Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Será porque permaneceu menos de 100 dias? Ou por fingir administrar um ministério
marcado pela ausência de propostas relevantes? Ou porque sua pasta é um caos formado por
desentendimentos e polêmicas? Ou pelas bravatas moralistas e reacionárias?
Como nada substantivo vem do Planalto, ensaiamos respostas. Dado o que foi
divulgado sobre o novo ministro, podemos dizer que Bolsonaro enxerga ali um espaço
reservado para sua seita, a bancada da intolerância. Weintraub defende as tolices advindas de
Olavo de Carvalho, como a ideia de que existiria um "marxismo cultural" que se apossou do
país. Ou seja, o discurso de Vélez permanece.
O atual governo brasileiro não possui propostas para a área. Daí que perde o foco e se
atraca em hino, censura ao Enem, negação de golpe e ditadura. A esperança é que não
precisamos de novas propostas, pois o parlamento aprovou um Plano Nacional de Educação
(PNE). Cumpri-lo já seria uma enorme contribuição. Ampliaríamos vagas em creches e
universidades públicas, valorizaríamos professores, teríamos mais jovens frequentando
escolas de qualidade.
Weintraub é um homem do mercado financeiro. Defenderá mais verbas para a educação
pública? Ou veio para garantir o lucro das empresas de ensino? Precisamos de educadores no
MEC. E menos militares ou economistas loteando cargos com olavistas. A educação não pode
seguir refém de pessoas despreparadas.
Juca Gil é professor de políticas educacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Os conteúdos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem,
necessariamente, o ponto de vista da Faculdade de Educação. Para submeter um texto no Vozes da Comunidade é
necessário ser servidor ou discente da Faced e tratar de uma temática atual que tenha como interface a educação. Os
artigos, com até 2,4 mil caracteres, título de até 150 caracteres (com espaço), embasamento, nome completo, CPF e
número de matrícula devem ser enviados para comunicacaofaced@ufrgs.br