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Comunicação direta e performance fascistizante: um análise etnográfica do twitter

de Bolsonaro

A presente comunicação tem o objetivo de realizar uma análise etnográfica das estratégias
de comunicação utilizadas por Jair Bolsonaro, vencedor das eleições presidenciais
brasileiras em 2018, a partir de sua conta do twitter. Para além da importância das redes
sociais no processo eleitoral de 2018, a escolha do tema se justifica pois a conta pessoal
de Bolsonaro do twitter foi elevado à condição de veículo do comunicação oficial do
governo logo após a eleição. Nesse sentido, nosso trabalho abarca o período entre a vitória
eleitoral (28 de outubro de 2018) e o anúncio de que o presidente voltará a fazer lives no
facebook – após polêmicas postagens críticas ao carnaval – no dia 07 de março de 2018.
A figura de Bolsonaro ganhou notoriedade como um “personagem que fala verdades
incômodas”, cuja autenticidade – alimentada e conhecida pelas redes sociais –
possibilitou uma conexão direta com seu eleitor (daí a importância de analisar suas mídias
sociais). Trata-se, por fim, de verificar como essa autenticidade se legitima diante das
contradições impostas pelo exercício real do poder. Diante dessas contradições,
Bolsonaro tem se mostrado pouco afeito a críticas, o que indica que sua estratégia retórica
Commented [RNS1]: Tenho minhas dúvidas se podemos
é dotada de uma performance fascistizante, a qual será devidamente problematizada no falar em estetização da política em Bolsonaro.

desenvolvimento de nossa comunicação.


Quando fala na estetização da política, Benjamin tem
presente a estética da destruição2 própria dos
acontecimentos da 2ª guerra, transformada em obras de
arte pela propaganda e pelos grandes espetáculos de
massa, nos quais jogos, paradas militares, danças, ginástica,
Pontos que poderiam ser mais explicitados no resumo: discursos políticos e música formavam um conjunto ou uma
totalidade coercitiva única, visando a tocar fundo nas
1) a passagem da condição de político outsider para a presidência da república; emoções e paixões mais primitivas ou recalcadas da
2) a “comunicação direta” e a crítica bolsonarista aos meios de comunicação tradicionais; sociedade. Nessa perspectiva, a reprodutibilidade técnica
das artes estava indubitavelmente a serviço da propaganda
3) o papel da polêmica e a construção do enfrentamento; de mobilização totalitária das classes sociais em torno da
figura do “grande chefe”. Segundo a avaliação de
4) a polêmica é o instrumento de construção da “cadeia de equivalência”. Habermas, a tentativa do fascismo visava a quebrar a
autonomia da obra de arte para promover uma simples
5) Como relacionar essa análise aos “riscos à democracia brasileira”? estetização bruta do poder: Sem dúvida “Benjamnin, como
Marcuse, vê na arte de massa do fascismo, que surge com a
pretensão de ser política, o perigo de uma falsa dissolução
da arte autônoma. Essa arte propagandística dos nazistas
liquida efetivamente a arte como uma esfera autônoma,
mas atrás do véu da polítização ela está a serviço, na
verdade, da estetização do poder político bruto. Ela
substitui o valor de culto da arte burguesa pelo valor
produzido por intermédio da mera manipulação. O fascínio
religioso só é rompido para ser sinteticamente renovado: a
recepção de massa transforma-se em sugestão de massa.
(1980, p. 175).”
Commented [RNS2R1]: Acho que a ideia de
performance é mais interessante.

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