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Princípios bíblicos para a disciplina na Igreja

Ao falar em disciplina na igreja, as pessoas logo pensam em ações extremas como a


exclusão de membros do corpo de Cristo. É verdade que este procedimento também é
uma forma de disciplina, entretanto, o significado do termo é bem mais amplo. O vocábulo
disciplina como entendemos no vernáculo ocorre apenas quatorze vezes no NT. Em três
destas ocorrências, o grego usa “paidéia” (Ef 6.4; 1 Tm 2.3; Hb 12.7,11).
Muitas vezes filhos de Deus comportam-se e praticam as ações dos filhos dos homens e
até do diabo (Jo 8.44; 1 Jo 3.10; Gl 5.15), por isso, a disciplina torna-se imperiosa em
vista da conduta ímpia de muitos cristãos que deveriam viver uma vida de santidade (Ef
5.26).
Algumas igrejas onde falta o referencial da sã doutrina da Palavra de Deus admitindo a
impossibilidade de fazer a separação do joio do trigo, sentindo a impossibilidade de
detectar corretamente quem possui a semente de Deus (1 Jo 3.9) e quem dela precisa,
tomam a decisão de evitar qualquer tipo de disciplina sob o pretexto de: “ deixar o trigo e
o joio crescerem juntos”, entretanto, uma igreja sem disciplina é uma igreja frouxa que
definhará espiritualmente.
Outra atitude comum, é a intolerância e a falta de misericórdia, destituida de qualquer
preocupação com o perigo de ofender ou fazer tropeçar “um pequenino que crê em
Cristo” (Mt 18.6). Disse um pastor que “ a igreja é o único exército que mata os seus
feridos”1. Já o Dr. Russel Shedd nos lembra que: “ enquanto a disciplina eclesiástica
comumente coloca fora da igreja o adúltero, que posição a igreja deveria tomar frente
àquele que olhou para uma mulher com intenção impura, e adulterou no coração com
ela? (Mt 5.28)2.” O Deus Santo em toda Bíblia é encontrado exigindo santidade de seus
filhos (Lv 11.44; 1 Pe 1.16) e chama seu povo de nação santa (1 Pe 2.9).
Entendemos que não disciplinar os faltosos significa correr o risco de identificar a Igreja
de Deus com o mundo. Nosso dever é nos disciplinarmos a nós mesmos (1 Co 9.24-27). A
disciplina orquestrada conforme os ditames da palavra de Deus, visa a preservação da
unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4.3) e por sua vez promove o crescimento da
igreja.
A disciplina visa à restauração. Porém, o disciplinado deve ser acompanhado e orientado
pela igreja em todo o tempo da sua disciplina. Não deve ser afastado dos cultos de
instrução e oração, pois neste momento ele está fraco e precisando alimentar seu espírito
com as coisas de Deus.
O arrependido e disciplinado deve ser genuinamente perdoado (Lc 17.3). Deus perdoa,
mas a igreja local muitas vezes não esquece, mas isola o irmão e o trata como se não
tivesse sido perdoado. A igreja precisa perdoar como Deus o faz (Mq 7.18,19). O apóstolo
Paulo exorta a igreja para que a mesma expresse perdão, e amor para com o arrependido,
para que “o mesmo não seja consumido por excessiva tristeza ” (2 Co 2.7-8).

1
Carl J. Laney, "The Biblical Practice of Church Discipline," Biblioteca Sacra (Outubro-Dezembro 1986): 353-64.
2
Russel Shedd – Disciplina na Igreja, pág. 9
Tipos de disciplina mencionados na Bíblia:
 Disciplina Divina – O Senhor mesmo corrige os Seus filhos pessoalmente (At 5.1-11);
 Disciplina Própria - Onde nós mesmos corrigimos as nossas atitudes erradas (1 Co
11.31);
 Disciplina no Lar - Os pais tem o dever de corrigem seus filhos (Ef 6.4).

Alguns termos chaves relacionados a disciplina na Igreja


Russel Shedd em seu livro “A disciplina na Igreja”, amplia o sentido do termo em sete
vocábulos que expressam toda amplitude deste relevante assunto 3:
 Disciplina - Vem de discípulo (gr. matheteuo). A ênfase aqui é o alvo supremo seguir o
mestre, formar uma pessoa em conformidade com o caráter do mestre. O “ide” de Jesus
não é somente para pregar, mas também para ensinar a Palavra de Deus.

 Ensino - (gr. didaskalia e didake) - O elemento essencial no discipulado é o ensino.


Como a igreja poderá obedecer ao Senhor Jesus se ignora os seus mandamentos? (Mt
28.20). O Senhor Jesus é chamado "Mestre" (gr. didaskalos) 60 vezes nos evangelhos.
Cristo investiu tempo no ensino, instruindo seus discípulos nos paradigmas do Reino de
Deus (Mt 5-7), diretamente e por ações (milagres) e parábolas (Mt 13.11). Paulo centrou
seu ministério no ensino. Logo que centenas de pessoas se converteram em Éfeso, Paulo
ensinou diariamente na escola de Tirano durante 2 anos (At 19.9-10). Assim, pode dizer
aos presbíteros de Éfeso "jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus " (At
20.27).

 Exortação (gr. paraklesis) - Cristo designou o Espírito Santo, o Parakleto 4, ou o


encorajador, exortador, advogado. Como substituto perfeito para sua presença física no
meio dos discípulos (Jo 14.16-18), o Espírito Santo habita nos crentes (v. 17). Os
elementos essenciais da disciplina preventiva, e também positiva, incluem a presença vital
do Espírito Santo, o exortador por excelência e a Palavra de Deus, abrangendo o
conhecimento, as emoções e a vontade.

 Educação (gr. paidéia) - Este vocábulo foi usado 8 vezes pelo autor aos Hebreus num só
parágrafo (Hb 12.4-11). A correção é fonte de esperança para os que a aplicam e vida
para aqueles que a recebem corretamente (Pv 19.18 e 4.13). A correta disciplina deve ser
sempre aplicada com amor e nunca com ira (Pv 13.24).

 Admoestação, advertência (gr. Noulhethon) - Admoestar significa "advertir" - O Apóstolo


Paulo, reunido com os presbíteros de Éfeso em Mileto (At 20. 17), os advertiu , dizendo-
lhes que após a sua partida (v.31) lobos vorazes atacariam o rebanho. Essa admoestação
é feita com lágrimas (v. 37); com profundo amor a Cristo e ao rebanho, feita para
preservar a pureza do Evangelho.

3
Russel Shedd – Disciplina na Igreja, págs 13-33
4
O vocábulo tem os seguintes sentidos: (a) Chamar (b) Intimar (c) Encorajar (d) confortar (e) Consolar.
 Repreensão (Elegmós = repreensão, alegchos = prova, Alecgo = reprovação) – Para
disciplina, o obreiro do Senhor precisa ter seu coração cheio de amor e estar em íntima
comunhão com Deus. Visando sempre restaurar o faltoso a comunhão com Deus e com a
sua igreja, levando-o a entender que o único caminho para a restauração espiritual é o
arrependimento (Gl 6.1,2).

Como deve ser aplicada a disciplina


• A disciplina deve ser aplicada por homens espirituais - cheios do Espírito Santo,
prudentes, cheios de amor - Lc 7; Jo 8;
• A disciplina deve ser aplicada com a finalidade de ganhar o falho - Não jogá-lo no
abismo, mas arrebatá-lo do fogo - Jd 24, corrigi-lo, ampará-lo - Gl 6.1,2 (NTLH);
• A disciplina deve ser aplicada com apelo para a conciliação - Fp 4.2
 A disciplina deve ser aplicada para restaurar o pecador (Mt 18.15; 1 Co 5.5 e Gl 6.1)
 A disciplina deve ser aplicada para manter a pureza da igreja (1 Co 5.6-8)
• A disciplina deve ser aplicada com moderação (Fp 4.5) Moderação (gr. epeikes)
tolerância, aceitação, acolhimento. O Dr. Shedd diz que moderação representa presteza na
reconciliação, prontidão no oferecimento de perdão.
• A disciplina deve ser aplicada com isenção de ânimo - Jesus lavou os pés dos discípulos
(Jo 13), incluindo Judas. Jesus sabia que ele era o traidor, mas não o excluiu da bênção.
• A disciplina deve ser aplicada com justiça - Seja um membro simples e pobre, ou um rico
e importante. Para o caso escabroso de 1Co 5.6,7, Pauto ordenou que a igreja excluísse o
faltoso. Não podia ser tolerado. Escandalizou a igreja e a sociedade. " Todo o pecado que
choca o mundo não pode ser tolerado pela igreja".
• A disciplina deve ser aplicada com compaixão (Jd 22.23).

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