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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR


CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ
Curso de Direito

PENSANDO OS GANHOS SURDOS

Nome: Vitória Ingreed Damasceno Martins.

Matrícula:1414849/3

Disciplina: Libras - EAD

Turma:30

Fortaleza–CE
Fevereiro, 2019
1 Pensando os ganhos surdos

Em 24 de abril de 2002 começou a vigorar a lei 10.436 que oficializa a Língua Brasileira
de Sinais – LIBRAS, a partir dessa lei, a LIBRAS é reconhecida como legal de comunicação e
expressão e isso foi de extrema importância para a comunidade surda. Mas nem sempre foi
assim.

O ser diferente nem sempre foi aceito e gerou muitas tensões durante a história, a
diferença não era respeitada, então para os surdos, as suas especificidades e necessidades eram
ignoradas para que os mesmo se adequassem ao mundo dos ouvintes, como é relatado no vídeos
do Rodrigo e da Vanessa, estes surdos, tiveram dificuldades ao serem forçados a se adequarem
aos mundo dos ouvintes, seus pais sem muito conhecimento, tiveram indicações de médicos
para que eles aprendessem a vocalizar. Os mesmos relatam a proibição da linguagem de sinais
e as dificuldades em não possuir uma identidade surda, afinal só conviviam com ouvintes.

Para Skliar (1997), os surdos foram excluídos de aprendizagens significativas, ao serem


obrigados a praticar estímulos auditivos e ao serem impedidos de usar a língua de sinais, e com
isso lhe foi limitado a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de seu pensamento,
sendo negados a construção de sua identidade.

A linguagem é de extrema importância para o ser humano, por meio dela é que a
construção de um sujeito, e a mesma tem caráter social, político e cultural, por meio dela é
possível entender as mais diversas maneiras de olhar o mundo, é por meio dela também que
você se expressa e se mostra ao mundo.

Por isso a negativa da Língua de Sinais para os surdos durante aquele tempo foi
extremamente prejudicial, impediu a inclusão do surdo com o mundo e com sua comunidade,
limitou a sua compreensão e sua forma de se expressar no mundo.

Com o passar do tempo esse cenário foi se modificando e os movimentos surdos foram
reivindicando direitos para sua comunidade, com isso começou a se falar em ganhos surdos,
que é entendido como formas surdas de ser no mundo que contribuem para questões cognitivas
e criativas e assim aumentam a diversidade cultural.

Um exemplo disso foi o caso de Rodrigo que ao necessitar de um estudo apropriado para
ele e vendo a carência que existia em Fortaleza referente ao ensino de surdos se mudou para o
Sul, onde já existia toda uma comunidade surda acadêmica, com pessoas da sua idade, onde foi
possível compartilhar experiencias e aprendizados.

Situação essa que não precisou ocorrer com seu irmão mais novo, porque com o tempo já
começou a ter interpretes em Fortaleza e o mesmo não precisou se mudar para poder vivenciar
essa forma de inclusão. Para Petitto (2000), o cérebro humano possui características como a
plasticidade e a flexibilidade que facilitam na aquisição de linguagem, em especial a aquisição
de Língua de sinais em crianças demonstram a habilidade humana de adquirir ganhos no
desenvolvimento das suas capacidades a partir de uma língua visual.

O encontro entre surdos promoveu a construção de uma linguagem visual própria que
possui diversas regionalidades, e gramática própria capaz de transmitir coisas extremamente
complexas e que trouxeram grandes ganhos para a capacidade cognitiva, como as vantagens
visuais que são observadas em crianças surdas que utilizam da língua de sinais e a maior
velocidade com que estas geram imagens mentais.

Outro ganho surdo que tem sido constatado é que os surdos possuem uma agilidade maior
comparado ao de pessoas ouvintes, também tem se observado habilidades mentais de rotação,
ou seja, ao passo em que ouvintes ao observarem o intérprete da Língua de Sinais tendem a
espelhar o movimento , o surdo já responderá na sua perspectiva, já realizando a rotação.

Esse ganho surdo também é encontrado na diversidade criativa e cultural, conforme


relatam Fisher;Lane (1993), durante as reuniões de surdos franceses, os mesmo formavam
formas criativas de utilizar a língua de sinais, por meios de contos e produções poéticas.

No Brasil, ocorreram diversos avanços nos ganhos surdos que se intensificaram com a
promulgação da lei 10.436/02 e a sua regulamentação com o decreto 5.626/05, que tiveram o
maior objetivo de da visibilidade e difusão da Libras, especialmente no que refere a educação.
Como relata Rodrigues (2011, p.30):

Os surdos e a surdez, sujeitos e temática, ignorados por séculos, hoje constituem e


expressam um campo específico de saber, o qual tem sido significado e caracterizado
por dimensões e aspectos culturais, antes improváveis e impensáveis.

A educação no que se refere ao ensinamento de Libras e o acompanhamento dos surdos


ainda não é das melhores, mas a cada dia se torna mais inclusiva com os surdos em lugares de
liderança na educação, ao ocupar esse lugares se facilita a propagação desses ganhos surdos e
que modifica a mentalidade ao se incluir cada vez mais representações.

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