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MÉTODOS ANALÍTICOS UTILIZADOS PARA DETERMINAÇÃO DE

FÁRMACOS CONTAMINANTES DO MEIO AMBIENTE

Eliza de Souza Lopes1

Ludimila Raydan Mota Barbosa1

Vanessa de Souza Gamarano1

Adriana Nascimento de Sousa2

Resumo: O risco ambiental, decorrente da geração de resíduos, tem aumentado com o

progresso tecnológico e com o aumento populacional. Destacam-se, neste contexto, os

resíduos decorrentes da rotina de indústrias químico-farmacêuticas e do descarte

indevido dos fármacos pela população; por este motivo este artigo abordará os métodos

analíticos utilizados para determinação de fármacos no meio ambiente, bem como os

procedimentos de cada técnica utilizada. Será descrito como é feita a quantificação da

concentração residual, a sua conseqüência ambiental, e o papel do farmacêutico diante

deste grande problema social e ambiental.

Palavras-chave: Fármacos residuais; Poluição do meio ambiente, Análise de resíduos.

______________________________________
1
Alunas do Curso de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva.
2
Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Newton Paiva.
INTRODUÇÃO

A poluição ambiental é um tema preocupante em todo o mundo. Nos últimos

anos, esse assunto vem sendo alvo de diversas discussões e uma delas é a poluição das

águas e dos solos através da excreção de fármacos que contém substâncias que não são

totalmente removidas nas Estações de Tratamentos de Esgoto (ETEs).1,2

Outra causa de contaminação do meio ambiente por fármacos, além da

excreção humana que contém metabólitos que não são retirados nas ETEs, são os

medicamentos de uso veterinário, usados em larga escala, e também o descarte indevido

de medicamentos em desuso pela população, que geralmente realiza esse descarte pela

descarga do banheiro. 3

Os medicamentos são manipulados para serem persistentes, conservando

assim sua estrutura química, para alcançar seu objetivo terapêutico. São absorvidos e

metabolizados pelo organismo, e parte significativa desses fármacos (50 a 90%) é

eliminada através das fezes e urina. 1

O descarte de medicamentos pela população, ocorre quando estes não são

mais necessários, estando vencidos ou não, no entanto o descarte é feito de maneira

incorreta. Se não houvesse um excesso de medicamentos utilizados pela população, não

seria necessário esse descarte. Essa sobra de medicamentos acontece principalmente por

causa da dispensação de uma quantidade de medicamento maior do que a necessária

para o tratamento, e por causa das amostras grátis que são distribuídas pelos

laboratórios, para fazerem propaganda de seus produtos. 3

Algumas farmácias de países como EUA e Itália realizam um programa de

recolhimento de medicamentos vencidos ou em desuso. Essa prática já demonstra uma

grande redução de envenenamento por medicamentos vencidos em acidentes com

crianças, redução da automedicação e redução do impacto ambiental. 3


No Brasil, ainda não há uma lei especifica sobre a destinação final dos

medicamentos. Há normas que devem ser seguidas pelos Serviços de Saúde, que os

responsabilizam pelos resíduos por eles gerados, devendo realizar o descarte seguro

desses resíduos (RSS). Nesses Serviços de Saúde, os estabelecimentos relacionados

com os medicamentos são as drogarias, farmácias de manipulação, estabelecimentos de

ensino e pesquisa na área da saúde e distribuidores de produtos farmacêuticos. 3

De acordo com a legislação brasileira, é crime ambiental a contaminação do

meio ambiente por resíduos. Mas como não há uma fiscalização rigorosa e não existem

normas especificas para a população, como as existentes para os estabelecimentos de

saúde, a legislação não é cumprida. 3

OBJETIVOS

• Verificar os métodos analíticos utilizados para o monitoramento de substâncias

medicamentosas no meio ambiente;

• Descrever as técnicas analíticas utilizadas para a determinação de fármacos em

amostras ambientais;

• Observar as possíveis conseqüências de fármacos residuais no meio ambiente.

• Determinar a responsabilidade social do profissional farmacêutico neste

contexto.

METODOLOGIA

Através da revisão de literatura foi realizado um estudo sobre o destino dos

medicamentos descartados no esgoto doméstico, após o descarte indevido e a excreção

humana.
Foi pesquisada a presença de fármacos em ambientes aquáticos e no solo,

assim como os efeitos gerados por eles; e analisados os métodos analíticos usados nos

estudos para comprovar a presença desses resíduos no meio ambiente.

As fontes de consulta foram artigos científicos, livros de Análise Química e

a Farmacopéia Brasileira.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de fármacos no ambiente é realizada através da utilização de

técnicas analíticas. As técnicas mais utilizadas para análises em ambientes aquáticos

são, a Cromatografia à Gás acoplada à Espectometria de Massas (CG/EM), e a

Cromatografia Liquida de Alta Eficiência acoplada a Espectometria de Massas. 2,3

Descrição das Técnicas:

• Cromatografia a Gás (CG):

A Cromatografia à Gás é uma técnica que é utilizada na separação de gases

ou substâncias volatilizáveis. Possui um resultado excelente, tornando assim possível a

análise de várias substâncias numa mesma amostra. Está já se tornou uma técnica

comum, e vem sendo utilizada em todos os laboratórios, que desfrutam da análise

química, principalmente no controle da poluição do ar, água, solo e na análise de

alimentos. 2

É classificada em cromatografia gás-sólido e gás-líquido, de acordo com a

fase estacionária usada. No sólido a fase estacionária é um sólido e a separação se

baseia na adsorção das substâncias, e no líquido a fase estacionária é um líquido pouco

volátil em que a separação se baseia na partição da substância entre a fase líquida e a

gasosa. 2
A técnica de separação usada em CG é a eluição. A amostra através de um

sistema de injeção é colocada em uma coluna contendo a fase estacionária. O uso de

temperaturas no local da injeção faz com que ocorra a vaporização destas substâncias.

De acordo com suas propriedades e as fases estacionárias, as substâncias são retidas por

algum tempo, e chegam na coluna em tempos diferentes, após a coluna é usado um

detector, que faz a detecção e quantificação das substâncias. 2

Os equipamentos são compostos de: fonte de gás de arraste; controlador da

vazão; regulador de pressão; sistema de injeção da amostra; coluna cromatográfica

(aquecida); sistema de detecção; e registrador termostato para injetor (FIGURA 1). 2

Figura 1. Representação esquemática de um Cromatógrafo a Gás. (A: Gerador de padrões gasosos; B:

Amostra; C: Válvula reguladora de pressão; D: Válvula "agulha"; E: Medidor digital de fluxo; F: Coluna

cromatográfica; G: Detector; H: Integrador e I: Registrador).

Fonte: http://www.banasmetrologia.com.br/textos.asp?codigo=992&secao=revista

• Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE):

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) utiliza instrumentos muito

sofisticados que podem ser totalmente automatizados. É um tipo de cromatografia

líquida que emprega pequenas colunas, recheadas de materiais especialmente

preparados e uma fase móvel que é eluída sob altas pressões. Ela tem capacidade de
realizar separações e análises quantitativas de uma grande quantidade de compostos

presentes em vários tipos de amostras, em escala de tempo de poucos minutos, com alta

resolução, eficiência e sensibilidade. 2

As técnicas usadas em cromatografia líquida de alta eficiência são de cinco

tipos diferentes de fases estacionárias, que implicam em cinco mecanismos diferentes de

realizar a CLAE. Vários problemas em separação por cromatografia podem ser

resolvidos por mais de um método, outros podem somente ser tratados por um método

específico. 2

A CLAE é classificada em: cromatografia líquido-sólido, cromatografia

líquido-líquido, cromatografia líquida com fase ligada, cromatografia por exclusão e

cromatografia por troca iônica. Os equipamentos utilizados pela CLAE são reservatório

da fase móvel, sistema de bombeamento, medidor de pressão, válvula para amostragem,

coluna, detector, registrador. A CLAE é utilizada em vários laboratórios e é considerada

atualmente indispensável. 2

Figura 2. Representação esquemática de um Cromatógrafo Líquido.

Fonte: http://hplc.galeon.com/hplc_archivos/semi.htm
Estudos realizados no Brasil no ano de 1997 dectaram em esgotos, efluentes

das ETEs e em rios, a presença de antilipêmicos, antiinflamatórios, alguns metabólitos,

estrógenos naturais e contraceptivos sintéticos. As técnicas mais utilizadas para realizar

esses estudos foram a CG/EM e a CLAE/EM. A concentração média localizada nos

afluentes das ETEs esteve na faixa de 0,1 a 1,0ug/L; e nos rios foi de 0,02 a 0,04ug/L,

essa concentração foi devido à retirada incompleta dos fármacos durante sua passagem

pela ETEs e pelo descarte de esgotos. 1

Pode-se observar que quando há a ocorrência de fármacos no ambiente,

certamente, acarretará danos principalmente em ambientes aquáticos, mas é pouco

conhecido o destino e o comportamento dessas substâncias nesse espaço. De acordo

com BILA; DOZOTTI (2003), os antibióticos tem efeito no ambiente aquático, pois

contribui para o desenvolvimento de bactérias resistentes. A presença de estrógenos

naturais e contraceptivos podem causar perturbações no sistema endócrino de humanos

e animais que estiverem em presença com esses ambientes. Nos humanos, estarão

relacionadas doenças como o câncer de mama, testicular e de próstata, ovários

policísticos e diminuição da fertilidade masculina. Nos peixes pode causar a

feminização dos peixes, se o período de contato ocorrer na diferenciação sexual. Em

tartarugas observaram uma alteração na produção dos ovos. As técnicas analíticas

utilizadas para verificar esses resultados foram a CG/EM e a CLAE/EM.

O impacto ambiental que pode ser gerado pelos resíduos farmacológicos,

ainda não é totalmente conhecido. Mas há uma grande preocupação sobre quais serão os

efeitos na saúde humana e no meio ambiente a longo prazo. 3

As conseqüências ambientais de dois grupos farmacológicos já são

conhecidas. Os antibióticos preocupam pelo seu poder de desenvolver bactérias

resistentes, e os estrogênios afetam o sistema reprodutivo de organismos aquáticos,


causando a feminização de peixes machos que estão em rios contaminados pelo descarte

das águas das ETEs. 1

CONCLUSÃO

A contaminação do meio ambiente por fármacos residuais tem gerado grande

interesse dos estudiosos de todo o mundo.

Através das técnicas analíticas de cromatografia são realizados os

procedimentos que detectam a presença de substâncias de medicamentos em ambientes

aquáticos e no solo. 1

Apesar de ainda não serem conhecidas as conseqüências que essas

substâncias podem gerar, é necessário esclarecer essa questão, pois conhecendo esses

efeitos, há como estabelecer medidas especificas para o descarte seguro desses resíduos

pela população. 1

Uma medida interessante para o descarte de medicamentos em desuso seria a

devolução desses medicamentos para as indústrias farmacêuticas que os produziram,

ficando elas responsáveis pela destinação final. 3

Medidas importantes que poderiam ser tomadas pelo governo seriam: apoiar

o fracionamento de medicamentos, evitando o desperdício e a compra de medicamentos

além da quantidade necessária para o tratamento, e criar leis que atendam não somente

os estabelecimentos de saúde, mas também a população e as prefeituras que não

possuem coleta adequada para esse tipo de resíduo. A fiscalização também deve ser

intensa, o que garantiria o cumprimento das leis. 3

Deveria haver uma limitação das propagandas de medicamentos, o que

ocasionaria uma diminuição da automedicação e conseqüentemente uma redução da

aquisição desnecessária de medicamentos pela população. 3


A responsabilidade do profissional farmacêutico nessa questão é

conscientizar a população, orientando sobre a automedicação e o poder de contaminação

do meio ambiente pelos fármacos. 3

Enquanto não há um plano de descarte eficaz e seguro para os resíduos

farmacológicos, o farmacêutico deve realizar medidas que levem a redução desses

resíduos, como: programar melhor a compra de medicamentos (a fim de evitar

vencimentos e desperdício) e promover a conscientização da sociedade sobre a

necessidade do descarte seguro, evitando assim, a poluição do meio ambiente. 3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- BILA, D. M; DEZOTTI, M. Fármacos no ambiente. Rio de Janeiro, v. 26, 2003.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-

40422003000400015&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em 15 agosto 2009.

2- COLLINS, C. H. ; BRAGA, G. L. ; BONATO, P. S. Introdução a métodos

cromatográficos. 7. ed. São Paulo: Unicamp, 1997.

3- EICKHOFF, P. HEINECCK, I. ; SEIXAS, L. J. Gerenciamento e destinação

final de medicamentos: uma discussão sobre o problema. Revista Brasileira de

Farmácia, Rio Grande do Sul, 2009. Disponível em: <

http://www.abf.org.br/pdf/2009/RBF_R1_2009/pag_64a68_208_gerenciamento

_destinacao.pdf>. Acesso em 20 set 2009.

4- http://www.banasmetrologia.com.br/textos.asp?codigo=992&secao=revista

Acesso em 20 set 2009.

5- http://hplc.galeon.com/hplc_archivos/semi.htm. Acesso em 30 set 2009.

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