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23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Acre
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Acre  é  uma  das  27  unidades  federativas
Estado do Acre
do  Brasil. [8]  Localiza­se  no  sudoeste  da
Região  Norte,  fazendo  divisa  com  duas
unidades federativas: Amazonas ao norte e
Rondônia  a  leste;  e  faz  fronteira  com  dois
países: a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e
a  oeste. [9]  Sua  área  é  de
164  123,040  km², [3]  que  equivale Bandeira Brasão
aproximadamente  ao  Nepal. [10]  Essa  área
Lema: Nec Luceo Pluribus Impar 
responde  inferiormente  a  2%  de  todo  o
(Não brilho diferente dos outros)
país. [11]  De  acordo  com  os  geógrafos,  se
trata  de  um  dos  estados  com  menor Hino: Hino do Acre
densidade  demográfica  do  Brasil  e  foi  o
Gentílico: acriano, acriana; ou acreano, acreana.[1]
mais  recente  que  os  brasileiros  povoaram
de  maneira  efetiva. [11]  Nele  localiza­se  a
extremidade  ocidental  do  Brasil. [nota  1]  A
cidade  onde  estão  sediados  os  poderes
executivo, legislativo e judiciário estaduais
é  a  capital  Rio  Branco. [12]  Outros
municípios  com  população  superior  a
trinta mil habitantes são: Cruzeiro do Sul,
Feijó, Sena Madureira e Tarauacá. [13]

Somente em 1877 teve início no Acre — que
naquela  época  pertencia  à  Bolívia  —  a
chegada da quase totalidade dos migrantes
que, oriundos do Nordeste do Brasil, mais
precisamente  do  Ceará,  colonizaram  a
região  para  buscar  a  borracha  que  se
encontrava  na  Floresta  Amazônica. [nota  2]
Nas  últimas  décadas  do  século  XIX, Localização
moravam  cinquenta  mil  brasileiros  na  ­ Região Norte
região. [11] Os seringueiros, lutaram com as Peru, Bolívia, Amazonas e
tropas para realizar a ocupação da região e,
 ­ Estados limítrofes
Rondônia
em  1903,  ao  lado  do  último  líder  da  ­ Regiões geográficas
2
Revolução  Acriana,  o  gaúcho  Plácido  de intermediárias
Castro,  foram  os  autores  da  proclamação  ­ Regiões geográficas
5
do  Estado  Independente  do  Acre. [14] imediatas
Então,  a  região  foi  ocupada  militarmente  ­ Municípios 22

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pelo  governo  brasileiro  e  depois  o  Brasil Capital  Rio Branco


estabeleceu  diálogo  diplomático  com  a
Bolívia. [14]  Em  consequência,  o  Brasil Governo
assumiria o controle do Acre. [14]  ­ Governador(a) Gladson Cameli (PP)
 ­ Vice­governador(a) Major Rocha (PSDB)
O  governo  brasileiro  decidiu  criar  o  ­ Deputados federais 8
Território Federal do Acre em 1904. [15] Por  ­ Deputados estaduais 24
força da lei federal n.º 4 070, o presidente Mailza Gomes (PP)[2]
do  Brasil  João  Goulart  elevou  o  Território  ­ Senadores Jorge Viana (PT)
Federal  do  Acre  à  categoria  de  Estado  em Sérgio Petecão (PSD)
1962. [16]  Foi  promovido  pela  borracha
Área  
produzida que o estado tinha sido ocupado
 ­ Total 164 123,040 km² (16º) [3]
e  se  desenvolveu.  A  produção  de  borracha
declinou  desde  1913. [17]  Porém,  ainda  em População 2018
tempos  atuais,  o  Acre  é  um  dos  estados  ­ Estimativa 869 265 hab. (25º)
brasileiros que mais produzem e exportam  ­ Densidade 5,3 hab./km² (24º)
borracha (hévea­latex coagulado). [18] Economia 2016[4]
 ­ PIB R$   13.751.000
A  altitude  média  de  200  metros,  sendo
bilhões (26º)
uma  forma  de  relevo  com  definição  de
 ­ PIB per capita R$ 16.837,69 (2016) (21º)
planalto  é  o  relevo  dominante  da  maioria
do  território  acriano. [19]  Juruá,  Tarauacá, Indicadores 2010/2015[5][6]
Muru,  Embirá  e  Xapuri  são  os  rios  de  ­ Esper. de vida (2015) 73,6 anos (15º)
maior  importância  do  estado. [19]  As  ­ Mort. infantil (2015) 17,6‰ nasc. (8º)
principais  atividades  econômicas  do  ­ Alfabetização (2010) 84,8% (18º)
estado são o trabalho de extrair borracha e
 ­ IDH (2017) 0,719 (21º) – alto [7]
castanha,  a  pecuária  e  a  agricultura. [20] Fuso horário UTC­5
Com duas horas anteriores ao fuso horário Clima equatorial Af, Am
de  Brasília  (DF),  nele  está  localizada  a
Cód. ISO 3166­2 BR­AC
última  localidade  brasileira  a  ter  visão  do
sol nascente, na serra da Moa, na fronteira Site governamental http://www.ac.gov.br (htt
com a República do Peru. A intensidade do p://www.ac.gov.br)
extrativismo  vegetal,  que  tem  atingido  o
ponto  mais  alto  no  século XX,  constituiu­
se  em  atração  para  os  brasileiros  que,
vindos  de  uma  variedade  de  regiões,
chegaram ao estado. Misturando tradições
vindas  da  Região  Sul  do  Brasil,  de  São
Paulo, da Região  Nordeste  do  Brasil e dos
grupos  étnicos  indígenas,  deu­se  o
surgimento  de  uma  culinária  com  muitas
diversidades, que põe junto a carne­de­sol
com  o  pirarucu,  peixe  característico  da
região,  pratos  que  acompanham­se  com
tucupi, molho cujo ingrediente é a mandioca. O transporte fluvial, que se concentra nos rios Juruá e Moa, no
oeste do estado, e Tarauacá e Envira, no noroeste, é um dos mais importantes meios de transporte, junto à BR­
364, ligando de Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as

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pontes onde antigamente era preciso atravessar por meio de balsas. [21]

Índice
Etimologia
História
Povoamento inicial
A questão do Acre
Ocupação nordestina
Revolução Acriana
Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática
Movimento Autonomista ­ De Território a Estado
História recente
Geografia
Demografia
Principais centros urbanos
Desenvolvimento Humano
Etnias
Política
Subdivisões
Economia
Agricultura
Pecuária, pesca e mineração
Indústria
Comércio
Produto Interno Bruto
Infraestrutura
Educação
Saúde
Segurança pública
Transportes
Comunicações
Cultura
Ver também
Notas
Referências
Ligações externas

Etimologia
O topônimo Acre, que foi passado do rio para o território federal,  em  1904,  e  para  a  unidade  federativa,  em
1962, é derivado, talvez, da palavra tupi a'kir ü que significa "rio verde" ou de a'kir, do verbo ker que significa
"dormir, sossegar". Mas é quase certeza de que essas raízes etimológicas são as que deformam a palavra Aquiri,
que é a corruptela do vocábulo do dialeto Ipurinã Umákürü, Uakiry, feita pelos exploradores que chegaram à
região.  Também  existe  a  opinião  da  raiz  etimológica  de  Aquiri  a  partir  das  palavras  Yasi'ri,  Ysi'ri,  que
significam "água corrente, veloz". [22][23]
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Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho ao rio Purus, em 1878, foi escrita uma carta pelo colonizador que
teve como destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino
escreveu, registra­se o pedido de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri". [22] Devido à incapacidade
de entendimento pela letra de João Gabriel na observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam no
estabelecimento comercial sediado em Belém, ou por causa da grafia errônea desse colonizador que escreveu às
pressas como Acri ou Aqri, no lugar de Aquiri, o destino de chegada
das mercadorias e das faturas foi o Rio Acre. [22][23]

O  Acre  possui  alguns  apelidos:  Extremo  do  Brasil,  Estado  das


Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste. [24]

Os habitantes naturais do Acre são denominados acreanos pela lei
estadual, [1]  embora  o  acordo  ortográfico  defina  a  grafia  como
acrianos. [25]  Até  a  entrada  em  vigor  do  Acordo  Ortográfico  de
1990,  a  grafia  correta  era  acreano  no  singular  e  no  plural
acreanos. [25] Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança
do gentílico gerou polêmica entre a Academia Acriana de Letras e a
Academia  Brasileira  de  Letras,  alegando  que  a  mudança
Mapa da Bacia Amazônica com o
significaria  a  negação  das  raízes  históricas  e  culturais  do  estado,
Rio Acre em destaque.
mudando  a  última  letra  do  topônimo  de  "E"  para  "I". [26]  A
mudança  gerou  discussões  sobre  o  assunto,  e  é  notório  que  a
imensa  maioria  da  população  do  estado  não  gostou  e  não  adotou  o  "novo"  gentílico,  continuaram  a  se
autodenominarem acreanos, [24] e então foi oficializado localmente a grafia com "E" pelo governo do estado do
Acre como patrimônio histórico e cultural. [1]

História
Na  região  do  atual  estado  do  Acre,  foram  encontrados  inúmeros  Geoglifos
(estruturas  feitas  no  solo)  com  idade  variável  em  até  2  100  anos.  Pela
complexidade, remetem às civilizações pré­colombianas, demonstrando de
elevado  grau  de  conhecimento  em  várias  áreas  e  domínio  de  avançadas
técnicas  de  movimentação  de  terra  e  água.  As  últimas  escavações  fizeram
uma  descoberta  importante  em  Xapuri:  um  buraco  de  esteio  em  boas
condições  foi  localizado  em  um  geoglifo  de  formato  redondo,  reforçando  a
tese  de  que  os  índios  daquela  época  poderiam  ter  usado  fortificações
paliçadas para habitação e segurança. [27]

Povoamento inicial
As secas nordestinas  e  o  apelo  econômico  da  borracha  —  produto  que,  no
fim  do  século  XIX,  começava  sua  trajetória  de  preços  altos  nos  mercados Geoglifos em terras
desmatadas na floresta
internacionais  —  inscrevem­se  entre  as  causas  predominantes  na
amazônica do Acre, no
movimentação  de  massas  humanas  em  busca  do  Eldorado acriano. [28]  As
Brasil
penetrações  portuguesas  do  período  colonial  já  haviam  atingido  seus
pontos  máximos  no  Brasil  durante  o  século  XVIII. [29]  Consequência
inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo terras de posse espanhola,  fato
que  se  tornou  matéria  dos  tratados  de  Madri (1750)[30]  e  de  Santo  Ildefonso  (1777). [31]  Ambos  os  tratados,

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partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram
como linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu
limite máximo ocidental, na margem esquerda do Javari. [28][32][33]

O  povoamento  da  zona,  estimulado  pela  criação  da  nova  capitania  real  de  Mato  Grosso  (1751),  deu­se  na
direção da fronteira, surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752), [34] às margens do Guaporé, Vila
Maria  (1778), [35]  no  rio  Paraguai,  e  Casalvasco  (1783). [28]  Até  meados  do  século  XIX  não  se  pensou  em
povoamento sistemático da área. [28] Nessa época, o grande manancial virgem de borracha que aí se encontra
atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente espontâneo. [28]

A  política  econômica  do  império,  orientada  para  a  atividade  agrário­exportadora  com  base  no  café, [36]  não
comportava o aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso, resultou
que,  no  Atlas  do  Império  do  Brasil  (1868),  de  Cândido  Mendes  de  Almeida,  modelar  em  seu  tempo,  não
figurassem o Rio Acre e seus principais tributários, completamente desconhecidos dos geógrafos. [28][37]

Apesar  de  tal  política,  alguns  sertanistas  brasileiros  exploravam  aquela  região  agreste  e  despovoada,
desconhecendo se pertenciam ao Brasil, ao Peru  ou  à  Bolívia. [28][38][39]  Assim,  ainda  em  meados  do  século
XIX,  no  impulso  que  a  procura  da  borracha  ocasionou,  solicitada  que  era  no  mercado  internacional,  várias
expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação dos colonos. Nessa época, João Rodrigues
Cametá iniciou a conquista do rio Purus;[40] Manuel Urbano da Encarnação, índio mura grande conhecedor da
região, atingiu o Rio Acre, subindo­o até as proximidades do Xapuri;[40] e João da Cunha Correia alcançou a
bacia do alto Tarauacá. [41] Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas. [28]

As  atividades  exploradoras,  a  importância  industrial  das  reservas  de  borracha  e  a  penetração  de  colonos
brasileiros na região suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites. [28] Após várias
negociações  fracassadas,  em  1867  assinou­se  o  Tratado  de  Ayacucho,  que  reconhecia  o  uti  possidetis
colonial. [42]  A  divisória  foi  estabelecida  pelo  paralelo  da  confluência  dos  rios  Beni­Mamoré,  em  direção  ao
leste, até a nascente do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as cabeceiras desse rio. [28]

A questão do Acre
Mas  em  1903,  o  exagero  do  extrativismo  descontrolado  no  Brasil
quase  provocaria  um  conflito  internacional, [43]  devido  os
trabalhadores  brasileiros  adentrarem  nas  florestas
bolivianas, [43][44]  em  busca  de  novas  seringueiras,  gerando
pequenos  conflitos  fronteiriças,  chamados  de  Questão  do  Acre
(semelhante à anexação do Texas nos Estados Unidos). [43]

A nova república brasileira tirava o máximo proveito das riquezas
com a venda da borracha, mas a Questão do Acre preocupava. [43]
Então houve a intervenção do diplomata Barão do Rio Branco e do
Mapa do final do século XIX, em que embaixador Assis Brasil, [43] em parte financiados pelos Barões da
o Acre aparece como parte da borracha  e  pelo  governo  dos  Estados  Unidos,  que  culminou  na
Bolívia. assinatura do Tratado de Petrópolis em novembro de 1903, [43][44]
Pondo  fim  à  contenda  com  a  Bolívia,  efetivando  a  aquisição  do
território por parte do Brasil, [43][44] em troca de dois milhões de libras esterlinas e de terras de Mato Grosso e
do compromisso de construir uma ferrovia para acesso das mercadorias bolivianas aos portos  brasileiros  do
Atlântico;  inicialmente  na  foz  do  rio  Amazonas  em  Belém  (Pará). [43][45]  Sendo  integrado  ao  Brasil  como

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território dividido em três departamentos.

A disputa pelo Acre não limitou­se à esfera jurídica da aplicação de tratados e teve uma dimensão de interesses
políticos e geo­estratégicos importantes:[45] para a conclusão das fronteiras, para as relações do Brasil com os
Estados  Unidos,  para  a  proteção  de  brasileiros  em  território  até  então  estrangeiro,  à  importância  da  região
amazônica  e,  na  orientação  da  política  externa  brasileira. [45]  A  Questão  foi  resolvida  com  diplomacia  e  não
pelas  armas,  como  esperava  o  Presidente  Getúlio  Vargas. [44]  As  cidades  deste  novo  Estado  foram  então
nomeadas com nome dos solucionadores da Questão Acre em homenagens póstumas, [43][46] a capital recebeu
o nome de Rio Branco e dois municípios receberam o nome de Assis Brasil e Plácido de Castro.

Assim,  o  Acre  representou  uma  das  principais  fonte  de  borracha  dos  Aliados  durante  a  guerra. [45]  Em
reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte­
americanos  para  construir  a  Companhia  Siderúrgica  Nacional,  com  os  Acordos  de  Washington,  e  assim
alavancar a industrialização estagnada do Centro­sul, sem indústrias pesadas de base. [45]

Ocupação nordestina
À proporção que subia no mercado o preço da borracha, [47] crescia a demanda e aumentava a corrida para a
Amazônia. [nota  3]  Os  seringais  multiplicavam­se,  assim,  pelos  vales  do  Acre,  do  Purus  e,  mais  a  oeste,  do
Tarauacá:  em  um  ano  (1873­1874),  na  bacia  do  Purus,  a  população  subiu  de  cerca  de  mil  para  quatro  mil
habitantes.  Por  outro  lado,  o  governo  imperial,  já  sensível  às  ofertas  decorrentes  da  procura  da  borracha,
considerou brasileiro todo o vale do Purus. [28]

Também  na  segunda  metade  do  século  XIX  registraram­se  perturbações  no  equilíbrio  demográfico  e  geo­
econômico do império, com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão­de­obra,  em
detrimento  do  Nordeste. [48]  O  empobrecimento  crescente  dessa  região  impulsionou  ondas  migratórias  em
direção aos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. [48]  O  movimento  de  populações  tornou­se
particularmente ativo durante a seca prolongada no interior nordestino, de 1877 a 1880, expulsando centenas
de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho. [49]

O avanço da migração nordestina processou­se até as margens do Juruá[50] e acelerou a ocupação das terras
que  mais  tarde  a  Bolívia  reclamaria. [28]  Os  grandes  leitos  fluviais  e  a  rede  de  seus  tributários  eram  então
intensamente  trafegados  por  flotilhas  de  embarcações  do  mais  variado  porte,  transportando  colonos,
mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais afastados. [28] Os governos do Amazonas e do
Pará  logo  instituíram  as  chamadas  casas aviadoras,  que  financiavam  vários  tipos  de  operações,  garantiam
créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais. [51]

Planta nativa, a seringueira escondia­se no emaranhado de outras árvores,  igualmente  nativas,  obrigando  o


homem  que  saía  no  encalço  da  borracha  a  construir  um  verdadeiro  labirinto,  com  trilhas  em  ziguezague  na
selva. [52] Do seringal surgiu a figura humana do seringueiro, associado à planta para explorá­la. Seringueiro­
patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro­extrator, aviado, por sua vez, do patrão. [53] Um
morando  no  barracão,  sempre  localizado  à  beira  do  rio,  com  aparências  de  domínio  patriarcal,  outro,  na
barraca, de construção tosca, no meio da selva. [53] (De 1920 em diante usa­se o neologismo seringalista para
designar o patrão.)[28][52]

Completara­se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasileira do espaço geográfico do Acre, onde
mais  de  cinquenta  mil  pessoas  formavam,  no  recesso  da  mata  dos  três  vales  hidrográficos,  uma  sociedade
original, cujo objetivo único era produzir borracha. [54] Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia,

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23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

país que, por fatalidade da geografia, não pudera completar a integração social e econômica, e mesmo política
e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do alto Juruá na comunidade nacional. [52]

Com efeito, o artigo 2.º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a
linha de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10º20'), até encontrar a nascente
do Javari. [55]  Com  um  adendo:  se  o  Javari  tivesse  as  nascentes  ao  norte  dessa  linha  leste­oeste,  a  fronteira
correria, desde a mesma latitude, por uma reta a buscar a origem principal do Javari. [55]

No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por
onde passava o limite previsto naquele tratado. Ignorava­se, por outra parte, a exata latitude da nascente do
Javari.  Eram  problemas  técnico­geográficos  difíceis  de  solver  com  presteza,  devido  à  falta  de  recursos
materiais. A direção dos rios da borracha foi a trilha natural da conquista nordestina (sobretudo do cearense),
da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses. [52]

Revolução Acriana
Em  1890,  um  oficial  boliviano,  José  Manuel  Pando,  alertou  seu
governo  para  o  fato  de  que  na  bacia  hidrográfica  do  Juruá  havia
mais  de  300  seringais,  com  a  ocupação  dos  brasileiros
implantando­se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia. [52]
A  penetração  brasileira  avançara  em  profundidade  para  oeste  do
meridiano  de  64º  até  além  do  de  72º,  numa  extensão  de  mais  de
mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras
acima  da  confluência  do  Beni­Mamoré,  segundo  o  tratado  de

Gálvez, presidente do Acre 1867. [52][55]

Em  1895,  criou­se  uma  comissão  para  o  ajuste  da  divisa. [56]  O
representante  brasileiro,  Gregório  Taumaturgo  de  Azevedo,  demitiu­se  após  verificar  que  a  ratificação  do
tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos. [57][58]

Em  1899,  os  bolivianos  estabeleceram  um  posto  administrativo  em  Puerto  Alonso,  cobrando  impostos  e
lançando taxas aduaneiras sobre as atividades dos brasileiros. [59] No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania
da  Bolívia  na  zona,  quando  reconheceu  oficialmente  os  antigos  limites  na  confluência  Beni­Mamoré. [52]  Os
seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de
rebeldia, [59] ocorrendo duas sérias contestações. [52]

Em  abril  de  1899,  um  advogado  cearense,  José  Carvalho,  liderou
uma  ação  armada,  que  culminou  na  expulsão  das  autoridades
bolivianas.  Logo  depois  a  Bolívia  iniciou  negociações  com  um
truste anglo­americano, o Bolivian Syndicate,  a  fim  de  promover,
com poderes excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a
incorporação  política  e  econômica  do  Acre  a  seu  território.  O
governador  do  Amazonas,  José  Cardoso  Ramalho  Júnior,
informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em
Belém,  o  espanhol  Luis  Gálvez  Rodríguez  de  Arias,  enviou­o  à
Palácio Rio Branco, sede do
frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso. [52][56]
governo, e obelisco em homenagem
aos heróis da Revolução Acriana.

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Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando­se seu presidente com o apoio dos seringalistas. [carece  de
fontes ?] O novo estado tinha o objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a

exemplo  do  que  fizera  o  Texas,  na  América  do  Norte.  Em  março  de  1900,  devido  protestos  da  Bolívia,  o
presidente Campos Sales extinguiu a efêmera república (oito meses após a criação). [56] Luis Gálvez teve que
capitular e retirou­se para a Europa. [52]

Reinstalaram­se  os  bolivianos  na  região,  mas  sofreram  em  seguida  o  ataque  de  outra  expedição  que  se
constituíra em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos bastidores,
ao  domínio  da  Bolívia  sobre  o  Acre,  de  onde  provinham,  em  forma  de  impostos,  grandes  quantias  para  o
tesouro estadual. Em dezembro de 1900, composta de moços intelectuais, da boêmia de Manaus, a "Expedição
dos Poetas" desbaratou­se após rápido combate em frente a Puerto Alonso. [52][60]

Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática
Por fim, comerciantes e proprietários no Rio Acre  resolveram  entregar  a  chefia  de  nova  insurreição  a  um  ex­
aluno da Escola Militar de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel,  que,  à  frente  de  um
corpo  improvisado  de  seringueiros,  iniciou  operações  na  vila  de  Xapuri,  no  alto  Acre,  e  aí  prendeu  as
autoridades  bolivianas  (agosto  de  1902). [52][61]  Depois  de  combates  esparsos  e  bem­sucedidos,  Plácido  de
Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro de 1903). [56][61]

Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a Bolívia arrendado o território do Acre a um sindicato
estrangeiro (chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África. [62] O Bolivian Syndicate,
constituído por capitais ingleses e americanos, iria empossar­se na administração do Acre, dispondo de forças
policiais e frota armada. Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (Rio Acre), abaixo de
Puerto Alonso,  mas  desistiram  da  missão  porque  os  revolucionários  dominavam  todo  o  rio,  faltando  pouco
para o fim da resistência boliviana. [63]

Aclamado governador do Estado Independente do Acre,  Plácido  de  Castro


organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por diante a questão passou à
esfera  diplomática.  O  Barão  do  Rio  Branco  assumira  o  Ministério  do
Exterior e seu primeiro ato foi afastar o Bolivian Syndicate. Os banqueiros
responsáveis  pelo  negócio  aceitaram  em  Nova  York  a  proposta  do  Brasil:
dez mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de
1903). [61][63]

Subsequentemente,  Rio  Branco  ajustou  com  a  Bolívia  um  modus  vivendi


que  previa  a  ocupação  militar  do  território,  até  o  paralelo  de  10º20',  por
destacamentos do Exército Brasileiro,  na  zona  que  se  designou  como  Acre
Setentrional. Do paralelo 10º20, para o sul — o Acre Meridional — subsistiu
a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri. [61][63]
Ministro Barão do Rio
Em  novembro  de  1903,  Rio  Branco  e  o  plenipotenciário  Assis  Brasil
Branco.
assinaram  com  os  representantes  da  Bolívia o Tratado  de  Petrópolis,  pelo
qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas,
ou 36.268 contos e 870 mil­réis em moeda e câmbio da época), e por troca de territórios (pequenas áreas no
Amazonas e no Mato Grosso). [61][63]

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Em  consequência,  dissolveu­se  o  Estado  Independente,  passando  o  Acre  Meridional  e  o  Acre  Setentrional  a
constituírem o território brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de 25 de fevereiro de
1904, e do decreto 5 188, de 7 de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do
Alto  Purus  e  o  do  Alto  Juruá,  chefiados  por  prefeitos  da  livre  escolha  e  nomeação  do  presidente  da
república. [61][63]

Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando
validez  de  títulos  coloniais,  reivindicava  todo  o  território  do  Acre  e  mais  uma  extensa  área  do  estado  do
Amazonas. [64] Delegações administrativas e militares desse país tentaram estabelecer­se no Alto Purus (1900,
1901  e  1903)  e  no  Alto  Juruá  (1898  e  1902). [64]  Os  brasileiros,  com  seus  próprios  recursos,  forçaram  os
peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903). [65]

Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus
e  no  Alto  Juruá  e  o  estabelecimento  de  uma  administração  conjunta  (julho  de  1904).  Isso  não  impediu  um
conflito  armado  entre  peruanos  e  um  destacamento  do  exército  brasileiro  em  serviço  no  recém­criado
departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das forças peruanas. [61][63]

À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do
Alto Juruá, Rio Branco propôs ao governo do Peru  o  acerto  de  limites  firmado  a  8  de  setembro  de  1909. [66]
Com esse ato completou­se a integração político­jurídica do território na comunidade brasileira. [61][66]

Movimento Autonomista ­ De Território a Estado
Entre  1904  e  1920  o  Acre  não  teve  uma  única  capital,  com  as
capitais  dos  três  departamentos  se  reportando  diretamente  ao
governo federal. [67]

A  evolução  do  Acre  aparece  como  fenômeno  típico  de  penetração


moderna  na  história  do  Brasil,  acompanhada  de  importantes
contribuições  na  projeção  econômica  do  país.  Exercendo  papel  de
destaque  na  exportação  nacional  até  1913,  quando  se  iniciou  da Memorial dos Autonomistas,
borracha nos mercados europeu e norte­americano, o Acre conheceu localizado na capital Rio Branco.
um  período  de  grande  prosperidade:  na  passagem  do  século,  em
menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes.

Logo  após  a  anexação  do  Acre  ao  Brasil,  os  acrianos  esperavam  pela  sua  elevação  a  Estado  o  mais  rápido
possível,  uma  vez  que,  nessa  época  (Auge  do  Ciclo da Borracha),  o  Acre  representava  1/3  do  PIB  brasileiro.
Porém  isso  não  aconteceu.  Atendendo  às  disposições  jurídicas  do  Tratado  de  Petrópolis,  o  presidente
Rodrigues  Alves  sancionou  a  lei  que  criava  o  Território  do  Acre  (1904)  ­  o  primeiro  do  país  ­  dividindo  o
território  em  três  departamentos:  o  do  "Alto  Acre",  o  do  "Alto  Purus"  e  o  do  "Alto  Juruá",  este  último
desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia­se, até 1921,
por prefeitos designados pelo Presidente da República.

Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de Cruzeiro do Sul, em 1910, que
depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do
Alto Juruá). Cem dias depois, entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem"
e  a  tutela.  Em  1913,  um  movimento  de  revolta  ocorreria  no  Purus,  em  Sena  Madureira,  por  motivos  muito

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semelhantes  ao  do  Alto  Juruá.  Em  1918,  seria  a  vez  da  luta  autonomista  chegar  ao  vale  do  Acre,  em  Rio
Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de subjugação ao governo federal.
Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.

A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma
política de 1920 ­ que unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial ­ serviu
para acalmar o vale do Acre, que foi beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio
Branco.

Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas
uma década mais tarde, quando a Revolução de 1930 alterou completamente os rumos da república brasileira.
Nesse momento, os acrianos acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi
em vão.

Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá­lo na
Câmara Federal, sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu­se mais um longo
período  em  que  as  discussões  autonomistas  não  passavam  de  conversas  em  intermináveis  reuniões  e  de
fundações de agremiações políticas e jornais que tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram­
se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido Construtor, Partido Autonomista, Partido
Republicano do Acre Federal, Comitê Pró­autonomia, etc. Assim como se multiplicavam os títulos de jornais
com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939­1945), os seringais da Malásia foram ocupados pelos japoneses e, a
Tailândia um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do Eixo. Assim, o Acre representou
uma  das  principais  fonte  de  borracha  dos  Aliados  durante  a  guerra. [68]  Em  reconhecimento  à  contribuição
produtiva em prol da vitória aliada, o Brasil conseguiu recursos norte­americanos para construir a Companhia
Siderúrgica  Nacional,  e  assim  alavancar  a  industrialização  estagnada  do  Centro­sul,  sem  indústrias  de
base. [43]  Para  solucionar  o  impasse  e,  também  para  suprir  a  borracha  para  o  material  bélico  dos  Forças
Aliadas, em maio de 1941 o governo brasileiro fez acordos com o governo dos Estados Unidos, os Acordos de
Washington, [43]  iniciando  outra  operação  em  larga  escala  de  extração  de  látex  na  Amazônia,  a  Batalha  da
Borracha. [43]

Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o Partido
Social Democrático, do ex­governador José  Guiomard  dos  Santos,  resolveu  assumir  essa  bandeira  e  elaborar
um projeto de lei que transformava o Acre em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em
todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957, provocando uma intensa disputa política entre o PTB de
Oscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se posicionado contra a lei de transformação do
Acre em Estado.

Depois  de  muitas  disputas  no  Congresso  Nacional,  finalmente  em  1962,  durante  a  fase  parlamentarista  do
governo João Goulart, foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos. Por uma ironia
política,  o  presidente  João  Goulart  era  do  Partido Trabalhista Brasileiro,  o  partido  que,  a  nível  nacional,  se
colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho
de 1962.

O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre,
o PTB foi o grande vencedor, fazendo o primeiro governador constitucional do Acre, o Professor José Augusto
de Araújo, além de todas as prefeituras municipais acrianas.

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Na década de 1960, iniciou­se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a
criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM,1966). Procurou­se melhor entrosar
os  subsetores  regionais  dentro  do  próprio  Estado,  concorrendo  para  isso  os  ramais  da  Transamazônica,  que
ligaram Rio Branco e Brasileia, no alto curso do Acre, e Cruzeiro do Sul, às margens do Juruá, cortando os vales
do  Purus  e  do  Tarauacá.  Incrementou­se  a  política  de  planejamento,  destinada  a  corrigir  as  distorções
demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.

Na década de 1980, o governo do Acre venceu uma ação judicial contra o Amazonas, onde reivindicava nova
demarcação dos limites territoriais, sob a alegação de que deveriam ser acima da linha Cunha Gomes. [69]  O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou ser procedente. [69]

História recente
Em  2005,  foi  iniciada  a  construção  da  Estrada do Pacífico,  que  dá  ao  Brasil,  pelo  Acre,  acesso  a  três  portos
peruanos no Oceano Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a Ásia. [70] A estrada
foi concluída em 2011. [71]

Em 2007, a assembleia legislativa do estado aprovou uma regularização fundiária para legitimar a posse e a
alienação de propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios acrianos, um
feito inédito no país. [72] Em junho de 2008, entrou em vigor a lei que alterou os fusos horários brasileiros e o
Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em relação ao fuso de Brasília. [73] Apesar do referendo, o Acre
mantém o antigo fuso horário. [73]

A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do Exército na fronteira do Acre com o departamento boliviano de
Pando. [74] Essa região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por
opositores  ao  referendo  de  aprovação  de  uma  nova  Constituição, [75]  mas  os  conflitos  se  dissiparam  com  a
realização do referendo na Bolívia, em janeiro de 2009. [76]

Em abril de 2008, o Acre vence uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno
da  linha  Cunha  Gomes, [69][77]  em  uma  disputa  territorial  de  26  anos,  anexando  os  municípios  de  Envira,
Guajará, Boca do Acre, Pauini, Eirunepé e Ipixuna. [69]  A  redefinição  territorial  consolidou  a  inclusão  de  1,2
milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao território do Acre, o que corresponde
a 11 583,87 quilômetros quadrados.

Em  outubro  de  2014,  Tião  Viana  (PT)  foi  reeleito  governador,  com  51,29%  dos  votos  válidos  contra  o  seu
adversário, o candidato Marcio Bittar (PSDB). [78]

Geografia
O  estado  do  Acre  ocupa  uma  área  de  152.581  km²,  localizado  no  extremo  oeste  do  Brasil,  localiza­se  a
70º00'00" de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 09º00'00" de latitude sul da Linha do Equador e
com fuso horário ­5 horas em relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No
Brasil, o estado faz parte da região Norte, fazendo divisa com os estados do Amazonas e Rondônia e fronteira
com dois países: Peru e Bolívia.

Praticamente  todo  o  relevo  do  estado  do  Acre  se  integra  no  baixo  platô  arenítico,  ou  terra  firme,  unidade
morfológica que domina a maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste
para nordeste, com topografia, em geral, tabular. No extremo oeste se encontra a Serra da Contamana ou do
Divisor,  ao  longo  da  fronteira  ocidental,  com  as  maiores  altitudes  do  estado  (609  m).  Cerca  de  63%  da
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superfície estadual fica entre 200 e 300m de altitude; 16% entre 300 e 609; e 21% entre 200 e 135.

O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as temperaturas médias mensais variam entre 24 °C
e 27 °C, sendo a menor média da Região Norte. As chuvas atingem o total anual de 2.100mm, com uma nítida
estação seca nos meses de junho, julho e agosto. A Floresta Amazônica recobre todo o território estadual. Muito
rica  em  seringueiras  da  espécie  mais  valiosa  (Hevea  brasiliensis)  e  Castanheiras  (Bertholletia  excelsa),  a
floresta garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional de borracha e castanha. Os principais rios do Acre,
navegáveis principalmente nas cheias (Juruá, Tarauacá, Envira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com
cursos quase paralelos e que só vão confluir fora de seu território.

Demografia
De acordo com o Censo brasileiro de 2010, o Acre era habitado por
733 559 habitantes, sendo que haviam 532 279 habitantes em área
urbana  e  201  280  habitantes  em  área  rural.  Quanto  à  questão  de
gênero,  haviam  368  324  homens  e  365  235  Mulheres.  Foram
identificados  221  108  domicílios,  sendo  que  apenas  191  169  deles
eram  ocupados,  gerando  um  deficit  habitacional  de  29  939
domicílios.  A  média  de  habitantes  por  domicílio  era  de  3,82
pessoas. [81]  A  capital,  Rio  Branco,  é  a  maior  e  mais  populosa
cidade  do  estado,  com  quase  350  mil  habitantes,  sendo  a  sexta
Mapa climático do Acre.
maior cidade na Região Norte. [82]

De 1991 a 2010, o crescimento demográfico experimentado pelo Acre Crescimento populacional
foi considerado muito alto, atingindo 3,3% ao ano, acima da média Censo Pop. %±
nacional.  Em  1991,  foram  contados  417.165  habitantes.  48%  da 1920 92 379 —
população  do  estado  vive  na  capital.  No  interior,  a  população  vive 1940 79 768 ­13,7%
dispersa  ao  longo  dos  rios,  ocupada  na  extração  de  borracha, 1950 114 755 43,9%
castanha e madeiras. 1960 160 208 39,6%
1970 218 006 36,1%
As  densidades  demográficas,  em  2006,  mostravam­se  bastante 1980 306 893 40,8%
homogêneas.  Na  região  mais  povoada,  a  do  baixo  Acre,  havia  17,2 1991 417 165 35,9%
hab./km² e, na menos povoada, a do alto Purus, 1,1 hab./km². 2000 557 226 33,6%
2010 733 559 31,6%
Na  formação  da  população  acriana  entraram,  além  dos  índios,  os Est. 2017 829 619 [79] 13,1%
nordestinos  ­  principalmente  cearenses  ­  que  aí  chegaram
Fonte:[80]
maciçamente  durante  o  período  áureo  da  borracha  (1880­1913)  e  os
sulistas,  que  chegaram  maciçamente  durante  a  década  de  70  em
diante.

Houve também imigrações de árabes (principalmente sírios­libaneses) e italianos (sendo ambas as maiores na
Região Norte), além de japoneses, alemães e eslavos (esses em pequena escala)

Principais centros urbanos
Rio Branco, capital e centro administrativo, econômico e cultural, e também o mais populoso município,
com 370 550 habitantes, quase metade da população estadual.
Cruzeiro do Sul é a segunda maior cidade acriana e um porto do rio Juruá, sendo também a mais
desenvolvida da mesorregião que recebe o mesmo nome.
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23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Outros municípios mais populosos são (IBGE 2015): Sena Madureira, com 41 750 habitantes; Tarauacá, com
38 819 habitantes; Feijó com 32 385 habitantes e Brasileia, com 23 849 habitantes.

Desenvolvimento Humano
O IDH do Acre é de 0.719, posicionando­se na vigésima primeira posição no ranking brasileiro, sendo que 20
estados  estão  em  situação  melhor,  e  6  estados  estão  em  situação  pior  ou  igual:  As  cidades  com  melhor
desempenho são: Rio Branco, Senador Guiomard, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Acrelândia.

Posição no ranking brasileiro Município IDH


1767 Rio Branco 0,754
2980 Senador Guiomard 0,701
3244 Epitaciolândia 0,684
3266 Plácido de Castro 0,683
3291 Acrelândia 0,68

Etnias

Cor/Raça (IBGE 2006)[84] Porcentagem

Pardos 57,5%
Brancos 33,0%
Negros 7,8%
Amarelos ou indígenas 1,7%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12.000 índios, que representam 2% da população
total  do  Estado.  Esse  contingente  populacional  pertence  a  14  diferentes  etnias,  de  línguas  Pano,  Aruak  e
Arawá:  (Yaminawa,  Manchineri,  Kaxinawá,  Ashaninka,  Shanenawa,  Katukina,  Arara,  Nukini,  Poyanawa,
Nawa,  Jaminawa­Arara  e  Isolados).  As  etnias  isoladas,  sem  contato  com  a  sociedade,  têm  o  seu  território
tradicional ao longo da fronteira internacional Brasil­Peru. [85]

Política
O Acre é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário. Por
meio  de  referendos  e  plebiscitos,  é  permitida  a  participação  popular  nas  decisões  de  governo. [86]  A  atual
constituição do Acre foi promulgada em 1989, [87] acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas
Constitucionais. O poder executivo acriano está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio
universal e voto direto e secreto, pela população para mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser
reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Rio Branco, que desde 1930 é a sede do governo acriano.
O  poder  legislativo  do  estado  é  unicameral,  constituído  pela  Assembleia  Legislativa  do  Acre,  localizado  no
centro  de  Rio  Branco.  Ela  é  constituída  por  24  deputados,  que  são  eleitos  a  cada  4  anos.  No  Congresso
Nacional, a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário
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acriano  é  o  Tribunal  de  Justiça  do  Estado  do  Acre,  localizado  no


centro  de  Rio  Branco.  Compõem  o  poder  judiciário  os
desembargadores e os juízes de direito.

Com  241  196  eleitores,  Rio  Branco  é  o  município  com  o  maior


número  de  eleitores.  É  seguido  por  Cruzeiro  do  Sul,  com  54,1  mil
eleitores,  Sena  Madureira  (27,5  mil  eleitores),  Tarauacá  (24,9  mil
eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil, 16,2
Palácio Rio Branco, primeira sede do
mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor
governo do Acre. Em 1962, o antigo
número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil. [88]
Território do Acre se tornou estado.

Tratando­se sobre partidos políticos, todos os 35 partidos políticos
brasileiros  possuem  representação  no  estado. [89]  Conforme  informações  divulgadas  pelo  Tribunal  Superior
Eleitoral (TSE), com base em dados de outubro de 2016, o partido político com maior número de filiados no
Acre é o Partido dos Trabalhadores (PT), com 10 297 membros, seguido do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro  (PMDB),  com  8  616  membros  e  do  Partido  Comunista  do  Brasil  (PCdoB),  com  8  047  filiados.
Completando a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por número de membros, estão o Partido
da  Social  Democracia  Brasileira  (PSDB),  com  5  954  membros;  e  o  Partido  Socialista  Brasileiro  (PSB),  com
3 964 membros. Ainda de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o Partido Novo  (NOVO)  e  o  Partido  da
Causa Operária (PCO) são os partidos políticos com menor representatividade na unidade federativa, com 4 e
25 filiados, respectivamente. [89]

Subdivisões
Região  geográfica  intermediária  é,  no  Brasil,  um
agrupamento  de  regiões  geográficas  imediatas  que
são articuladas através da influência de uma ou mais
metrópoles,  capitais  regionais  e/ou  centros  urbanos
representativos  dentro  do  conjunto,  mediante  a
análise  do  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e
Estatística (IBGE). [90]

As  regiões  geográficas  intermediárias  foram


apresentadas em 2017, com a atualização da divisão
regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das
Divisão das regiões intermediárias e imediatas.
antigas mesorregiões,  que  estavam  em  vigor  desde  a
Legenda:
   Região Imediata de Rio Branco divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por
sua  vez,  substituíram  as  microrregiões.  A  divisão  de
   Região Imediata de Brasileia
2017  teve  o  objetivo  de  abranger  as  transformações
   Região Imediata de Sena Madureira
relativas  à  rede  urbana  e  sua  hierarquia  ocorridas
   Região Imediata de Tarauacá
desde  as  divisões  passadas,  devendo  ser  usada  para
   Região Imediata de Cruzeiro do Sul
ações de planejamento e gestão de políticas públicas e
para  a  divulgação  de  estatísticas  e  estudos  do
IBGE. [90]

O Acre é dividido oficialmente em duas regiões geográficas intermediárias: a Região Geográfica Intermediária
de Rio Branco  e  a  Região  Geográfica  Intermediária  de  Cruzeiro  do  Sul.  A  primeira  se  divide  em  três  regiões
intermediárias:  as  de  Rio Branco,  Brasiléia  e  a  de  Sena  Madureira.  Já  a  segunda  se  divide  em  duas  regiões

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imediatas: a de Cruzeiro do Sul e a de Tarauacá.

O Acre é formado pela união de vinte e dois municípios, desde a última alteração feita em 1992, através das lei
estaduais n.º 1.025, 1.026, 1.027, 1.028, 1.029, 1.030, 1.032, 1.033, 1.034, que criaram dez novos municípios
no  estado  (Acrelândia,  Bujari,  Capixaba,  Epitaciolândia,  Jordão,  Marechal  Thaumaturgo,  Porto  Acre,  Porto
Walter, Rodrigues Alves e Santa Rosa do Purus). [91]

Economia
O  Acre  possui  o  25.º  maior  Produto  Interno  Bruto  (PIB)  do  país,
baseado  principalmente  na  exploração  de  recursos  naturais  e  no
setor primário. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2014, o
PIB acriano era de 13.459.000 bilhões, enquanto o PIB per capita
era de 17.034 reais. [93] Apesar de possuir uma das maiores taxas de
aumento  de  economia  (4,4%  em  2014)  e  um  PIB  per  capita  tido
como alto, este último é o segundo menor valor entre os estados de
sua  macrorregião,  superando  apenas  o  Pará.  Além  disto,  a
economia do estado é avaliada como a terceira pior entre todas as
Passarela Joaquim Macedo, símbolo
unidades federativas brasileiras e sua capital, Rio Branco, está na
da capital acriana, Rio Branco,
última  posição  entre  as  capitais  estaduais  no  quesito  PIB  per centro político e financeiro do
capita. [94][95][96] estado.

O  modelo  de  desenvolvimento  econômico  baseia­se,


primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de
madeira por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante
o uso econômico sustentável da floresta.

O Banco  Interamericano  de  Desenvolvimento ­ BID  ­  financia  um


projeto  de  US$  106  milhões  no  Estado,  visando  dotá­lo  de Exportações do Acre ­ (2012)[92]
infraestrutura  física  e  institucional  que  viabilize  o  sucesso  do
projeto de desenvolvimento sustentável.

Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso
quanto  à  recuperação  das  áreas  exploradas  pelos  planos  de  manejo  e  pela  exclusão,  na  prática,  de  efetivos
benefícios às populações locais (apesar de previsão no projeto).

A  economia  acriana  repousa  na  exploração  de  recursos  naturais.  Os  mais  importantes  são  a  borracha  e  a
castanha, produtos nos quais se basearam o povoamento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos
rios, pois a seringueira é árvore de mata de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi
rama e cernambi seringa. A maior parte da produção estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca­
se  o  vale  do  Rio  Acre,  que,  além  de  possuir  o  maior  número  de  seringueiras,  é  também  região  rica  em
castanheiras,  fazendo  do  estado  o  maior  produtor  e  exportador  nacional  de  castanha.  A  floresta  acriana  é
também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para a
alimentação local.

A  agricultura  reduz­se  a  pequenas  culturas  de  mandioca,  feijão,  cana­de­açúcar  e  arroz.  A  indústria  de
transformação compreende pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de
mandioca.

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A  pauta  de  exportação  do  Acre  é  composta,  principalmente,  por  coco,  castanha  e  caju  (29,80%),  madeira
serrada  (23,34%),  madeira  perfilada  (19,71%),  madeira  compensada  (9,31%)  e  produtos  farmacêuticos  de
origem animal (4,97%). [92]

Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales
se  fazem  pelas  confluências,  o  que  envolve  longos  percursos.  Com  a  conclusão  das  estradas  que  integram  a
ligação  Rio  Branco­Porto  Velho­Cuiabá­Limeira,  o  Acre  passou  a  contar  com  transporte  rodoviário  para  o
Sudeste do Brasil.

Agricultura
Um dos principais produtores de borracha (Hevea brasiliensis) no
país,  o  Acre  apresentou  em  2008  a  produção  de  845  t, [97]
representando  pouco  mais  de  um  quarto  do  total  nacional.  Na
região de Abunã, um seringueiro chega a produzir 1,5 t de borracha
por  safra.  Os  tipos  produzidos  são  "caucho",  "cernambi  caucho",
"cernambi rama"  e  "cernambi  seringa".  A  coagulação  ainda  é  feita
pelo  processo  da  defumação.  A  produtividade  média  é  de  dois
quilos de látex por hévea.

Extração de látex da seringueira.

A  coleta  de  Castanha­do­Brasil  é  também  atividade  importante,


realizada,  em  geral,  pelo  seringueiro,  como  ocupação  subsidiária,
na época das chuvas. Sua safra não é regular. A produção acriana
em  2009  foi  de  20  t,  representando  20%  de  toda  a  produção
nacional,  sendo  a  maior  do  Brasil. [98]  A  madeira  tem  também
importância econômica  na  região,  sendo  a  produção  de  lenha  em
2008 de 679.077 m³. [97] O método de extração é rudimentar, sendo Imagens de Rio Branco, capital do
usadas  serras  manuais  e,  assim  mesmo,  só  nos  centros  mais Estado.
adiantados.  A  lavoura  é,  em  geral,  de  subsistência,  não  tendo
condições  para  se  manter  diante  dos  altos  rendimentos  da  atividade  extrativa.  Os  principais  produtos
agrícolas  do  Acre,  em  2008,  apresentaram  os  seguintes  resultados:  arroz  (28.569  t), [99]  cana­de­açúcar
(52.609 t), [99] feijão (5.779 t), [99] mandioca (730.434 t)[99] e milho (61.088 t). [99]

Pecuária, pesca e mineração
A pecuária começou a ser desenvolvida só a partir da década de 1970. O solo utilizado nos plantios desgasta­se
pelas derrubadas e queimadas e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que
são abertos na mata, se ainda não esgotados pela lavoura, são facilmente invadidos pela capoeira. Em 2008,

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contava  o  Acre  com  155.861  suínos, [100]  2.425.687  bovinos, [100]  77.623  ovinos, [100]  7.201  muares, [100]
60.668 equinos[100] e 15.433 caprinos. [100]

A  pesca  é  praticada  em  pequena  escala,  sendo  na  maioria  dos  casos  de  subsistência.  Em  2005,  foram
produzidas 3.510 t de pescado, [101] a antepenúltima produção do país. A mineração é escassa e caracterizada
pela garimpagem mais primitiva — feita através de bateias —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua
produção.

Indústria
A indústria do estado, em 2009, ocupava 13 mil pessoas[102] em 1416 estabelecimentos e unidades, [103]  que
produziram bens no valor de R$ 773 milhões. A indústria ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande
parte de produtos alimentícios, como queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar
de  alguns  produtos  agrícolas,  como  a  farinha  de  mandioca  e  o  açúcar  bangüê.  O  estado  também  possui
indústrias  na  produção  de  barcos,  carrocerias  de  caminhões,  laminados  e  pisos  de  madeira,móveis,  vidros
temperados,  preservativos  (sendo  a  única  do  mundo  a  usar  borracha  natural  proveniente  de  látex  nativo),
dentre outros produtos. Nas colônias mais importantes do Alto Juruá e do Alto Purus, ou mesmo em locais que
possam  atender  em  várias  colônias,  estão  instalados  "conjuntos  mecânicos",  pertencentes  quase  todos  ao
governo. Nos conjuntos mecânicos encontram­se máquinas para debulhar o milho, descorticar o arroz,  ralar,
prensar e cozer a mandioca, além de moendas e tochas para o fábrico de açúcar de cana. A potência instalada
das  usinas  geradoras  em  2004  é  de  331  GWh,  com  um  consumo  mínimo  de  405  GWh. [104]  Atualmente  o
estado possui 2 Distritos Indústriais: 1 na capital Rio Branco e outro no município de Acrelândia.

No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial
incentivado,  onde  as  empresas  localizadas  operam  com  redução/suspensão  de  impostos  e  contribuições
federais  e  liberdade  cambial  (podem  manter  no  exterior  100%  das  divisas  obtidas  nas  exportações),  com  a
condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens e serviços ao mercado externo, pretendendo
levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países asiáticos, quando concluída
a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR­317, entre a capital Rio Branco e o município de
Senador Guiomard. [105]

Comércio
A  quase  totalidade  do  comércio  do  estado  é  feita  por  via  fluvial  e  em  pequena  escala  por  via  aérea.  O  Acre
exporta quase tudo o que produz e importa praticamente tudo que consome. A pauta de exportação resume­se
na madeira  compensada  e  perfilada  (49%), [106] madeira  serrada  ou  em  folha  (27%), [106]  frutas  (21%)[106]  e
outros (3%), [106] convergindo na totalidade para os estados do Amazonas e Pará, de preferência para Belém,
origem também da maioria de suas compras. O comércio com o limita­se a compra de gado em pé e gêneros
alimentícios  da  Bolívia,  frequentemente  de  caráter  ilegal.  Em  março  de  2010  o  valor  da  exportação  por
cabotagem foi de US$ 15.727.499 [107] e a importação de US$ 15.059.156. [107]

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Composição econômica[108]

Serviços 68,2 %

Agropecuária 17,2 %

indústria 14,7 %

Produto Interno Bruto

Evolução do PIB do Estado do Acre[109]

Infraestrutura

Educação
O ensino fundamental  contava  em  2008  com  1.593  escolas,  com  o
Resultados no ENEM
corpo docente de 7.476 professores e 164.043 alunos  matriculados.
Contava o ensino médio com 111 escolas, 1.594 professores e 33.113 Ano Português Redação

matrículas.  O  ensino  infantil  calculava  275  pré­escolas,  1.052 2006[110] 31,05 (25.º) 47,97 (24.º)
professores  e  22.104  alunos.  O  ensino  superior  era  ministrado  em Média 36,90 52,08

2007, em 9 estabelecimentos, com 17.840 alunos matriculados. 2007[111] 43,60 (25.º) 54,78 (17.º)


Média 51,52 55,99
Em 2008, a taxa de analfabetismo no estado é de 13%, uma das mais
2008[112] 35,15 (25.º) 57,62 (17.º)
equilibradas  do  Brasil.  Da  população,  36,2%  dos  acrianos  são Média 41,69 59,35
analfabetos funcionais.

As principais universidades do Acre são: Instituto Federal do Acre, Universidade Federal do Acre  (públicas),
União Educacional do Norte e Instituição de Ensino Superior do Acre (particulares).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre 18/27
23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Saúde
Em 2005, havia no estado 337 estabelecimentos hospitalares, sendo 282 públicos e 55 particulares, com um
total  de  1.561  leitos.  Dos  337  hospitais,  227  eram  de  finalidade  geral  e  221  eram  especializados.  Dos  7
municípios  existentes  em  1970,  apenas  Rio  Branco  possuía  abastecimento  de  água  encanada,  embora  não
possuía  serviço  de  esgoto,  o  que  impede  o  controle  de  disenteria  amebiana  endêmica.  Em  2005,  o  estado
possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto. Em 2006, a mortalidade infantil era de 20,7
por 1.000 nascidos vivos, sendo a malária a principal causa de morte. Povoações distantes entre si por dia de
caminhada na floresta, e que por vezes, no período das chuvas,  ficam  completamente  isoladas,  dificultam  a
irradiação da saúde pública.

Uma  pesquisa  promovida  pelo  IBGE  em  2008  revelou  que  73,4%  da  população  do  estado  avalia  sua  saúde
como  boa  ou  muito  boa;  61%  da  população  realiza  consulta  médica  periodicamente;  35,6%  dos  habitantes
consultam o dentista regularmente e 5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze
meses. [113] Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2% dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e
apenas  12,6%  possuíam  plano  de  saúde.  Menos  da  metade  dos  domicílios  particulares  no  estado  são
cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%. [113]

Na questão da saúde feminina, 27% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos
últimos doze meses; 30,4% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois
anos;  e  77,7%  das  mulheres  entre  25  e  59  anos  fizeram  exame  preventivo  para  câncer  do  colo  do  útero  nos
últimos três anos. [113]

Segurança pública
Segundo  o  Exército  Brasileiro,  o  Acre  integra  o  Comando  Militar  da
Amazônia,  que  tem  sede  em  Manaus,  destacando  os  pelotões  de
fronteira.De acordo com a Força Aérea Brasileira, o estado integra o VII
Comando Aéreo Regional (VII COMAR), também sediado em Manaus,
se  destacando  o  Destacamento  de  Controle  de  Espaço  Aéreo  de  Rio
Branco (DTCEA­RB) e o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de
Cruzeiro do Sul (DTCEA­CZ), ambos pertencentes ao Centro Integrado
de  Defesa  Aérea  e  Controle  de  Tráfego  Aéreo  IV  (CINDACTA  IV),  o
estado não possui uma Base Aérea. Não existem, no estado, unidades
da Marinha.
Brasão da Polícia Militar do
A Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) tem por função primordial Estado do Acre.

o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no Estado
do  Acre.  Para  fins  de  organização  é  uma  Força  Auxiliar  e  Reserva  do  Exército  Brasileiro,  assim  como  suas
coirmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do
Estado do Acre. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os
membros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) é uma Corporação cuja principal missão consiste
na execução de atividades de Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros
Públicos no âmbito do estado do Acre. Ele é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema
de Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Seus integrantes são denominados Militares dos Estados pela
Constituição Federal de 1988, assim como os membros da Polícia Militar do Estado do Acre.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre 19/27
23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

A  Polícia  Civil  do  Estado  do  Acre,  é  uma  das  polícias  do  estado  do
Acre, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual compete,
nos termos do artigo 144, § 4.º, da Constituição Federal e ressalvada
competência específica da União, as funções de polícia judiciária e de
apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar.

A  mais  importante  instituição  penitenciária  é  a  Colônia  Penal  e


Agrícola Evaristo de Morais, em Rio Branco.

Transportes
Brasão do Corpo de Bombeiros
As principais rodovias do Acre
Militar do Estado do Acre.
são:

BR­364 ­ Juntamente com a BR­317 é a principal rodovia do Acre. A
leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao restante do país. A
oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do
Sul, segunda principal cidade do estado, passando pelos municípios de
Acesso a Senador Guiomard pela Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues
Alves.
rodovia estadual AC­040.
BR­317 ­ Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado,
passando pelos municípios de Senador Guiomard, Capixaba, Brasileia
na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasileia a estrada continua por mais 110 km até chegar
na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar­se­á um importante eixo de
exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (estima­se que em 2011), o
Brasil estará totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho.
AC­040 ­ Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo
fronteira com a Bolívia.
AC­401 ­ Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de
Castro à cidade de Acrelândia, já próxima da BR­364.
AC­010 ­ Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com
o Amazonas.

Comunicações
Os principais jornais do estado são: O Estado (semanal), A Gazeta, O Rio Branco, A Tribuna, Jornal Opinião,
Jornal Página 20 (diários). As principais estações e emissoras de televisão do estado são: TV Aldeia (afiliada da
TV Cultura), TV Acre (afiliada da Rede Globo), TV 5 (afiliada da Band), TV Rio Branco (afiliada do SBT), TV
Gazeta (afiliada da Rede Record), ABC TV (afiliada da RedeTV!) e TV União Rio Branco (emissora local que não
é afiliada a nenhuma das grandes redes), na cidade de Rio Branco; TV Cruzeiro do Sul (afiliada da Rede Globo),
TV Ituxi (afiliada do SBT) e TV Integração (afiliada da Band), estas na cidade de Cruzeiro do Sul. As principais
estações de rádio do estado são: Rádio Gameleira FM, Rádio Aleluia FM, Rádio Gazeta FM, Rádio União FM,
Rádio Aldeia FM, Rádio CBN Amazônia Rio Branco, Rádio EcoAcre FM, Rádio Cidade FM, Rádio Boas Novas
FM,  Rádio  Progresso  AM,  Rádio  Líder  AM,  Rádio  Universitária  Metropolitana  AM,  Juruá  FM,  Verdes
Florestas, Integração FM, sendo que as três últimas estão localizadas em Cruzeiro do Sul e as demais em Rio
Branco.

Cultura

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre 20/27
23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da Região Norte, porém há um alto consumo de
cultura nordestina. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão,
vatapá e carne de sol com macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex, já
que muitos nordestinos migraram para o Acre tentando uma melhor qualidade de vida.

No  artesanato  os  artigos  confeccionados  com  materiais  extraídos


da floresta amazônica. Do seringal  surgiu  a  figura  do  seringueiro,
que  colaborou  em  momentos  importantes  da  história  brasileira
para o desenvolvimento do país, trabalhando duro na extração do
látex  na  floresta  amazônica.  Da  floresta  também  surgiu  Chico
Mendes, que hoje é considerado referência internacional na luta em
defesa  da  Amazônia;  Chico  Mendes  foi  assassinado  em  22  de
dezembro  de  1988  e  ganhou  um  prêmio  único  da  ONU,  o  Prêmio
Usina de arte João Donato, Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.
importante polo de produção e
difusão cultural. Em  Rio  Branco  encontra­se  uma  comunidade  religiosa  chamada
Alto  Santo  (Centro  de  Iluminação  Cristã  Universal)  que  pratica  o
Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e
cipó, usado pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os
idosos. Os integrantes usam fardas e cantam o hinário.

O Acre já foi retratado como cenário histórico no cinema e na televisão, interpretado por um numeroso elenco
de  atores  consagrados  na  minissérie  Amazônia,  de  Galvez  a  Chico  Mendes  (2007),  da  mesma  autora  das
telenovelas América (2005) e Caminho das Índias (2009), a acriana Glória Perez.

Ver também
Naturais do Acre
República do Acre
Lista de municípios do Acre
Lista de municípios do Acre por população
Lista de governadores do Acre
Lista de museus do Acre
Revolução Acriana

Notas
1.  Os pontos extremos do Brasil são:

Ao norte, a nascente do Rio Ailá, na Serra do Caburá, no Estado de Roraima.
Ao sul, o Arroio Chuí, no Estado do Rio Grande do Sul.
A leste, a Ponta do Seixas, no Estado da Paraíba.
A oeste, a Serra de Contamana, no Estado do Acre.
2.  No ano de 1877 o nordeste brasileiro sofria com as consequências da seca. Muitos nordestinos,
principalmente do Ceará, foram estimulados a migrarem para o Acre, para assim trabalharem na extração
do látex.
3.  A borracha foi um produto que causou uma corrida para a Amazônia brasileira, sendo tão importante quanto
o café para a economia.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acre 21/27
23/04/2019 Acre – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Ligações externas
Página oficial do governo do Acre (http://www.ac.gov.br/)
Procuradoria­Geral do Estado do Acre (http://www.pge.ac.gov.br/)
Assembleia Legislativa do Estado do Acre (http://www.al.ac.leg.br/)
Tribunal de Justiça do Estado do Acre (http://www.tjac.jus.br/)
Geografia e biodiversidade (http://www.amazonlink.org/ACRE/amazonas/seringueiros/floresta.htm)
Índios no Acre (http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=802)
JuruáOnline, Portal de Notícias de Cruzeiro do Sul, Estado do Acre (http://www.juruaonline.com.br/)
Tribunal Superior Eleitoral (http://www.tse.jus.br/)

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