriores. Em consequência de tais variações,
as zonas erodidas das paredes apresentam grande amplitude em
altura.

2.2.1 – A influência dos sais higroscópicos – tipos mais frequentes


Fig. 2.8 - Caso de humidade ascendente de águas
superficiais numa parede exterior. A “linha” é aqui
perfeitamente visível.
Os sais existentes no solo e nos materiais de construção dissolvem-se
na água, sendo arrastados por esta até à superfície da parede, onde
cristalizam quando ocorre a evaporação da água, dando origem às
eflorescências e criptoflorescências atrás referidas.

Os sais provenientes do solo e dos materiais de construção mais


frequentes de se manifestarem são [20]:

NITRATOS - Sais de origem orgânica, por isso mais frequentes em


zonas rurais. O mais corrente é o nitrato de cálcio, que cristaliza a
25ºC e a uma humidade relativa de 50%. Fig. 2.9 - A drenagem de um tubo de queda feita
directamente no solo é um dos motivos mais frequentes
da patologia.
SULFATOS – Sais bastante higroscópicos e solúveis. Cristalizam com
grande aumento de volume - o Sulfato de Cálcio, p. e., aumenta em
40% o seu volume.

CLORETOS – Provenientes essencialmente dos materiais de


construção, da água e de ambientes marinhos. Absorvem grandes
quantidades de água quando combinados com outros sais,
particularmente com os sulfatos.

CARBONATOS – Estão também presentes nos materiais de


construção, transformando-se em bicabornatos sob a acção da Fig. 2.10 – Manifestação de eflorescências na base de
água e do dióxido de carbono. uma parede.
Seguidamente enumeram-se os sais mais frequentemente
encontrados nos diversos materiais de construção:

Fig. 2.11 E 2.12 – Manifestação extrema de sais numa


parede de alvenaria.

2.3 – FASE DE DIAGNÓSTICO

As várias fases que constituem uma intervenção com vista à


resolução de um problema de humidade ascendente podem
esquematizar-se do seguinte modo [12]:

1. Determinação das causas (diagnóstico);


2. Eliminação da fonte;
3. Intercepção da água;
4. Criação de uma barreira contra a subida da humidade;
5. Desumidificação da parede;
6. Eliminação dos defeitos;
7. Protecção e prevenção.
Fig. 2.13 – Checkup de rotina a executar ao edifício na
fase de diagnóstico.
De entre as várias intervenções correctivas atrás referidas, a presente
monografia deter-se-á apenas um pouco sobre o método de
diagnóstico – fase essencial para que qualquer tipo de recuperação
seja bem sucedido – e, essencialmente, sobre a criação de barreiras
contra a subida de humidade em paredes – Capítulo III. Exame externo:

a) Coberturas, algerozes, caleiras, etc.;

A fase de diagnóstico envolve dois processos:


b) Estado das alvenarias, argamassas,
rebocos e pinturas;
- A identificação do problema, incluindo a sua natureza e
extensão – ex: elevado grau de eflorescências na parede c) Verificação de possível fendilhação
junto a pontos fracos da construção;
exterior da fachada norte ao nível do piso térreo. Área d) Estado das portas e janelas;
aproximada de 4m2.
- A previsão de uma possível causa do problema – ex: o exame e) Verificação de grelhas de ventilação e
outras aberturas em fachadas;
executado na base da parede acima referida revelou que esta
se encontra fendilhada, o que constitui um ponto de entrada de f) Verificação de chaminés e outros
água. elementos emergentes nas coberturas;

O diagnóstico identifica a causa e o efeito do problema, usualmente g) Detecção de uma possível barreira
anti humidade existente, incluindo a
começando com a identificação deste último.
identificação do produto e sistema
utilizados.

Exame interno:
2.3.1 – Factores a considerar
a) Verificação da existência de fungos,
Os materiais de construção comuns diferem bastante entre si manchas e bolores;
relativamente à sua resistência à humidade. Este facto encontra-se
b) Verificação de desagregação de
relacionado com o grau da mesma existente no ar e com a
pinturas e rebocos;
capacidade que o material possui para a atrair. Para isto concorre a
sua composição química e a presença de sais que se encontram nas c) Verificação da existência de
paredes - seja por ascensão capilar, seja por integrarem os eflorescências;

componentes estruturais do material empregue.


Identificação de possíveis materiais danificados
devido à acção da água.
A presença de uma ascensão capilar “activa” é indicada por
quantidades excessivas de humidade na base das paredes, que vão Exame secundário interno (pressupõe o uso de
diminuindo na razão inversa da sua altura. Este gradiente é, aparelhos de medição de teores de humidade):
geralmente, observado até alturas de 1,5 m. Contudo, este valor
a) Verificação dos teores de humidade
depende directamente da estrutura e condições das alvenarias,
no perímetro e centro dos
podendo assim ascender a valores mais altos. pavimentos;

A contaminação das alvenarias por uma banda de sais b) Determinação dos teores de
humidade dentro e fora das paredes;
higroscópicos poderá confirmar a existência de um problema deste
tipo, mas não possibilitará a distinção entre uma ascensão activa ou c) Verificação das juntas entre
passada. Para a verificação de tais situações será necessária a pavimentos/paramentos;
recolha – numa faixa vertical - de amostras in situ e a posterior
determinação dos teores de humidade e higroscopicidade de cada d) Detecção de uma possível barreira
anti humidade existente, incluindo a
uma. De facto, a altura onde os sais estão presentes revelará a identificação do produto e sistema
“história” da humidade – eles marcarão sempre a altura máxima a utilizados (se instalada no interior do
que ela ascendeu. Assim, poder-se-á também utilizar este método edifício);
para testar a eficiência de eventuais barreiras instaladas.
e) Verificação dos teores de humidade
nas superfícies paredes sob uma linha
É também essencial, nesta fase, proceder à eliminação de outras vertical e sob uma linha horizontal;
potenciais fontes de humidade - especialmente de condensações em
f) Verificação da existência de
meses frios – bem como à verificação de possíveis tratamentos
criptoflorescências;
anteriores nas paredes em causa, de modo a que o diagnóstico se
possa executar o mais correctamente possível (fig. 2.11), já que a g) Verificação da utilização de folhas de
determinação da relação causa/efeito se poderá tornar um polietileno ou metálicas em paredes;
processo extremamente complicado.
h) Listagem do tipo de materiais
utilizados em rebocos, pinturas,
estuques, etc.

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