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MATEMÁTICA
Governador do Estado do Amazonas
Omar Aziz
Secretária-Executiva
Sirlei Alves Ferreira Henrique
Secretária-Adjunta da Capital
Ana Maria da Silva Falcão
Secretária-Adjunta do Interior
Magaly Portela Régis
Secretaria de Estado de
Educação e Qualidade do Ensino
Copyright © SEDUC – Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino, 2012
EDITOR
Isaac Maciel
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Tenório Telles
DIAGRAMAÇÃO
Suellen Freitas
REVISÃO
Núcleo de Editoração Valer
NORMALIZAÇÃO
Ycaro Verçosa
76 p.
ISBN 978-85-87707-38-3
CDD 372.89
22 Ed.
2012
Carta ao Professor 9
Introdução 13
Considerações Finais 69
Referências 71
MATEMÁTICA 7
Omar Aziz
Governador do
Estado do Amazonas
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
8 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 9
CARTA AO PROFESSOR
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
cesso, novas respostas, novas atitudes e novos de e atenção com a formação educacional dos
procedimentos de ensino. Dessa forma, com nossos educandos.
compromisso, entusiasmo e consciência de
nosso papel como educadores, ajudaremos a Temos consciência do desafio que temos
construir uma nova realidade educacional em pela frente e entendemos que este é o primeiro
nosso Estado, fundada na certeza de que o co- passo de uma longa jornada, que dependerá da
nhecimento liberta, enriquece a vida dos indi- participação construtiva, não só dos professo-
víduos e contribui para a construção de uma res, corpo técnico e educandos, mas também
consciência cidadã. dos pais, agentes públicos e da sociedade.
PROPOSTA CURRICULAR DE
MATEMÁTICA PARA O
ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 13
INTRODUÇÃO
A Proposta que chega ao Ensino Médio sur- LDB (Lei nº 9.394/96), que requer um homem
giu das necessidades que se verificam não só cidadão, com capacidades para seguir os es-
no campo educacional, mas também nas de- tudos em um Nível Superior ou que seja capaz
mais áreas do saber e dos segmentos sociais. de inserir-se, com capacidades concretas, no
Dito por outras palavras, a vertiginosidade com mundo do trabalho.
que as mudanças ocorrem, inclusive situando- Mas para que esse homem-cidadão possa
nos em um novo tempo, cognominado pelos ter o arcabouço teórico exigido, ele precisa
filósofos como pós-modernidade, é o que nos conhecer o seu entorno, ou seja, ele precisa
obriga a repensar os atuais paradigmas e a ins- ser e estar no mundo, daí, então, que ele par-
taurar-se, como se faz necessário, novos. tirá para a construção da sua identidade, da
A mudança, na qual somos agentes e pa- sua região, do seu local de origem. Somente
cientes, não só desestabiliza a permanência após a sua inserção na realidade, com suas
do homem no mundo como também requer emoções, afetos e sentimentos outros, é que
novas bases, o que implica novos exercícios ele poderá compreender o seu entorno em
do pensamento. Considerando que é na Esco- uma projeção, compreendendo as suas des-
la, desde a educação infantil, que também se continuidades mais ampliadas, ou seja: so-
estabelecem os princípios e valores que nor- mente assim ele poderá ser e estar no mundo.
tearão toda a vida, é a ela que, incisivamente, As situações referidas são as norteadoras
as novas preocupações se dirigem. desta Proposta, por isso ela reclama a Inter-
É nesse contexto que esta Proposta se ins- disciplinaridade, a Localização do sujeito no
creve. É em meio a essas inquietantes angús- seu mundo, a Formação, no que for possível,
tias e no encontro com inúmeros caminhos, os integral do indivíduo e a Construção da cida-
quais não possuem inscrições, afirmando ou dania. É, portanto, no contexto do novo, do
não o nível de segurança, que ela busca insti- necessário que ela se organizou, que ela mo-
tuir alguma estabilidade e, ainda, a certeza de bilizou a atenção e a preocupação de todos os
que o saber perdurará, de que o homem conti- que, nela, se envolveram.
nuará a produzir outros/novos conhecimentos. Para finalizar, é opinião comum dos cida-
As palavras acima se sustentam na ideia de dãos, que pensam sobre a realidade e fazem
que a Escola ultrapassa a Educação e a Instru- a sua leitura ou interpretação, que o momen-
ção, projetando-se para o campo da garantia, to é de transição. Essa afirmação é plena de
da permanência, da continuidade do conheci- significados e de exigências, inclusive corre-se
mento do homem e do mundo. o risco maior de não se compreender o que
Os caminhos indicadores para a redefini- é essencial. É assim que o passado se funde
ção das funções da Escola seguem, a nosso com o presente, o antigo se funde com o novo,
ver, a direção que é sugerida. É por isso que criando uma dialética essencial à progessão
a Escola e o produto por ela gerado – o Co- da História. A Proposta Curricular do Ensino
nhecimento – instituem um saber fundado Médio, de 2011, resguarda esse movimento e
em Competências e Habilidades, seguindo a o aceita como uma necessidade histórica.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 15
A educação brasileira, nos últimos anos, Ensino Médio desenvolveu ações educacio-
perpassa por transformações educacionais nais para fundamentar as discussões acerca
decorrentes das novas exigências sociais, do currículo vigente.
culturais, políticas e econômicas vigentes no Os professores da Rede Estadual de Ensino
país, resultantes do processo de globalização. Médio receberam orientações, por meio de
Considerando esta nova reconfiguração mun- palestras e de uma jornada pedagógica, que
dial e visando realizar a função formadora da proporcionaram aos professores reflexões so-
escola de explicar, justificar e de transformar bre: O fazer pedagógico, sobre os fundamen-
a realidade, a educação busca oferecer ao tos norteadores do currículo e principalmente
educando maior autonomia intelectual, uma sobre o que se deve ensinar. E o que os edu-
ampliação de conhecimento e de acesso a in- candos precisam apreender para aprender?
formações numa perspectiva integradora do Os trabalhos desenvolvidos tiveram, como
educando com o meio. subsídios, os documentos existentes na Secre-
No contexto educacional de mudanças re- taria de Educação, norteados pela Proposta
lativas à educação como um todo e ao Ensino Curricular do Ensino Médio/2005, pelos PCN,
Médio especificamente a reorganização curri- pelos PCN+ e pelos referenciais nacionais. As
cular, dessa etapa do ensino, faz-se necessária discussões versaram sobre os Componentes
em prol de oferecer novos procedimentos que Curriculares constantes na Matriz Curricular
promovam uma aprendizagem significativa e do Ensino Médio, bem como sobre as refle-
que estimulem a permanência do educando xões acerca da prática pedagógica e do papel
na escola, assegurando a redução da evasão intencional do planejamento e da execução
escolar, da distorção idade/série, como tam- das ações educativas.
bém a degradação social desse cidadão. Os resultados colhidos nessas discussões
A ação política educacional de Reestrutu- estimularam a equipe a elaborar uma versão
ração da Proposta Curricular do Ensino Médio atualizada e ampliada da Proposta Curricular
foi consubstanciada nos enfoques educacio- do Ensino Médio, contemplando em um só
nais que articulam o cenário mundial, bra- documento as orientações que servirão como
sileiro e local, no intuito de refletir sobre os referência para as ações educativas dos profis-
diversos caminhos curriculares percorridos na sionais das quatro Áreas do Conhecimento.
formação do educando da Rede Estadual de Foi a partir dessa premissa que se perce-
Ensino Médio. beu a necessidade de refletir acerca do Currí-
Dessa forma, a fim de assegurar a cons- culo, da organização curricular, dos espaços e
trução democrática e a participação dos pro- dos tempos para que, dessa maneira, fossem
fessores da Rede Estadual de Ensino Médio, privilegiados, como destaques:
na Reestruturação do Currículo, a Gerência de
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
16 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 17
Para que se chegasse a essa fundamen- gerais, e colegial, com duração de três anos,
tação pedagógica, filosófica, sociológica da que oferecia os cursos Clássico e Científico.
educação, foram concebidas e aperfeiçoadas O cenário político brasileiro de 1964,
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Na- que culminou no golpe de Estado, determi-
cional. No contexto legislativo-educacional, nou novas orientações para a política edu-
destacam-se as Leis nº 4.024/61, 5.692/71 e cacional do país. Foram estabelecidos novos
9.394/96 que instituíram bases legais para a acordos entre o Brasil e os Estados Unidos da
educação brasileira como normas estrutura- América, dentre eles o MEC-Usaid. Constava,
doras da Educação Nacional. no referido acordo, que o Brasil receberia re-
Todavia, o quadro da educação brasileira cursos para implantar uma nova reforma que
nem sempre esteve consolidado, pois antes atendesse aos interesses políticos mundiais,
da formulação e da homologação das Leis objetivando vincular o sistema educacional
de Diretrizes e Bases, a educação não era o ao modelo econômico imposto pela política
foco das políticas públicas nacionais, visto norte-americana para a América Latina (ARA-
que não constava como uma das principais NHA, 2010). É no contexto de mudanças sig-
incumbências do Estado garantir escola pú- nificativas para o país, ocasionadas pela nova
blica aos cidadãos. conjuntura política mundial, que é promulga-
O acesso ao conhecimento sistemático, da a nova LDB nº 5.692/71. Essa Lei é gerada
oferecido em instituições educacionais, era no contexto de um regime totalitário, portan-
privilégio daqueles que podiam ingressar em to contrário às aspirações democráticas emer-
escolas particulares, tradicionalmente reli- gentes naquele período.
giosas de linha católica que, buscando seus Nas premissas dessa Lei, o ensino profis-
interesses, defendiam o conservadorismo sionalizante do 2.o grau torna-se obrigatório.
educacional, criticando a ideia do Estado em Dessa forma, ele é tecnicista, baseado no
estabelecer um ensino laico. modelo empresarial, o que leva a educação a
Somente com a Constituição de 1946, o adequar-se às exigências da sociedade indus-
Estado voltou a ser agente principal da ação trial e tecnológica. Foi assim que o Brasil se in-
educativa. A lei orgânica da Educação Primá- seriu no sistema do capitalismo internacional,
ria, do referido ano, legitimou a obrigação do ganhando, em contrapartida, a abertura para
Estado com a educação (Barbosa, 2008). Em o seu crescimento econômico. A implantação
meio a esse processo, e após inúmeras reivin- generalizada da habilitação profissional trou-
dicações dos pioneiros da Educação Nova e xe, entre seus efeitos, sobretudo para o ensino
dos intensos debates que tiveram como pano público, a perda da identidade que o 2.o grau
de fundo o anteprojeto da Lei de Diretrizes passará a ter, seja propedêutica para o Ensino
e Bases, é homologada a primeira LDB, nº Superior, seja a de terminalidade profissional
4.024/61, que levou treze anos para se con- (Parecer CEB 5/2011). A obrigatoriedade do
solidar, entrando em vigor já ultrapassada e ensino profissionalizante tornou-se faculta-
mantendo em sua estrutura a educação de tiva com a Lei nº 7.044/82 que modificou os
grau médio: ginasial, com duração de quatro dispositivos que tratam do referido ensino, no
anos, destinada a fundamentos educacionais 2.o grau.
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18 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
Pode-se dizer que o avanço educacional do rização dos Profissionais da Educação – Fun-
país estabeleceu-se com a Lei de Diretrizes e deb, que oferece subsídios a todos os níveis
Bases da Educação nº 9.394/96, que alterou da educação, inclusive ao Ensino Médio.
a estrutura do sistema educacional brasileiro Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
quando no Titulo II – Dos Princípios e Fins da cação, o Ensino Médio tem por finalidade pre-
Educação Nacional – Art. 2.o, declara: A edu- parar o educando para a continuidade dos es-
cação, dever da família e do Estado, inspira- tudos, para o trabalho e para o exercício da ci-
da nos princípios de liberdade e nos ideais de dadania, primando por uma educação escolar
solidariedade humana, tem por finalidade o fundamentada na ética e nos valores de liber-
pleno desenvolvimento do educando, seu pre- dade, justiça social, pluralidade, solidariedade
paro para o exercício da cidadania e sua qua- e sustentabilidade. As prerrogativas da Lei su-
lificação para o trabalho. pracitada acompanham as grandes mudanças
Essa Lei confere legalidade à condição do sociais, sendo, dessa forma, exigido da escola
Ensino Médio como parte integrante da Edu- uma postura educacional responsável, capaz
cação Básica, descrevendo, no artigo 35, os de forjar homens, não somente preparados
princípios norteadores desse nível de ensino: para integrar-se socialmente, como também
de promover o bem comum, concretizando a
O Ensino Médio, etapa final da educação afirmação do homem-cidadão.
básica, com duração mínima de três anos, Norteadas pela Lei de Diretrizes e Bases
terá como finalidades: I – a consolidação e da Educação, apresentam-se as Diretrizes
o aprofundamento dos conhecimentos ad- Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
quiridos no Ensino Fundamental, possibili- (Parecer CEB 5/2011), que tem como pres-
tando o prosseguimento de estudos; II – a supostos e fundamentos: Trabalho, Ciência,
preparação básica para o trabalho e a cida- Tecnologia e Cultura.
dania do educando, para continuar apren- Quando se pensa em uma definição para
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar o conceito Trabalho, não se pode deixar de
com flexibilidade a novas condições de ocu- abordar a sua condição ontológica, pois essa é
pação ou aperfeiçoamento posteriores; III – condição imprescindível para a humanização
o aprimoramento do educando como pes- do homem. É por meio dele que se instaura o
soa humana, incluindo a formação ética e o processo cultural, ou seja, é no momento em
desenvolvimento da autonomia intelectual que o homem age sobre a natureza, transfor-
e do pensamento crítico; IV – a compreen- mando-a, que ele se constitui como um ser
são dos fundamentos científico-tecnológi- cultural. Portanto, o Trabalho não pode ser
cos dos processos produtivos, relacionando desvinculado da Cultura, pois estes se com-
a teoria com a prática, no ensino de cada portam como faces da mesma moeda. Sinte-
disciplina. tizando, pode-se dizer que o homem produz
sua realidade, apropria-se dela e a transfor
Com a incorporação do Ensino Médio à ma, somente porque o Trabalho é uma con-
Educação Básica, entra em vigor, a partir do dição humana/ontológica e a Cultura é o re-
ano de 2007, o Fundo de Manutenção e De- sultado da ação que possibilita ao homem ser
senvolvimento da Educação Básica e de Valo- homem.
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PROPOSTA CURRICULAR
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dados em sala de aula. Portanto, são esses ele- Os caminhos na busca da Interdisciplina-
mentos que dão unidade ao desenvolvimento ridade devem ser percorridos pela equipe
dos diferentes Componentes Curriculares, e docente de cada unidade escolar. O ponto de
não a associação dos mesmos em torno de te- partida é determinado pelos problemas esco-
mas supostamente comuns a todos eles. lares compartilhados pelos professores e por
Esta Proposta é expressiva porque ela pro- sua experiência pedagógica. O destino é de-
move a mobilização da comunidade escolar terminado pelos objetivos educacionais, ou
em torno de objetivos educacionais mais am- melhor, pelo projeto político pedagógico da
plos, que estão acima de quaisquer conteúdos, escola. A Interdisciplinaridade, nesse sentido,
porém sem descaracterizar os Componentes assume como elemento ou eixo de integração
Curriculares ou romper com os mesmos. Sua a prática docente comum voltada para o de-
prática na escola cria, acima de tudo, a possi- senvolvimento de Competências e Habilida-
bilidade do “encontro”, da “partilha”, da coo- des comuns nos educandos.
peração e do diálogo e, por isso, traz-se nesta No que diz respeito à Competência, cabe
Proposta a perspectiva da Interdisciplinarida- dizer que numa sociedade em que o conhe-
de como ação conjunta dos professores. cimento transformou-se no principal fator
Ivani Fazenda (1994, p. 82) fortalece essa de produção, um dos conceitos que transita
ideia, quando fala das atitudes de um “profes- entre o universo da economia e da educação
sor interdisciplinar”: é o termo “competência”. A ideia de compe-
tência surge na economia como a capacidade
Entendemos por atitude interdisciplinar de transformar uma tecnologia conhecida em
uma atitude diante de alternativas para um produto atraente para os consumidores.
conhecer mais e melhor; atitude de espera No contexto educacional, o conceito de com-
ante os atos consumados, atitude de reci- petência é mais abrangente. No documento
procidade que impele à troca, que impele básico do Enem, as competências são associa-
ao diálogo – ao diálogo com pares idênti- das às modalidades estruturais da inteligên-
cos, com pares anônimos ou consigo mes- cia ou às ações e às operações que utilizamos
mo – atitude de humildade diante da limi- para estabelecer relações com e entre obje-
tação do próprio saber, atitude de perple- tos, situações, fenômenos e pessoas.
xidade ante a possibilidade de desvendar Para entendermos o que se pretende, é
novos saberes, atitude de desafio – desafio necessário dizer que o ensino fundado em
perante o novo, desafio em redimensio- Competências tem as suas bases nos vários
nar o velho – atitude de envolvimento e documentos elaborados, a partir das discus-
comprometimento com os projetos e com sões mundiais e nacionais sobre educação,
as pessoas neles envolvidas, atitude, pois, dentre eles a Conferência Mundial de Edu-
de compromisso em construir sempre, da cação Para Todos, realizada na Tailândia, em
melhor forma possível, atitude de respon- 1990, os “Pilares da Educação para o Século
sabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de XXI”1: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a
revelação, de encontro, de vida.
1 Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre
Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques
Delors. O Relatório está publicado em forma de livro no
Brasil, com o título Educação: Um Tesouro a Descobrir (São
Paulo: Cortez Editora, Unesco, MEC, 1999).
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DO ENSINO MÉDIO
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ser; e nas Diretrizes Curriculares Nacionais – • Localizar, acessar e usar melhor a infor-
Parâmetros Curriculares Nacionais. Todos es- mação acumulada;
ses documentos enfatizam a necessidade de • Planejar, trabalhar e decidir em grupo.
centrar o ensino e a aprendizagem no desen-
volvimento de Competências e de Habilidades Concebe-se que uma pessoa é competen-
por parte do educando, em lugar de centrá-lo, te quando tem os recursos para realizar bem
apenas, no conteúdo conceitual. uma determinada tarefa, ou seja, para resol-
Como se pode comprovar, tanto o Ensino ver uma situação complexa. O sujeito está ca-
Fundamental quanto o Ensino Médio têm tra- pacitado para tal quando tem disponíveis os
dição conteudista. Na hora de falar de Com- recursos necessários para serem mobilizados,
petência mais ampla, carrega-se no conteúdo. com vistas a resolver os desafios na hora em
Não estamos conseguindo separar a ideia de que eles se apresentam. Nesse sentido, educar
Competência da ideia de Conteúdos, porque a para Competências é, então, ajudar o sujeito
escola traz para os educandos respostas para a adquirir as condições e/ou recursos que de-
perguntas que eles não fizeram: o resultado é verão ser mobilizados para resolver situações
o desinteresse. As perguntas são mais impor- complexas. Assim, educar alguém para ser um
tantes do que as respostas, por isso o enfo- pianista competente é criar as condições para
que das Diretrizes/Parâmetros nos conteúdos que ele adquira os conhecimentos, as habili-
conceituais, atitudinais e procedimentais, o dades, as linguagens, os valores culturais e os
que converge para a efetivação dos pilares da emocionais relacionados à atividade específica
Educação para o século XXI. Todavia, é hora de tocar piano muito bem (MORETTO, 2002).
de fazer e de construir perspectivas novas. As- Os termos Competências e Habilidades,
sim, todos nós somos chamados a refletir e a por vezes, se confundem; porém fica mais fá-
entender o que é um ensino que tem como cil compreendê-los se a Competência for vista
uma das suas bases as Competências e Habi- como constituída de várias Habilidades. Mas
lidades. uma Habilidade não “pertence” a determina-
O Ministério da Educação determina as da Competência, uma vez que a mesma Ha-
competências essenciais a serem desenvolvi- bilidade pode contribuir para Competências
das pelos educandos do Ensino Fundamental diferentes. É a prática de certas Habilidades
e Médio: que forma a Competência. A Competência é
algo construído e pressupõe a ação intencio-
• Dominar leitura/escrita e outras lingua- nal do professor.
gens; Para finalizar, convém dizer que esta Pro-
• Fazer cálculos e resolver problemas; posta caminha lado a lado com as necessida-
• Analisar, sintetizar e interpretar dados, des educacionais/sociais/econômicas/filosófi-
fatos, situações; cas e políticas do país, que não deixam de ser
• Compreender o seu entorno social e as do mundo global. Assim sendo, é interesse
atuar sobre ele; dos educadores preparar a juventude amazo-
• Receber criticamente os meios de co- nense para enfrentar os desafios que se apre-
municação; sentam no século XXI, daí ao conhecimento
fundado em Competências e Habilidades.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 27
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
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rando sua complexidade. Por isso, a Física, Para o Ensino Médio do Estado do Amazo-
por exemplo, pode ser expressa em forma de nas, pensou-se em organizar os Componentes
poema, e a Biologia, que trata da vida dos se- Curriculares fundamentados nas diretrizes nor-
res, pode ser expressa em forma de música. teadoras desse nível de ensino, sem desconsi-
Somente assim o homem poderá falar de um derar as questões de cunho filosófico, psicoló-
homem mais humano, em uma perspectiva gico, por exemplo, que as mesmas implicam,
total, integradora. expressas pelo Ministério da Educação, consi-
Em Ciências Humanas e suas Tecnologias, derando a autonomia das instituições escola-
em que se encontra também a Filosofia, con- res e a aprendizagem dos educandos de modo
templam-se consciências críticas e criativas, efetivo. Os conteúdos apresentam-se por meio
com condições de responder de modo ade- de temas, os quais comportam uma bagagem
quado a problemas atuais e a situações novas, de assuntos a serem trabalhados pelos profes-
destacando-se a extensão da cidadania, o uso sores, conforme as especificidades necessárias
e a produção histórica dos direitos e deveres para cada nível de ensino. As Competências e
do cidadão e, ainda, considerando o outro em Habilidades expressam o trabalho a ser pro-
cada decisão e atitude. O importante é que o posto pelo professor quanto ao que é funda-
educando compreenda a sociedade em que mental para a promoção de um educando mais
vive, como construção humana, entendida preparado para atuar na sociedade. E os pro-
como um processo contínuo. Não poderia dei- cedimentos metodológicos, como sugestões,
xar de ser mais problemática a área de Ciên- auxiliam o professor nas atividades a serem
cias Humanas, pois ela trata do homem. Ten- experienciadas pelos educandos, ressaltando-
do o homem como seu objeto, ela traz para se que se trata de um encaminhamento que
si muitos problemas, pois pergunta-se: Quem norteará a elaboração de um Planejamento
é o homem? Quem é este ser tão complexo Estratégico Escolar.
e enigmático? Estas são questões propostas Ressalta-se, também, que foram acrescen-
pela própria Área de Conhecimento de Ciên- tadas alternativas metodológicas para o ensi-
cias Humanas. Todavia, ela existe porque o ho- no dos Componentes Curriculares constantes
mem existe e é por isso que ela exige a forma- do Ensino Médio, no intuito de concretizar
ção e a atenção de profissionais competentes. esta Proposta, além de propiciar ao profes-
Considerando-se toda a problemática que a sor ferramentas com as quais poderá contar
envolve é que a atenção sobre a mesma é re- como um recurso a mais no encaminhamento
dobrada e que os cuidados são mais exigidos. de seu trabalho em sala de aula.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 29
1
O COMPONENTE CURRICULAR
INTEGRADOR DA MATRIZ DO
ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
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PROPOSTA CURRICULAR
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PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 33
Essa valorização do uso pedagógico de si- Uma teoria de cunho construtivista que
tuações-problema fundamenta-se no pressu- provocou grandes mudanças, no que diz res-
posto de que seja possível o educando sentir- peito ao processo de ensino e aprendizagem,
se motivado pela busca do conhecimento. Se- foi a epistemologia genética de Jean Piaget,
guindo essa ideia, o trabalho com a resolução que surgiu para estudar a gênese do conhe-
de problemas amplia os valores educativos do cimento, ou seja, como o sujeito passa de um
saber matemático e o desenvolvimento des- estado de desenvolvimento para outro mais
sa competência contribui para a formação de desenvolvido. Uma forma de abordagem do
atitudes interdisciplinares de professores e de construtivismo piagetiano no ensino de Mate-
educandos, para melhor enfrentar os desafios mática é promover situações desequilibrado-
do mundo contemporâneo. ras, pondo o educando em um estado psico-
Na perspectiva de Ivani Fazenda (1993), a lógico que contradiz a experiência, visto que,
atitude interdisciplinar não está na junção de para Piaget, a aprendizagem só ocorre quan-
conteúdos, nem na junção de métodos; mui- do há um desequilíbrio ou conflito cognitivo.
to menos na junção de disciplinas, nem na
criação de novos conteúdos produto dessas
junções. A ação interdisciplinar está contida
nas pessoas que pensam o projeto educati-
vo; devendo, portanto, ser absorvida pelos É fato que o trabalho
professores e não imposta a eles, conforme interdisciplinar possibilita
defende Lück (2001). É fato que o trabalho in-
a saída do educador do
terdisciplinar possibilita a saída do educador
do isolamento e o põe no trabalho em con-
isolamento e o põe no trabalho
junto. O pensamento interdisciplinar pressu- em conjunto. O pensamento
põe uma nova consciência da realidade, um interdisciplinar pressupõe uma
novo modo de pensar, que resulta na integra- nova consciência da realidade,
ção entre diferentes áreas do conhecimento, um novo modo de pensar,
visando à resolução de problemas de modo que resulta na integração
global e abrangente.
entre diferentes áreas do
Outra reflexão que deve fazer parte da
prática docente diz respeito à construção do
conhecimento, visando à
conhecimento matemático, ou seja, como o resolução de problemas de
sujeito aprende e como favorecer tal apren- modo global e abrangente.
dizagem. O construtivismo carrega em si a
concepção de que o homem não é um mero
produto do ambiente, mas uma construção
da interação ativa do sujeito com o ambien-
te em que vive. O conhecimento, portanto, Outra teoria de cunho construtivista é o
não é uma mera cópia da realidade, mas uma sociointeracionismo de Vygotsky, que põe o
construção humana. homem como um ser biológico que se trans-
forma em social, por meio de um processo
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PROPOSTA CURRICULAR
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MATEMÁTICA 35
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PROPOSTA CURRICULAR
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MATEMÁTICA 37
PROPOSTA CURRICULAR
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38 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
1ª Série
Objetivos específicos:
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: O estudo e as aplicações das funções
· Compreender os conceitos de · Apropriar-se do conceito de razão Conhecimentos numéricos · Usando situações-problema em vários
razão, proporção e grandezas como meio para solucionar problemas contextos;
diretas e inversas, para atuar em contextos variados; · Razão
na realidade e para solucionar · Trabalhando com razões especiais, como
· Proporção velocidade média, densidade demográfica
problemas do cotidiano; · Utilizar as propriedades da proporção
para a resolução de problemas; · Porcentagem e escalas;
· Construir significados para os
números naturais, inteiros, ra- · Regra de três simples e com- · Construindo maquetes ou plantas, usando
· Identificar grandezas diretas e inversas escalas definidas;
cionais e reais. para resolver situações-problema; posta
· Sequências numéricas (PA e · Usando situações-problema que envol-
· Fazer uso de escalas em representa- PG) vam o conceito de sequências;
ções planas;
· Conhecendo situações da história da ma-
· Identificar padrões numéricos que ca- temática.
1º BIMESTRE
racterizem progressões;
DO ENSINO MÉDIO
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39
40
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Compreender e utilizar a lin- · Relacionar o conceito de função, Função · Trabalhando com o jogo: “Você diz, eu digo”;
guagem algébrica nas ciên- associando-o a exemplos da vida
cias, necessária para expressar cotidiana; · Linear · Utilizando situações-problema, envolvendo a análise
a relação entre grandezas e de funções e seus gráficos;
modelar situações-problema, · Construir funções a partir das re- · Quadrática
lações entre grandezas; · Descobrindo funções por meio de seus gráficos e vice-
construindo modelos descriti- versa;
vos de fenômenos e fazendo · Associar diferentes funções a
conexões dentro e fora da Ma- seus gráficos correspondentes; · Utilizando atividades práticas para se descobrir rela-
MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
2º BIMESTRE
· Utilizar conhecimentos sobre
funções como recurso para a
construção de argumentação.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Compreender e utilizar a lin- · Relacionar o conceito de fun- Função · Trabalhando com o jogo: “Você diz, eu digo”;
guagem algébrica nas ciências, ção, associando-o a exemplos
necessária para expressar a da vida cotidiana; · Exponencial · Utilizando situações-problema, envolvendo a análise
relação entre grandezas e mo- de funções e seus gráficos;
· Logarítmica
delar situações-problema, cons- · Construir funções a partir das · Utilizando a construção de um gráfico, por meio do
truindo modelos descritivos de relações entre grandezas; jogo: “Torre de Hanói”, para descobrir que tipo de
fenômenos e fazendo conexões função relaciona o número de peças com o número
dentro e fora da Matemática. · Associar diferentes funções a de movimentos;
seus gráficos correspondentes;
· Descobrindo funções por meio de seus gráficos e vice-
· Ler, interpretando, as diferentes versa;
3º BIMESTRE
linguagens e representações,
envolvendo variações de gran- · Utilizando atividades práticas para se descobrir rela-
dezas; ções entre grandezas;
· Usando situações-problema que possam ser resolvi-
· Utilizar conhecimentos sobre das por função.
funções como recurso para a
construção de argumentação.
MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
41
42
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4º BIMESTRE
MATEMÁTICA 43
2ª Série
Objetivos específicos:
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
44
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
Eixo Temático: A matemática e as práticas sociais
1º BIMESTRE
sentações algébricas.
situação-problema;
· Utilizar diferentes métodos de
resolução de sistemas.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Utilizar a forma mais adequada de · Identificar regularidades para Conhecimento de · Resolvendo situações-problema;
organizar números e informações; estabelecer regras e proprie- Probalilidade
dades em processos onde se · Utilizando atividade lúdica (Jogo: “Descubra a
fazem necessários os processos · Análise combinatória: senha”);
de contagem; - PFC · Utilizando atividade social (amigo oculto com
· Reconhecer o caráter aleatório
de fenômenos e eventos naturais, · Identificar dados e relações anagramas).
- Fatorial
científico-tecnológicos ou sociais, envolvidas numa situação-pro- · Utilizando atividades lúdicas desenvolvidas em
compreendendo o significado e blema que envolva o raciocínio - Arranjo parceria com os educandos;
a importância da probabilidade combinatório;
- Permutação · Assistindo a um trecho do desenho “Eldorado”;
como meio de prever resultados. · Resolver situações-problema
que envolvam conhecimentos - Combinação · Conhecendo a história da Matemática;
de probabilidade; · Probabilidade · Inventando jogos matemáticos, a partir dos co-
· Utilizar instrumentos adequa- nhecimentos adquiridos.
dos para determinação de
amostras e cálculos de proba-
2º BIMESTRE
bilidade;
· Utilizar conhecimentos de pro-
babilidade como recurso para a
construção de argumentação;
· Quantificar e fazer previsões em
situações aplicadas a diferentes
áreas do conhecimento e à vida
cotidiana que envolvam o pen-
samento probabilístico.
MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
45
46
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Utilizar o conhecimento • Interpretar a localização e a movimenta- Geometria espacial · Usando atividade lúdica: “Pulando sobre a
geométrico para realizar ção de pessoas/objetos no espaço tridi- métrica I. malha”;
a leitura, representar a mensional e sua representação no espaço
realidade e agir sobre · Posições relativas: · Desenhando o que vejo;
bidimensional;
ela. · Comparando formas;
• Identificar características de figuras pla- - Ponto e reta
· Resolvendo situações-problema;
MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
3º BIMESTRE
espaço e de forma na seleção de argu-
mentos propostos como solução de pro-
blemas do cotidiano;
• Interpretar e associar objetos sólidos a
suas diferentes representações;
• Utilizar as propriedades geométricas
relativas aos conceitos de congruência e
semelhança de figuras.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Utilizar o conhecimento · Resolver situações-problema que Geometria espacial métrica II · Desenhando o que vejo;
geométrico para realizar a envolvam conhecimentos geo-
leitura, representar a realidade métricos de espaço e de forma; · Paralelismo no espaço · Comparando formas;
e agir sobre ela. · Projeção ortogonal · Cortando o cubo;
· Utilizar conhecimentos geométri-
cos de espaço e de forma na se- · Resolvendo situações-problema;
leção de argumentos propostos
como solução de problemas do · Utilizando atividade de construção: “Triângulo
cotidiano; construtor”.
· Interpretar e associar objetos só-
lidos a suas diferentes represen-
4º BIMESTRE
tações;
· Calcular a área e o volume dos
principais sólidos espaciais;
· Utilizar as propriedades geomé-
tricas relativas aos conceitos de
congruência e semelhança de
figuras.
MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
47
48 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
3ª Série
Objetivos específicos:
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
Eixo Temático: Situações-problema em matemática.
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Utilizar o conhecimento geomé- · Interpretar e fazer uso de mo- Geometria analítica · Resolvendo situações-problema;
trico para realizar a leitura e a delos para a resolução de pro-
representação da realidade e agir blemas geométricos; · Ponto · Relacionando geometria e álgebra;
sobre a mesma. · Reta · Realizando atividades de construção;
· Reconhecer que uma mesma
situação pode ser tratada por · Plano · Usando desenhos geométricos.
meio de diferentes instrumen-
tais matemáticos, de acordo · Circunferência
com suas características;
· Cônicas
· Associar situações e proble-
mas geométricos a suas cor-
1º BIMESTRE
respondentes formas algébri-
cas, representações gráficas e
vice-versa;
· Construir uma visão sistemáti-
ca das diferentes linguagens e
campos de estudo da Matemá-
tica, estabelecendo conexões
entre eles.
MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
49
50
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Construir significados para os · Reconhecer, no contexto social, dife- Conjunto dos números · Resolvendo situações-problema;
números complexos. rentes significados e representações complexos:
dos números complexos; · Relacionando geometria e álgebra;
· Forma algébrica
· Resolver situações-problema, envol- · Estudando a história da matemática.
vendo conhecimentos numéricos; · Trigonométrica
MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
2º BIMESTRE
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
· Compreender e emitir juízos · Identificar formas adequadas para des- Estatística: · Resolvendo situações-problema;
sobre informações estatísticas crever e representar dados numéricos e
de natureza social, econômica, informações de natureza social, econô- · Tabelas · Realizando atividades de pesquisa estatística;
política ou científica apresen- mica, política, científico-tecnológica ou · Gráficos · Tabulando resultados e elaborando gráficos.
tados em textos, notícias, pro- abstrata;
pagandas, censos, pesquisas e · Média
outros meios. · Ler e interpretar dados e informações
de caráter estatístico apresentados em · Moda
diferentes linguagens e representações,
na mídia ou em outros textos e meios de · Mediana
comunicação; · Variância
· Obter médias e avaliar desvios de con- · Desvio padrão
juntos de dados ou informações de dife-
rentes naturezas.
3º BIMESTRE
MATEMÁTICA
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
51
52
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR
COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4º BIMESTRE
tação;
· Avaliar propostas de interven-
ção na realidade, utilizando
conhecimentos algébricos.
MATEMÁTICA 53
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
54 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
sentido por um novato que faz uma jogada ge- Habilidade: Construir uma função a partir
nial e o sentido por um matemático ao resolver de dados expressos em uma tabela.
um problema da Matemática avançada. O que O professor solicita aos educandos que
falta para muitos professores é coragem de as- digam um número qualquer e depois de um
sumir uma postura lúdica, inovadora e criativa cálculo mental realizado pelo mesmo, ele diz
diante de uma escola estagnada no tempo. outro número. Vamos exemplificar a ativida-
As atividades de construção são excelen- de com a tabela abaixo:
tes para que os educandos entrem na obra
matemática de forma natural e prazerosa. Você diz 5 10 4 2 15 x
Para exemplificar o que estamos falando, o (educando)
professor pode pedir para que os educandos Eu digo 12 22 10 6 32 2x + 2
(professor)
construam, em sala, um teodolito, instrumen-
to que trabalha com ângulos e razões trigo-
nométricas. Construir uma caixa em forma Esse é apenas um exemplo, pois existem
de coração para o dia dos namorados ou das muitas possibilidades. O ideal é que os edu-
mães, também pode ser uma boa oportuni- candos percebam que o número que o profes-
dade para o estudo de conceitos geométricos. sor fala está em função do número que eles fa-
Na sequência, serão apresentadas aos laram, e principalmente construir a regra que
professores algumas atividades que são im- relaciona tais números. Se os educandos tive-
portantes para a reflexão e ação metodológi- rem dificuldades, o professor pode aumentar
ca. Sabe-se que existem outras metodologias o número de colunas da tabela acima e pedir
de ensino que não foram elencadas nesta que mais educandos participem. Essa ativida-
Proposta, cabendo aos docentes sua análise de pode ser repetida usando outras relações,
e execução no ambiente escolar. Professor, o pedindo que, aqueles educandos, que não
sucesso do processo de ensino e aprendiza- participaram em um primeiro momento, pos-
gem de matemática não depende só de sua sam participar posteriormente. Esse momen-
ação, mas você pode e deve fazer toda dife- to pode ser transformado em um jogo, onde
rença na busca por um ensino de qualidade. as equipes se enfrentam, tentando descobrir
a relação que existe entre os números falados.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 55
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
56 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
O professor inicia a aula com a seguinte com uma atividade em que vários conceitos
questão: você é um profissional liberal que matemáticos podem surgir. O professor diz
realizou um serviço para receber R$ 1.500,00, que a turma vai aprender a fazer uma caixa na
e terá de emitir uma nota fiscal avulsa. Você forma de coração.
sabe que o Imposto Sobre Serviço (ISS) é de No primeiro momento, o professor deve
5%, ou seja, do valor emitido na nota, você pedir para os educandos construírem em uma
terá um desconto de 5%. Você quer receber folha de papelão fino dois semicírculos com o
os R$ 1.500,00. Analise a situação e procure: diâmetro nos dois lados consecutivos de um
a) Pensar em um valor que após o descon- quadrado de lado 10 cm e recortar, como na
to de 5% resulte em 1.500,00; figura abaixo.
b) Escrever uma equação algébrica que
modele esse problema;
c) Com base na equação, qual o valor que
você terá de cobrar para receber o valor
desejado?
Sugestão de avaliação:
Professor, que tal elaborar outras situa- Depois que a figura acima estiver pronta, o
ções em que seja necessária a construção de professor propõe as seguintes questões:
uma função, como, por exemplo: a) Quantos centímetros quadrados de pa-
a) Uma pessoa ganha certa quantia de sa- pelão foram utilizados, aproximadamente, na
lário, depois de um aumento de 5 % o seu construção do coração?
salário passará a ser de R$ 1.500,00; b) Se você vai construir a caixa no formato
b) Construa uma função que modele essa de coração com 5 cm de altura e recortar
situação; uma tira de papel-cartão para contornar
c) Resolvendo a equação, qual era o salário toda a figura acima, quantos centímetros
antes do aumento? de comprimento terá essa tira?
c) Quantos centímetros quadrados de pa-
Séries: 1ª e 2ª séries pel-cartão serão gastos nessa tira?
d) Qual o volume da caixa, com a forma de
Atividade 4: A geometria do coração coração, que você construiu?
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 57
Série: 2ª Um ponto
para mais ou para menos 2 casas
do que foi estimado
Atividade 5: Corrida das probabilidades
Dois pontos para mais ou
para menos do que foi 1 casa
Objetivo: Identificar a presença de ideias estimado
probabilísticas em uma atividade lúdica. Três pontos de diferença
Competência: Compreender o caráter pro- para mais ou para menos 0 casa
do que foi estimado
babilístico de determinadas situações.
Habilidade: Utilizar conhecimentos de Exemplificando: imagine que o primeiro
probabilidade como recurso para a constru- jogador diga que a soma obtida nos dados
ção de argumentação. será 9. Se o resultado da soma for 9, ele an-
O professor deve pedir para os educandos dará três casas; se o resultado for 8 ou 10, ele
construírem um autódromo, iguais àqueles andará duas casas; se o resultado for 7 ou 11,
que eles brincavam quando criança. A figu- ele andará uma casa; se o resultado for me-
ra abaixo mostra um modelo de autódromo nor que 7 ou maior que 11, ele permanece
que não está completo, pois falta terminar os no mesmo lugar. Com esse jogo, o professor
riscos necessários para formar todas as casas deve levar os educandos a perceberem que,
onde os carros irão ficar. no lançamento de dois dados, existem somas
que são mais prováveis que outras e que isso
influenciará no resultado do jogo, além da
sorte, é claro.
Sugestão de avaliação:
Professor, você pode trabalhar na constru-
ção de um jogo, no qual seja usado três dados,
Cada autódromo possibilita até quatro e questionar sobre o resultado mais provável
participantes. Cada jogador deve ter um carri- para a soma, no lançamento dos três dados.
nho que será movimentado durante o jogo. O Qual o segundo resultado mais provável? E
jogo conta, ainda, com dois dados que serão outras questões podem ser feitas.
jogados pelos participantes durante a partida.
Depois de feita a escolha de quem iniciará o Série: 1ª
jogo, o participante deve estimar um valor
que seja o resultado da soma das faces dos Atividade 6: Jogo: Torre de Hanói
dados. Nesse caso, podem ocorrer quatro si-
tuações descritas na tabela abaixo: Objetivo: Construir uma função a partir de
uma situação lúdica.
Soma dos resultados Nº de casa que o Competência: Modelar situações, usando
obtidos nos dados jogador deve andar o conhecimento algébrico e numérico.
Habilidade: Organizar o pensamento, in-
Igual ao estimado 3 casas
vestigando, argumentando e socializando co-
nhecimentos.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
58 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 59
Sugestão de avaliação:
2
Professor, essa atividade pode ser usada a
1 b
como uma avaliação. Depois de explicado con-
ceitos como raio, diâmetro e comprimento de
uma circunferência, esse exercício verificará a
real compreensão dos conceitos. Se todos os Essa atividade será melhor executada
conceitos forem entendidos, os valores na tabe- depois da vivência da atividade 7.
la estarão corretos, incluindo o valor de pi (π). Resolvendo o problema:
No cilindro de altura b, temos C = 2πr
Série: 2ª = a, logo r = . Portanto, a área da base
será Ab = πr2, ou seja, Ab = π( )2. Isso
Atividade 8: O problema na construção do implica em Ab = π , resultando em Ab
cilindro = . Consequentemente, o volume desse
cilindro será V1 =
Objetivo: Aplicar os conhecimentos sobre
cilindros para resolver situações-problema.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
60 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
A B
• •
Oeste 0° Leste
15°
D
30° •
45°
C
60° • Linha do
Equador
75° 15° 45° 75° 105° 135°
Hemisfério Sul (S) (Latitude)
Meridianos
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 61
O globo terrestre, como se pode ver na fi- bo, marcamos primeiro a latitude, em graus,
gura apresentada, pode ser dividido por uma para o Norte (N) ou para o Sul (S) e depois a
rede de linhas imaginárias que permitem lo- longitude, em graus, para Oeste (W) ou para
calizar qualquer ponto de sua superfície. Es- Leste (E). Logo, um ponto M qualquer de co-
sas linhas determinam dois tipos de medidas: ordenadas M (15° S e 45° W) está na 1ª linha
a Latitude e a Longitude, que em conjunto são abaixo da linha do Equador e na 3ª linha à es-
chamadas de coordenadas geográficas. querda do Meridiano de Greenwich.
As coordenadas geográficas, segundo Mo- A partir da leitura do texto e construção
reira (2005), funcionam como “endereços” de do esquema acima em papel-madeira, várias
qualquer localidade do planeta. O Equador questões podem surgir, por exemplo:
corresponde ao círculo máximo da esfera, tra- 1. Dê as coordenadas geográficas dos pon-
çado num plano perpendicular ao eixo terres- tos A, B, C e D, acima.
tre, o que determina a divisão do globo em 2. Sabendo que cada 15 º corresponde uma
dois hemisférios: Norte e Sul. A partir da linha hora de diferença no fuso horário (para direita
do Equador, podemos traçar círculos parale- + e para a esquerda -) e supondo que os pontos
los que, à medida que se afastam para o Norte acima representem cidades, responda:
ou para o Sul, diminuem de diâmetro. Esses a) Qual a diferença de horas entre as cida-
círculos, chamados paralelos, são identifica- des C e B?
dos por sua distância ao Equador, medida em b) Quando na cidade A for 14 h, que horas
graus. Essa distância é a Latitude, que pode serão nas outras cidades?
variar de 0° a 90° tanto para Norte quanto
para o Sul. 3. Coloque os pontos na figura acima cor-
Somente uma coordenada não é suficien- respondentes às seguintes coordenadas:
te para localizar um ponto. Para determinar a) E (60° N e 120° W)
a segunda coordenada, a Longitude, foram b) F (30° N e 45° E)
traçadas linhas que cruzam os paralelos, per- c) G (45° S e 30° W)
pendicularmente. Essas linhas, que também d) H (15° S e 135° E)
cruzam o Equador, são denominadas meri-
dianos. Como referência, convencionou-se Outras questões podem surgir. Essa ativi-
internacionalmente adotar como meridiano dade será mais significativa se os professores
0° o que passa pelo observatório astronômico de Matemática e de Geografia se aproxima-
de Greenwich, nas proximidades de Londres. rem para uma ação interdisciplinar.
Esse meridiano divide a terra em dois hemis-
férios: Ocidental (a oeste) e Oriental (a leste). Sugestão de avaliação:
Assim, os demais meridianos podem ser iden- Professor, você pode mudar as questões
tificados por sua distância, medida em graus, da atividade, mudando as coordenadas e os
ao meridiano de Greenwich. Essa distância é a pontos na figura. Outras questões que envol-
longitude e varia de 0° a 180° tanto para leste vam esses conceitos podem ser pesquisadas
(E) quanto para oeste (W). Assim, se procurar- em livros de Geografia.
mos, por exemplo, um ponto qualquer no glo-
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
62 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 63
Gênio indomável
Uma mente brilhante
Enigmas de um crime
O triunfo
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 65
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
66 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 67
A avaliação, dessa forma, assume impor- quais teorias nos embasamos para chegar a
tância fundamental, a partir dos seus instru- uma avaliação mais próxima da realidade.
mentos e o professor, por sua vez, precisa estar Além do postulado pedagógico referido,
atento aos objetivos propostos para que a ava- é necessário debruçarmo-nos sobre as novas
liação não destoe daquilo que ele pretende. avaliações que se apresentam, quais os seus
Assim sendo, a avaliação não é neutra no fundamentos, qual a sua forma e quais as
contexto educacional, pois está centrada em suas exigências. É nesse contexto que o Enem
um alicerce político educacional que envol- (Exame Nacional do Ensino Médio), criado em
ve a escola. Assim, para Caldeira (2000 apud 1988, e que tem por objetivo avaliar o desem-
Chueiri, 2008): penho do educando ao término da escolarida-
de básica, apresenta-se como uma proposta
A avaliação escolar é um meio e não um de avaliação digna de ser analisada e assimila-
fim em si mesmo; está delimitada por uma da em seus fundamentos.
determinada teoria e por uma determina- O Enem tomou um formato de “avaliação
da prática pedagógica. Ela não ocorre num nacional”. Isso significa dizer que ele tornou-
vazio conceitual, mas está dimensionada se o modelo que vem sendo adotado no país,
por um modelo teórico de sociedade, de de norte a sul. Nesse sentido, a questão é sa-
homem, de educação e, consequentemen- ber o motivo pelo qual ele assumiu o lugar
te, de ensino e de aprendizagem, expresso que ocupa. Para compreendê-lo, um meio in-
na teoria e na prática pedagógica (p. 122). teressante é conhecer a sua “engrenagem” e
pressupostos. Assim, é necessário decompô-
Para contemplar a visão de Caldeira, o pro- lo nas suas partes, saber o que cada uma sig-
fessor necessita estar atento aos processos de nifica, qual a sua relevância e em que o todo
transformação da sociedade, pois estes aca- muda a realidade avaliativa nacional, pois
bam por influenciar também o espaço da esco- ele apresenta-se como algo para além de um
la como um todo. Essa constatação é evidente, mero aferidor de aprendizagens.
quando percebemos o total descompasso da Esse exame constitui-se em quatro pro-
escola com as atuais tecnologias e que, ao que vas objetivas, contendo cada uma quarenta
tudo indica, não estão sendo usadas na sua de- e cinco questões de múltipla escolha e uma
vida dimensão. Por outro lado, quando o pro- proposta para a redação. As quatro provas
fessor não acompanha as transformações re- objetivas avaliam as seguintes áreas de co-
feridas, a avaliação corre o risco, muitas vezes, nhecimento do Ensino Médio e respectivos
de cair em um vazio conceitual. Infelizmente, Componentes Curriculares: Prova I – lingua-
é o que vem ocorrendo em grande parte das gens, Códigos e suas Tecnologias e Redação:
escolas brasileiras. É nesse sentido que cabe a Língua Portuguesa, Língua Estrangeira (Inglês
todos nós repensarmos nossa prática, apren- ou Espanhol), Arte e Educação Física; Prova
dizado e aspirações em termos pedagógicos e, II – Matemática e suas Tecnologias: Mate-
sobretudo, como sujeitos em construção. mática; Prova III – Ciências Humanas e suas
Diante disso, precisamos ter claro o que Tecnologias: História, Geografia, Filosofia e
significa avaliar no atual contexto, que edu- Sociologia; Prova IV – Ciências da Natureza e
candos queremos, baseados em qual ou em suas Tecnologias: Química, Física e Biologia.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
68 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
É por meio da avaliação das Áreas de Co- mos, a sua formulação e o modo como um
nhecimento que se tem o nível dos educan- item é transformado em um aval para o pros-
dos brasileiros e que lhes é permitido ingres- seguimento dos estudos. E não só isso deve
sar no ensino de Nível Superior. Nesse sen- ser levado em consideração, pois alcançar um
tido, o Enem não deve ser desprezado; ao nível de aprovação exige uma formação que
contrário, é obrigatório que os professores inicia desde que uma criança ingressa na Edu-
do Ensino Médio conheçam os seus mecanis- cação Infantil.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 69
Considerações Finais
Após um trabalho intenso, que mobilizou a nossa ação pedagógica. Por isso, os seus
especialistas na área, professores e técnicos, elaboradores foram preparados, por meio de
vê-se concluída a Proposta Curricular para seminários, oficinas e de discussões nos gru-
o Ensino Médio. Esta Proposta justifica um pos que se organizaram, para concretizar os
anseio da comunidade educacional, da qual objetivos definidos.
se espera uma boa receptividade. Inclusive, A Proposta consta de treze Componentes
espera-se que ela exponha com clareza as Curriculares. Todos eles são vistos de forma
ideias, a filosofia que moveu os seus autores. que os professores tenham em suas mãos os
Ela propõe-se a seguir as novas orienta- objetos de conhecimento, assim como uma
ções, a nova filosofia, pedagogia, psicologia forma de trabalhá-los em sala de aula, reali-
da Educação brasileira, daí que ela tem no seu zando a interdisciplinaridade, a transversalida-
cerne o educando, ao mesmo tempo em que de, contextualizando os conhecimentos e os
visa envolver a comunidade, dotando de sig- referenciais sociais e culturais.
nificado tudo o que a envolve. Essa nova pers- E, ainda, ela pretendeu dar respostas às
pectiva da Educação brasileira, que evidencia determinações da LDB que requer um ho-
a quebra ou a mudança de paradigmas, exigiu mem-cidadão, capaz de uma vida plena em
que as leis, as propostas em curso para a Edu- sociedade. Ao se discutir sobre essa Lei e a
cação brasileira fossem reconsideradas. tentativa, via Proposta Curricular do Ensino
Durante o período da sua elaboração, mui- Médio, de concretizá-la, a Proposta susten-
tas coisas se modificaram, muitos congressos ta-se na aquisição e no desenvolvimento de
e debates foram realizados e todos mostra- Competências e Habilidades.
ram que, nesse momento, nada é seguro, É assim que esta Proposta chega ao Ensino
que, quando se trata de Educação, o campo Médio, como resultado de um grande esforço,
é sempre complexo, inconstante, o que nos da atenção e do respeito ao país, aos profes-
estimula a procurar um caminho que nos per- sores do Ensino Médio, aos pais dos educan-
mita realizar de forma consequente e segura dos e à comunidade em geral.
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 71
REFERÊNCIAS
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BARONI, R. L. S. et al. A investigação científica cretaria de Educação Básica, 2006, 135 p.
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DO ENSINO MÉDIO
72 MATE MÁT ICA E S UAS TEC N OLOGIAS
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PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
MATEMÁTICA 73
PROPOSTA CURRICULAR
DO ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO PARA A REDE
PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS
Coordenação Pedagógica
Lafranckia Saraiva Paz
Neiza Teixeira
Consultoria Pedagógica
Evandro Ghedin
HELOISA DA SILVA BORGES
Assessoria Pedagógica
Maria Goreth Gadelha de Aragão
PROFESSORES COLABORADORES