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O inventário judicial costuma levar mais de um ano, por mais simples que seja,

pois há muita burocracia envolvida. Por ser mais rápido e menos custoso, o inventário
extrajudicial é o procedimento mais recomendável quando não há impedimentos.
Os primeiros passos do inventário são a escolha de um Cartório de Notas onde
será realizado todo o procedimento e a contratação de um advogado, que é obrigatória
e pode ser comum ou individual para cada herdeiro ou interessado. Os honorários
advocatícios são tabelados pela Ordem dos Advogados (OAB) e variam de acordo com o
estado.
A validade do ato notarial dependerá, de estarem todas as partes assistidas por
advogados ou defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão
obrigatoriamente de escritura.
Para utilizar-se, portanto, a via administrativa na prática do inventário e
partilha, impõe-se o cumprimento das seguintes exigências legais:
(a) todos os interessados hão de ser maiores e capazes;
(b) todos os interessados devem estar concordes quanto aos termos do
inventário e quanto à partilha, de forma que qualquer divergência entre
eles conduzirá ao procedimento judicial contencioso.
(c) todas as partes interessadas deverão comparecer à presença do tabelião
assistidas por advogado, que pode ser comum ou não, ou de defensor
público, no caso de beneficiário da assistência judiciária; não é preciso
outorgar mandato, porque partes e advogados estarão presentes ao ato
notarial e todos firmarão a escritura; declarará cada interessado quem é o
advogado que o assiste, e este, no exercício de seus múnus, se identificará
e se qualificará convenientemente; não há necessidade de que todos sejam
assistidos pelo mesmo advogado, embora isto possa acontecer, e se forem
vários cada qual declinará a quem está assistindo; a nenhum dos
interessados será permitido firmar a escritura sem a assistência advocatícia,
sob pena de invalidar o ato, pois a lei proíbe ao tabelião lavrá-lo sem a
observância dessa exigência. Trata-se, pois, de solenidade substancial ao
aperfeiçoamento do inventário e partilha administrativos;

Como se passa com as escrituras em geral, o tabelião é responsável pelo


controle do recolhimento do imposto de transmissão e pela exigência de comprovantes
das quitações tributárias que digam respeito aos bens transmitidos e sem os quais a
escritura de inventário e partilha não logrará registro no cartório imobiliário (CTN,
art.134, V, e Lei nº 8.935/1994, art.30, XI).
O modo de estruturar o conteúdo da escritura será equiparável ao observado
nas comuns escrituras de divisão de condomínio: identificam-se todos os comunheiros
e todos os bens comuns; atribui-se valor ao acervo e define-se a quota ideal com que
cada interessado irá concorrer na partilha; por último, elabora-se uma folha de
pagamento para cada um deles, descrevendo os bens que formarão o respectivo
quinhão.
Não haverá partilha, mas apenas inventário, quando a transmissão causa
mortis contemplar sucessor único. Em qualquer caso, seja único ou sejam vários os
sucessores, não haverá formal de partilha para ser levado ao registro imobiliário. A
própria escritura pública será o título hábil para o ato registral, devendo o tabelião
fornecer aos interessados o competente traslado.
Não há lugar para a figura do inventariante no inventário administrativo. Tudo
se resolve de plano, no contato direto e imediato entre os interessados, seus advogados
e o tabelião. Não há processo, nem mesmo procedimento, mas simplesmente um único
ato notarial. A escolha do tabelião é feita pelas partes e não fica sujeita a vinculação ao
último domicílio do de cujus, ao local do óbito, à situação dos bens ou ao domicílio dos
sucessores. Há de respeitar-se, porém, a sede funcional do tabelião, que somente tem
atribuição para lavrar atos de seu ofício dentro de sua circunscrição territorial. Os
interessados podem deslocar-se à procura de tabelião de sua confiança fora de seu foro,
mas o tabelião não pode transportar-se para lavrar escritura em local não compreendido
pela sua circunscrição territorial.

Algumas providências que a Resolução nº 35/CNJ reputa necessárias para a


perfeição da escritura de inventário e partilha extrajudiciais:
(a) As partes e respectivos cônjuges devem estar, na escritura, nomeados e
qualificados (nacionalidade, profissão, idade, estado civil), com
especificação do regime de bens, data de casamento, pacto antenupcial e
seu registro imobiliário, se houver; número do documento de identidade,
número de inscrição no CPF/ MF, domicílio e residência (art. 20). Exige-se a
menção dos cônjuges do herdeiro, mas, salvo nos casos de renúncia ou de
cessão de direitos, ou partilha desigual, o sucessor não precisa ser assistido
por seu consorte na escritura (art. 17).
(b) O autor da herança será qualificado de maneira completa, com
especificação do regime de bens do casamento, pacto antenupcial e seu
registro imobiliário, se houver, dia e lugar em que o óbito ocorreu, data da
expedição da certidão de óbito (livro, folha, número do termo e unidade de
serviço em que consta o registro do óbito), e com a menção ou declaração
dos herdeiros ou de que o autor da herança não deixou outros herdeiros,
nem testamento (art. 21).
(c) Admite-se a representação dos interessados por procurador, que deverão
estar munidos de procuração por instrumento público com poderes
especiais (art. 12).
(d) Documentos a serem apresentados ao tabelião: (i) certidão de
óbito do autor da herança; (ii) documento de identidade oficial
e CPF das partes e do autor da herança; (iii) certidão
comprobatória do vínculo de parentesco dos herdeiros; (iv)
certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos
herdeiros casados e pacto nupcial, se houver; (v) certidão de
propriedade de bens imóveis e direitos a ele relativos; (vi)
documentos necessários à comprovação da titularidade dos
bens móveis e direitos, se houver; (vii) certidão negativa de
tributos; (viii) Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR,
se houver imóvel rural a partilhar (art. 22).
(e) Os documentos de identidade das partes serão sempre exibidos
em originais. Os demais documentos necessários à lavratura do
ato notarial poderão constar de cópias autenticadas (art. 23). A
escritura pública deverá fazer menção a todos os documentos
apresentados (art. 24).
(f) A existência de dívidas do espólio (salvo as tributárias) não
impede a realização do inventário e da partilha, ou a
adjudicação, por escritura pública (art. 27). Cabe aos herdeiros
indicar no inventário não só o ativo, mas também o passivo do
acervo hereditário. Porém, a eventual omissão não prejudicará
os credores existentes, já que terão sempre ressalvados os seus
direitos, os quais serão exercitáveis contra os herdeiros, na
medida dos quinhões atribuídos na partilha.
(g) O tabelião tem poderes para recusar a lavratura da escritura de
inventário e partilha, se se deparar com fundados indícios de
fraude ou em caso de dúvidas sobre a declaração de vontade de
alguns dos herdeiros. A recusa, porém, deverá ser fundamentada
e por escrito (art. 32).

Feita a partilha por ato notarial, não há que se pensar em formal de


partilha e tampouco em execução de título judicial. A escritura pública,
todavia, retratando obrigação de entrega de coisa, de forma certa, líquida
e exigível, configura, por si só, título executivo, nos termos do art.784, II.
Com base, portanto, em escritura obtida nos moldes do art.610,
§1º, o sucessor poderá promover execução forçada, caso outro interessado
retenha bem do acervo que lhe tenha sido adjudicado na partilha. A
execução será, na espécie, de título extrajudicial, e não de título judicial,
como acontece com o formal, tornando, de tal sorte, mais amplo o campo
de debate no caso de eventuais embargos (art. 917, VI).
Como título de transmissão dominial, a escritura pública de
inventário e partilha, ou de adjudicação, constitui título hábil “para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras” (NCPC, art.610, §1º). Essa eficácia,
porém, não se limita ao registro de imóveis, mas vale perante qualquer
registro relativo a toda modalidade de bens, assim como diante de outros
registros sobre as quais a sucessão deva refletir, como, por exemplo, o
Registro Civil, a Junta Comercial, o Detran, além de outras entidades, como
bancos, financeiras, seguradoras, administradoras de imóveis, telefônicas,
distribuidoras de energia, e assim por diante.

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