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ESTUDOS BÍBLICOS NO LIVRO DE TIAGO

De autoria e responsabilidade do Pr Silas Matos Pinto

PROVAÇÕES
CAPÍTULO 1

O garoto entra na escola e durante algum tempo estuda. A professora lhe


dá muito conteúdo, de acordo com a sua capacidade, e, então, depois de um
período ela lhe dá uma prova. Essa prova visa aferir o conhecimento adquirido
pelo garoto. Caso não tenha aprendido o conteúdo o aluno é reprovado e terá
de rever todo o conteúdo estudado, até que consiga passar na prova. A prova
não é para o seu mal, pelo contrário, ela visa saber o quanto ele aprendeu para
que novo conteúdo lhe seja dado e ele passe para um nível superior de ensino,
de acordo com a sua capacidade.

Nenhum de nós gosta de ser reprovado. Na vida procuramos a aprovação.


O marido espera o sorriso aprovador da esposa e vice-versa. O filho espera a
palavra de aprovação do pai. Quando esta não acontece há um sentimento de
derrota. A reprovação atesta nossa incapacidade e nos obriga a fazer tudo
novamente.

A carta de Tiago trata, neste capítulo, sobre Provações. Ela revela que Deus
está sempre nos provando e espera que sejamos aprovados. Deus não nos
quer o mal, pelo contrário, ele nos quer bem e quer que subamos de nível e
cheguemos à perfeição. Nosso tema será PROVAÇÕES QUE VISAM
APROVAÇÕES.

Em primeiro lugar veja você que SOMOS PROVADOS NAS NOSSAS


CONCEPÇÕES PESSOAIS (v. 1) “Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus
Cristo, às doze tribos que se encontram na dispersão, saudações”.

Somos provados por Deus naquilo que pensamos sobre nós mesmos.
Provados naquilo que acreditamos que somos ou no grupo que achamos que
pertencemos. O modo como definimos a nós mesmos mostrará se nossa
concepção sobre nós está correta ou incorreta aos olhos de Deus.

O texto mostra o modo como Tiago se identificou: “Tiago, servo de Deus e


do Senhor Jesus Cristo”. De que modo essa identificação revela alguma
provação na concepção pessoal? Para entender isto é necessário saber quem
é esse homem.

Tiago não era um apóstolo e muito menos fora um dos discípulos de Jesus
durante seu ministério terreno. Ele era filho de José e de Maria, mãe de Jesus.
Nesse texto ele se identifica como servo, mas não foi sempre assim, pois os
evangelhos revelam que numa situação Tiago, seus irmãos e Maria, foram à
Jesus para prendê-lo, como se Jesus estivesse louco por cumprir seu
ministério. Eles não entendiam e não aceitavam sua missão.

Alguns textos, como Mateus 13.55 e Marcos 6.3, revelam que Tiago era
irmão de Jesus e que havia outros irmãos e irmãs dele: “E seus irmãos, Tiago,
José, Simão e Judas?” Em Gálatas 1.19, Paulo diz que quando esteve em
Jerusalém não viu nenhum dos apóstolos. Viu apenas a “Tiago, o irmão do
Senhor”.

Tiago se converteu, provavelmente, após a morte e ressurreição de Jesus.


Juntou-se aos discípulos de Jesus e tornou-se líder da igreja em Jerusalém.
Morreu como mártir defendendo a causa de Cristo.

Quem nós somos. O que devemos pensar de nós mesmos. Paulo nos
ensina a “não pensar de nós mesmos além do que convém”. Devemos saber
quem somos e a importância que temos, mas não podemos exagerar no
conceito que temos de nós mesmos, achando que temos de ser tratados de
modo especial por causa do conceito pessoal que temos de nós mesmos.

Como irmão de Jesus ele podia entender que tinha de ser tratado de modo
especial. Poderia usar o fato de ter sido irmão de Jesus para exigir um
tratamento especial e submeter os outros a si. Poderia querer colocar os
apóstolos de Jesus como seus servos. Mas o texto traz a sua identificação e
mostra que Tiago fora aprovado por Deus na sua concepção pessoal. Ele não
se auto valorizava, pelo contrário. Ele afirma seu estado de “Servo de Deus e
de Jesus Cristo”.

Tiago escreve para os crentes da dispersão. Esses eram irmãos em Cristo


que por causa da sua fé foram espalhados pelos países vizinhos tentando
proteger sua vida. Continuavam sendo perseguidos e a carta lhes foi escrita
para animá-los na luta e para não desistirem de sua esperança do Senhor.

O texto revela uma falha em Tiago. Ele escreve apenas “às doze tribos de
Israel”. Tiago era um crente conservador. Ele trazia em si muito do
exclusivismo do judaísmo. Jesus enviou seus discípulos a todos os povos, mas
Tiago, assim como Pedro, se sentia ministro apenas dos crentes descendentes
do Israel e dos haviam sido circuncidados.

Atos dos Apóstolos revela que Tiago criou alguns problemas por causa da
sua posição conservadora. Pedro, por exemplo, em Antioquia, teve de ser
chamado à atenção, por Paulo, por mudar de comportamento em relação aos
crentes gentios por causa da chegada de Tiago. Mas foi de Tiago a voz que
definiu e trouxe paz no embate no Concílio de Jerusalém.

Já dissemos que somos provados naquilo que pensamos de nós mesmos e


agora veremos que somos provados naquilo que pensamos de nós na nossa
condição financeira.

Tiago disse: (v. 9-11) “O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na


sua dignidade, e o rico, na sua insignificância, porque ele passará como a
flor da erva. Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca,
e a sua flor cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também
se murchará o rico em seus caminhos”.

Você será provado na sua concepção pessoal naquilo que você é, mas
também será provado na sua concepção daquilo que você tem. Quando
digo “no que tem” não estou falando de quem tem muitos bens. Falo também
sobre os que não têm bens.

Infelizmente, muitos se acham menos importantes porque são pobres. Vê-se


isto na escolha de líderes para a igreja. Homens ricos são escolhidos para
ocupar o cargo de presbíteros e pobres para o cargo de diáconos. Alguns ricos
não aceitariam ser diáconos por achar que essa é uma tarefa de menor
importância. Não é o dinheiro que define a sabedoria do homem e sua
autoridade espiritual para ocupar cargos de liderança, mas este é um problema
de concepção errada quanto ao que se possui de bens materiais.

Muitos se acham superiores por serem ricos. Outros se acham inferiores por
serem pobres e acham que os ricos são superiores porque são ricos. Esta é
um modo de provação divina para medir nosso valor, pois devemos medir
nosso valor pelo valor que o próprio Deus nos deu. Não podemos medir nosso
valor pelos bens que possuímos. Muitos são reprovados na sua concepção
pessoal quanto aos bens que possui.

Jesus não escolheu os ricos da terra, mas os fracos. Um grande erro é se


medir pelo que se tem. A pessoa que se mede assim terá problemas. O amor
não se mede pela beleza, por exemplo. Uma mulher que meça o amor de seu
marido por sua beleza terá problemas quando as rugas e os cabelos brancos
chegarem. Seu marido a ama pelo que ela é e não apenas por sua aparência.
A auto-estima alta será uma qualidade de quem se valoriza pelo que é e não
pelo que se tem.

O texto diz que o irmão humilde deve gloriar-se na sua dignidade. Se Deus
não lhe deu posses seja feliz e se valorize por ser amado por Deus, mesmo
não tendo riquezas. Se alegre naquilo que és. Paulo diz aos servos que devem
servir a Deus como servos, mas se tiver oportunidade de se libertar que se
libertem. Se o pobre pode mudar sua condição, mude, mas não deve, de modo
nenhum, sentir-se inferior por ser servo.

Tiago diz aos ricos que se gloriem na sua insignificância. Os crentes ricos
devem analisar sua vida independente dos seus bens. Conheço um rico que
morreu de fome, com um câncer na garganta. Suas posses não puderam
ajudá-lo. Tiago leva os ricos a entender que seu valor diante de Deus
independe dos bens que possui. Sua vida é tão frágil como a vida do pobre. O
rico não possui nada de diferente ou superior àqueles que possuem menos
bens materiais. Essa diferença é insignificante para Deus.

O texto revela que os ricos são como a erva que se seca com o calor do sol.
A altivez motivada pelos bens que possui é um erro. Tiago tratará, mais
adiante, sobre o erro de tratar de modo especial o rico e menosprezar o pobre,
mas aqui ele está tratando do modo como você vê a si mesmo por causa dos
bens que possui. Você percebe o teu valor com o que tem, seja muito ou
pouco? O pobre deve sentir-se digno pelo que é diante de Deus e o rico deve
sentir digno pelo que é diante de Deus, pois a riqueza ou pobreza é
insignificante no Reino de Deus.

O texto revela outro modo de sermos provados na concepção pessoal. É o


modo como nos medimos pelos dons que possuímos. (v.16-18) “Não vos
espanteis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito
são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação ou sombra de mudança. Pois, segundo o seu querer, ele nos
gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias
das suas criaturas”. O que você acha dos seus dons. Como é o modo que
você acha que deve ser tratado por causa dos dons que você possui. Esse
será um modo de Deus te provar mediante os dons que Ele te deu.

O irmão que canta bonito na igreja pode exigir tratamento especial por
causa da sua voz e se outro tiver oportunidade que não lhe foi dada, sai da
igreja. Um irmão que fala bem exigirá se tratado com destaque, e se não lhe for
dada as oportunidades se sente ferido e sai da igreja também.

Tiago revela que Deus nos prova com base nos dons que possuímos. Como
esperamos ser tratados com base nos nossos dons? Tiago afirma que todo
dom perfeito vem lá do alto. O que você possui de dom vem de Deus. Foi-lhe
dado por Deus. Você o recebeu pela vontade de Deus. Você não o possui por
herança ou por mérito pessoal.

Os dons que recebemos de Deus são dados com propósito. Ele nos quer
como suas primícias. Paulo diz, na sua 1ª carta aos Coríntios, que “Se
queremos dons espirituais, devemos promover a edificação da
igreja”. Deus não dá dons para o bem pessoal de quem o recebe, mas para
que os dons sejam usados a favor do outro. Por isso, quem recebe dons não
deve se sentir melhor e mais importante que outros, mas mais responsável que
os outros.

Por pensar com orgulho por causa dos dons alguns pregadores escolhem
os seus ouvintes. Perguntam a quem os convida quantas pessoas deverão
ouvi-lo, e se o grupo for pequeno, se negam a falar, pois acham que será um
desperdício gastar seu tempo falando para um grupo pequeno. Estes se acham
bons demais para gastar sua saliva pregando para um grupo pequeno de
pessoas. Esses parecem não ler a Bíblia, pois Felipe, que estava num
ministério frutífero em Samaria foi retirado por Deus de lá para pregar para
apenas um homem que passava pelo deserto. E Felipe não questionou. Foi e
pregou ao eunuco, oficial da rainha Candace. O número dos ouvintes não pode
servir de base para aceitação ou recusa do convite que está sendo feito. Há
festa por “um” pecador que se arrepende.

Não se ache melhor por ter vários dons. Teus dons vieram do alto e
segundo a vontade de Deus. O teu valor não está na quantidade de dons, mas
no fato de ter sido amado por Deus.
Já vimos que você será provado naquilo que você pensa sobre você, como
você se valoriza em relação ao que possui de bens materiais e como você
exige ser tratado pelos dons que possui. Agora veremos outro modo de sermos
provados por Deus.

Em segundo lugar veremos que SOMOS PROVADOS NAS NOSSAS


ATITUDES DIANTE DAS PRIVAÇÕES (v. 2-4) “Meus irmãos, tende por
motivo de alegria o passardes por várias provações, sabendo que a
provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a
perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros,
em nada deficientes”. Essas privações podem ser de bens, prazeres ou até
mesmo da liberdade.

Como respondemos às privações? Quando o dinheiro falta, quando a saúde


falta, quando a liberdade falta, como você responde? Tiago diz que deve ser
motivo de alegria o passar por várias provações. A alegria ou contentamento é
provindo do fato de saber que as provações não são castigos divinos. O texto
revela que devemos enfrentá-la com perseverança.

Romanos 5.1, diz que temos paz com Deus ao aceitarmos pela fé que fomos
justificados por Deus. Jesus faz seu convite para os cansados e oprimidos e diz
que no final encontrarão descanso para a sua alma. Esse descanso na alma
por sabe da inclinação divina em nos fazer o bem e não o mal me faz sentir
alegria nas provações, pois saberei que Deus tem algo de bom para mim,
mesmo em meio das provações.

Muitos, em meio às provações, se rebelam contra Deus e se afastam de


Deus e da igreja. Por causa da sua atitude estes são reprovados por Deus nas
privações. Por terem uma concepção errada de si mesmos não aceitam serem
dirigidos por Deus do modo como Ele quer dirigir suas vidas. Por isso são
reprovados.

O texto revela que a provação produz perseverança. Quem desiste na


primeira tentativa é um derrotado. Quem insiste, acaba vencendo e passa a ter
experiência, podendo ser útil na animação daqueles que estão em meio às
provações. É o que ensina Romanos 5.1-11, dizendo que a experiência produz
experiência e esta produz esperança. Quem desiste no início não terá nada a
oferecer.

O texto diz que a perseverança trará benefícios. Ela te fará perfeito. Todo
pintor famoso começou fazendo rabiscos inúteis. Sua perseverança fez dele
perfeito em seus traços únicos e que valorizaram seus quadros. Este é um
benefício da perseverança. Ela fará com que você vá retirando os erros da tua
vida à medida que caminha. As falhas serão percebidas e corrigidas com o
decorrer dos anos.

Além da perfeição, a perseverança te fará íntegro. Íntegro é inteiro. Muitos


são apenas parte daquilo que deveriam ser. O perseverante dará valor àquilo
que de fato tem valor. A mulher perseverante saberá sorrir e chorar sem medo
do julgamento alheio. O crente perseverante descobrirá que pode se expor,
pois Deus estará com ele, protegendo-o quando agir como seu ministro. Não
precisa temer o que os outros pensarão dele. Ele será uma pessoa inteira,
pois perceberá que não há razão para deixar de ser tudo aquilo que poderia
ser. Assim desenvolve todo o seu potencial.

A perseverança trará ainda como dádiva o “ser em nada deficiente”. Já citei


a experiência como benefício da perseverança. O experiente percebe coisas
que o iniciante não percebe. Ele sabe agir corretamente e no cumprimento do
seu dever ele não é, em nada, deficiente.

O texto revela que devemos responder às privações com perseverança,


mas também devo enfrentá-las com Esperança. (v.12) “Bem aventurado o
homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de
ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu
aos que o amam”. O texto ressalta a esperança que devemos ter durante as
provações. É possível suportar as provações quando temos esperança na
resposta futura de Deus.

Somos imediatistas. A resposta de Deus não nos é dada no nosso tempo.


Muitos aplicam o modo comercial de agir no relacionamento com Deus. É o
famoso “Toma lá, dá cá”. Pensam que tudo o que fazem para Deus trará
respostas imediatas, e não é assim. Sabemos que o bem virá, mas pode não
vir agora. Os imediatistas sofrem e abandonam a fé por esperar algo que Deus
não prometeu.

Na provação temos de manter a esperança. Deus não deixa que nossos


sofrimentos sejam em vão, mas quando receberemos os seus bens? Devemos
passar pelas provações com perseverança e cheios de esperança sabendo
que a coroa da vida nos será dada. Ela nos está assegurada. Ninguém poderá
tomá-la de nós. É com esperança que devemos suportar as provações.

Vimos que devemos responder às privações com esperança. Agora


veremos que devemos responder às privaçõescom obediência. Os versos 13 a
15 dizem: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque
Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao
contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai
e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e
o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

Qual é a diferença entre Provação e Tentação? Elas são a mesma coisa ou


há diferença? Provação é positiva. Ela vem de Deus. Vem de quem nos quer o
bem. Satanás não nos prova. Ele quer o nosso mal. Quer nos destruir. Deus,
ao contrário, nos prova, para que recebamos os benefícios da aprovação.

A tentação é negativa. O diabo nos tenta para nos destruir. Ele quer nosso
mal. Ele usa nossas fraquezas e desejos carnais para nos levar para o fundo
do poço, para nos afastar de Deus. Deus não tenta ninguém, pois não quer o
mal dos seus filhos.
Aí está a questão desse texto. Como devemos responder às privações?
Devemos responder com obediência. O texto trata sobre o pecado praticado
nas provações, provocados pelas privações. As pessoas não gostam de serem
privadas daquilo que desejam. Aí, então, quando privadas respondem com
rebeldia. Pecam contra quem os priva do seu desejo.

Nossa obediência aos preceitos divinos é cheia de privações. O namorado


será privado de sexo antes do casamento e o negociante será privado do lucro
desonesto. Como responder a estas privações? Com obediência. O crente terá
de entender que não poderá ter tudo o que deseja. Deus nos dará tudo e no
tempo desejado por Ele. Há tempo para tudo. Há leis que devem ser
obedecidas. A obediência será provada.

Como você responde à privação. Responda com obediência. O texto diz


que ninguém será tentado por Deus, mas será tentado por sua própria cobiça.
Ninguém está livre de ser tentado, mas será responsabilizado pelo modo como
lida com seus desejos. Nossa cobiça nos atrai e nos seduz. Nosso desejo nos
levará naturalmente ao erro. A cobiça atrai o pecado.

O pecado concretiza o desejo. Ele põe o desejo em prática. Você faz o que
não devia fazer e o pecado trará sérias consequências.

O pecado trará a morte. A morte é a ausência de Deus na tua vida por


causa do pecado. O praticante do pecado não tem prazer na presença de
Deus. Não o procura em oração e não se dispõe a ouvir a voz de Deus. Todas
as pregações serão dirigidas a ele. Enquanto mantiver o pecado em sua vida
tudo o que vier da parte de Deus será como um toque na sua ferida. Isto é a
morte trazida pelo pecado, que vem carregado de medo e culpa.

Os crentes da época estavam sendo tentados pela libertinagem do Império


Romano. Tudo podia. Nada era proibido. Como crentes eles eram privados dos
prazeres mundanos. Como deveriam responder às privações? Sendo
obedientes aos preceitos divinos. Somente assim seriam abençoados e
aprovados por Deus.

Você será provado nas tuas privações. Nas privações você deve responder
com perseverança, com esperança e com obediência. Se você não tem é
porque Deus não quis te dar. Se ele quiser te dar ele dará, mas enquanto não
tiver o que deseja, seja perseverante, esperançoso e obediente. Assim você
será aprovado.

Veja agora que SOMOS PROVADOS NA RESPOSTA QUE DAMOS ÀS


SITUAÇÕES (5-8) “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-
a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera e ser-lhes-á
concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que duvida
é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha
esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo
dobre, inconstante em todos os seus caminhos”.
Como você responde às situações? Com sabedoria ou sendo néscio? O
princípio da sabedoria é temer a Deus. Sabendo que Deus está nos
observando procuraremos agir de acordo com sua vontade. O néscio diz que
não há Deus. O sábio sabe que Deus existe e o teme. Esse agir, com base no
respeito e temor a Deus revelará sabedoria diante das situações.

Nem sempre sabemos o modo correto de agir. O que fazer então? Devemos
buscar a sabedoria. Devemos perguntar: como Deus quer que eu aja. No
segundo capítulo de Provérbios encontramos o modo de encontrar sabedoria.
Ele nos diz que devemos procurá-lo como se procura um tesouro. Se
soubéssemos que num lugar há um tesouro escondido nós cavaríamos e se
não o encontrássemos ficaríamos pensando nele até encontrar. Assim
devemos procurar a sabedoria, como a um tesouro.

O texto diz que não tem sabedoria quem não pede a Deus, pois quando
pedimos, ele nos dá. Ele nos colocará em situações que devemos agir de
acordo com a sabedoria que nos deu. É o caso de Salomão, que pediu a Deus
sabedoria e Deus o colocou diante de duas mulheres que lutavam pela guarda
de uma criança. Deus nos colocará diante de situações difíceis e com base na
vontade de Deus agiremos com a sabedoria que ele nos deu.

Devemos pedir a Deus a sabedoria, mas pedir com fé. Confie na resposta de
Deus, pois quem duvida é como onda do mar impelida pelo vento. É assim o
homem sem fé, pois pede sem confiança, assim não espera e não recebe
também.

Acabamos de ver que devemos responder às situações com sabedoria, mas


temos também de ser longânimes. (19,20) “Sabeis estas coisas, meus
amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para
falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de
Deus”.

Devemos ser longânimes. O que é longânime? É ter um longo ânimo. Quem


se lembra das televisões antigas movidas por válvulas? Elas eram ligadas e
depois de longo tempo é que a imagem aparecia. Deveríamos ter um
comportamento parecido com este. Agir com paciência evita erros.

Assistindo um filme chinês com meus filhos, observei o comportamento de


uma mulher que foi atrás do seu marido e o viu conversando com uma mulher.
Sua primeira reação foi achar que seu marido a estava traindo, pois saiu de
casa para ir a uma reunião. Foi contida por seu filho. Depois viu seu marido
falar sobre a gravidez da mulher, e pensou que ele a tinha engravidado. Foi
novamente contida pelo filho. Depois, então, viu seu marido dizer que o bebê
era a única coisa que o marido dela, morto, havia deixado. Ela entendeu que
não havia traição alguma.

Estando pregando numa congregação que dirigia, no meio do culto, fui


interrompido por um homem que pediu ajuda. Fiquei irado e disse-lhe que não
devia interromper um culto para pedir dinheiro. Ele, então, me disse que tinha
ido ali para pedir que orasse por ele. Virou as costas e saiu. Passei uma
grande vergonha por ter sido apressado no meu julgamento.

O texto nos induz a sermos longânimes. Devemos ser prontos a ouvir,


tardios para falar e tardios para nos irar. Devemos parar para ouvir, dar
atenção a quem fala. Nosso julgamento será melhor quando entendermos as
razões do outro. Erraremos menos quando deixarmos o sangue esfriar.

O texto diz que a ira do homem não produz a justiça de Deus. Quando você
se vinga, você se torna tão pecador quanto aquele que te fez o mal. É assim
com os justiceiros, pois matam os culpados na justificativa de que a justiça é
lenta. Eles se tornam tão assassinos quanto aqueles que mataram por tê-los
feito o mal. Devemos confiar na justiça de Deus. Esperar que Ele aplique Sua
justiça, principalmente porque sabemos que Ele é duro no seu julgamento.

Verso 21, diz: “Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo


de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual
é poderosa para salvar a vossa alma”. Devemos responder às situações de
acordo com a Palavra que recebemos de Deus. O mais novo entre os membros
da igreja já sabe o que é certo ou errado aos olhos de Deus. O texto diz que
devemos responder às situações de acordo com a Palavra implantada em nós.

Somos impelidos a “nos despojar de toda impureza”. Somos induzidos a


fazer uma faxina geral em nossa vida e tirar dela tudo o que seja impuro. É
preciso limpar o coração. Tire tudo que é ruim do teu coração. Limpe-o.

Então diz: “Acolhei, com mansidão a Palavra em vós implantada”. É a


paciência e mansidão, como fruto do Espírito, fazendo com que você acolha a
Palavra de Deus dada a você.

Quando aprendemos a sermos guiados pela Palavra de Deus nossa alma


vai sendo liberta das inclinações carnais que trazemos em nossa vida.
Caminhamos melhor com o próximo e com Deus. Por isso tiramos o que é mal
e acolhemos a vontade de Deus como boa, perfeita e agradável para nós. Por
isso obedecemos àquilo que ele deseja para nós.

Versículos 22 a 24 mostrarão outro modo de responder às


situações: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente
ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da
palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num
espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e
para logo se esquece de como era a sua aparência”.

Devemos responder ás situações praticando o que aprendemos. Pratique o


que aprendeu. Passada uma semana as pessoas não se lembram mais o que
o pastor pregou no domingo, nem o livro base sabem. Essa é uma falha dos
crentes e revela que não deram a devida atenção ao que Deus lhes falou
através do pregador. Faltou a prática do que ouviram. Ninguém procurou
ensinar o que ouviu, por isso se esqueceram.
A falta da prática leva ao esquecimento. Tiago diz que ser ouvinte apenas é
enganar-se a si mesmo. A prática leva à perfeição. Apenas ouvir não trará
benefício algum. Ouvintes tratam a igreja como um clube apenas. Se a igreja
ouvisse as mensagens pregadas como sendo Deus falando e praticassem o
que foi ensinado com certeza suas vidas e a resposta às situações seriam
diferentes. Tiago compara o comportamento dos ouvintes com o olhar no
espelho. Olha e logo esquece o que viu. Terá de ouvir de novo.

O texto diz mais. O verso 25 diz: “Mas aquele que considera,


atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo
ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no
que realizar”.

Você quer ser bem aventurado? Seja praticante da Palavra de Deus. Mas
encontramos aqui uma “Lei da Liberdade”. É estranho, pois toda lei proíbe algo.
Ela restringe a liberdade. Mas Tiago fala da lei da liberdade. É que Jesus Cristo
nos chamou para sermos livres. Devemos responder às situações não como
tendo um observador que nos poderá punir, mas como libertos em Cristo
para fazermos o que é certo. Somos convidados por Jesus para vivermos a
alegria de sermos libertos por ele para livremente obedecermos a Deus. É por
isso que o crente tem prazer em fazer a vontade de Deus, pois não a faz como
constrangido, mas livremente.

Paulo, conhecedor da lei da liberdade, diz em Romanos 6.3,15 – “Vamos


pecar por que a salvação é de Graça? De modo nenhum”. A liberdade que
temos em Cristo é a força que precisamos para não nos tornarmos servos do
Diabo.

Por fim, no versículo 26 e 27, diz: “Se alguém supõe ser religioso,
deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua
religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai,
é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo”.

O que é ser religioso? Como você explicaria a tua religiosidade? Muitos


pensam que religioso é aquele que vai muito à igreja. Tiago rejeita esse modo
de pensar. Ele afirma que a religiosidade se concretiza na prática. Ao ouvir
você cria uma teoria. Ao praticar você revela o que aprendeu.

Devo mostrar minha religiosidade na prática de amor ao próximo. Devo ser


misericordioso com o próximo. Devo me compadecer na necessidade do mais
carente do que eu. Sendo misericordioso como Jesus Cristo foi comigo
revelarei a todos a minha fé e a minha religião.

Vimos também que o religioso deve refrear a língua, caso contrário, estará
enganando o seu coração. Tiago falará mais sobre o poder destruidor da
língua. Ela tem de ser domada, caso contrário, sua religião é uma mentira.

A minha religião será demonstrada no domínio da minha língua, na


misericórdia no trato com os necessitados, e também no cuidado com a pureza
da minha vida. Não posso me contaminar com os prazeres do mundo. Paulo,
em Romanos 12.1,2, diz que, se queremos experimentar a boa, perfeita e
agradável vontade de Deus não podemos tomar a forma do mundo. É o mesmo
que Tiago diz. É necessário estar incontaminado com o mundo. Quem ama o
mundo odeia a Deus. A amizade do mundo é inimizade contra Deus.

Provação, aprovação e reprovação. Precisamos pensar mais nisto. Neste


estudo vimos que estaremos sempre sendo provados por Deus. Seremos
provados: Naquilo que pensamos sobre nós mesmos, na resposta que damos
às privações e na resposta que damos as situações que nós vivemos.

Devemos lutar com todas as nossas forças para sermos aprovados por
Deus. Quem desiste se torna um derrotado. Quem luta com perseverança
encontrará a vitória.

Seja você, meu irmão, um entre os vencedores que foram aprovados por
Deus.

A CONSUMAÇÃO DA FÉ
CAPÍTULO 2

No estudo passado vimos que Tiago revelou o modo como Deus prova seu
povo para que, no final, após várias provações, seja aprovado e usufrua das
benesses e do prazer da aprovação. Ele revelou que nada acontece por acaso
na vida do crente. Deus o acompanha e o prepara para viver nesse mundo,
como peregrino, é claro, porém da melhor forma possível, olhando sempre para
o seu destino final – o Céu.

No final do capítulo anterior Tiago iniciou a discussão sobre “Religião”.


Religião é proveniente do latim e quer dizer: “Re ligar” ou “Ligar de novo”.
Recebe o nome de religião o processo através do qual o homem é novamente
ligado a Deus, depois de ter se afastado dele por causa do pecado.

O homem por si só não procura a Deus. Tanto o salmista (Sl 14.2), como
Paulo (Rm 3.9-18) deixaram registrado na Palavra de Deus que: “Não existe
nenhum justo, nenhum sequer. Não há quem o tema, não há quem busque a
Deus”. Diante desta incapacidade humana e da falta de interesse do pecador
por Deus, o próprio Deus veio ao encontro do homem, o salvou, vivificou e
despertou nele o desejo pela salvação e por Sua presença. Tendo consciência
desse fato, o pecador perdoado e salvo através da morte de Jesus Cristo,
inicia, então, o processo de purificação pessoal, lutando contra suas
inclinações pecaminosas e batalhando para fazer a vontade de Deus, tentando
agradá-lo com a obediência, para mostrar a Deus que é grato pela salvação
recebida.

Tiago já nos revelou que a religião se revela pura quando nos apiedamos
dos necessitados (órfãos e viúvas) nas suas tribulações e nos guardamos
incontaminados do mundo.

Sabemos que “Crente” é aquele que crê que Cristo morreu no seu lugar. Ele
crê que Sua morte lhe purificou de todos os pecados e lhe garantiu a entrada
no Céu. Paulo fala fartamente sobre a importância de crer e depender de Jesus
Cristo, sabendo que não há nada que o homem possa fazer para entrar no céu,
a não ser crer e depender da obra redentora de Jesus Cristo.

No entanto, há um período, que pode ser curto ou longo, entre a conversão


e a morte do crente. O que fazer nesse período? Como o crente deve viver?
Quais devem ser as atitudes do crente e como ele revela que é um crente
verdadeiro? Esse é o tema deste nosso estudo:

A CONSUMAÇÃO DA NOSSA FÉ NA PRÁTICA RELIGIOSA.


Ao lermos esta carta parece-nos que Tiago está entrando num debate com
Paulo, pois Paulo dá ênfase na fé e Tiago enfatiza que a prática é que revela a
fé que se tem. Não se trata de um debate, mas de observar a mesma verdade
de outro ângulo. Estudemos, pois, a consumação da nossa fé através da
prática religiosa.

Nossa fé se consumará QUANDO TRATARMOS TODOS COM


IGUALDADE (v.1-11) “Meus irmãos, não tenhais a fé em nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas”.

Como, quantos e quem somos? A raça humana se dividiu em grupos: os


pretos, os brancos, os pardos, os orientais, os ocidentais... Há os ricos, os
pobres, os catedráticos, os analfabetos, os educados, os mal educados... Que
importância essa diferença deve ter em nossa vida e no modo como tratamos
no nosso próximo? Não deveria ter nenhuma, mas, infelizmente, ela existe.
Deveríamos levar em conta que no frigir dos ovos somos todos iguais.
Qualquer um de nós pode doar ou receber órgão ou sangue de outro porque
somos todos da mesma espécie.

Porque, então, há tanta diferença racial ou econômica? Porque pessoas


tratam uns com tanta honra e outros com tanta desonra? Vê-se claramente o
como alguns pisam naqueles a quem julgam inferiores a eles e como bajulam
outros a quem julgam superiores e como escolhem o círculo de amizade e
convivência baseados neste princípio e como excluem desse círculo as
pessoas que não se enquadram nele.

Somos crentes em Jesus Cristo. Ele é nosso Salvador. Por sua obra temos
livre acesso ao Pai e temos nossa entrada no céu garantida. No entanto, Cristo
não foi apenas o nosso Salvador. Ele também viveu e nos deu o exemplo do
modo como devemos viver. Tornarmo-nos seus discípulos é repetir em nossa
vida o modo como Cristo viveu. É obedecer a Deus exatamente como Jesus
obedeceu.

Jesus Cristo nos deixou o exemplo de como devemos tratar o próximo, seja
ele quem for. Não encontramos uma só situação em que Jesus tenha
menosprezado alguém. Ele conversou e se relacionou com todo tipo de gente.
Os pobres e os ricos estiveram em sua presença, sem distinção. Todos
ouviram suas mensagens sem preleções separadas por grupos. Ele curou o
servo do rico, como também o filho da viúva. Ele valorizou a mulher adúltera,
como a samaritana, assim como o rico e respeitado centurião romano. Jesus
nos ensinou que as pessoas valem o que valem, independente da sua situação
financeira, raça ou cor.

Se somos seus discípulos e cremos nEle como nosso Salvador, então


consumaremos nossa fé ao tratar todas as pessoas com o mesmo respeito,
amor e consideração, independente de qualquer qualidade externa que
possam ter. Tratar pessoas com deferência ou indiferença constitui um pecado
gravíssimo, pois estaremos menosprezando pessoas a quem o próprio Deus
valorizou e deu o Seu próprio Filho por elas.

Tiago deu um exemplo: “Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum


homem com anéis de ouro nos dedos, em trajos de luxo, e entrar também
algum pobre andrajoso, e tratardes com deferência o que tem os trajos de luxo
e lhe disserdes: tu, assenta-te aqui em lugar de honra; e disserdes ao pobre:
tu, fica ali em pé ou assenta-te aqui abaixo do estrado dos meus pés, não
fizestes distinção entre vós mesmos e não vos tornastes juízes tomados de
perversos pensamentos?”

Infelizmente esse comportamento não é incomum. Ouvi um pastor dizendo,


com orgulho, de sua última “aquisição”. Sua igreja recebeu como membro um
alto funcionário público. Disse, com ar de deboche, que, como o outro pastor
“deu bobeira”, ele conquistou o membro. Quantos outros membros a sua igreja
recebeu? Porque ele não falou com prazer sobre os outros que recebeu e que
não eram ricos como este?

Isto se chama: “Acepção de pessoas”. Quem age desse modo no trato com
o próximo, sejam pastores ou crentes, revelam não serem discípulos do
Mestre, pois ele nunca agiu com acepção de pessoas (Rm 2.11). Tiago revela
que quando fazemos acepção de pessoas revelamos que ainda somos
crianças espirituais e faltam-nos muito aprendizado e amadurecimento da
nossa fé. Nossa fé ainda não se consumou. Teremos de andar muito ainda até
que nos revelemos discípulos do Mestre Jesus Cristo.

Tiago não poupa críticas aqueles que “menosprezam o pobre”. Apesar de


serem oprimidos por ricos desonestos e injustos, ainda assim preferem tratá-
los como se eles tivessem mais honra que os pobres. Este é um grave erro.

Ele nos induz a “Observar a lei régia”. Lei régia é a lei que dirige todas as
demais leis. A lei que nos fará obedecer às demais é: “Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”. Quando se trata o próximo como gostaria de ser tratado, a
pessoa não faz nada de mal ou traz qualquer tipo de descontentamento ou
tristeza ao próximo, pois “Fará ao próximo aquilo que gostaria que fosse feito a
si mesmo”.

O texto deixa claro que agir com acepção de pessoas é pecado: “Se,
todavia, fazeis acepção de pessoas,cometeis pecado, sendo argüidos pela
lei como transgressores”. Transgredir a lei de Deus é atrair juízo divino.
Tratar o próximo em acepção de pessoas é tão pecado como trair a esposa ou
marido, mentir, roubar e até mesmo matar. Pecado é transgredir a lei de Deus
e tratar o próximo fazendo distinção entre um e outro é praticar pecado.

Não adianta ser um praticante da religião ou ser assíduo e fiel dizimista se a


tua relação com as pessoas seja incorreta e não consiga tratar os outros com
respeito e amor. Tua religião é vã. Tiago disse: “Pois qualquer que guarda toda
a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos, porquanto,
aquele que disse: ‘não adulterarás’, também ordenou: ‘Não matarás’. Ora, se
não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei”.Viu como
desrespeitar o próximo na sua honra pessoal é comparado ao assassinado.
Pense nisto ao se relacionar com o próximo, pois tua fé será consumada no
tratamento igualitário do próximo.

Veja também que nossa fé se consumará QUANDO NOSSA PRÁTICA


FOR IGUAL AO NOSSO DISCURSO(v.12,13) “Falai de tal maneira e de tal
maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.
Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de
misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo”.

Estando numa vã ouvi uma conversa de uma mulher que se definia como
pastora e ela conversava com outra. Seu discurso triunfalista era admirável.
Dizia à outra que nada de mal poderia acontecer a ela porque Deus não
deixaria. Se ela confiasse em Deus nenhum mal viria sobre sua vida e que tudo
que ela imaginasse de bom se tornaria uma realidade na vida dela. Só que o
discurso se demonstrou falso e mentiroso. Chegando à parada da mulher a
“pastora” lhe disse: “irmã, não desça aqui não. Desça comigo na parada
seguinte e vamos juntas, pois aqui é perigoso”. E o discurso? Não dissera que
nada de mal lhe aconteceria? Será que a proteção e a companhia da outra
mulher seria melhor do que a proteção e companhia divina. Seu discurso se
mostrou falho, pois não se concretizou na prática.

Uma preocupação de Paulo era “não ser reprovado naquilo que aprovava”.
Todos nós fazemos a defesa daquilo que acreditamos ser bom e agradável.
Defendemos o direito e a justiça que é boa aos nossos olhos. Afirmamos crer e
confiar em Deus e exigimos que os outros sejam fiéis a Deus. Não aceitamos a
falha do próximo. Até aí tudo bem. Porém, as cobranças que fazemos para a
vida do próximo também se aplicam à nossa vida. Nosso discurso,
obrigatoriamente, terá de se refletir na nossa prática religiosa, caso contrário,
ele nos será um grande engano.

Jesus desprezou alguns judeus da sua época que agiam assim. Ele disse a
seus discípulos que “Deveriam fazer o que ele falavam, mas não o que eles
faziam”. Fariseus eram rigorosos no discurso, mas falhos na prática. Essa
atitude revela uma fé falsa, talvez inexistente.

Esse é o comportamento reprovado dos políticos. A política mundial caiu em


descrédito porque os políticos têm um discurso diferente da prática. A
cristandade tem caído em descrédito pelo mesmo motivo. A fé propagada não
tem sido a fé vivida. O discurso tem sido diferente da prática e isso é pecado. É
por isso que Tiago disse: “Falai de tal maneira e de tal maneira procedei”.

Jesus Cristo nos chamou à liberdade. Ele disse: “Conhecereis a verdade e


ela vos libertará”. Somos libertos das leis que regulam o comportamento e
engessa a fidelidade. Somos livres para amar a Deus e viver em obediência
sem que regras nos aprisionem. Tiago diz que “Seremos julgados pela lei da
liberdade”.

Quando conhecemos a Cristo e passamos a ter fé nele, decidimos obedecê-


lo em tudo. Doamo-nos ao nosso Senhor. Criamos leis próprias. Leis livres,
criadas pelo nosso desejo de amar a Deus. Por essa lei da liberdade é que
seremos julgados, pois nossa consciência nos condenará, pois sabíamos o que
é correto e o que é incorreto e, mesmo assim, agimos contrário do nosso
discurso, quando defendíamos a verdade como correta.

Queremos ser respeitados. Não queremos ser julgados injustamente. Não


aceitamos ser tratados como inferiores. Exigimos misericórdia quando erramos
e queremos uma nova oportunidade. Esse mesmo modo de defesa pessoal
deve ser aplicado ao próximo, quando ele erra conosco. Jesus mesmo nos
ensinou a pedir perdão a Deus do mesmo modo como perdoamos ao nosso
próximo. Tiago disse: “Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que
não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo”. Quem é duro
com o próximo será tratado com dureza também. Julgue o próximo e o trate
exatamente como você gostaria de ser julgado e tratado.

Teu discurso terá de ser igual à tua prática, caso contrário, você revelará
que tua fé está sendo falha ou inoperante. A fé que tens em Cristo deve
regulamentar tua prática de vida. Se dizes que crês nEle, então deves viver
como discípulo fiel. Discurso e prática iguais. Isto é o correto.

Nossa fé se consumará QUANDO PRATICARMOS AQUILO QUE


DIZEMOS QUE CREMOS (v.14 -26) “Meus irmãos, qual é o proveito, se
alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé
salvá-lo?”

No capitulo anterior Tiago deixou claro que “somos tentados de acordo com
nossa cobiça”. Nosso corpo deseja o prazer e procura satisfazê-lo. Nossa fé
nos diz que aquela prática é incorreta e no nosso discurso afirmamos ser
incorreto. Aí, então, estamos diante da situação de pecado. O corpo deseja e
pede o prazer. A mente diz que é errado, então, entra-se no dilema pessoal:
obedecer a Deus ou aos instintos carnais? A prática da fé revelará se tua fé é
verdadeira ou apenas uma mentira que você vem praticando durante a tua
vida. O fiel agirá de acordo com a sua fé.
Sabemos que não somos salvos pelas boas obras que praticamos e sim
pelo desejo de Deus em nos salvar, concretizado na morte e ressurreição de
Jesus Cristo. No entanto, um observador desatento dirá que Tiago defende a
salvação pelas obras, o que não é o caso. Se isto acontecesse teríamos aqui
uma contradição bíblica e o Espírito Santo que inspirou os autores bíblicos teria
falhado caso isto fosse verdade.

Tiago defende sim que: “A fé opera juntamente com as suas obras; com
efeito, é pelas obras que a fé se consuma”. Tiago não entra no mérito da
predestinação, adoção do pecador e da escolha divina. Ele observa a vida
prática do crente. Ele ressalta que o crente verdadeiro revelará, em sua vida, a
fé que recebeu de Deus. Ele combate os falsos crentes, que dizem que são
crentes, parecem crentes, mas a sua prática de vida não revela a sua fé. Tiago
os chama de mentirosos e falsos. Diz que se enganam a si mesmos. Para
Tiago a fé que o crente tem será revelada ao mundo através da sua prática de
vida. Não se trata apenas de fazer boas obras, mas de ter uma prática de vida
com obras dignas de um crente verdadeiro.

Ele nos dá um exemplo: “Se um irmão ou uma irmã estiver carecidos de


roupa e necessitados de alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser:
Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem contudo lhes dar o necessário para o
corpo, qual é o proveito disso?”

Seu exemplo visa revelar a inutilidade da fé de alguém que diz que crê, mas
a sua fé não regula a sua prática de vida. Isto é tão inútil quanto despedir o
faminto esperando que se sacie sem que tenha recebido o alimento necessário
ou que se aqueça sem que tenha recebido o cobertor.

A fé verdadeira se associa à prática de uma vida correta e se revela ao


mundo transformadora, bela, necessária e salvadora. Por isso Tiago disse: “A
fé, se não tiver obras, por si só está morta”. Ele usa como exemplo a certeza
que os demônios têm de que Jesus é o Salvador, porém essa certeza não lhes
fará nenhuma diferença, pois o conhecer o Salvador não mudou seu mau
comportamento e sua maldade natural e demoníaca. Do mesmo modo, aqueles
que dizem que crêem, mas sua prática de vida é pecaminosa e se revela
desobediente aos preceitos divinos, sua fé é morta, inútil e enganadora.

Tiago argumento que a fé de Abraão e Raabe se consumou na prática.


Abraão conhecia a Deus. Deus lhe prometera que de seu filho Isaque faria uma
grande nação. Quando Deus pediu que sacrificasse seu filho Abraão colocou
sua fé em prática e não negou o filho. Iria matá-lo crendo que Deus o
ressuscitaria das cinzas. Raabe, gentia, ouvira falar do Deus de Israel e crera
nele. Quando recebeu os espias os protegeu e colocou sua vida sob risco de
morte, pois confiou no Deus de Israel.

A fé destes dois foi usada por Tiago para atestar que eles confirmaram que
criam de verdade não apenas porque diziam que criam, mas porque, na hora
da provação eles não tiveram dúvida de que sua fé era verdadeira e agiram
com base nela. Sua fé se concretizou no ato prático. Eles não somente
disseram que criam. Eles mostraram, com ação, que sua fé dirigia as suas
vidas. É por isso que Tiago disse: “Vês como a fé operava juntamente com as
suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou”. A teoria de
Tiago é clara: Fé e obras andam juntas.

Romanos 5.1, diz: “Justificado, pois, pela fé, temos paz com Deus”. Paulo
ensina que, quando temos a fé que Deus nos justificou através de Jesus Cristo,
nós, então, podemos e teremos a paz com Deus. Já Tiago diz: “Verificais que
uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente”. Tiago não rejeita a
justificação pela fé, mas não aceita que uma pessoa se afirme como salva e
redimida por Deus e não pratique sua fé, como confirmação da transformação
que Deus fez em seu coração. Para Tiago a fé anda junto com a prática cristã
verdadeira. Na sua comparação ele diz: “Porque, assim como o corpo sem
espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta”.

Irmão, a mensagem desse capítulo da carta de Tiago visa nos fazer colocar
em prática a nossa fé. Pedro disse que não podemos ser infrutíferos. Jesus
contou uma parábola em que a árvore que tendo recebido adubo e tendo sido
cuidada e mesmo assim não dava frutos, foi cortada. Deus quer que
frutifiquemos e que nossa fé se confirme na prática.

Esse foi o nosso tema: A CONSUMAÇÃO DA NOSSA FÉ NA PRÁTICA


RELIGIOSA.

Para confirmar a argumentação de Tiago sobre o tema, revelamos a


afirmação bíblica de que:
Nossa fé se consumará QUANDO TRATARMOS TODOS COM
IGUALDADE (v.1-11)
Nossa fé se consumará QUANDO NOSSA PRÁTICA FOR IGUAL AO
NOSSO DISCURSO (v.12,13) e,
Nossa fé se consumará QUANDO PRATICARMOS AQUILO QUE
DIZEMOS QUE CREMOS (v.14 -26)

Seja um crente operoso. Não seja apenas ouvinte, mas um crente praticante
da Palavra de Deus, de modo que a tua fé regule o teu discurso e dirija a tua
vida para uma prática frutífera e verdadeira.

Deus disse à Abraão: “Sê tu uma bênção”. Ele foi uma bênção, de fato, mas
porque a sua fé não ficou apenas nas palavras, mas se tornaram ativas e
dominaram os atos dele. Faça o mesmo e seja uma bênção.

LÍNGUA
CAPÍTULO 3

Às vezes motoristas passam aperto em viagens. Ao abastecer o carro um


pequenino cisco cai no tanque. Roda, roda e quando está no pior lugar, mais
distante e longe de qualquer socorro, ele cai no lugar onde não poderia ter
caído. O carro pifa e motoristas passam aperto. Uma titica de cisco atrapalha a
vida e a viagem que demorou tanto para acontecer.

O Rev. Jader Sathler passou em aperto em sua igreja. A bela construção foi
invadida pela água de chuva. Fizeram tudo certo na construção, mas um CD foi
jogado por garotos e um acabou em cima da boca do cano. A chuva veio. A
água encheu a calha e caiu tudo pra dentro da igreja. O forro não agüentou e o
prejuízo foi inevitável.

Dei aqui dois exemplos de coisas insignificantes que causaram prejuízos de


tempo e de dinheiro. O tamanho do carro em relação ao cisco na gasolina e o
tamanho da igreja em relação ao CD na calha são incomparáveis. No entanto o
cisco parou o carro e o CD destruiu parte do forro da igreja. O assunto desse
capítulo é um pequeno órgão do corpo que quase nunca aparece. A língua é
tão pequena, porém faz um estrago tão grande.

Hoje vamos falar sobre OS MALES CAUSADOS PELA LÍNGUA

Precisamos nos comunicar. Podemos fazer isto através de sinais e gestos,


mas o mais comum e usado é o uso da fala. O problema na comunicação é
que quem fala sabe o que quer dizer, mas diz a outro que nem sempre entende
o que é dito do modo como quem fala quer que entenda. E aí o problema se
instala. As vezes quem fala está mau ou não pensa no que diz e fala coisas
que ferem e as feridas da língua ferem muito mais que as feridas físicas. As
cicatrizes da alma podem durar por uma vida inteira.

Em 1º lugar: A LÍNGUA ATRAPALHA A FORMAÇÃO DE LÍDERES -


“Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que
haveremos de receber maior juízo. Porque todos tropeçamos em muitas
coisas. Se alguém não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear
também todo o corpo”.
Líderes são necessários em todos os lugares. É necessário que alguém
seja o responsável por dar ordens e organizar o ambiente. Até mesmo crianças
quando brincam acabam escolhendo um líder que dirige as brincadeiras e
decide o que vão fazer.
O líder é o responsável. Em se tratando do âmbito eclesiástico a liderança,
além de dirigir as programações, também dirige a vida espiritual dos seus
ouvintes e liderados. Todas as vezes que uma pessoa usa a palavra, lê a Bíblia
e ora, ela está direcionando a atenção dos ouvintes de modo que a vida
espiritual deles é guiada pelo líder.
Não é fácil ser líder, mas tem as suas vantagens. Alguns, por causa das
vantagens, a desejam e se fazem líderes. A Bíblia nos diz que toda autoridade
é instituída por Deus. Não cabe aos homens tornarem-se líderes por conta
própria. É por isso que o texto diz: “Não vos torneis”. O texto diz respeito
a se colocar na posição de mestre.
O primeiro aspecto a ser observado é este: você não deve se fazer mestre.
Deve se esmerar no aprendizado e usar todos os meios para transmitir teus
conhecimentos aos outros. Os outros é que devem reconhecer em você um
mestre. Deus confirmará tua posição na Sua Igreja. Será Deus quem dirá,
através da igreja se você deve ou não ser considerado um mestre.
Outro aspecto é a posição do “mestre”. Mestre é quem sabe. O problema é
que estamos sempre aprendendo e devemos procurar aprender sempre.
Aqueles que se intitulam “mestres” deixam de valorizar e procurar o
aprendizado. Fecham suas mentes para o saber que vem de “pessoas menos
preparadas”. Quem “se” faz mestre se coloca num patamar superior e
menospreza os demais irmãos. Na Igreja somos todos iguais. Filhos amados
do mesmo Deus e todos pecadores perdoados pela misericórdia e graça de
nosso Deus.
O mestre não deve tropeçar na sua fala. O mestre é quem tem o
conhecimento perfeito do assunto. O grande problema é que todos tropeçam
no falar. Disse que um dos males da língua é que ela atrapalha na formação de
líderes porque as pessoas são imperfeitas e acreditam que somente os
perfeitos é que podem usar da palavra. Ficam tímidas, temerosas e tremem
muito ao terem de falar em público. Esse medo de usar incorretamente a língua
os prejudica e impede que se tornem os líderes que a igreja tanto necessita.
A língua atrapalha a formação de novos líderes com a língua ferina dos
membros preguiçosos que nunca se dispõe ao trabalho, mas estão sempre
prontos a criticar maleficamente aqueles que dão os primeiros passos na
liderança. Como todos tropeçamos e estes projetos de líderes também, então
são alvos das línguas destruidoras, e por isso, não tendo a estrutura
necessária para suportar tantas e tão duras críticas, desistem e a igreja é que
sobre por falta de pessoas dispostas a assumir a liderança.
A língua atrapalha quando o líder é arrogante e acha que nunca falhará (“se
faz mestre”); atrapalha quando o líder falha e os membros da igreja
(“assumindo a posição de mestres”) deixando de agir com misericórdia o
criticam de modo destrutivo e, por isso, desanimam aqueles que se dispõe ao
trabalho; Ela atrapalha por que, por medo de errar e ser criticado, muitos, antes
mesmo de tentar, desistem dos cargos de liderança.
O texto diz que quem deixar de tropeçar no falar se tornará “perfeito varão”.
Há poucos mestres exatamente por este detalhe: quem é que não tropeça no
falar? Qual dos líderes aprendeu a usar absolutamente correto a sua língua?
Como os líderes, vez ou outra, falham no falar, então, mesmo que sejam
famosos ainda não se tornaram “varões perfeitos”, pois ainda são falhos no uso
da sua língua.
Outro aspecto importante é que “Os mestres sofrerão maior juízo”. Cobra-se
mais de quem tem mais e sabe mais. A quem mais é dado, mais lhe é tirado.
Não se espera que uma criança cozinhe, mas se na cozinha estiver uma
cozinheira experiente não se aceitará que ela erre no tempero. Assim é
cobrado dos mestres. A posição de mestre trará juízo sobre as escolhas
teológicas assumidas por ele. O modo como trata os outros também é cobrado
com mais rigor do que dos crentes comuns.
É por estes aspectos que a língua é um empecilho na formação de
liderança. As pessoas não querem errar em público ou temem o juízo ao
fazerem escolhas teológicas incorretas e ainda levar sobre si o peso de guiar
outros para o erro. Também é um empecilho porque pessoas mal preparadas
assumem a posição de mestres, sem serem, e se fecham ao conhecimento, de
modo que deixam de aprender lições importantes para sua vida. Deixam de
observar que o Mestre Jesus, mesmo sendo Deus, aprendeu a obediência na
prática e nunca deixou de observar coisas simples como o comportamento de
animais e a beleza das plantas. O verdadeiro mestre sempre será aprendiz.

Em 2º lugar: A LÍNGUA É INDOMÁVEL - “Ora, se pomos freio na boca dos


cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro.
Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos
ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos por onde queira o impulso do
timoneiro. Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes
coisas. Toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se
doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos
homens é capaz de domar”.
A doma de cavalos é uma tarefa dura. Ficar em cima de um cavalo bravo
até que ele sucumba à vontade do domador é uma tarefa difícil. O cavalo corre,
pula e se debate na tentativa de derrubar o domador que está montado nele.
Mas no final, se o domador for bom, ele se cansa e se deixa dominar. Os
cavalos são domados.
Os bois têm uma força muito grande, mas mesmo assim são dominados. Os
tratadores os prendem quando ainda são jovens e os treinam. Eles crescem
sem se revoltarem. Quando estão no auge da sua força eles se deixam
dominar por uma criança. Os bois são domados.
Ouvi uma ilustração interessante. Um homem observou o comportamento
de elefantes na índia. Eles são enormes e têm uma força descomunal, no
entanto o observador percebeu que eles são presos pelos pés a pequenos
tocos na rua. Intrigado ele perguntou o por que. A resposta que recebe foi: os
elefantes, quando pequenos, são amarrados a árvores enormes. Debatem-se
até cansar. Aí eles aprendem que a corda no pé é um obstáculo maior que sua
força. Quando crescem e guardam aquela informação na mente, se deixam
amarrar em pequenos tocos, sem se rebelar, pois acreditam que não são
capazes de se soltarem. Os elefantes enormes e fortes são domados.
Nossa língua nos causa males terríveis por que, ao contrário de cavalos,
bois e elefantes ela não se deixa ser domada. Ela é um “animal indomável”. Ela
não aceita freios. Ela não gosta de ser dominada por você (que é seu dono) e
você mesmo se recusará a aceitar ordens de outros sobre como deve usá-la.
Quando o texto fala da língua não se refere apenas ao órgão língua. Ela
trata da comunicação feita com a língua. Exalta o poder da fala e em como nós
não dominamos o que falamos e como não aceitamos que outros digam a nós
o que devemos ou não dizer. Essa falta de controle no falar, que nos é um
grande problema, revela a natureza indomável da língua.
Tiago nos dá dois exemplos. O primeiro é o freio que se coloca na boca dos
cavalos e com ele os dominam. O cavalo com o freio na boca se deixa dominar
pelo cavaleiro e vai aonde ele o direcionar. Também o navio é guiado pelo
leme. O timoneiro vira o leme para onde achar que é melhor e o navio, mesmo
sendo enorme, vai exatamente para onde foi guiado. Um leme pequeno é o
suficiente para guiá-lo. Já a língua é indomável.

Em 3º lugar: A LÍNGUA É DESTRUIDORA - “Vede como uma fagulha põe


em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidades; a
língua está situada entre os membros do de nosso corpo, e contamina o corpo
inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como
também é posta ele mesma em chamas pelo inferno. É mal incontido,
carregado de veneno mortífero”.

Entre julho e setembro é comum vermos reportagens sobre grandes


queimadas. Elas destroem as matas e os animais que moram nela. Ela destrói
a vida e polui o ar que respiramos. Um aspecto importante sobre as enormes
queimadas é que elas são iniciadas com apenas um fósforo. Um único fósforo
dá início a tão grande destruição.

Tiago compara a língua a “uma fagulha que põe em brasas tão grande
selva!” Quantos problemas históricos foram criados pelo uso da língua.
Quantas vidas foram destruídas pelo seu uso. Uma mulher descontrolada
afirmou que um casal de idosos, que tinham um colégio, abusava sexualmente
de seu filho. A população se revoltou, queimou o colégio do casal e destruiu
suas vidas. No final foi comprovado que tudo não passou de um engano. Ô
língua! Vidas foram arruinadas por seu uso impensado.

Todos deveriam se conscientizar do grande poder destruidor que têm a


nossa língua. Tiago não poupa adjetivos maléficos para a língua para nos
deixar conscientes do mal que ela pode trazer à nossa vida e à vida de
pessoas a quem podemos atingir com seu uso.

Tiago diz que ela, além de ser “Fogo”, como já dissemos, é “Mundo de
iniquidades”. Quando a Bíblia se refere ao iníquo ela diz que ele é alguém
absolutamente perdido, sem perdão e mal por natureza. Suas atitudes não
visam o bem e sempre visam a destruição do próximo e o seu mal. É como a
natureza do iníquo que a Deus compara a língua.

Além da iniquidade natural da língua, Tiago diz que ela “Contamina o corpo
inteiro”. É pela boca que as pessoas são envenenadas e com a boca que elas
envenenam a vida do próximo. A língua não faz mal somente a ela mesma. Ela
destruirá a vida de quem a usa de modo impensado. Ela será danosa para
quem a utilizar para o mal. Ela causará grande mal ao próximo, mas também
contaminará todo o corpo de quem a utilizou de modo errado.

Ela ainda “Põe em chamas a carreira da existência...”. Quantas pessoas


passaram a ser identificadas pelo mau uso da língua. Fofoqueiro, língua
grande, falador, mentiroso... são adjetivos que marcam a vida de quem a utiliza
mal. A “carreira da existência” é toda manchada pelo falador. Saiba que tua
língua pode manchar a tua história e te trazer marcas que perdurarão por toda
a tua vida.

Ela também “Se condena ao inferno”. Lembre-se que não estamos falando
desse pedaço de músculos que fica na boca, mas do uso que você faz da fala.
Com a tua boca você se condena. Tua boca, sendo mal usada, pode te
condenar ao juízo terreno e também à condenação eterna.

Outro adjetivo terrível dado à língua é: “Mal incontido, carregado de veneno


mortífero”. Já tratamos do modo indomável da língua. Aqui Tiago diz que ela
é “mal incontido”. Novamente ele ressalta o descontrole dela, mas vai além. Diz
que ela está “carregada de veneno mortífero”. Você nunca beberia o líquido de
um franco com uma caveira cortada por dois ossos em cruz. Você saberia na
hora que se trata de algo mortal. Essa caverinha deveria ser tatuada na língua
de todos os homens. Talvez assim ela seria usada com mais critério e seu
veneno mortífero não seria derramado com tanta freqüência. Você viu a
malignidade da língua, então, use-a com cuidado.

Em 4º lugar: A LÍNGUA TEM DUAS CARAS - “Com ela bendizemos ao


Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à
semelhança de Deus. De uma só boca procede a bênção e a maldição. Meus
irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte
jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos,
pode a figueira produzir azeitonas ou a videira figos? Tampouco fonte de água
salgada pode dar água doce”.
A pessoa de duas caras é conhecida por sua falsidade. Numa hora ela te
trata muito bem, na outra te ignora ou te causa um grande mal sem se importar
contigo. As pessoas assim são evitadas. Elas não são dignas de confiança e
sempre estão sob suspeita.
Assim deveríamos tratar nossa língua. Ela deveria ser evitada. Deveríamos
ser criteriosos no seu uso e falar somente o necessário. Deveríamos nos calar
mais e falar menos. Tiago já nos ensinou que deveríamos ser prontos a ouvir e
tardios para falar. Sendo assim deveríamos usar a língua o mínimo possível.
Também deveríamos desconfiar dela e sempre a termos sob suspeita. Tem
gente que “segue o coração”. Esse é um grande problema porque a Bíblia nos
diz que o coração é corrupto e enganoso. A boca fala o que está no coração e
se ele é enganoso nós deveríamos desconfiar das motivações de nosso
coração e não confiar nos impulsos que movem os nossos lábios.
Desconfie de tua boca, ou da língua, pois ela tem duas caras. Tiago
disse: “Com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos
os homens, feitos à semelhança de Deus”. João nos diz que somos mentirosos
quando dizemos que amamos a Deus e deixamos de amar o próximo. Aqui a
coisa é pior. Não se trata de apenas deixar de amar, mas de amaldiçoar o
próximo que foi feito à imagem e semelhança do próprio Deus. O erro
denunciado no texto é o crente que canta louvores a Deus e fala às pessoas do
seu grande amor e exaltando os atributos divinos e com a mesma boca, ao sair
da igreja, fere o próximo, maltrata e difama o irmão que teve a vida do Filho de
Deus dada por ele. Isso é ter duas caras.
O exemplo usado por Tiago é que de uma fonte de água não frui água doce
e amarga e que uma árvore não pode dar frutos de outra: Figueiras dão figos e
não azeitonas. Mesmo que, por natureza, a língua tenha duas caras esse
comportamento não deve ser ignorado. É um mal que deve ser enfrentado com
sabedoria e determinação até ser derrotado.
Tiago diz: “Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam
assim”. Da boca do crente deveria sair só coisas boas. Hipocrisia é o nome
dado ao uso de máscaras que escondem os erros. As pessoas hipócritas
revelam a uns uma máscara de bondade e a outros toda a sua malignidade. O
crente não pode ser assim. Isto não nos é conveniente.
Jesus nos ensinou que nossa palavra deve ser “Sim” quando for sim, e
“Não” quando for não. Ficar em cima do muro e jogar em dois times não dá. Ou
você serve a Deus ou serve a Satanás. Não se deixe dominar pelas duas caras
da “língua”. Tome uma posição correta e desconfie das motivações que você
terá para falar sobre as pessoas. Cuida de ti mesmo.

Em 5º lugar: A LÍNGUA É REVELADORA. Eu sempre me admirei do


milagre da fotografia. Captar a imagem e depois, num quarto escuro, a imagem
vir à tona no papel, é um milagre belíssimo. Mas nem sempre a imagem que é
revelada agrada. As vezes uma boca aberta, um dedo no lugar errado ou uma
olhada para o lado pode inutilizar uma bela foto.
O uso da nossa língua é revelador. Ela revela a nossa sabedoria ou o
quanto somos desprovidos dela. Primeiro Tiago nos ensina que a nossa
sabedoria será comprovada com o uso da língua: “Quem entre vós é sábio e
inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder,
as suas obras. A sabedoria lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica,
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que
promovem a paz”.
Já dissemos no estudo anterior que a preocupação de Tiago não é
teológica, mas prática. Ela exige que o crente se revele na prática religiosa.
Aqui, novamente, ele exige que nossa sabedoria seja revelada no nosso dia a
dia e nas nossas reações e atitudes.

Quais seriam essas atitudes sábias?


a) Mansidão – Ser manso não é algo natural ao ser humano. A mansidão é
aprendida. É fruto do Espírito Santo no crente. Sabemos que o“Temor do
Senhor é o princípio da sabedoria”. Se tememos a Deus é porque ele já agiu
em nós e nos vivificou e nos salvou. Sendo assim, o Seu Espírito já atua em
nós. O natural, então, é que demonstremos esse temor a Deus através do fruto
do Espírito, chamado mansidão, na prática diária. Este comportamento revela a
tua sabedoria.
b) Condigno Proceder – Paulo fez o mesmo que Tiago ao nos alertar que
nosso agir deve ser condizente com nossa condição espiritual. Nosso
procedimento na prática deve refletir a nossa fé. E o uso de nossa língua, ou
seja, o nosso falar revelará se somos sábios ou não. Nossa prática de vida
revelará o que há no nosso coração.

Tiago revela que a sabedoria do alto


é: pura, pacífica, indulgente, tratável, misericordiosa, cheia de bons
frutos, imparcial e sem fingimento.

Por outro lado o uso da língua revelará a ausência da sabedoria: “Se, pelo
contrário, tende em vosso coração inveja amargurada e sentimentos facciosos,
não vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria
que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca, pois, onde há
inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins”.

Novamente ele lista duas marcas da falta de sabedoria:


a) Inveja amargurada – Inveja é desejar o que o outro tem. Aqui Tiago usa
inveja amargurada que parece ser ainda pior. Acredito se tratar de pessoas
derrotadas em seus projetos pessoais que passam a viver a vida do próximo e
a cobiçar as vitórias delas de modo doentio. Vivem amargurados com a vida e
nunca se satisfazem com o que possuem.
b) Sentimentos facciosos – Este é o separatista. Seu prazer está em dividir
sempre. Em fazer com que pessoas amigas se afastem e se tornem inimigas.
Esse sentimento é maligno e tem de ser rejeitado. Deus nos uniu através de
Jesus Cristo. Somos inseridos por Deus numa Igreja formada por pessoas de
diferentes raças, classes sociais e níveis de escolaridades. O sentimento
faccioso causará o caos na igreja e revelará a total falta de sabedoria de quem
o guarda no coração. Tiago diz a quem possui tal sentimento: “Não se glorie
disso, nem mintais contra a verdade”.

O primeiro passo é não se gloriar de ter tais sentimentos facciosos no


coração. Há pessoas que se assumem “sanguíneos” e prontos para a briga.
Até mesmo se gloriam de ser assim. Deus os mandaria para o banco da escola
divina para que aprendam a dominarem-se a si mesmos. De mesmo modo
enviaria os facciosos que gostam de fazer intrigas e separações, causando mal
à igreja, e ainda assim “se gloriando” quando as divisões provocadas
acontecem. Isto é triste, mas infelizmente dentro das igrejas esta é uma triste
realidade. É a semente satânica que permanece nos corações de muitos e
causa a destruição da paz da igreja.

Mas, além de não se gloriar em ser faccioso, também é necessário “Nem


mintais contra a verdade”. O texto bíblico revela que procuramos esconder tais
sentimentos em nosso coração e até com certo prazer em possuí-los. Tiago
nos induz a assumirmos o mal contido em nós. Não podemos aceitar o mal em
nós e não podemos ocultá-lo. É como deixar que o câncer descoberto fique
sem tratamento. Ele te matará. Não minta contra a verdade, assuma o mal
dentre de ti e busque ajuda para tratá-lo.

O texto revela ainda que “Esta não é a sabedoria que desce lá do alto;
antes, é terrena, animal e demoníaca, pois, onde há inveja e sentimento
faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins”. Estes são
sentimentos maus que herdamos de nossa natureza caída. Eles são
sentimentos demoníacos alimentados pela natureza rebelde e má. Devem ser
combatidos e de modo algum aceitos como naturais e aceitáveis.

Tua fala dirá quem você é: se sábio ou se néscio. Assuma a tua posição
nesta batalha e lute contra os maus sentimentos e desejos que há dentro de
você. Tua língua indomada tem de ser dominada. É possível bendizer a Deus e
fazer o bem com ela, mas ela tem de ser vigiada em todo tempo. Seja sábio e
domine a tua língua.

O objetivo de Tiago ao abordar este assunto é nos alertar sobre os males no


uso de nossa língua. Tomemos, pois, muito cuidado com o seu uso. Sabendo
que ela pode nos fazer mal devemos ser criteriosos e muito cuidadosos na
escolha das palavras e assuntos que vamos tratar. Com toda certeza os frutos
bons aparecerão na igreja e na vida de quem usa bem a sua língua. Vamos
vencê-la, dominando-a e obrigando-a a fazer somente o bem.
Neste estudo tratamos sobre OS MALES CAUSADOS PELA LÍNGUA.
Vimos que:
- A LÍNGUA ATRAPALHA A FORMAÇÃO DE LÍDERES;
- A LÍNGUA É INDOMÁVEL;
- A LÍNGUA É DESTRUIDORA;
- A LÍNGUA TEM DUAS CARAS; e,
- A LÍNGUA É REVELADORA.

Seja o senhor do teu corpo. É você quem manda nele e não o contrário.
Aprenda na Palavra de Deus qual deve ser o seu modo de agir e aja de acordo
com a vontade de Deus. Não se deixe dominar pelo mal, mas vença o mal com
o bem. No uso da tua língua revele que você, temendo a Deus, tornou-se
sábio, então, tendo dominado a tua língua, Deus o usará em Sua Igreja como
um “Mestre” sábio e útil.

Que Deus o abençoe!

CONTENDAS
CAPÍTULO 4.1-17
Um método não muito antigo de demolição é a implosão. Antes só se usava
a explosão, mas ela era muito perigosa, pois se corria o risco de ferir pessoas
ao lançar destroços à longa distância. Ao contrário da explosão, a implosão
despeja os destroços sobre ela mesma. Assim fere somente a ela mesma.

Tiago não trata sobre explosão ou implosão. Trata de um tipo incômodo de


problema que age como a implosão. São as contendas dentro da igreja. Seus
efeitos são como a implosão, pois caem sobre os próprios membros que
sofrem com os males da queda.

Trataremos sobre A ORIGEM DAS CONTENDAS.

Tiago inicia o capítulo quarto com uma pergunta retórica: “De onde
procedem guerras e contendas que há entre vós?”

A 1ª resposta: PROCEDEM DA COBIÇA DOS PRAZERES DA CARNE -


“Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a
lutar e a fazer guerras”.
A cobiça é o desejo desmedido pelo poder, dinheiro, bens materiais e
glórias. É a obstinação intensa para se conseguir algo. É uma ambição natural
do ser humano que põe em risco grandes amizades e até mesmo bons
relacionamentos entre irmãos.
Tiago diz que a cobiça é fruto “dos prazeres que militam na nossa
carne”. Os crentes devem deixar de ser românticos quando tratam de si
mesmos. Muitos falam de si como se já tivessem alcançado um grau de
santidade elevado e, por isso, se acham quase perfeitos. Isto não é correto. A
Bíblia é farta de textos, como este, que revela o mal contido em nossa
natureza. Nosso ser nasce contaminado e deve permanecer sob suspeita.
Tiago revela que os prazeres de nossa carne, ou seja, “nossa cobiça” (1.14)
nos faz desejar os prazeres do mundo e praticá-los com alegria.
O cobiçoso deseja muito ter algo. Tiago diz que os crentes não
têm “porque não pedem”. Muitos tentam conquistar seus bens com sua
própria força e não pedem a Deus. Tiago já disse que quem quer sabedoria
deve pedir a Deus e que Ele a dá liberalmente. A primeira lição dada por Tiago
é que nosso desejo deve ser colocado no altar do Senhor. Devemos depositar
aos pés do Senhor nossos planos e projetos pessoais.
Outro aspecto importante é que Deus não dá ao que pede com o propósito
de satisfazer seus prazeres carnais. Observe o texto: “Pedis e não recebeis,
porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres”.
1 Coríntios 14.12, confirma o pensamento de Tiago. Diz: “Visto que
desejais dons espirituais, procurai progredir para a edificação da igreja”.
A idéia é a mesma. Deus só atende aos pedidos que Lhe são feitos se a
resposta destes pedidos fizer bem à igreja, ao seu povo. Deus não dará nada a
alguém para que se sinta superior ou alimente o seu orgulho pessoal. Quem
quer o que Deus tem para dar tem de pensar primeiro no próximo caso
contrário nada receberá da parte de Deus.
O mundo tem muitos prazeres a oferecer. O inimigo de nossa alma os
oferece com fartura para que as pessoas se embriaguem com eles e se
esqueçam de Deus. Tiago nos avisa que cobiçar as coisas deste mundo é se
fazer inimigo de Deus. Como os prazeres do mundo militam contra Deus o
associar-se a eles é o mesmo que tomar posição ao lado do exército das
trevas, contra Deus. Tiago disse: “Infiéis (ou adúlteros), não compreendeis
que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
O sentimento do Espírito Santo é aqui comparado ao sentimento conjugal:
Ciúme. Ciúme é algo muito ruim quando doentio e exagerado, mas quando se
trata da proteção e cuidado é algo necessário. Esse cuidado e proteção são
observados no texto: “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com
ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?”
Imagine um homem ser traído por sua esposa diante de seus olhos? A
reação seria de extrema dor e tristeza. Com certezas sua reação seria violenta.
É o mesmo que acontece aos crentes que pecam na presença santa de Deus.
Seu Espírito presencia a traição (a prática do pecado) sofre e com certeza
reagirá de modo contrário ao crente que, tendo sido alvo da imensa graça de
Deus voltou a experimentar a podridão dos prazeres das trevas.
A cobiça está ligada à soberba. A soberba é a altivez daqueles que se
exaltam a uma posição superior aos demais. Para manter-se nesta posição ele
precisa ter elementos que lhe dão segurança. A estes Deus abate. Veja o que
Tiago disse: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos
soberbos, mas dá graça aos humildes”.
Cobiça foi o primeiro elemento usado por Tiago como causador das
contendas dentro da igreja. O cobiçoso não se satisfaz com o que possui e
deseja o que é do próximo, além disso, ele não busca o bem da igreja, mas sim
experimentar os prazeres da carne. A prática desses prazeres causará muito
mal à igreja. Será como a inserção de doses de veneno na saúde espiritual da
igreja. Não demorará muito e essa cobiça se revelará destruidora.

Sendo tão má, a cobiça tem de ser tratada. Como tratar a cobiça e seus
efeitos? Tiago responde:
a) “Sujeitai-vos, portanto, a Deus” – Abandonar a sujeição aos desejos
carnais e se sujeitar a Deus é o primeiro passo. Todo crente deve conhecer
qual é a vontade de Deus para sua vida e obedecer. Deve rejeitar seus
desejos, pois o coração humano é enganoso.
b) Deve “Resistir ao Diabo, e ele fugirá de vós” – Diabo não se amarra.
Resiste-se e foge dele. Várias serão as situações em que estaremos expostos
ao pecado. Nesses momentos descobriremos o quanto naturalmente
desejamos praticá-lo. Satanás sabe direitinho quais são as “pedras” que deve
colocar diante de nós para tropeçarmos, pois somos tentados naquilo que
gostamos. Então, o tratamento contra a cobiça é resistir.
Gordinhos fazem regime na tentativa de emagrecer. É duro deixar de comer
as coisas gostosas que estão diante da gente, mas quem quer emagrecer tem
de resistir à vontade natural de comer. Assim é que resistimos a Satanás. Não
nos entregamos aos nossos desejos, assim ele, derrotado, foge de nós.
c) Não basta afastar o diabo de tua vida. É preciso se aproximar de
Deus: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros”. O garoto
magrinho se sente seguro quando está ao lado do amigo fortão. Assim também
será conosco quando estivermos na presença de Deus. Íntimos dEle e ao Seu
lado, nos sentiremos seguros contra o inimigo e mais motivados a não nos
deixarmos dominar pela cobiça dos desejos carnais.
d) Deus não habita em casa suja. Então devemos: “Purificar as mãos,
pecadores e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração”. Os desejos
insistirão em continuar lá. Teremos então, que fazer uma faxina em nossas
mãos e coração. Devemos tirar de nosso coração qualquer resquício do desejo
das coisas do mundo e no lugar dele colocar o prazer de obedecer a Deus.
e) O tratamento da cobiça exige mais: “Afligi-vos, lamentai e chorai.
Converta-se o vosso riso em pranto e a vossa alegria em tristeza”. Será
necessário um tratamento de choque. Você precisa lutar contra os teus
instintos naturais. Terá de passar a ver a ti mesmo como teu pior inimigo. E aí,
deve recusar o prazer do pecado. Deve sentir nojo por ter desejado algo que
Deus abomina.
Esta será uma tarefa difícil. Haverá choro, lamento e muita dor. Ninguém
anda no caminho da santidade sem luta. Há uma verdadeira guerra espiritual.
Há duas forças que lutam dentro do teu ser. Se afligires a tua alma para que
ela obedeça ao Senhor, então vencerás a cobiça. Se optares pelo mundo a tua
derrota é certa.
f) O último elemento no tratamento da cobiça é: “Humilhai-vos na
presença do Senhor e ele vos exaltará”. Se você se humilhar na presença
do Senhor você conseguirá vencer a cobiça. O cobiçoso se exalta para obter o
que deseja. O humilde busca satisfazer ao seu Senhor. A vitória está em se
submeter à vontade santa de Deus. Desse modo vencerás a cobiça e tua igreja
estará livre das contendas causadas por ela.

“De onde procedem guerras e contendas que há entre


vós?” PROCEDEM DOS JULGAMENTOS SEM MISERICÓRDIA - “Irmãos,
não faleis mal uns dos outros”.
A primeira questão levantada por Tiago é o “Falar mal do irmão”. Quantas
contendas surgem por isso. Quantos irmãos não impedem a língua de despejar
seu veneno mortal contra a vida do irmão. Qual o bem pode advir do falar mal
do teu irmão? Nenhum! Somente derrotas nos relacionamentos e mais
contendas na igreja.
Todos deveriam pensar assim: se tenho algo de mal sobre alguém não
adianta falar sobre ele para outros. Ninguém pode corrigir a vida alheia. Cada
um tem de reconhecer suas falhas e tentar corrigi-las. Então, caso tenha algo
contra alguém, terás de ir a ele e falar-lhe sobre suas faltas ou
comportamentos inaceitáveis. Somente assim ele poderá se corrigir.

Outra questão é que, além de falar mal do irmão, muitos ainda julgam e
condenam o irmão sem dar-lhe a chance de se defender e se corrigir. Agem
como se eles mesmos não merecessem ser condenados por seus pecados. A
questão é que quem julga o próximo se acha superior à justiça divina. Torna-se
justiceiro: “Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da
lei e julga a lei”.

Quem faz julgamento da vida alheia se coloca no lugar de Deus: “Ora, se


julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz”. E só existe Um que tem
poder para julgar: “Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e
fazer perecer”. Somente Deus pode julgar. Pode julgar também aqueles que
são Seus ministros, pois Deus institui autoridades para julgar em Seu nome.

Que autoridade e poder de condenação têm você para julgar? Quem te


colocou no posto de juiz de teus irmãos?“Tu, porém, quem és, que julgas o
próximo?” Na igreja temos os pastores e os presbíteros que são os
responsáveis para, em nome de Deus e sob sua autoridade, fazer os devidos
julgamentos. Mas, mesmo estes homens, fora do fórum apropriado de
julgamento, estão inaptos e proibidos de expor suas opiniões e julgamentos.

Quem como pessoa poderia julgar e condenar quem quer que seja?
Ninguém. Nem juiz, nem pastor, nem presbítero e muito menos os irmãos.
Sendo assim deveríamos aprender esta lição e nos calarmos na hora em que
formos tentados a expor nossos julgamentos. Se os julgamentos indevidos
acabassem dentro da Igreja as contendas também acabariam, pois este é um
item das causas das contendas no seio da igreja.

“De onde procedem guerras e contendas que há entre


vós?” PROCECEM DA JACTÂNCIA INDIVIDUALISTA – “Agora, entretanto,
vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância semelhante
a essa é maligna”.
Jactância é a ação ou hábito de se gabar. É o altivo que julga que não
precisa de ninguém e age como se fosse alto suficiente. Sua auto-suficiência
diz respeito às pessoas e a Deus.
Alguns sinônimos de jactância são: arrogância, aparatoso, espalhafatoso,
ostentação, vaidade, vanglória e outros que dizem respeito à vaidade pessoal.
Analise o comportamento de cada um desses adjetivos e verá o grande mal
que trarão à igreja. A jactância fará com que a pessoa se destaque dos outros
e se afaste de Deus. Esse só se aproximará dos demais para se vangloriar das
suas conquistas ou para usar os irmãos como degraus para novas conquistas
pessoais.
Tiago chama a atenção para a jactância nos projetos pessoais que excluem
a dependência de Deus: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã,
iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e
teremos lucros”.
Como alguém poderá dizer com certeza o que fará amanhã e se terá ou não
lucro no seu empreendimento? Esta afirmação é orgulhosa e exclui a
dependência de Deus e age como se Deus não controlasse os acontecimentos
e sim o jactancioso.
Tiago chama a atenção para a falta de controle sobre o amanhã. Diz: “Vós
não sabeis o que sucederá amanhã”. Astrologia, cartomancia, quiromancia,
búzios e todo tipo de adivinhações são proibidos e os adivinhos não entrarão
no céu. Tentar controlar o futuro é desconfiar do cuidado e do controle de Deus
sobre a história humana. Nenhum homem, por mais rico e importante que seja,
pode decidir sobre o amanhã. Por que, então, tanta jactância?
A seguir Tiago expõe a nossa limitação, fragilidade e incapacidade de fazer
cumprir qualquer de nossas próprias decisões. “Que é a vossa vida? Sois,
apenas, como neblina que aparece por instantes e logo se dissipa”. O
Salmo 90 traz à luz a eternidade de Deus em oposição à transitoriedade da
vida humana. No salmo somos comparados a frágeis ervas que nascem e logo
morrem. Tiago nos compara à névoa, que basta o sol aparecer, logo se dissipa
e some.
Para vencer a jactância todos deveríamos exercitar a dependência de Deus.
Tiago nos induz a dizer com convicção: “Em vez disso, devíeis dizer: Se o
Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou
aquilo”. Não acredito que Tiago nos induz a dizer apenas da boca para fora
esta frase, como se fosse uma reza, mas a dizermos com a convicção de que o
nosso amanhã pertence a Deus e as coisas vão acontecer exatamente do
modo como Deus decidir. Esse comportamento é essencial para derrotar nossa
jactância natural.
O filme: “O Todo Poderoso” fala da estória de um homem que achava que
Deus errara em sua vida. Aos seus olhos tudo o que Deus fizera na sua vida
estava errado e que, caso estivesse no lugar de Deus faria tudo diferente e
correto. Na trama do filme, Deus dá a ele o poder de controlar os
acontecimentos. A personagem faz um monte de besteiras até chegar à
conclusão de que o melhor é deixar Deus decidir sua vida. Só Deus é quem
sabe o que faz.
Tentar controlar o amanhã é pecado. É desejar o lugar de Deus. “Agora,
entretanto, vos jactais das vossas arrogantes pretensões. Toda jactância
semelhante a essa é maligna”. Adão e Eva experimentaram esse sentimento.
Desejaram experimentar o que lhes fora vetado por Deus. Sua jactância fez
muito mal à humanidade, assim como fazem os jactanciosos no seio da igreja.
Em lugar de tentar decidir sobre o futuro desconhecido todos deveríamos
procurar cumprir as obrigações que já nos são conhecidas: “Portanto, aquele
que sabe que deve fazer o bem e não faz nisso está pecando”. Para que
gastar tempo e forças para conhecer o desconhecido se as coisas reveladas e
que cumpre-nos executar já são conhecidas e muitas das tarefas não são
executadas?
Sabemos o que deveríamos fazer, então, cabe a cada um de nós, pelo bem
da igreja e de nossa vida, praticar o bem que sabemos ser nossa obrigação.
Desse modo a igreja não sofrerá com as contendas tão constantes na igreja
causadas pela jactância individualista que faz com que ajamos como se não
dependêssemos de Deus e dos nossos irmãos. Sozinhos não somos nada!

Para concluir quero lembrar a questão levanta por Tiago: “De onde
procedem guerras e contendas que há entre vós?”. Baseado nesta
pergunta tratamos sobre A ORIGEM DAS CONTENDAS. Descobrimos, no
estudo do texto, que as contendas...
a) PROCEDEM DA COBIÇA DOS PRAZERES DA CARNE;
b) PROCEDEM DOS JULGAMENTOS ALHEIOS SEM
MISERICÓRDIA; e,
c) PROCEDEM DA JACTÂNCIA INDIVIDUALISTA.

As contendas que surgem dentro das igrejas podem e devem ser evitadas.
Sua origem está dentro de nós. O mal não é externo, é interno. Se nos
tratarmos as contendas findarão. Então, a partir de hoje, cumpra o preceito
bíblico:“Se depender de vós, tende paz com todos os homens”.
Que haja paz na Igreja do nosso Senhor Jesus Cristo e na tua vida, meu
irmão. Deus te abençoe!

A MANEIRA COMO ADQUIRIMOS BENS


CAPÍTULO 5.1-11

Os homens enfrentam uma grave crise quando se trata de dinheiro. A


medida do interesse nunca se enche e não há satisfeitos com o tanto que
possuem. Com isto quem tem muito continua investindo para ter mais para
poder gastar ainda mais. Quem não tem nada deseja o que os outros têm e,
mesmo que consiga algo, também não ficará satisfeito.

Tiago, quase no fim de sua carta, entrou neste assunto. Ele tocou no
calcanhar de Aquiles da humanidade. Sua última oração, no capitulo anterior
foi: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não faz nisto está
pecando”. Ai, então, ele tocou no bolso dos seus leitores. Para se fazer o bem
às pessoas é necessário gastar dinheiro.

Um erro enorme é achar que falar de dinheiro é tocar apenas nos ricos.
Tiago mostra que não, pois o rico egoísta e desonesto erra no seu modo de
adquirir seus bens e o pobre desejoso de possuir o que o rico tem também erra
quando, querendo fazer justiça, aplica meios desonestos para adquirir os bens
que deseja ter.

Provérbios 13.11, diz: “Os bens que facilmente se ganham, esses


diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho, terá aumento”. É bom saber
que os bens úteis e duráveis são aqueles frutos do teu trabalho que você
conhece sua origem honesta e os adquiriu passo a passo. Quando tiver o
bastante não se sentirá por cima de ninguém, pois você conhecerá o duro
caminho até obtê-los.
Neste estudo trataremos sobre:
O MODO COMO ADQUIRIMOS OS NOSSOS BENS.
Em primeiro lugar veremos que OS BENS QUE OS RICOS ADQUIREM
DESONESTAMENTE LHES FARÃO MAL.

Vivemos num reality show em que nossa vida é observada diariamente. As


pessoas nos observam e estão atentas ao nosso crescimento financeiro. No
mundo espiritual não é diferente. Satanás e seus demônios nos observam e
desejam, constantemente, a nossa queda. Deus nos observa e espera ver em
nós atitudes corretas, honestas e dignas daqueles que foram alvos do Seu
amor infinito. Ele deseja que nossas atitudes em relação ao próximo reflitam o
amor que nós recebemos dEle.

Deus cobrará dos desonestos e trará desventuras para suas vidas por
causa do modo como adquiriram seus bens. Veja o que Tiago disse:“Atendei,
agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que
vos sobrevirão”.

Tiago faz uma afirmação quanto as desventuras na vida do rico desonesto.


Tiago não se refere a todos os ricos, mas aqueles que desonestamente e
injustamente adquiriram seus bens. Ele afirma que Deus não lhes deixará
impune. Desventuras virão e lhes farão muito mal.

Provérbios 11.24b e 15.27a, diz: “Ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-
á em pura perda” e “O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa”.
O sábio deixa claro que quem adquire desonestamente os seus bens atrairá
para si e para sua família desventuras sem fim. Todos os que ajuntam mais do
que necessitam acabam tirando algo de outro que necessita. O que sobra em
tua mesa é o que falta na mesa de outros.

Os bens mal adquiridos trarão malefícios: “As vossas riquezas estão


corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a
vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por
testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas
carnes”.

Eclesiastes diz que a riqueza do desonesto não o deixa dormir. Ao contrário,


o Salmo 4 revela uma grande bênção de quem leva sua vida
honestamente: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque só tu, Senhor,
me fazes repousar seguro”.

Quem adquire bens desonestamente não poderá dormir tranquilo porque


imaginará que outros farão o mesmo com os seus bens. Até mesmo quando
dormem tranquilos isto lhes será para seu mal: “Sua impressão de bem estar
os leva à perdição” (Pv 1.32) e “As suas iniquidades o prenderão...” (Pv 5.21-
23).

Bens conseguidos com “esperteza” sobre os desavisados ou indefesos


atrairão a justiça do alto. Talvez você, leitor, se sinta seguro porque não é rico
e imagina que esta mensagem não se aplica a você. Você está enganado.
Todos, em algum momento, pagarão pelo serviço de alguém. O salário baixo
pago à empregada doméstica ou à pessoa que cuida do teu filho, ou ao
eletricista que fez um serviço em tua casa, caso eles não recebam o justo pelo
seu serviço você estará na posição do rico que tira do pobre o seu sustento. É
bom citar Provérbios 11.1, que diz: “Balança enganosa é abominação para o
Senhor”.

Outro julga ter feito um ótimo negócio porque comprou a casa de uma
pessoa que estava desesperada para salvar a vida de seus filhos vítima de
bandidos e por isso vendeu a casa pela metade do preço. Não julgue que você
fez um bom negócio, pois sabendo o preço justo, e tendo pago pela casa muito
menos do que o valor de mercado, aproveitando a situação, saiba que você
roubou daquela pessoa e Deus, tendo visto isto, cobrará de ti cada centavo que
você deixou de pagar.

Quando fores pagar pelo serviço de alguém você deve aplicar o princípio
cristão de fazer ao próximo o que gostaria que fizessem a ti, ou seja, pague ao
próximo pelo seu serviço o quanto você mesmo gostaria de receber caso você
fosse o trabalhador que trabalha para ti. Sendo justo você não transformará os
teus bens adquiridos em maldição para tua vida.

Veja o que Tiago disse a este respeito: “Tesouros acumulastes nos


últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos
campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores
dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos”. É
duro ouvir isto, mas é verdade. O trabalhador faz seu serviço para ti e espera
receber. Deixar de pagar ou pagar menos que o justo é roubar dos menos
favorecidos e isto lhe exporá ao juízo divino.

O Salmo 12.51, diz: “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos
necessitados, eu me levantarei agora, diz o Senhor; e porei a salvo a quem por
isso suspira”. Provérbios 22.22,23, confirma o comportamento divino: “Não
roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprimas em juízo ao aflito, porque o
Senhor defenderá a causa deles e tirará a vida aos que os despojam”. E diz
mais: (Pv 14.31 e 17.5) “O que oprime o pobre insulta aquele que o criou, mas
a este honra o que se compadece do necessitado”.

Viver no luxo sem se importar com aqueles que vivem no lixo é pecado. É
ser injusto e apoiar a injustiça social. É associar-se ao sistema capitalista
desonesto que faz o rico cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre.
Não pense você que Deus não verá e não te julgará por causa desta situação
injusta e desonesta.

Preocupado com esta situação, Tiago disse: “Tendes vivido


regaladamente sobre a terra; tendes vivido nos prazeres; tendes
engordado o vosso coração, em dia de matança; tendes condenado e
matado o justo, sem que ele vos faça resistência”.

Você já parou para pensar no quanto de alimento jogamos fora em nossas


festas? Quanto bolo e pedaços de carne assada vão para o lixo ou ficam
secando na brasa até não servir mais para nada? Esse alimento jogado no lixo
seria um banquete para muitos. Há milhares de pessoas que não têm o básico
para comer. Porque não servir menos e levar a carne que sobrou para pessoas
carentes para que tenham o que comer?

Vi isso dentro da minha casa e me serviu de lição. Minha mãe havia feito
muita comida para receber um grupo de pessoas em casa. O grupo foi menor
do que o esperado. Ela serviu e sobrou muito. Ela me pediu para ir à casa de
vizinhos pobres e perguntar se eles aceitariam a nossa comida. A resposta foi
afirmativa. Levamos tudo para sua casa. Comeram, fartaram-se e louvaram a
Deus pelo alimento recebido. Essa atitude é o que devíamos fazer sempre,
pois esbanjar e jogar no lixo o que falta na mesa do necessitado é pecado e
Deus, que vê isto, cobrará caro.

Pare para pensar e veja se está correta a tua gastança. Você gasta uma
fortuna com carros. Gasta rios de dinheiro com roupas e calçados luxuosos.
Desperdiça o dinheiro, gastando dissolutamente, sendo que este dinheiro está
fazendo falta na mesa de tantos necessitados. Porque não levar uma vida mais
simples e melhorar a vida de quem não tem nada?

Saiba que (Pv 28.27) “O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele
esconde os olhos será cumulado de maldições”. Quando você se importa com
o próximo e socorre o necessitado Deus vê e abre as portas dos céus e faz de
você uma pessoa ainda mais abençoada e abastada. No entanto, o contrário é
verdadeiro, pois quando você se nega a pensar na necessidade alheia e se
justifica por possuir o que tem e acha justo que o necessitado padeça da falta
das coisas básicas, você receberá do Senhor maldições por ter um coração tão
duro e insensível.

Em segundo lugar veremos que Tiago direciona sua atenção para o outro
lado. Ele acabou de mostrar que a riqueza que os ricos adquiriram injusta e
desonestamente é alvo do juízo de Deus. Agora ele mira sua atenção para os
pobres que se julgam injustiçados e correm o risco de fazer injustiça e sofrer
penalidades por agir assim.

A JUSTIÇA DESONESTA DO POBRE TAMBÉM TRARÁ JUÍZO


Vivemos tempos de refrigério. A inflação está dominada. Não é como
acontecia anos atrás que a inflação chegava a 80% ao mês. Mas, mesmo
controlada, ainda existe. Por esta causa é necessário que anualmente se faça
uma correção no salário dos trabalhadores e todos estes esperam por ela.

Quando a esperada correção salarial não chega o trabalhador se entristece


e corre atrás dos seus direitos. Isto é legal e correto. Defendendo seus direitos
ele apenas exigirá que receba o salário devido. O problema é a forma como é
feita essa pressão nos patrões. Por causa da injustiça sofrida os empregados
acabam cometendo outra injustiça com aqueles que dependem do seu
trabalho.

O modo de conseguir seus direitos é a greve. Pare para pensar e perceba


quais são as pessoas que sofrem as penalidades da greve. Veja, por exemplo,
quando bombeiros, médicos, garis, policiais e professores entram em greve. A
fogo destruirá a casa de muitos; pessoas ficarão horas à espera de
atendimento e muitos morrerão; sujeira se acumulará nas ruas e muitos ficarão
doentes, além do mal cheiro que tomará conta das ruas; bandidos invadirão
casas de pessoas honestas e trarão prejuízos, medo e traumas; milhares de
crianças deixarão de aprender e serão prejudicados no ano letivo. Viu? O
patrão não perderá nada, mas os mais necessitados é que sofrerão o dano por
causa da exigência do pobre que se julga no direito de prejudicar outros
porque ele foi prejudicado na ausência do aumento no seu salário.

Com certeza existem outros modos de fazer pressão para conquistar


melhores salários. Serviços bem feitos e uma alta produtividade, por exemplo,
fazem com que patrões valorizem seus empregados. Bons empregados farão
falta se migrarem para empresas concorrentes. Você, conhecendo o teu valor,
deverá ir, cara a cara, e expor tua necessidade ao chefe. Isto é o que ensina
Provérbios 25.9,10 - “Pleiteie a tua causa diretamente com o teu próximo”.
Caso todas as tentativas falhem, por que não arrumar outro emprego melhor?
É melhor agir assim do que praticar a injustiça prejudicando pessoas que não
tem nada a ver com teu salário.

A vítima de injustiça, sendo um crente e servo de Deus, deve ser paciente e


não fazer justiça tirando desonestamente o que pensa ser o seu direito.
Quando o justo age injustamente ele perde o seu direito e se torna réu da
situação. É o que se vê quando grevistas se acham no direito de fazer baderna
e destruir bens de outros se justificando que estão apenas protestando e
defendendo os seus direitos.

Tiago disse: “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do


Senhor”. Sendo crentes, sabendo que somos filhos de Deus e sabendo que
ele se importa conosco, devemos ser pacientes. Esta paciência será fruto da
confiança de que Deus fará justiça e não deixará que seus filhos sofram, por
muito tempo, nas mãos de pessoas ímpias.

Tiago usa o exemplo do lavrador para mostrar como deve ser nossa
paciência: “Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da
terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também
pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está
próxima”.

Pense nesta situação: o lavrador prepara a terra, planta a semente e o que


mais pode fazer? Nada, a não ser esperar e confiar no cuidado divino. As
chuvas não são controladas pelos agricultores e sim por Deus. Esse exemplo
nos faz pensar que, do mesmo modo, devemos colocar as situações
desagradáveis e injustas nas mãos de Deus e orar para que Deus faça justiça.

Cuidado: Orar para que Deus faça justiça não é exigir a punição daquele
que foi injusto conosco. A justiça de Deus é diferente da nossa. Para fazer
justiça aos que o rejeitavam (nós) Deus matou o seu próprio Filho. Veja que os
caminhos divinos se diferem muito dos nossos e Sua justiça é aplicada de
modo absolutamente diferente dos nossos.

Somos induzidos a fortalecer o coração na esperança da justiça de Cristo.


Quando o Senhor voltar ele fará justiça. Nenhum ímpio ficará impune. Todos os
injustos sofrerão a pena por sua injustiça.

Provérbios 16.1-6, diz: “O coração do homem pode fazer planos, mas a


resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são
puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas
obras e os teus desígnios serão estabelecidos. O Senhor fez todas as coisas
para determinado fins e até o perverso, para o dia da calamidade. Abominável
é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune. Pela
misericórdia e pela verdade, se expia a culpa, e pelo temor do Senhor os
homens evitam o mal”.

Se você está sofrendo algum tipo de injustiça e se sente roubado nos seus
direitos cuidado com o que pretende fazer para alcançar os teus direitos. Teu
coração pode planejar, mas a resposta dependerá de Deus. Teus caminhos
podem parecer puros e corretos, mas o coração humano é enganoso e
corrupto, então não confie nele. Confia ao Senhor todos os teus caminhos.
Coloque tua causa no altar do Senhor, dê os passos necessários e espere
confiante pela resposta divina.

Cuidado para que não venhas a pecar na busca pelos teus direitos. Queixas
e ações horizontais fazem do justo um réu. Veja o que Tiago diz:“Irmãos, não
vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados”. Quando julgamos
aos outros nós nos colocamos na posição de juízes e acabamos atraindo juízo
sobre nós mesmos. O justiceiro toma o lugar do verdadeiro Juiz: “Eis que o
juiz está às portas”. Confie que o Juiz de verdade fará justiça.

Tiago oferece outro modelo de paciência: “Irmãos, tomai por modelo no


sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do
Senhor”. Se observarmos a vida e o ministério dos profetas veremos o quanto
as pessoas foram injustas com eles. Muitos foram presos, lançados em
cisternas, amarrados em troncos. Isto lhes aconteceu enquanto trabalhavam
para Deus. Eles faziam o trabalho corretamente e mesmo assim foram
injustiçados. Hoje são valorizados, mas enquanto viveram sofreram muito na
defesa da verdade.

Tiago revela que os perseverantes serão bem-aventurados: “Eis que


temos por felizes os que perseveraram firmes”. Saiba, leitor, que ser
verdadeiro e honesto não é garantia de segurança e bem estar. Tiago usou o
exemplo do agricultor que espera pelas chuvas, mas elas podem não vir e a
colheita ser perdida, mas mesmo assim não podem deixar de confiar em Deus.
Outro exemplo foi o dos profetas. Muitos morreram na esperança sem ver suas
profecias cumpridas e sofreram muitas injustiças mesmo fazendo seu trabalho
de modo fiel, responsável e honesto.

No entanto, os perseverantes e pacientes serão recompensados, é o que


Tiago garante: “Tendes ouvido da paciência de Jó e viste que fim o
Senhor lhe deu? Porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e
compassivo”. Ele usa, agora, o exemplo de Jó. Jó era justo, íntegro e se
desviava do mal, mantendo sua família sob o temor do Senhor e mesmo assim
foi vítima do inimigo, sob a anuência de Deus. Foi fiel até o final. Perseverou na
sua fidelidade mesmo que tudo depunha contra ele. E no final Deus deu em
dobro tudo o que perdera no seu período de provação.

Pode ser que você não veja o fruto do teu trabalho e seja vítima da injustiça
dos teus patrões ou dos teus superiores. Mesmo que venhas a sofrer injustiça
não se torne injusto fazendo injustiça para alcançar os teus direitos. Não
prejudique inocentes, pois assim tornar-te-ás réu e sofrerá punição. Confia tua
causa ao Senhor e lute com armas justas e corretas. Saiba que mesmo que
pareça que nada de bom acontecerá, no final, assim com aconteceu a Jó, Deus
te recompensará por tua perseverança.

Concluindo, é bom lembrar as advertências que Tiago fez aos crentes da


sua época e que são dirigidas a nós: O amor ao dinheiro leva à injustiças. As
injustiças não são prerrogativas só dos ricos. O problema pode estar no rico
que retém o salário justo do pobre ou no pobre que luta desonestamente para
conquistar seus direitos.

Devemos aprender a lidar com nosso desejo de possuir bens neste mundo.
A conquista deles deve ser acompanhada de justiça e honestidade. Ninguém
que obtenha bens desonestos terá prazer em usufruir deles, seja o rico ou o
pobre.

Estudamos sobre O MODO COMO ADQUIRIMOS BENS. Vimos que OS


BENS QUE OS RICOS ADQUIREM DESONESTAMENTE LHES FARÃO
MAL e que A JUSTIÇA DESONESTA DO POBRE TAMBÉM LHE TRARÁ
JUÍZO. Seja justo e confie no Senhor, assim, tudo o que tiveres será teu de
verdade e será usado para o teu bem.

RECOMENDAÇÕES FINAIS
Tiago 5.12-20

É sempre a mesma coisa. Depois de uma grande lição chega-se a


conclusão do trabalho feito. É como quando um filho vai ao acampamento e a
mãe faz muitas recomendações. Tiago não fugiu à regra.

Na carta Tiago tratou de temas relevantes. Ao final dela deixa


recomendações importantes. Sua ênfase não foi teológica, foi prática. Ao
contrário da abordagem de Paulo, que explica a razão teológica das coisas,
Tiago observa os aspectos práticos. Ele quer ver os crentes vivendo sob as
rédeas da fé. Ele exige que aqueles que dizem ser crentes revelem aos seus
observadores o modo como sua fé regula o seu modo de viver.
Tiago era religioso. Mas depois de um longo tempo como religioso ele
aprendeu uma lição. Aprendeu que acima da religião está Jesus Cristo. Ele
descobriu que seu irmão, Jesus Cristo, filho da sua mãe Maria, e irmão de seus
irmãos, não foi um homem comum. Ele foi o Redentor da humanidade. O Filho
de Deus encarnado. Rendeu-se a Ele. Tornou-se servo dEle e passou a
orientar a outros para que também vivessem como servos de Jesus.

A sua carta chega ao final. Chegou a hora de dar AS RECOMENDAÇÕES


FINAIS DE QUEM APRENDEU O QUE É IMPORTANTE.

Tiago dá sua primeira recomendação final: TENHAM UMA SÓ PALAVRA -


“Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela
terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim, sim e o vosso
não, não, para não cairdes em juízo”.
Tiago trata da fé na prática e de como outros vêem em você a tua fé. Ele se
preocupa agora com a palavra do crente. As posições teológicas e pessoais do
crente não podem ser volúveis. Não se pode defender algo agora e defender o
outro lado depois. Não se pode dar sua palavra como garantia agora e
desfazer dela noutro momento. Tiago se preocupa em que os crentes tenham
firmeza no que acreditam e não mudem de posição no decorrer da sua história
sendo dominados pela situação presente.
Deus rejeitou o rei Saul. Saul foi um homem sem firmeza. Ele não mantinha
sua posição. Recebeu uma ordem para exterminar um povo e seus animais,
mas, por causa da pressão do povo deixou de fazer o que Deus lhe ordenara.
Esta é a “Ética Situacional”. É a ética que o “Sim” ou o “Não” dependem de
como está o momento. A verdade pouco importa. Este comportamento não
pode reger a vida do crente. É um péssimo exemplo.
A pessoa sem palavra perde credibilidade e autoridade. Quem se fiaria na
palavra de uma pessoa que defende uma posição agora e pende para o outro
lado em outro momento? Como confiar tua vida a alguém que pode te deixar
sozinho na pior hora e no momento mais crítico da vida?
Uma pessoa de palavra, que sempre cumpre o que diz terá a confiança dos
seus ouvintes. A palavra dada é suficiente. Neste caso é desnecessário jurar.
Todos acreditam na palavra dada e o juramento tem pouca ou nenhuma
necessidade.
Confiança se conquista. Não há como obrigar alguém a confiar em ti. Tiago
cobra que os crentes sejam confiáveis em sua palavra. Que não sejam
volúveis, dizendo “Sim” agora e “Não” noutro momento. Ele deseja que os
crentes conquistem a confiança de todos ao ponto do juramento ser
desnecessário. Pessoas que não são confiáveis é que necessitam dos
juramentos para firmarem sua palavra. O crente não deve necessitar desta
ferramenta para se fazer acreditado.
Quando criança, ouvi muitos meninos dizerem: “Juro pela alma da minha
mãe”. Essa era uma forma de evocar uma autoridade superior para se fazer
crido. Tiago defende que os crentes não devem usar o juramento e o fiar-se
nos votos feitos com Deus para firmarem sua palavra. Devem ter um
posicionamento definido de tal modo que todos creiam, sem duvidar. E se
duvidar a palavra dada deve prevalecer, sem necessidade de juramentos como
fiador.
Tenha apenas uma palavra. Se é Sim, é sim. Se é Não, é não. O que
passar disso vem do Diabo. Ficar em cima do muro é um comportamento
vergonhoso e detestável. O indeciso nunca será confiável. Os crentes, que
defendem a verdade divina, devem ser confiáveis e devem manter sua palavra
dada, até mesmo sob as maiores ameaças.

A segunda recomendação final foi: PARTICIPEM ATIVAMENTE DA VIDA


DOS TEUS IRMÃOS - “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está
alguém alegre? Cante louvores. Esta alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com
óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor
o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhes-ão perdoados”.
O Salmo 133 é muito conhecido. Todos sabem seu inicio – “Oh como é
bom e agradável viverem unidos os irmãos”. O final do salmo é ainda mais
enfático – “Ali ordena o Senhor a Sua bênção e a vida para sempre”. Deus
ordena a sua bênção na comunidade cristã onde seus membros vivem em
comunhão. Onde um se preocupa com o bem estar do próximo. Onde um
crente cuida do outro como parte da sua própria vida.
Devemos “Chorar com os que choram e sorrir com os que sorriem”. Nem
sempre é fácil, mas é necessário. Para perceber a tristeza do irmão você deve
estar próximo. Para vivenciar os momentos felizes também.
Tua participação na vida do irmão tem muita importância. Não se pode viver
a vida cristã solitária. A igreja é como um corpo, onde cada órgão necessita
dos outros. Tiago diz: “Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração”. Não
há nada mais agradável do que perceber o cuidado do irmão quando estamos
passando momentos de agonia. Uma visita no momento de dor é como
bálsamo sobre uma ferida aberta. Alivia a dor do corpo e acalma a alma
agitada.
Aqui Tiago incentiva os crentes a perceberem o sofrimento dos outros
irmãos e não somente isto. Uma vez tendo se identificado a razão do
sofrimento, se envolver em oração com ele. Gastar tempo orando com ele e
por ele. A presença dos irmãos nesses momentos ruins renova as energias e
dá força para lutar e vencer os problemas.
Tua presença é importante, mas mais importante diante do sofrimento
alheio é você gastar tempo orando com ele. Coloque-o na presença de Deus.
Faça-o sentir-se sob os cuidados divinos. Lembre-o da sua importância diante
de Deus. Faça-o saber que por amá-lo Deus não poupou o Seu próprio Filho.
Orando assim o irmão que estava sofrendo perceberá o enorme cuidado de
Deus e o teu grande amor e cuidado por ele, então, terá forças para lutar e
vencer.
Estar junto nos momento ruins é de suma importância, mas estar junto nos
momentos alegres também é importante. Veja o que Tiago disse: “Está
alguém alegre? Cante louvores”. Participe da alegria dos irmãos. Festeja
com eles as suas vitórias e os bons momentos. É por isso que deve haver
comunhão, pois quem está distante não percebe o choro e nem os
sorrisos.
Assim como você orou quando o irmão estava sofrendo agora tua
participação na vida dele é “Cantar louvores”. É tua obrigação levar o irmão a
se lembrar que as vitórias pessoais são fruto do amor de Deus. Esse é um
ótimo momento para lembrar-se de que Deus sustenta os seus. É hora de
dizer: Graças a Deus pela vitória.
Outra situação importante e dolorosa na vida dos irmãos são os momentos
de enfermidades. Doenças destroem a estabilidade pessoal, familiar e
financeira dos enfermos. Quem está doente não pode trabalhar e com isso as
contas se acumulam. Os familiares nem sempre se importam com a dor dos
membros da família e isso causa mal estar. A pessoa enferma se afasta dos
demais e perdendo o contato acaba ficando solitária.
Para que esses momentos não se tornem ainda piores, Tiago disse: “Esta
alguém entre vós doente? Chame os presbíteros.” Mova-se pelo irmão.
Sentiu falta de um irmão na igreja, vá procurá-lo. Sua doença pode ser do
corpo ou da alma. Assim como chamamos o SAMU para socorrer os enfermos,
devemos informar e insistir para que os presbíteros se envolvam com o
sofrimento do irmão.
Porque chamar “Os presbíteros”? Primeiro porque são eles que foram
ordenados pela Igreja para assumir o cuidado do rebanho. Sua autoridade
espiritual vai além das paredes do templo. São ministros de Deus e devem ser
canais da bênção divina sobre a vida dos irmãos enfermos. Por esta razão são
levados a impor as suas mãos sobre o enfermo rogando as bênçãos dos céus.
Para isto ocupam o ofício do presbiterato e devem ser avisados neste caso.
Tiago disse: “Estes façam oração sobre ele”. Quando Israel lutava no
deserto as mãos de Moisés, como representante de Deus, foram definitivas
para a vitória. Enquanto suas mãos estavam levantadas o povo vencia.
Cansado ele baixava as mãos e o povo perdia. Por isso teve suas mãos
sustentadas por dois auxiliares e o povo venceu. Os presbíteros são chamados
para orar, e como ministros de Deus, interceder pelo enfermo. Receberam
autoridade da parte de Deus e devem ser instrumentos de Deus para a cura da
igreja.
A outra razão é que os Presbíteros regem a igreja. Como regentes têm as
finanças da igreja sob sua responsabilidade. Eles podem socorrer o irmão
enfermo nas suas necessidades materiais e físicas. Percebendo a necessidade
de alimento, remédios e até mesmo a existência de uma situação financeira
instável, podem socorrer o irmão enfermo.
Tiago diz que os Presbíteros devem “Ungir com óleo, em nome do
Senhor”. O bom samaritano ungiu o ferido com óleo. Usou-o como uma
espécie de remédio. Entramos aqui num território perigoso. O óleo da unção
tinha um preparo único e uma fórmula dada por Deus e era feito pelos próprios
sacerdotes. Fora usado várias vezes no Antigo Testamento apenas para unção
de sacerdotes e reis. Na Bíblia o óleo nunca foi usado para unção de enfermos
a não ser como remédio passado sobre feridas.
O grande problema quanto ao uso do óleo é que, em primeiro lugar, não
temos e não sabemos que tipo de óleo deve ser usado, pois o uso de outro
óleo era proibido nas unções citadas acima.
Outro grande problema é a idolatria que envolve a unção com o óleo. O
irmão enfermo recebe a visita do pastor que ora e o unge com óleo. Deus
abençoa e o irmão é curado. Noutra situação o irmão está enfermo e o pastor
ora, mas não está com o óleo. Neste caso, na maioria das vezes, o enfermo
desacredita na cura pelo simples fato de não haver óleo para a unção, como se
fosse o óleo que tivesse algum ingrediente mágico ou abençoador para fazer a
cura. Nesse caso seria o óleo o “ser” abençoador e não Deus. Acaba-se
idolatrando o óleo.
Deus não necessita de material algum para agir. Deus proibiu qualquer uso
de imagem para não desviar a atenção do adorador. No entanto, em casos
especiais materiais foram usados, como o cajado de Moisés para abrir o Mar
Vermelho. O cabo do machado jogado por Eliseu para fazer flutuar o machado
e o prato de sal para purificar as águas.
O material tem a ver com a necessidade do doente. O enfermo pode querer
ver para crer, o que não é correto, mas pode sentir a necessidade do toque do
pastor e a presença do óleo em sua pele pode dar-lhe a impressão de
segurança e cuidado, mesmo após a saída daqueles que oraram por ele.
O resultado da visita dos irmãos, dos presbíteros e do uso do óleo é que “A
oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o levantará e se houver
cometido pecados ser-lhes-ão perdoados”. Quem salva o enfermo não é o
óleo, é Deus através da oração e da fé. No entanto, observe a ênfase de Tiago
na prática cristã e na resposta humana na prática da fé. O enfermo, tendo
recebido a oração e o óleo é motivado a reagir. Ele reage à situação, se
levanta, alimenta, se fortalece e é curado. Deus usa os seus ministros, sejam
os irmãos ou os Presbíteros para motivar o irmão e através deles, cura o
enfermo.
Mas a enfermidade pode residir na alma. Na presença dos Presbíteros o
enfermo é incentivado a confessar seus pecados. Pecados não confessados
trazem culpa e enfermidade. Tendo confessado o pecado e orientado pelos
Presbíteros o irmão toma posse do perdão dado por Jesus Cristo através da
instrução dos presbíteros.
Os Estados Unidos estão investindo pesado em Capelães hospitalares.
Baseados em estudos chegaram à conclusão que um paciente orientado
espiritualmente e acompanhado por um capelão sara mais rápido. Tiago ensina
o mesmo, pois revela a importância do ritual do culto para o adorador. A
presença dos irmãos e dos Presbíteros pode levá-lo a reagir e sair do estado
de enfermidade.

A terceira orientação final de Tiago foi: SEJA CONFIÁVEL E CONFIE


PARA ALCANÇAR A CURA - “Confessai, pois, os vossos pecados uns
aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por
sua eficácia, a súplica do justo”.
A comunhão da igreja é de suma importância. O calor humano, a cobrança
na hora certa, a animação nos momentos de fraqueza, a admoestação na hora
do vacilo, o companheirismo na solidão e a oportunidade de confessar os
pecados ou a fragilidade espiritual a alguém não tem preço. Os irmãos
precisam uns dos outros assim com cada parte do corpo está ligada e
necessita dos outros membros.
Pequenos animais se protegem em grupo. Pequenos peixes se juntam para
parecerem um peixão e espantar os predadores. Juntos ficam mais fortes. A
Bíblia nos fala do “Cordão de Três Dobras” que fortalecem as uniões. Amós
nos afirma que é melhor serem dois do que um. Nenhum de nós foi chamado
por Deus para viver sozinho.
Tiago fala sobre a confissão entre irmãos e o efeito positivo desta confissão
na prática. Revela que a confissão levará à posse da certeza da absolvição dos
pecados, em Cristo.
Outro aspecto é que, na prática, a confissão mútua de pecados protegerá os
crentes da inclinação para pecar. Confiar suas inclinações carnais e as
tentações sofridas a um irmão em quem se confia é abrir o baú da alma.
Segredos e fragilidades espirituais enfraquecem e adoecem a alma. Tirá-los de
lá através da confissão é esvaziar a alma de coisas ruins e se fortalecer na
esperança em Cristo.
O efeito da confissão é mútuo. Você e o irmão se fortalecem. Você, que
está inclinado a pecar, encontra força no irmão que ora e acompanha tua vida
de perto. Essa presença amiga será um aspecto a mais para levá-lo a fugir de
situações que podem te levar à prática de pecados. Você e ele se fortalecem
juntos em oração.
Não podemos fugir da confissão ao irmão com base na desconfiança e do
medo de que suas fraquezas se tornem públicas. O texto afirma que a
confissão dos pecados é o caminho para a “CURA”. Se queremos a cura no
seio da igreja temos de nos tornar confiáveis para que irmãos contem conosco
em momentos de fraqueza e temos de nos confiar aos irmãos, quando nós
mesmos estivermos fracos.
Há um aspecto que penso ser importante. Os crentes não possuem
autoridade espiritual para decidir sobre pecados de irmãos. No caso de alguém
te confessar a prática de pecados, em primeiro lugar, você terá de manter
absoluto sigilo, pois o irmão confiou em ti. Caberá a você acompanhar o irmãos
em oração e fortalecê-lo para que usando da tua companhia tenha forças para
lutar e vencer a situação. Mas você deve orientá-lo a se expor às autoridades
instituídas na igreja. Eles saberão o modo certo de agir e são eles que foram
ordenados, não somente para orar pelos enfermos, mas para tratar de práticas
de pecados na igreja.
Não desvalorize o poder da oração. Deus ouve as tuas orações. Não
adianta você orar confessando os pecados alheios e pedindo a Deus que o
perdoe. A confissão de pecados é pessoal. Suplique, então, a Deus para que
leve esse irmão à confissão pública dos seus pecados, como manda a Bíblia. A
cura pode estar neste remédio amargo e o tratamento dado ao irmão que
confessa livremente o seu pecado é diferente do tratamento dado ao pecador
que peca ocultamente e é acusado por outro do seu pecado.
Tiago afirma: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”. A oração
é o canal aberto entre nós e Deus. Deus quer ouvir-te. Ore. Quando fizeres uso
da oração verás que o irmão que estava sofrendo angústias e você orou por
ele, encontrou descanso e paz. Não pense que tua oração não tem valor. Deus
a valoriza.
Para mostrar o valor da oração pessoal Tiago usa como exemplo o profeta
Elias. Ele diz: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos
sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra
e por três anos e seis meses não choveu. E orou, de novo, e o céu deu
chuva e a terra fez germinar seus frutos”. Não se desvalorize. Se Deus
ouviu a Elias, porque não ouviria a ti? Você pode e deve orar pelos irmãos.

A quarta recomendação final de Tiago foi: INVISTA NA CONVERSÃO DE


PECADORES - “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e
alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu
caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de
pecados”.
Há por aí uma multidão de desviados. São pessoas que um dia fizeram
parte de alguma igreja, confessaram sua fé e foram batizados e, por motivos
variados, abandonaram a igreja. Voltaram a prática de pecados que
consideravam nojentos e sujos. Abandonaram sua fé e agora a questionam. A
situação espiritual deles é nojenta, comparada ao cachorro que volta a comer o
seu próprio vômito ou a porca lavada que volta a revolver-se na lama.
I João 2.19, diz: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos
nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco;
todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos
nossos”. João observa que aqueles que abandonaram a igreja e voltaram a
antigas práticas revelaram com seu comportamento que nunca foram
convertidos de verdade.
Muitas são as razões que levam pessoas a procurar uma igreja. Na sua
maioria tentam suprir alguma carência pessoal, mas descobrem que essa
batalha não é deles. Não são nascidos de novo e não se submetem à
autoridade divina. Querem viver como donos de si. São como o “Populacho”
que saiu com os israelitas do Egito e criaram problema, pois não faziam parte
do povo de Deus. No caso do comentário de João, eles saíram porque nunca
fizeram parte da igreja.
Hebreus 6.4-6 e 10.26,27, diz: “É impossível, pois, que aqueles que uma
vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes
do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo
vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para
arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho
de Deus e expondo-o à ignomínia” e “Porque, se vivermos deliberadamente em
pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não
resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo
e fogo vingador prestes a consumir os adversários”.
Estes dois textos de Hebreus nos levam a ver a triste situação dos
desviados. Eles tomaram conhecimento da verdade do evangelho e o
rejeitaram. Conheceram o sacrifício de Cristo e preferiram o mundo e seus
prazeres. O texto deixa claro que, como rejeitaram o único Salvador, não lhes
resta outro caminho. Sua perdição é certa, pois o único caminho para se
chegar aos céus é Jesus Cristo. Quem o rejeita, rejeita a salvação.
Como Tiago observa o aspecto prático da vida cristã ele analisa que muitos
desviados deixaram o “Caminho” por fraquezas pessoais. Não são blasfemos.
São apenas irmãos que foram vencidos pelas tentações nas suas
concupiscências e devem ter a atenção da igreja. Estes precisam ser
motivados ao novo encontro com o Salvador. São filhos de Deus que estão
misturados aos filhos das trevas. Precisam ser arrancados de lá.
Estes. ou voltam para Cristo ou não terão outra chance de salvação.
Desviados são tão importantes quanto os incrédulos. Sua situação é ainda pior,
pois estão em rebeldia consciente. Não podem alegar falta de conhecimento da
verdade.
A respeito dos crentes desviados Tiago observa que você leitor, assim como
eu e outros, corremos o risco de nos tornar um deles: “Meus irmãos, se
algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que
aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a
alma dele e cobrirá multidão de pecados”. Trazer o pecador para os braços
do Pai é salvá-lo da morte. É salvar sua vida e sua alma. É arrancar um
pecador das garras de Satanás. É retirá-lo do fundo mais profundo do poço de
perdição que se encontrava.
Trazê-lo de volta aos braços de Jesus é levá-lo ao perdão. Cristo cobre os
pecados do desviado ou do novo convertido. Ao se encontrar com Cristo ele
toma posse do perdão de seus pecados que somente Jesus Cristo pode dar.
Os pecados são cobertos pelo sangue de Cristo.
Uma questão que fica no ar é: De quem são os pecados que são cobertos?
Os do desviado que volta ou do crente que investe no seu retorno? Guarde
bem no teu coração esta informação: nenhum ato humano pode levá-lo ao
perdão de teus pecados. Eles foram perdoados quando Cristo morreu por ti. Só
Jesus nos garante o perdão de pecados. Caso alguém pudesse cobrir pecado
levando desviados a Cristo, então Jesus teria morrido em vão. Seria
desnecessário a sua morte.
Os pecados do desviado que retorna a Cristo é que são perdoados. O
reencontro com Jesus Cristo cobrirá todos os seus pecados e ele reencontrará
a alegria da salvação que fora perdida quando ele retornou ao mundo e aos
seus prazeres.
Jesus nos deu o “Ide”. Todos sabemos da necessidade de pregar o
evangelho. Tiago apenas nos adverte sobre os benefícios que nosso trabalho
evangelístico trará na vida do pecador que se converte e na vida do desviado
que retorna a Deus. Então, sabendo destes benefícios, trabalhe com carinho e
responsabilidade, pois muitos estão presos às garras de Satanás por falta da
insistência dos crentes que se acomodaram e deixaram de falar do amor de
Deus e da Sua salvação oferecida em Jesus Cristo e tratam o desviado como
alguém que merece estar distante.

Para concluir, irmão, gostaria de lembrá-lo do nosso tema:


RECOMENDAÇÕES FINAIS DE QUEM APRENDEU O QUE É
IMPORTANTE. Tiago nos deu quatro recomendações:
- TENHAM UMA SÓ PALAVRA;
- PARTICIPEM ATIVAMENTE DA VIDA DOS TEUS IRMÃOS;
- SEJA CONFIÁVEL E CONFIE PARA ALCANÇAR A CURA;
- INVISTA NA CONVERÇÃO DE PECADORES.

Estas recomendações também dizem respeito a nós. Acatemos, portanto, e


coloquemos em prática na nossa vida. Nós e nossos irmãos seremos todos
beneficiados com isto. Que Deus nos abençoe!

As opiniões destes estudos não representam, necessariamente, a opinião do Site do Pastor.

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