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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FAE


PEDAGOGIA

Amanda Marques de Souza


Carolina Aparecida de Sena

Estágio Curricular em Gestão Escolar


Relatório Final de Observações e Intervenção Pedagógica

BELO HORIZONTE – MG
JULHO/2017

Amanda Marques de Souza

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Carolina Aparecida de Sena

Relatório Final de Observações,


apresentado à disciplina de Estágio
Curricular em Gestão Escolar, sob o
código ADE 051, ministrada pelo professor
Hormindo Pereira de Souza Junior. Turma
P. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS

BELO HORIZONTE – MG
JULHO/2017

INTRODUÇÃO

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Este trabalho refere-se a uma síntese reflexiva apresentada a disciplina de Estágio
Curricular em Gestão Escolar. É uma produção que tem por objetivo apresentar os
resultados e experiências obtidos durante o estágio articulado ao referencial teórico.

A complexibilidade do trabalho na Gestão Educacional, tanto em seus aspectos


teóricos quanto em seus aspectos práticos, apresenta como desafio de integrar
suas faces, sem contradições. Este trabalho envolve observações, participações e
pedagógicas realizadas durante o estágio, almejando a reflexão sobre a relação
entre prática e teoria, bem como as dificuldades e desafios encontrados durante
esse processo.

Caracterização geral da Instituição.

A ESCOLA ESTADUAL ALESSANDRA SALUM CADAR, onde está sendo


realizado o estágio, está localizada na Rua Joaquim Antônio da Rocha Costa , 145

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bairro Eliane - Justinópolis, na cidade de Ribeirão das Neves - MG, instituição
pública de ensino sob responsabilidade do estado. O estágio teve início em 17 de
abril.
A escola atende uma comunidade carente, localizada em uma zona periférica
de Ribeirão das Neves, com alto índice de violência e vulnerabilidade social,
demandando atenção para casos de negligência das famílias em relação aos
jovens.
No que diz respeito a estrutura física, a escola conta com 17 (dezessete )
salas de aula , 1 (uma) sala de informática, 1 (uma) biblioteca , 1 (uma) secretaria ,
1 (uma) sala de supervisão , 1(uma) sala para a direção, 1(uma) sala para os
professores ,1 (uma) cantina, 2 (duas) instalações sanitárias, sendo uma para os
alunos e uma para os funcionários , 1 quadra poliesportiva descoberta. Todas essas
dependências são de alvenaria , bem arejadas e apresentam bom estado de
higienização , com exceção da quadra poliesportiva, que é inutilizada pelos alunos
durante as aulas, por estar coberta de mato alto, sem cobertura e com parte do
muro danificado, correndo risco de desabamento do restante. A escola também
necessita da construção de um auditório para aprimorar o trabalho docente em prol
dos alunos, já que apresentações coletivas em culminâncias de projetos são
eventos comuns na escola. A instituição também possui rampas de acessibilidade
para alunos cadeirantes. Como se situa em um morro, dentro da construção tem
vários desníveis, e os alunos contam com rampas na entrada, no acesso entre a
cantina e as salas da direção/supervisão/secretaria e nas salas do primeiro andar.
Todavia, as salas de aula do segundo andar são inacessíveis.

A instituição atende dois níveis de ensino: Fundamental e Médio. Sendo a


modalidade de Ensino Fundamental sob o regime de ciclo para os anos iniciais e
seriação para os quatro últimos anos do Ensino Fundamental. Ensino Médio etapa
conclusiva da Educação Básica, com duração mínima de três anos. E ainda oferece
a Modalidade EJA EM (Educação de Jovens e Adultos - Ensino Médio) com duração
de 1 ano e meio. Além do curso de Magistério com duração de dois anos.
Recentemente a escola aderiu ao Projeto de Elevação da Escolaridade para o
Ensino Médio oferecido pela Secretaria do Estado de Educação em parceria com a
Fundação Roberto Marinho. Trata-se de uma turma de alunos com histórico de

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atraso escolar e/ou dificuldades de aprendizagem, que recebem o curso no horário
antecedente as aulas regulares.

A escola opera em três turnos: manhã, tarde e noite. Sendo 15 turmas pela
manhã contemplando 531 alunos,15 turmas no período da tarde contemplando 403
alunos, e 13 turmas no noturno com 433 alunos.

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O Corpo Docente que atua na escola é formado por 40 professores; 6 (seis)
técnicos-administrativos, 2 (dois) supervisores pedagógicos por turno manhã e tarde
e 1(um) para o noturno, 5 (cinco) funcionários na cantina e limpeza, 1 (uma)
diretora e 3 (três) vice-diretoras.
Organização e formação dos professores do turno pesquisado
(noturno):

PORTUGUÊS: 2 professores, ambos com graduação.


MATEMÁTICA: 2 professores, ambos com graduação
ED. FÍSICA: 1 professor, pós graduado
BIOLOGIA: 1 professor, graduado
HISTÓRIAS: 2 professores, 1 graduado e 1 doutor
GEOGRAFIA: 1 professor, graduado
QUÍMICA: 1 professor, graduado
FILOSOFIA: Cargo sem professor
SOCIOLOGIA: 1 professor, graduado
FÍSICA: 1 professor, graduado
ARTES: Cargo sem professor

Aspectos da organização escolar


A proposta educacional da instituição:

A Proposta da “ Escola Estadual Alessandra Salum Cadar ” tem como base


conceituar o papel da escola, bem como sua relação com a família, sociedade,
somado a sua prática pedagógica, buscando assim uma integração sócio política e
educacional, em seguimento com a sociedade. Mais que definir conceitos e
condições dos processos pedagógicos e administrativos, a escola tem como
princípio refletir e valorizar profundamente os valores e a realidade da comunidade
escolar, bem como suas formas de sobrevivência entre outros.
A instituição preza pela interação entre escola, família e comunidade, lutando
juntas pelos objetivos em comum. Propõe formação voltada para o exercício da
cidadania, democracia e companheirismo. Assim sendo, a escola buscará
elementos para educação, quer seja no compromisso do aluno, na competência

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técnica dos profissionais, visando a obtenção de resultados significativos para a
formação de cidadãos pensantes e ativos na sociedade.
O Projeto Político Pedagógico, é recente, do ano de 2016. Foi elaborado em
reuniões pedagógicas com a colaboração de professores e supervisores. Possui
embasamento teórico nas DCN - Diretrizes Curriculares Nacionais, BNCC - Base
Nacional Comum Curricular e CBC Currículo Básico Comum do estado de Minas
Gerais que também serve como referência para a elaboração do currículo da
escola.
Segundo o PPP - Projeto Político Pedagógico da instituição, a avaliação deve
ser um procedimento continuado, parte de um processo maior, mais abrangente,
onde vários sujeitos participam, e através dela se tem intenção clara de verificar,
analisar e redimensionar a prática da escola e dos sujeitos envolvidos: profissionais,
alunos e família. Portanto, trata-se de uma avaliação processual, que acontece o
tempo todo.
É importante ressaltar que os aspectos qualitativos preponderam-se em
relação aos aspectos quantitativos durante os processos de avaliação dos alunos.
São eles: Esforço apresentado para vencer dificuldades; Assiduidade e participação
nas atividades; Relacionamento com colegas e professores que contribua para a
qualidade da ação educativa; Organização do trabalho escolar e pontualidade nas
entregas das tarefas; Qualidade e nível dos trabalhos (provas, cadernos,
exercícios); Interesse e aplicação no processo de aprendizagem explicitados pela
pontualidade e atitudes de responsabilidade e cooperação.
Para os alunos que possuem dificuldade ou atraso no tempo escolar, a
escola participa do Projeto de Elevação Escolar.
O Projeto Elevação da Escolaridade-Metodologia Telessala Minas Gerais é
uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e a
Fundação Roberto Marinho. Esse projeto tem como eixo principal a formação,
acompanhamento pedagógico dos professores e a oferta de metodologia
diferenciada, buscando garantir a continuidade do percurso escolar dos jovens entre
15 e 17 anos em distorção idade/ano de escolaridade que ainda não concluíram o
Ensino Fundamental.
A turma de elevação da escolaridade é orientadas por práticas pedagógicas
que valorizam as habilidades e competências já desenvolvidas pelo estudante,
articuladas com os conhecimentos escolares, de forma colaborativa, inovadora e

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criativa. A Metodologia das Telessalas dá suporte às ações docentes por meio de
utilização de materiais educativos diversificados. Ela possibilita a construção de
tempos e espaços escolares flexíveis, em que os estudantes são convidados a
serem protagonistas do seu processo de formação.

A organização dos tempos e espaços:

De uma forma geral, as características sociais econômicas e culturais dos


profissionais da escola são bem parecidas com a dos alunos, onde predominam
situações de vulnerabilidade social e carente típico de uma região periférica da
cidade de Ribeirão das Neves.
No quadro de funcionários, a maior parte é preenchida por mulheres com
formação acadêmica que variam entre ensino fundamental incompleto à pós
graduação e idades entre 20 a 60 anos.
A escola busca propor atividades que valorizam a realidade dos alunos,
então propõe oficinas de hip hop, forró, artesanato, cursos de informática básica e
principalmente encontros literários e sarau.
As principais festas que acontecem na escola são: a festa da família que
acontece no mês de junho que tem caráter típico das festas juninas conhecidas no
Brasil e a Mostra Cultural que acontece no fim de cada ano letivo, onde todos os
trabalhos feitos no decorrer do ano são expostos para toda a comunidade. Além de
cartazes, fotos, móbiles também se expõem artes plásticas, brinquedos construídos
pelos alunos, vídeos e até mesmo danças e teatro. As duas atividades contam com
participação direta da comunidade e mobiliza todos os profissionais da instituição

As regras disciplinares e sanções: como funcionam, quem determina, quem


zela pelo cumprimento, etc.;

As regras disciplinares para os profissionais da escola são descritas no


Regimento Escolar do ano de 2016. Sua organização é dividida em: Pessoal
Docente (professores, coordenadores e estagiários) e Administrativo (cantineiras,
faxineiros, secretários e outros).O ingresso desses profissionais se fará segundo a
legislação vigente.

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Aos Docentes e administrativos o documento descreve todas as atribuições
que a escola espera, o desempenho de todas as atividades que, por sua natureza,
são inerentes à função que exercem e os estabelecidos na legislação vigente.
Aponta ainda seus direitos conforme sua atuação na instituição. Além de proibições
específicas da instituição como.
● usar linguagem inadequada em suas atividades de ensino e no
convívio escolar ;
● reter o aluno em atividades destinada à merenda ;
● exigir do aluno esforço físico ou mental incompatível com sua aptidão;
● suspender o aluno de aula ou colocá-lo fora de sala , sem devido
encaminhamento ao serviço competente ;
● impingir castigo físico ou desmoralizar a qualquer aluno ;
● alterar quaisquer resultados da avaliação , após a entrega à Secretaria
da Escola , ressaltando os casos de erro manifesto , declarado ou
reconhecido pelo Professor ;usar de discriminação com os alunos , por
motivo de raça , condição social , nível intelectual , sexo, credo ou
convicção política ;
● Trajar-se de maneira inadequada em todas as atividades escolares ;
● Desviar qualquer espécie de material do material estabelecimento ;
● Retirar , sem prévia autorização da autoridade competente , qualquer
documento ou objeto da escola ;
● Trazer prejuízo físico moral ou intelectual ao aluno , resultante de ação
ou omissão;
● Praticar ato que resulte em exemplo deseducativo para o aluno e toda
e qualquer outra atitude que entre em desacordo com seus deveres e
direitos.
O pessoal docente e administrativo se sujeita o regime disciplinar com a
finalidade de aprimorar o ensino, a formação do aluno, o desenvolvimento das
atividades escolares, o entrosamento dos serviços existentes e a consecução dos
objetivos propostos.
O regimento escolar ainda descreve deveres, direitos e medidas disciplinares
para o pessoal discente da escola que compreende todos os alunos regularmente
matriculados em qualquer etapa dos cursos oferecidos na escola.

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O Zelo pelo cumprimento do regimento deve ser feito por todos os envolvidos
e acarretam punições para todos os casos, sejam eles docentes, discentes e
administrativos.
As penalidades a serem aplicadas ao pessoal administrativo e docente serão
as previstas na legislação pertinente, de acordo com o regime de admissão a que
esteja submetido.
Para os discentes, Nos casos em que se fizer necessário o afastamento do
aluno, e a sua permanência for considerada inconveniente, a Direção , após ouvido
o Colegiado , deverá encaminhá-lo ao Conselho Tutelar ou à Promotoria Pública
para conhecimento da situação em busca de soluções adequadas.
As atividades pedagógicas pensadas pelos professores são na maior parte
das vezes voltadas para dentro de sala de aula. No entanto, a equipe de
coordenação pedagógica atendendo as demandas dos alunos, tem buscado
articular juntamente com os professores atividades que explorem outros espaços da
instituição como o pátio e a quadra, por exemplo. Boa parte das atividades
executadas na escola se relacionam com literatura, com isso, depois da sala de aula
o ambiente que os alunos mais frequentam é sem dúvida a biblioteca.
Assim como todas as escolas, os espaços são divididos para
docentes/administrativos e discentes. E de uma forma geral os espaços são sempre
explorados de acordo com as necessidades pedagógicas e as condições físicas e
de segurança em que se encontram.
O pátio é o lugar mais frequentado pelos discentes e são onde eles
costumam se extravasar, correm, gritam, brincam e se expressam. A sala de
professores, é o local em que os docentes se reúnem para tratar de assuntos
pedagógicos e as por vezes assuntos pessoais e confraternizações.
A equipe de coordenação pedagógica busca manter a escola sempre
enfeitada de acordo com as datas comemorativas. E cartazes que abordem os
assuntos da atualidade, por exemplo, informativos sobre surtos de doenças e
prevenções, ENEM, movimentos ou oficinas que possam interessar a comunidade
escolar, atual conjuntura política do Brasil e outros. Além de expor os trabalhos
feitos pelos alunos por meio de cartazes, móbiles e painéis, como uma forma em
que eles se sintam representados.

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O estado de conservação e estrutura física da escola, de um modo geral é
ampla e muito bem equipada, mas apresenta alguns rabiscos nas paredes, carteiras
e janelas feitas pelos próprios alunos.
Dispõe de rampas de acesso no portão, para a cantina e para as salas do
primeiro andar, porém não dá acesso ao segundo e terceiro andar da escola.
Ainda é possível encontrar restos de entulho numa parte da quadra devido a
uma parte do muro da escola que caiu. Já estão providenciando as reformas
necessárias.

A organização dos tempos escolares: como se organizam e se articulam


os tempos dos alunos,profissionais e comunidade;

O tempo escolar é organizado em três turnos com duração de 4 horas e


cumprindo 200 dias letivos assim como pede a legislação vigente do Brasil e varia
de acordo com os níveis e modalidades de ensino.

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Para a elaboração deste Calendário Escolar deverão ser especificados: a
data do início e do término do ano letivo, com o mínimo de 200 dias letivos e
800 horas para os anos iniciais, 833 horas e 20 minutos para os anos finais do
ensino fundamental e médio, bem como do início e do término do ano escolar; os
períodos de planejamento e matrícula, férias dos professores e alunos, recessos,
cursos de aperfeiçoamento, reuniões pedagógicas, estudos orientados e reuniões
do Conselho de Classe; Os dias de comemorações cívicas e sociais; Campeonatos
esportivos ,apresentações culturais ,bailes, gincanas, exposições, oficinas
,excursões, festas e projetos que visam socializar os conhecimentos produzidos e
as experiências compartilhadas.
É importante ressaltar que, considera-se dia letivo aquele em que
professores e alunos desenvolvem atividades de ensino-aprendizagem, de caráter
obrigatório, independentemente do local onde sejam realizadas. O Calendário
precisa ser aprovado pelo colegiado e do Inspetor Escolar, e posteriormente deverá
ser homologado e qualquer alteração deverá ser comunicada à 1ª SRE .

Os critérios para a distribuição dos alunos por turma, ciclos e séries (ou para
a distribuição dos profissionais nas tarefas cotidianas da instituição)

No que se refere aos critérios de de distribuição por turma a escola considera


que o processo de alfabetização e o zelo com o letramento são a base de
sustentação para o prosseguimento de estudos, com sucesso. Sendo assim
organiza suas atividades de modo a assegurar aos alunos um percurso contínuo de
aprendizagem se a articulação do Ciclo de Alfabetização com o Ciclo
Complementar.
O Ciclo da Alfabetização, atende os alunos com seis anos de idade, e tem
suas atividades pedagógicas organizadas de modo a assegurar que, ao final de
cada ano, todos os alunos tenham garantidos, pelo menos, os direitos básicos de
aprendizagem. E ao final do Ciclo de Alfabetização, todos os alunos devem ter
consolidado as capacidades referentes à leitura e à escrita necessárias para
expressar-se, comunicar-se e participar das práticas sociais letradas, e ter
desenvolvido o gosto e apreço pela leitura, compreender e utilizar o sistema de
numeração, dominar os fatos fundamentais da adição e subtração, realizar cálculos

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mentais com números pequenos, dominar conceitos básicos relativos a grandezas e
medidas, espaço e forma e resolver operações matemáticas com autonomia.
Já o ciclo Complementar, tem como objetivo consolidar a alfabetização e
ampliar o letramento, terá suas atividades pedagógicas organizadas de modo a
assegurar que esse direito do aluno. E ao final do Ciclo Complementar, todos os
alunos deverão ser capazes de ler, compreender, retirar informações contidas no
texto e redigir com coerência, coesão, correção ortográfica e gramatical dominar e
compreender o uso do sistema de numeração, os fatos fundamentais da adição,
subtração, multiplicação e divisão, realizar cálculos mentais, resolver operações
matemáticas mais complexas, ter conhecimentos básicos relativos a grandezas e
medidas, espaço e forma e ao tratamento de dados em gráficos e tabelas.

A atuação da gestão/coordenação diante dos aspectos acima citados.

É papel da coordenação pedagógica, juntamente com a direção escolar,


organizar as reuniões do colegiado onde são discutidos como será elaborado o
calendário escolar. Nesta reunião, a coordenação organiza os tempos de modo a
todos os setores da escola- professores, alunos, secretariado e serviços gerais-
terem oportunidade de opinar. Já para a formação das turmas, a
coordenação/direção organiza uma reunião com os professores, onde são
discutidas questões como organização dos horários de aula de acordo com a
disponibilidade dos professores concursados. Também é discutida a distribuição de
alunos por turma, onde os professores discutem as particularidades dos alunos para
decidir qual o melhor agrupamento.

A integração do trabalho na escola e com a comunidade:

A gestão da escola tem como lema o trabalho em conjunto escola-


comunidade, para melhor desenvolvimento do aluno. Visando atingir esse objetivo,
a supervisão/direção da escola sempre recorre a comunidade para resolver
questões que se apresentem a escola, como questões disciplinares, culminâncias
de projetos, e até mesmo gasto de verbas destinadas a infraestrutura da escola.
Quando se trata de algum problema específico com um aluno ou grupo de alunos, a

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gestão/supervisão sempre dá prioridade para que esse problema seja resolvido
junto com a família, sendo que estes são chamados a escola com frequência.

A participação da comunidade com a escola é satisfatória, na maioria das


vezes, os pais atendem o chamado da supervisão. O contrário também acontece;
não são raras as vezes que um pai aparece na escola pedindo auxílio com algum
problema da família ou do aluno, e a supervisão/gestão sempre os atende, sendo
receptivas e auxiliando no possível.

O relacionamento entre o(a) pedagogo(a) e os professores, a comunidade e os


alunos;

No geral, a supervisora e a direção tem um bom relacionamento com os


alunos e a comunidade; os alunos sempre recorrem a supervisora em busca de
solução a situações da sala de aula, para propor projetos, discutir rotinas da escola
ou simplesmente para conversar. Por mais que a escola enfrenta sérios problemas
advindos da comunidade carente, os alunos sempre demonstram respeito ao
trabalho da supervisão, e esta demonstra competência e postura frente aos mais
variados problemas- violência, abusos, desacato, etc.

A participação de alunos, comunidade e profissionais no cotidiano da escola:


reuniões, conselho de classe,

Em busca de intensificar a participação da comunidade e dos alunos com a escola,


a supervisão este ano está com um projeto de criação do Grêmio Estudantil. A idéia
é que o Grêmio tenha um aluno representante em cada turma, e este participe de
todas as decisões escolares, incluindo questões disciplinares onde o colegiado não
atuaria.

O trabalho do(a) gestor/a ou do/a coordenador/a pedagógico/a:


A proposta do(a) pedagogo (ou do/a profissional responsável pelo processo
desenvolvido na instituição) para a organização do trabalho: estratégias e
mecanismos;

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A supervisora e a vice diretora do turno trabalham em conjunto, em alguns
momentos, é difícil separar a função de cada uma. As duas trabalham em
concomitante buscando interagir os professores e os alunos em todas as decisões a
serem tomadas. Semanalmente, é realizada uma reunião de módulo em conjunto,
onde a supervisão aponta os projetos que pretende aplicar e escuta dos professores
as dificuldades que encontram em sala de aula. Essas reuniões embasam o
trabalho da supervisão, que busca discutir com os alunos os problemas expostos
pelos professores a fim de solucioná-los.

Os problemas, conflitos, dificuldades e, sobretudo, os avanços no trabalho


deste(a) profissional;

Por mais que a supervisão/direção se esforcem para integrar a comunidade


e os alunos as rotinas da escola, são grandes os desafios, principalmente por se
tratar de uma zona periférica, com um número considerável de pais ausentes ou
envolvidos em criminalidade. Mesmo com todos os desafios, a gestão já conquistou
grandes ganhos, e a escola é bastante respeitada pela comunidade, que a defende
e se mostra, em partes, receptivas às mudanças propostas.

Um olhar sobre o cotidiano da instituição e sobre o trabalho do/a pedagogo/a.

Em suma, o trabalha da coordenadora pedagógica é apoiar o trabalho dos


professores, corrigindo diários, organizando provas, atividades interdisciplinares,
sanando dúvidas e zelando pela organização das aulas. Também apoia em
situações pedagógicas referentes ao comportamento dos alunos, interferindo
quando solicitado pelo professor- ou pelo aluno. Também realiza atendimento aos
pais que procurem a escola, organiza reuniões com os responsáveis pelo aluno
quando necessário, organizar projetos interdisciplinares e os aplica, e responde pela
escola junto a Secretaria Estadual de Educação e a Metropolitana C.

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INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Identificação do problema para realização da intervenção;

Em nossas observações, percebemos em diversos momentos situações de


violência verbal entre os alunos, entre si ou contra a equipe docente.

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Justificativa da escolha;
A escolha do tema baseou-se em uma situação particular que presenciamos,
quando, durante a tentativa da supervisora pedagógica de resolução de um
problema, ela e a equipe integrante do colegiado foram ameaçados por um aluno e
sua família, sendo que a ameaça mais grave resultou no afastamento da
supervisora por uma semana, por razões de segurança.
A convivência baseada no respeito e na solidariedade tem sido algo cada vez
mais desafiador em nossa sociedade, e por consequência nas escolas, pois os
interesses coletivos vêm sendo substituídos gradativamente por padrões
individualistas. Por isso, trabalhar com o resgate de valores e a mediação de
conflitos tornou-se algo primordial para construir um bom clima na instituição e,
dessa maneira, garantir bons resultados no processo de ensino e aprendizagem.

Discussão sobre as possíveis causas que levaram ao surgimento do problema


para a implementação da intervenção;

Acreditamos que as situações violentas presentes na escola se dão devido


ao perfil cultural dos alunos atendidos. Por se tratar de uma escola localizada numa
região periférica da cidade de Ribeirão das Neves, onde é comum apresentar casos
de violência e envolvimento dos moradores da comunidade com o crime e drogas. A
maior parte dos alunos da instituição tem ou já tiveram contato com a criminalidade,
seja diretamente ou por meio de algum parente, vizinho ou conhecido que esteja
envolvido.

Descrição das situações observadas, das formas de intervenção do(a)


pedagogo(a), do coletivo de profissionais, da comunidade e do(a)
estagiário(a);

Várias foram as situações presenciadas onde os alunos respondiam as


divergências com violência verbal. A mais marcante, que pesou para a escolha
deste tema para a intervenção, ocorreu com um aluno da EJA, que envolveu
também seu núcleo familiar.
Durante a aula, a professora expulsou o aluno da classe e encaminhou para
a supervisão, alegando que o mesmo havia lhe agredido verbalmente duas vezes

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durante a aula. Enquanto a supervisora tentava remediar e entender o ocorrido,
percebeu que o aluno estava visivelmente alterado, e o mandou para casa com uma
semana de suspensão, afirmando que iriam conversar sobre o caso em sua volta.
Como o aluno é maior de idade, não foi solicitado a presença dos pais neste
momento. Enquanto o aluno se encaminhava para o portão da escola, proferiu
várias palavras e gestos de baixo calão, de modo que toda a escola pôde ouvi-lo.
Passados os dias de suspensão, o aluno retornou à escola. A supervisora,
então, lhe contou da decisão de que ele não poderia retornar a sala de aula neste
ano, pela atitude condizente com a postura escola que teve ao sair da escola no dia
do fato, mas que teria sua vaga garantida para a turma do próximo ano. O aluno
concordou e saiu. Mais tarde, retornou à escola acompanhado de sua mãe e irmã,
que chegaram a escola alteradas, ameaçando a supervisão e direção. A supervisora
então solicitou uma reunião com o colegiado, e pediu para que o aluno e sua família
comparecesse para discutir o caso.
No dia da reunião, a família compareceu e toda situação foi discutida. Como
não era a primeira vez que o aluno tomava esse tipo de postura na escola,
decidiram por manter a decisão da supervisora de bani-lo do restante do ano letivo.
Inconformados, os três proferiram uma série de ameaças as pessoas presentes na
reunião, mas principalmente à supervisora, e estas foram tão graves que foi
solicitado uma viatura na escola. A mesma não compareceu, a reunião foi encerrada
e o aluno, acompanhado de mãe e irmã, foram embora, prometendo vingança a
todos, e principalmente a supervisora, que entre as ameaças foi jurada de
assassinato.
Diante das ameaças, a supervisora se direcionou a delegacia, onde
preencheu boletim de ocorrência. A direção, percebendo o abalo da supervisora, lhe
afastou do cargo a fim de impedir que a mesma pedisse remoção. Passadas uma
semana, a supervisora voltou ao seu posto na escola, e até o presente momento
não se ouviu mais falar sobre esse assunto.
Também foram presenciadas situações em o aluno levou bebida alcoólica
para a escola, onde consumia e dividia com os colegas. Para evitar punições, os
pais tiraram o aluno da escola. Várias cenas de agressão verbal entre os alunos, e
outras dos alunos contra alguns professores.

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Proposta de trabalho: proponha algum tipo de intervenção em relação à
situação analisada.

Objetivo geral:Amenizar manifestações de violência no contexto escolar por meio


do resgate de valores e da construção da cultura de paz.
Objetivos específicos
● Para a equipe gestora: diagnosticar os focos e as causas de violência, criar
espaços para discussão e reflexão sobre o tema e garantir que a instituição
seja um local onde todos desejam estar.
● Para os professores: implementar estratégias pedagógicas para o trabalho
com valores e a resolução de conflitos por meio do diálogo.
● Para os alunos: participar ativamente de momentos reflexivos e atividades
que envolvem o resgate de valores e exercitar a tolerância, a solidariedade e
a cooperação.
Tempo estimado
Todo o ano letivo.
Desenvolvimento
1ª etapa: Diagnóstico - Identificar ocorrências de violência no contexto
escolar. Para essa tarefa, você pode e deve contar com a ajuda dos professores,
dos funcionários e dos próprios alunos. Adote uma postura de escuta e crie espaços
que assegurem essa ação, proponha avaliações periódicas do clima ou
assembleias, onde todos possam compartilhar o que está afetando a boa
convivência. Faça um levantamento que leve em consideração a frequência e o tipo
de situação, como agressões físicas ou verbais, ameaças, bullying, discriminações
de todos os tipos.

2ª etapa Formação de mediadores de conflitos - Envolva o coordenador


pedagógico nas atividades e peça a ele que reúna a equipe docente para estudar o
levantamento realizado. Junto com o coordenador, levante com o grupo maneiras
de identificar as causas das ocorrências mapeadas e de solucionar os conflitos,
como a mediação por meio do diálogo. Discuta com os professores quais seriam as
principais características de um mediador de conflitos e pergunte se algum deles
gostaria de se voluntariar para assumir esse papel. O objetivo dessa etapa é

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preparar os docentes para lidar com os desentendimentos que surgem e também
preveni-los. Uma das possibilidades é incentivar que valores sejam trabalhados em
sala de aula em atividades de reflexão e trabalhos em grupo, durante os quais os
estudantes exercitam a cooperação, o respeito e a solidariedade com os colegas.
Enfatize que a instituição deve ser um lugar aprazível e onde todos são respeitados
por suas diferenças e compreendidos em suas dificuldades.

3ª etapa Criação coletiva de regras de convivência - Convoque


representantes de todos os setores para elaborar regras de convivência. Essa
estratégia possibilita que todos os segmentos sintam que têm voz nas decisões e,
por isso, faz sentido seguir as regras, uma vez que elas são resultado de um
consenso. Ressalte, também, que apenas criar medidas punitivas e coercitivas para
quem não cumprir o combinado não é suficiente para resolver o problema e que o
ideal é oferecer a possibilidade de refletir a respeito e reparar o erro. Exponha os
combinados em locais de grande circulação, como o pátio, a secretaria e os
corredores que levam às salas de aula.

4ª etapa Monitoramento - Acompanhe o clima escolar. Reúna os professores


periodicamente para saber como os conflitos têm sido resolvidos e se os
combinados estão sendo respeitados. Não deixe de manter a postura de escuta
para reclamações ou sugestões propostas por alunos, professores e funcionários.

Avaliação A continuidade ao mapeamento dos casos de violência e compare os


resultados dos registros deve permanecer durante todo o ano letivo. Com os dados
em mãos, analise se as ocorrências diminuíram e observe se todos têm se
comprometido na criação de uma cultura de paz na escola. Se necessário, adote
novas estratégias de prevenção e resolução de conflitos.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que, o estágio é um momento fundamental na vida de um acadêmico e


tem uma grande importância no processo de formação profissional, já que ele é
constituído em um treinamento o qual possibilita ao estudante vivenciar o que foi
aprendido na Faculdade.

O Estágio Curricular Obrigatório teve e tem como grande valia permitir-me a obter
conhecimentos através de um aprendizado técnico e humano, com o objetivo de
observar e aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas durante o
curso.

Por meio dele pudemos perceber as rotinas da gestão escolar, intervenções


pedagógicas e atitudes perante acontecimentos inesperados .Durante o estágio
tivemos a oportunidade de conviver com diversas situações as quais serviram e
servirão como aprendizagem e experiências para o resto de nossa vida como
profissional.

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REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam e RUA, Maria das Graças (coords.). Violência nas escolas. Brasília:
Unesco, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford,
CONSED, UNDIME, 2002.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9394/96. Brasília, DF:


Ministério da Educação, 1996.

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