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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED


CURSO DE JORNALISMO
DISCIPLINA: Sociologia
Prof: Mariana Cortez
Aluno: Tuila Tachikawa 11711JOR029
Sara Oliveira 11711JOR031
Matheus Minuncio 11711JOR030
Mateus Oliveira 11711JOR033
Vanessa Gianotti 11711JOR040

TRABALHO DE SOCIOLOGIA SOBRE O PROJETO “COMUFU” DE TEATRO, RELACIONADO A


DISCIPLINA DE PIC I.

Análise sociológica da peça “Aurora: Devaneios para o Fim” com relação ao texto “O Suicídio” de
Émile Durkheim.

Uberlândia

2017
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TRABALHO DE SOCIOLOGIA SOBRE O PROJETO “COMUFU” DE TEATRO, RELACIONADO A


DISCIPLINA DE PIC I.

Texto desenvolvido a partir de um acompanhamento


com os ensaios e apresentação do COMUFU,
projeto voltado ao acesso da arte para
membros ou não da UFU.
As oficinas de teatro começaram a ser acompanhadas
pelos alunos da nona turma de jornalismo no início do
ano letivo, e se finalizarão após a mostra do trabalho
de fotorreportagem à comunidade.

Uberlândia

2017
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Sumário:

Introdução e apresentação do projeto COMUFU……………………………………4

Apresentação e contextualização da peça “Aurora: Devaneios para o Fim”..............5

Contextualização do estudo de Émile Durkheim em “O Suicídio”............................6

Definição acerca dos três tipos de suicídio apresentados por Émile Durkheim…….7

Conclusão e relação entre o texto abordado e a peça do teatro em questão………...8


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Introdução e apresentação do projeto COMUFU


A comunidade escolhida pelo grupo para o projeto de PIC I foi a Comufu, que tem como
intuito disponibilizar o contato com o teatro para integrantes ou não da Universidade Federal
de Uberlândia. É relacionada com o IARTE, instituto de artes também da UFU.
· Os professores das oficinas são formandos do curso de licenciatura do teatro, as aulas são
dirigidas pelos professores como estágio e supervisionadas por instrutores já formados do
mesmo curso, essas aulas ocorrem na UFU, campus Santa Mônica, no bloco 3M na sala de
interpretação. Os encontros são semanais e têm início às 19h e término às 22h.
O professor do projeto é o graduando em teatro, Guilherme Rodrigues que ministrou as aulas
e foi o responsável por todo o roteiro do espetáculo que foi apresentado. Em conversa com
ele, este comenta que a Comufu “é um projeto que está dentro da disciplina de estágio
supervisionado IV. Uma forma de desenvolver a prática da sala de aula, onde os
alunos/professores aprendem na prática a profissão e no caso, de ser como um projeto de
extensão, é uma forma de devolver pra comunidade aquilo que é investido em nós alunos”
· Inicialmente, a escolha do grupo se deu pela proposta da aluna Sara Oliveira, que já havia
tido contato com a Comufu, e se interessou por trabalhar com esta comunidade.
· Outro fator relacionado foi o de que a aluna Vanessa Gianotti, integrante do grupo, também
começou a participar das oficinas de teatro. Sendo a participação na comunidade construtiva
na noção de identidade do grupo de teatro como também importante para os trabalhos
relacionados ao PIC.
Importantes temas são abordados nas peças de teatro. Trazendo a tona assuntos relacionados a
diversos âmbitos da sociedade de forma artística. Nesse caso o assunto tratado é o suicídio,
que traz a tona um preconceito engajado na sociedade, o que deveria ser trabalhado de
maneira mais abrangente e cotidiana. Isso porque de acordo com o texto “O Suicídio” de
Émile Durheim, o suicídio é um fato social, estando presente em todos os contextos da
sociedade.
O incentivo à arte de forma geral e o reconhecimento artístico se encontra cada vez mais
escasso, tornando o assunto menos abordado e propagado. Sendo este outro motivo pelo qual
a Comufu é a comunidade escolhida pelo grupo.
Ao analisarmos a programação dos eventos da Comufu, notamos pouca divulgação sobre as
oficinas, o que torna o projeto menos acessível. Nessa questão, pretendemos ajudar a difundir
melhor estes encontros.
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Apresentação e contextualização da peça “Aurora: Devaneios para o Fim”


A peça, “Aurora: Devaneios para o Fim”, de Marcos Vinícius de Oliveira, conta a história de
uma mulher que comete suicídio. A peça faz uma retrospectiva de seu funeral até as causas
que a motivaram a tirar a própria vida. Em seu funeral, um casal zomba de sua vida, falam o
quanto a moça era frágil e o quanto dependia de amores para se manter sã. Isso ao mesmo
tempo em que iniciam uma discussão sobre o próprio relacionamento, no qual a dependência
de amor de um deles resulta na ruína da relação, causada pela utilização de drogas da mulher.
Após a discussão, a mulher morre em um quarto de hotel por overdose, enquanto o rapaz
falece em um acidente de carro.
Em sequência, mostrando as causas da morte da moça, Aurora discute com seu amante:
Charles, e o acusa de traição, declara seu amor por ele enquanto que o rapaz faz pouco caso
da moça e questiona se o amor que ela diz ter por ele realmente vale a pena. Após a decepção
com Charles, Aurora conclui que já não havia mais amor entre os dois, e que na realidade esse
sentimento apenas a tira do caminho do sucesso, uma vez que sonhava em ser uma artista
reconhecida.
A protagonista relembra sua relação com o pai, que queria que suas filhas: Aurora e Leila, se
casassem com homens de prestígio, para que ele pudesse desfrutar dessas riquezas. George, o
pai, era absolutamente contra a carreira almejada pela filha, trazendo a falecida mãe de
Aurora a tona, uma vez que possuía os mesmos sonhos de Aurora.
Sua irmã mais nova, com quem tinha uma relação profunda, também morre, colaborando
ainda mais para a decisão da protagonista de tirar a própria vida.
Após todos esses eventos, Aurora abalada, apresenta uma personalidade modificada, um tanto
maléfica. Ela se encontra com uma jovem em seu prédio que chorava por um suposto rapaz.
Aurora, no entanto, divagava sobre sua vontade de jogá-la da escada, amava ser odiada, pois
segundo ela, amada nunca foi. A moça em prantos sugere acabar com a própria vida e a
protagonista prontamente apóia a idéia.
A última cena, na qual Aurora se despede, esta menciona a saudade da irmã, que também
cometeu suicídio, e como as pessoas sempre a abandonavam, o que remete sua infelicidade
frente a vida.
“Eu acho que simplesmente amei demais as pessoas e isso me deixou muito triste, porque elas
sempre me abandonavam! Passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque
parece tão fácil para as pessoas que tem empatia se darem bem. Apenas porque eu amo e
lamento demais pelas pessoas. Jogo-me nesse rio lentamente, e aos poucos vou me
desfazendo, uma mistura homogênea entre duas sujeiras... Amo vocês, e espero encontrá-los
do outro lado – Com amor, Aurora” (Carta de Aurora)
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Contextualização do estudo de Émile Durkheim em “O Suicídio”


Em texto tratado na aula de sociologia, como já citado acima, “O Suicídio”, de Émile
Durkheim, o autor discorre sobre este ato como algo que pode ser analisado como fato social.
Sobre a atitude, de acordo com Durkheim, a pessoa que tem a intenção sabe da consequência
final de seu ato, que significa sua própria morte, em seu estudo, Durkheim também acredita
que cada sociedade possui uma “predisposição” em cada momento a certo tipo de suicídio, e
cabe a sociologia estudar determinadas sociedades e relacionar a estas os estudos sobre os
tipos de suicídio. Estudar essas sociedades implica em conhecer diferentes situações pelas
quais o suicídio se dá, alguns exemplos destas são: religião, política local e familía. A análise
de Émile sobre o suicídio relacionado ao catolicismo apresentou um fato interessante, o de
que nos países católicos, suicida-se menos, isto pode ser resultado do fato de estes possuírem
os “confessionarios” ou também pelo fato de que de acordo com sua religião, o suicídio é
pecado. No quesito religioso, Durkheim crê que o homem suicida pelo fato de sua religião não
mais ter coesão, sendo a religião responsável por uma “integridade”, regida por leis e
condutas, quanto mais “integrada” for a religião, menor o índice de suicidas adeptos a esta.
Justamente por isso, o autor constata que o protestantismo apresenta maior número de
suicidas, afirma que a igreja católica se apoia em uma “hierarquização” maior, com mais
rigidez e normas, o que a faz mais íntegra, diferente do protestantismo por este apresentar
muitas vertentes e menor grupo hierárquico, o que faz com que a crença do indivíduo dependa
menos de seus superiores e mais das próprias convicções da pessoa. Outra curiosidade
apontada pelo autor é a relação entre o suicídio e a mulher, que na época em que foi analisada,
apresentava realidades muito distintas das de hoje, sendo mais “tradicionalista”, com desejos
sem grandes necessidades intelectuais, e representando desta forma um menor “instinto
suicida”.
O sociólogo também analisa em seus estudos, estações do ano, “ondas” de suicídios devido a
crises nacionais ou mundiais, cidades ou países com temperaturas anuais muito
características, problemas individuais, anos, relação entre suicídio e diferentes tipos de
homicídio e todo o tipo de situação que se dita isoladamente não se relacionaria ao suicídio.
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Definição acerca dos três tipos de suicídio apresentados por Émile Durkheim

Depois de todo estudo acerca do suicídio, Durkheim define três tipos desta ação, sendo elas o
suicídio Egoísta, Altruísta e Anômico.
O primeiro se define por um sentimento de isolamento social, seja este na família, no ciclo
social de amizades ou na comunidade de forma geral. Trata-se de um individualismo extremo,
no qual a pessoa toma a atitude devido a fatos que fazem com que esta sinta-se mal. O
altruísta se deve por um sentimento de “responsabilidade” para com a sociedade na qual vive,
existem vários exemplos que podem ser citados para tal, tais como os camicases, que lançam
as aeronaves nas quais estavam contra seus inimigos, causando a própria morte em nome de
seu imperador, considerado por estes uma divindade. Um exemplo mais atual desse tipo de
suicídio se dá pelos conhecidos “homem bomba”, que se cobrem de bombas e as explodem
normalmente em ambientes públicos, isto em função da religião na qual crêem.
E por fim, o suicídio anômico, este representado por crises econômicas, políticas, alterações
no modo de produção - como por exemplo com a chegada da modernização -, neste tipo, o
indivíduo antes possuía uma sensação de integração com a sociedade e posteriormente um
rompimento abrupto e repentino com esta. Neste exemplo de suicídio, notam-se geralmente,
índices crescentes de suicídios em determinadas épocas, visto que estes estão ligados a
acontecimentos sociais que afetam não apenas pessoas isoladas, mas a sociedade como um
todo, exemplo disso foi a “crise de 29”, na qual um grande contingente de pessoas ficam
desempregadas, e sem expectativa de reinserção à sociedade decidem tirar a própria vida.
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Conclusão e relação entre o texto abordado e a peça de teatro em questão


Por ser a temática abordada pelo grupo de teatro que estamos acompanhando e ter uma
relevância social considerável na contemporaneidade, selecionamos esse conceito. O suicídio
ainda é um tabu, por vezes, essa ação autodestrutiva não é creditada como uma patologia
social, contudo, a peça de teatro do grupo do Comufu, que estamos acompanhando, apresenta
esse ideal: o de desmascarar os tabus e mostrar a importância da discussão sobre o tema,
desvelando as dores individuais e a coerção social que pressiona o sujeito passivo dessa ação
a atentar contra a própria vida.
O qual é um ato que se reveste de individualismo extremado, caracterizando o suicídio
egoísta. É o tipo de suicídio que predomina nas sociedades modernas e é geralmente praticado
por aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados à sociedade e geralmente se
encontram isolados de seus grupos sociais.
Entre as ações que podem ser consideradas um indicador de um possível suicídio, estão em
evidência: o desgosto pela vida, a incapacidade de descarregar os receios e as angústias, a
pressão da vida social, o comportamento impulsivo exagerado e o isolamento acentuado. E
todos estes aspectos estão presentes dentro do roteiro da peça, e da própria apresentação. Que
tem como intuito alertar as pessoas quanto a este mal que assombra as sociedades modernas.
Aurora serve como “exemplo” de diversas pessoas que apresentam desgostos similares, e que
não enxergam solução viável a não ser a morte. A personagem não recebe uma atenção ou
compaixão por quase que nenhum meio no qual está inserida, sendo que em sua família,
possui seu pai, que se preocupa com um casamento que lhe traga vantagens financeiras, seu
namorado se encarrega de atitudes que visam apenas bens próprios, não se preocupando com
as consequências que causará em Aurora, e por fim, sua irmã, da qual era próxima, comete
suicídio, o que pode gerar na personagem a ideia de que a saída adotada por sua irmã é não só
solução como a única medida a ser tomada. Representa dessa forma, o primeiro tipo de
suicídio citado, visto que a decisão da personagem se dá por motivos que abrangem sua vida,
seus anseios, suas decepções, seu romance não “vitorioso”, seus problemas familiares dentre
outros, não observado nenhum motivo externo à personagem que fizesse com que tal tomasse
a atitude que toma.

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