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Instituto de Humanidades – IH
Curso Sociologia
Acarape, CE.
27 de março de 2019
O tema da roda de conversa escolhida foi “Ocupações Criativas
Urbanas – Experiências, Aprendizagens e Desafios”, mediada pela professora
Annie Sophie. O elemento central na discussão da roda de conversa foi à
necessidade de políticas públicas votadas para a juventude, tanto em Acarape
e Redenção como em Guiné-Bissau e no território do grande Bom Jardim.
A primeira pessoa da mesa a relatar sua experiência foi a Lívia
Bonfim, a mesma iniciou falando sobre a chegada da Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). E com isto
trouxe um público bastante numeroso vindo de várias partes do estado do
Ceará e de outros países para as cidades da região do Maciço de Baturité e
em especial de Acarape e Redenção, nas quais essas cidades não estavam
acostumadas com um público numeroso, muito menos jovem, e por esses
jovens estarem ocupando alguns espaços públicos dentro dessas cidades a
população ficou bastante incomodada gerando conflitos. Neste sentido da
maneira de ocupar e o fazer-cidade “[...] deve ser entendido como um processo
sem fim, contínuo e sem finalidade. Ele faz sentido no contexto de uma
expansão contínua dos universos sociais e urbanos.” (AGIER, 2015, p. 491).
A ausência de políticas que pudessem garantir um dos direitos
básicos da juventude das cidades de Acarape e Redenção contribuiu para que
um grupo de jovens se organizasse a fim de garantir o direito ao lazer, e
fundaram a JARA – Juventudes Autônomas de Redenção e Acarape, na qual
Lívia Bonfim é uma das fundadoras. Diante desse relato é possível perceber
que eles fazem parte do novo movimento social, no qual consiste em uma
organização buscando seus direitos perante o Estado, não como forma de
conquistar o poder, mas apenas para pressioná-lo (ALONSO, 2009).
Na fala da segunda jovem componente da mesa, Caroline Viana,
relatou a busca de apoio das prefeituras de Redenção e Acarape em um
evento na qual a JARA estava organizando. O evento era um Pré-Carnaval, a
JARA conseguiu o apoio da prefeitura de Acarape, e o evento conforme as
palavras de Caroline Viana foi um sucesso, ocorreu de maneira pacífica, à
população reconheceu o evento como legitimo, não gerou burburinhos e
fofocas pela cidade e finalizou de maneira que todos saíram satisfeitos. O que
não ocorreu da mesma forma com a cidade vizinha Redenção, no qual a JARA
procurou apoio e não encontraram, tendo que recorrer a vários órgãos públicos
a fim de obter os alvarás de funcionamento, gerando muito desconforto. O
evento ocorreu, porém não como gostariam os organizadores, houve muita
interrupção por parte da polícia e os jovens sentiram-se como se estivessem
sendo roubados os seus direitos. Tendo em vista a experiência vivenciada por
esses jovens, vale destacar que: