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01/12/2018 Como suspender o uso de benzodiazepínicos após o uso de longo prazo – Um guia para a retirada de benzodiazepínicos

Publicado em 2 de setembro de 2017 por largarorivotril

CONTEXTO
PORQUE EU DEVERIA PARAR DE TOMAR RIVOTRIL/BENZODIAZEPÍNICOS?
ANTES DE COMEÇAR A RETIRADA NÃO DEIXE DE LER ISSO
O DESMAME
PLANEJAMENTO DO DESMAME
NOTA SOBRE A REALIDADE BRASILEIRA DE USO DE RIVOTRIL E REMÉDIOS DA MESMA
FAMÍLIA

Contexto
Quando comecei a administrar minha clínica para auxiliar na retirada de
benzodiazepínicos em 1982, ninguém tinha muita experiência sobre como
realizar o desmame desses medicamentos. Ainda assim, existia uma enorme
demanda por parte dos pacientes por ajuda e conselhos sobre como realizar a
retirada. Dessa forma, médicos e pacientes encontraram um caminho para fazer
a retirada segura desses medicamentos. No começo, o desmame foi um
processo de várias tentativas (acompanhado de muitos erros), porém, nesse
processo, alguns princípios básicos da retirada – o que funciona melhor para a
maioria das pessoas – se consolidou. Esses princípios básicos nasceram das
300 pessoas que participaram da minha clínica até 1994 e foram confirmados
anos após anos por centenas de usuários de benzodiazepínicos pelos quais tive
contato mediante grupos de apoio de pessoas que queriam largar os
tranquilizantes no Reino Unido e em outros países.

Logo ficou claro que cada pessoa tem uma experiência única ao realizar a
retirada desses remédios. Embora existam muitos erros em comum, cada
indivíduo tem seu próprio padrão de sintomas durante o desmame. Esse
sintomas variam em tipo, severidade, tempo de duração entre outros. Essa
variedade de sintomas não traz surpresas já que o andamento da retirada
depende de vários fatores: a dose, o tipo de benzodiazepínico, velocidade de
eliminação, tempo de uso, a razão pela qual o remédio foi receitado, as
vulnerabilidades de personalidade e individualidade do paciente, seu estilo de
vida, stress e seu histórico de vida, a porcentagem da quantidade retirada e o
nível de suporte recebido durante e após o processo de desmame. Por esse
motivo os conselhos de como realizar a retirada deve ser considerada um guia
geral; cada indivíduo deve adaptar seu processo de desmame de acordo com
suas possibilidades. Porém, o guia foi utilizado por um grande número de
pessoas, de 18 a 88 anos, homens e mulheres, de diferentes áreas profissionais
e diferentes realidades socioeconômicas e que obtiveram sucesso ao suspender
o uso do medicamento através das informações aqui contidas. A taxa de
sucesso é relativamente alta (>90%), e aqueles que conseguiram suspender a
medicação, ainda que a tenham tomado por 20 anos, descrevem se sentir
melhor mental e fisicamente.

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01/12/2018 Como suspender o uso de benzodiazepínicos após o uso de longo prazo – Um guia para a retirada de benzodiazepínicos

Para vocês que estão começando a retirada, muitos pacientes que o fizeram lhe
dirão que se você realmente quer parar com a medicação você conseguirá. Mas
não fique surpreso se seus sintomas (ou falta deles) são diferentes das pessoas
que estão embarcando nessa jornada com você.

Por que eu deveria parar de tomar


rivotril/benzodiazepínicos?
Como descrito no capítulo 1, o uso de benzodiazepínicos no longo prazo pode
acarretar no surgimento de muitos efeitos indesejados, incluindo memória
prejudicada e problemas de cognição, embotamento emocional, depressão,
aumento de ansiedade, sintomas físicos e dependência. Todos os
benzodiazepínicos podem resultar no aparecimento desses sintomas mesmo se
tomados em doses terapêuticas como remédios para dormir ou para combater a
ansiedade. Além disso, as evidências sugerem que os benzodiazepínicos
perdem sua eficácia após algumas semanas ou meses de uso diário. Eles
perdem sua eficácia devido ao desenvolvimento de tolerância aos efeitos.
Quando a tolerância se desenvolve, sintomas de abstinência podem surgir
mesmo que o paciente esteja tomando sua dose habitual. Portanto os sintomas
vividos por usuários de longa data são uma mistura dos efeitos adversos da
droga e sintomas de abstinência que são desenvolvidos uma vez que o paciente
alcança a tolerância a medicação. O Comité de Medicina Segura e a Royal
College of Psychiatrist no Reino Unido concluiu em várias notas (1988 e 1992)
que o uso de benzodiazepínicos no longo prazo são insustentáveis e que seu
uso não deveria ser maior do que 2 a 4 semanas.

Adiciona-se ao fato de que experiências clínicas demonstram que usuários de


longo prazo de benzodiazepínicos, na realidade, se sentem melhor após
abandonar o uso desses medicamentos. Muitos pacientes afirmam que não foi
até largarem o rivotril que eles perceberam que eles tinham vivido abaixo do seu
máximo potencial durante todos os anos nos quais tomaram o benzodiazepínico.
Era como se uma cortina havia sido retirada dos seus olhos e lentamente as
cores ganharam mais brilho, a mente obteve mais claridade, medos antigos
sumiram, o humor melhorou e o vigor físico havia retornado.

Portanto, existem boas razões para pessoas que usam rivotril/benzodiazepínicos


no longo prazo para parar com a medicação caso acreditem que o medicamento
está lhes fazendo mal. Muitas pessoas se sentem aterrorizadas em fazer a
retirada, relatos de que ao realizar a retirada “se sentiram no inferno” são muitas
vezes exagerados. Com uma redução gradual e um cronograma individualizado,
como já dito nesse documento, a retirada pode ser tolerável, em alguns casos
até fácil, especialmente quando o paciente entende a causa e a natureza dos
sintomas que se apresentam e dessa maneira, informado sobre os potenciais
sintomas, reduz-se o medo ao começar o processo de retirada gradual. Muitos
“sintomas de abstinência” nascem devido ao próprio medo da abstinência (ou até
mesmo medo do medo). Pessoas que tem experiências ruins durante a retirada,
normalmente realizaram um desmame muito rápido (na maioria das vezes
proposto por médicos com pouco conhecimento sobre benzodiazepínicos) e não
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receberam nenhuma informação prévia dos sintomas que poderiam surgir


durante o processo. No outro extremo, existem pessoas que conseguem realizar
a retirada sem sentir nenhum sintoma de abstinência: de acordo com algumas
autoridades médicos esse número pode chegar a 50% dos pacientes, mesmo
após o uso diário durante anos. Mesmo se esses dados estejam corretos, não
é inteligente parar abruptamente com sua medicação. Existem casos de
mortes relacionadas a pessoas que pararam abruptamente e que sofreram
de uma convulsão fatal.

As vantagens de diminuir sua dosagem gradativamente não significa


necessariamente que todos os usuários de longa data devem fazer o desmame.
Ninguém deve ser persuadido a fazer a retirada contra sua própria vontade. Na
verdade, pessoas que são forçadas pelos seus médicos a fazerem a retirada
normalmente passam por uma experiência ruim. Por outro lado, as chances de
sucesso são altas para aqueles que estão motivados e determinados a realizar a
suspensão gradual da medicação. Como dito, quase todos que querem largar o
rivotril / benzodiazepínico conseguem largar o remédio. A opção é toda sua.

Antes de começar a retirada não deixe de ler isso


Uma vez que você decidiu que quer fazer a retirada do medicamento, é
importante levar em conta alguns passos antes de começar.

Consulte seu médico. Seu médico pode ter um entendimento se é apropriado


ou não para você parar com o benzodiazepínico. Em um número reduzido de
pessoas a retirada não é aconselhada. Alguns médicos, especialmente no Brasil,
acreditam que a utilização de longo prazo de rivotril / benzodiazepínicos é
indicada para alguns casos de ansiedade, pânico e agorafobia e algumas
condições psiquiátricas. No entanto, opiniões médicas tendem a ser diferentes, e
mesmo se a retirada completa não é recomendada, pode ser benéfico reduzir a
dose ou tomar doses intermitentes com intervalos sem a toma do remédio.

A concordância do seu médico é necessária por que é ele quem vai ser
responsável por preencher sua receita de rivotril / benzodiazepínico. Muitos
médicos ficam receosos em como administrar um cronograma de retirada do
medicamento e acabam não concordando com o processo. Mas você pode
tranquilizar seu médico afirmando que você pretende estar no comando do seu
próprio programa de retirada e que você irá proceder no tempo que for mais
confortável para você. É importante escutar os conselhos que seu médico lhe
passar, para que se possa estabelecer uma relação saudável durante todo o
processo de retirada. Destacamos a importância de que você esteja no controle
do seu tempo de retirada. Não permita que médicos imponham uma data limite
para você realizar seu desmame, caso isso aconteça busque outro médico que
esteja disposto a lhe dar autonomia durante o processo de retirada.

É uma boa ideia dar uma cópia ao seu médico do seu planejamento de retirada
(ver abaixo) no estágio inicial. Você pode mencionar a importância da
flexibilidade, para que a quantidade da dose retirada possa variar a qualquer
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tempo, de acordo com seu cronograma de desmame. Podem surgir momentos


em que você vai preferir parar de reduzir sua dosagem por um tempo
determinado até que o seu organismo se acostume e você se sinta confortável
para seguir adiante. Quando você decidir retomar a retirada gradual dependendo
de como você está se sentindo, é aconselhável informar ao seu médico por que
você parou em determinada dose e por que você deseja agora continuar a
redução gradual.

Por fim, seu médico pode apreciar que você apresente literatura sobre a
abstinência de benzodiazepínicos para que ele se sinta mais informado durante
o processo e possa lhe fornecer dicas mais embasadas em dados científicos. O
material infelizmente, apenas se encontra em língua inglesa e pode ser
acessado aqui.

Certifique-se que você tem apoio psicológico adequado. Apoio pode vir do
seu esposo(a), parceiro, família ou um amigo próximo. Um médico compreensivo
também pode ser fonte de apoio assim como de conselhos. Idealmente, a
pessoa que está te ajudando deve ser alguém que entende a dinâmica de
retirada desse tipo de medicamentos ou alguém que esteja disposto a ler e
aprender o máximo possível sobre a retirada dos benzodiazepínicos. Não é
necessário que a pessoa que esteja te apoiando tenha passado pela retirada do
rivotril – algumas vezes ex-usuários que tiveram experiências negativas durante
o processo de retirada podem te assustar quando compartilham os sintomas
ruins que tiveram durante o desmame. Frequentemente o apoio de um
terapeuta, psicólogo ou algum médico da área de saúde mental é extremamente
valiosa, especialmente para lhe ensinar técnicas de relaxamento como
respiração profunda, como lidar com ataques de pânico entre outros. Algumas
pessoas acreditam que práticas alternativas como aromaterapia, acupuntura e
yoga podem ser benéficas durante o processo, mas provavelmente essas
práticas apenas atuam como uma ajuda de relaxamento. Na minha experiência,
a hipnoterapia não foi de muita ajuda em pacientes que tomavam
benzodiazepínicos no longo prazo.

Melhor que (ou como complemento) terapeutas caros, você precisa de um grupo
de confiança, quem irá te fornecer apoio quando você precisar, tanto durante o
processo de desmame quando alguns meses depois. Grupos de ajuda para
pessoas que querem largar tranquilizantes tarja preta podem ser de grande
ajuda, por que eles normalmente são gerenciados por pessoas que passaram
por todo o processo de retirada dos medicamentos de forma bem sucedida e por
isso entendem pelo o que você está passando e podem lhe oferecer conforto e
alívio. Pode ser encorajador entender que você não está passando por isso
sozinho, que existem muitos outras pessoas com problemas iguais aos seus.
Porém, não seja levado a pensar que você sofrerá de todos os sintomas que
atingem outras pessoas que estão no processo de retirada. Todos são diferentes
e algumas pessoas, com o cronograma de retirada correto e o apoio necessário,
sequer são acometidos por sintomas desconfortáveis. Inclusive, alguns
pacientes conseguiram parar com sua medicação por conta própria sem nenhum
tipo de ajuda.

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Entre no processo com pensamentos otimistas.

Seja confiante. você consegue. Se estiver em dúvida, tente uma redução


extremamente pequena por alguns dias (por exemplo: reduzir a sua dose em
10% ou 8%, você pode fazer isso cortando seu comprimido em 4 partes iguais).
Provavelmente, com essa pequena redução você não terá sintomas. Se ainda
estiver em dúvida, foque seu objetivo central em reduzir pequenas doses, deixe
um pouco de lado o pensamento de suspender por completo a sua dosagem.
Esse pensamento fará com que você seja motivado a seguir enfrente.

Seja paciente. Não há nenhuma necessidade de aumentar o passo da sua


retirada. Seu corpo (e cérebro) talvez precise de tempo para se ajustar a
redução de dose após anos tomando esse tipo de medicação. Muitas pessoas
levaram mais de um ano para completar sua retirada. Por isso, não tenha pressa
e acima de tudo, não pare abruptamente sua medicação

Escolha seu método. infelizmente, não existe uma cura rápida. É possível ir a
clínicas de reabilitação ou de detox. Porém, esses locais tendem a fazer uma
retirada demasiadamente rápida que pode trazer prejuízos enormes ao paciente.
Esse lugares podem ser adequados para uma pequena parcela de pessoas que
tem problemas psicológicos. No entanto, eles tiram o poder do paciente sobre
seu próprio processo de retirada do medicamento e pioras dos quadros ao voltar
para casa não são incomuns, especialmente, por que não houve tempo para que
o paciente aprenda a lidar com os sintomas da retirada rápida do
benzodiazepínico. A redução lenta e gradual em um ambiente familiar permite
que o paciente tenha a possibilidade de se adequar fisicamente e
psicologicamente, permitindo que você continue trabalhando, para adequar o
andar da retirada de acordo com as demandas da sua vida e para construir
estratégias alternativas para começar a viver sem o uso de benzodiazepínicos.

O desmame
Desmame gradual. Não existe dúvida alguma que o desmame de qualquer
benzodiazepínico usado no longo prazo deve ser realizado de forma lenta. A
retirada abrupta ou uma retirada rápida, especialmente de altas doses, pode
fazer surgir sintomas severos (convulsão, reações psicóticas, estados agudos de
ansiedade) e podem aumentar o riscos de síndrome de retirada proativa (ver
capítulo 3). O desmame lento significa reduzir a dose gradualmente,
normalmente num período de meses. O objetivo é obter uma redução suave,
regular e consistente na concentração de benzodiazepínicos nos tecidos e no
sangue para que os sistemas naturais do cérebro possam recuperar seu estado
original de funcionamento. Como explicado no Capítulo 1, o uso de
benzodiazepínicos de forma crônica e no longo prazo assumem o controle de
muitas das funções tranquilizadoras naturais do próprio organismo, mediados
pelo neurotransmissor GABA. Como resultado, as funções dos receptores GABA
sofrem uma significativa redução. A retirada abrupta de benzodiazepínicos
resulta em um cérebro deficiente das ações tranquilizadoras do GABA,
resultando na hiperexcitabilidade do sistema nervosa. Essa hiperexcitabilidade é
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a raiz de todos os sintomas de abstinência que surgem e serão apresentados no


próximo capítulo. Porém, uma redução suficientemente gradual e suave, permite
que com a retirada do benzodiazepínico – feito de forma lenta e gradual – os
sistemas naturais e com características tranquilizadoras voltem a retomar o
controle das funções que foram prejudicadas durante a presença do
benzodiazepínicos. Existem evidências científicas que a retomada das funções
cerebrais levam um longo tempo. A recuperação do cérebro após a utilização de
longo prazo de benzodiazepínicos não é diferente da recuperação gradual que o
corpo passa após sofrer uma operação cirúrgica complexa. A cura, do corpo e
da menta, é um processo lento.

A exata porcentagem de redução é um assunto individual. Depende de vários


fatores incluindo a dose, o tipo de benzodiazepínico utilizado, o tempo de uso,
personalidade do paciente, estilo de vida, vulnerabilidades específicas e a
velocidade específica dos sistemas de recuperação do indivíduo (determinado
pela genética). Normalmente, a melhor pessoa a julgar o nível de redução é você
mesmo: você deve estar no controle de seu planejamento de retirada e continuar
numa velocidade que seja confortável para você. É importante que você resista a
tentativa de médicos de imporem um planejamento de retirada rápida. O clássico
tempo de retirada de seis semanas usadas por clínicas e médicos é
extremamente rápido e prejudicial para aqueles que utilizaram esses
medicamentos durante anos. Na verdade, a velocidade do desmame, contato
que seja lenta, não é determinante. Sejam 6, 12 ou 18 meses é de pouca
importância levando em conta que você tomou benzodiazepínicos durante anos
a fio.

Algumas vezes escuta-se que a retirada muito lenta de benzodiazepínicos


apenas serve para “alongar a agonia” e que é melhor abandonar o rivotril o
quanto antes. No entanto, a experiência da maioria dos pacientes é que uma
redução gradual é preferível, especialmente quando o paciente tem o controle
sobre o ritmo de retirada do benzodiazepínico. Na verdade, muitos pacientes
dizem que não existem “agonia” envolvida no processo de redução gradual.
Ainda assim, não existe uma taxa mágica de retirada e cada pessoa deverá
encontra o ritmo que melhor se adequá aos seus sintomas. Pessoas que
tomaram benzodiazepínicos por um período relativamente curto (menos de um
ano) podem, na verdade, fazer uma retirada rápida. Aqueles que tomaram doses
altas de benzodiazepínicos de maior potência, como o alprazolam e o
clonazepam (rivotril) normalmente precisam de mais tempo de retirada.

Cronogramas de retirada são apresentados no final desse capítulo. Como um


exemplo de desmame, uma pessoa tomando 40mg de diazepam por dia (ou uma
dose equivalente de outro benzodiazepínico) pode estar apta a reduzir sua dose
diária por 2mg a cada 1-2 semanas até que a dose de 20mg seja atingida. Isso
levaria, aproximadamente, 10-20 semanas no planejamento do desmame.
Quando se alcançam as 20mg de diazepam, reduções de 1mg após 1-2
semanas são indicadas. Isso levará cerca de 20-40 semanas, dessa forma o
curso completo da retirada seria de 30-60 semanas. Ainda assim, algumas
pessoas preferem reduzir de forma mais rápida ou mais lenta, dependendo dos
sintomas que apresentam com cada redução de dose.
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Contato, é importante que a retirada seja sempre um movimento progressivo. Se


você realizar um corte na sua dose e não se sentir bem devido aos sintomas, é
aconselhável que você se mantenha nessa dose até que seu organismo se
“estabilize” para que você possa seguir enfrente com sua retirada. Uma vez
comprometido com seu desmame, é importante que após diminuir sua dose você
não volte atrás e use a sua dosagem anterior. Alguns médicos tem o costume de
aconselhar ao paciente a usar doses S.O.S (uma dose extra de
benzodiazepínico) particularmente em situações estressantes. Provavelmente
isso não é uma boa ideia, uma vez que interrompe a gradual diminuição das
concentrações de benzodiazepínicos no organismo e também interrompe o
processo pelo qual o paciente começa a aprender alternativas de aprendizado
para lidar com problemas estressantes sem a presença do benzodiazepínico,
que é um fator fundamental durante a retirada. Se o planejamento do desmame
for feito de forma correta, doses S.O.S não serão necessárias.

Trocando para um benzodiazepínico de longa duração. Com


benzodiazepínicos de curta duração como o alprazolam (Xanax) e o lorazepam
(Ativan) não é possível alcançar uma queda regular e lenta do medicamento nos
tecidos e no sangue. Essas drogas (Xanax e Ativan) são eliminados
relativamente rápidas e acabam tendo como resultado uma flutuação
considerável no sangue entre as doses. Acaba-se sendo necessário consumir
vários comprimidos desses benzodiazepínicos por dia e muitos pessoas sentem
sintomas de “mini-abstinência”, algumas vezes até desejo pelo próximo
comprimido.

Para as pessoas que estão realizando a retirada desses benzodiazepínicos de


curta duração, sugere-se a transição para um benzodiazepínico de maior
duração, que é lentamente metabolizado como, por exemplo, o diazepam. O
diazepam (Valium) é um dos benzodiazepínicos de eliminação mais lenta
existente no mercado. Sua meia vida é próxima de 200 horas, o que significa
que após tomar um comprido os níveis do remédio no sangue caem pela metade
após 8.3 dias. Os outros benzodiazepínicos com um perfil de meia vida parecido
são os clordiazepoxido (Librium), flunitrazepam (Rohypnol) e o flurazepam
(Dalmane), todos esses remédios, uma vez ingeridos pelo organismo são
transformados em diazepam. A eliminação lenta do diazepam pelo organismo
propicia uma queda branda e gradual nos níveis sanguíneos, permitindo que o
corpo se ajuste lentamente a redução das doses feitas durante a retirada do
remédio. O processo de substituição de um benzodiazepínico de curta duração
para outro de longa duração deve ser feito de forma gradual, substituindo uma
dose por vez. Existem muitos fatores a serem considerados. O primeiro é a
diferença de potência entre os diferentes benzodiazepínicos. Muitas pessoas
acabam sofrendo por que elas foram aconselhadas a mudar para um outro
benzodiazepínico porém com uma dose que não é equivalente em termos de
potência ao remédio que estavam tomando anteriormente. As equivalências de
potências entre benzodiazepínicos são apresentadas na Tabela 1 (em
construção).

Um segundo ponto a ser levado em conta é que embora os benzodiazepínicos,


de forma geral, tenham efeitos parecidos, existem pequenas diferenças do
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mecanismo de ação de cada benzodiazepínico. Por exemplo, o lorazepam


(Ativan) parece ter um efeito hipnótico menor do que o diazepam (Valium),
provavelmente por que é um remédio de curta duração. Portanto, se alguém está
usando lorazepam de 2mg três vezes ao dia e logo faz a transição para 60mg de
diazepam (a dose equivalente para ansiedade) ele está propenso a ficar
extremamente sonolento, mas se ele mudar para uma dose muito menor de
diazepam o paciente provavelmente vai experimentar sintomas de abstinência.
Realizando a transição de uma dose (ou uma dose parcial) evita que o paciente
passe por isso e também o auxilia a encontrar uma dose equivalente do
benzodiazepínico que estava tomando. Também pode ser uma boa estratégia
fazer a primeira substituição durante a noite e a transição para o
benzodiazepínico de maior duração não necessariamente precisa ser completa.
Por exemplo, o paciente pode ter o costume de tomar uma dose a tarde de 2mg
de lorazepam, ele pode inicialmente ao invés de passar diretamente para 10mg
de diazepam (a dose equivalente), tomar 8mg de diazepam e mais 1mg de
lorazepam, e durante o passar de uma ou duas semanas fazer a transição
completa para 10mg de diazepam até que seu organismo esteja habituado.

Um terceiro fator fundamental para o desmame bem sucedido são as doses


disponíveis no mercado dos vários benzodiazepínicos. Durante a retirada você
precisa de um remédio de longa duração que pode ser reduzido utilizando doses
cada vez menores. O diazepam é o único benzodiazepínico que se enquadra
nessa realidade já que é possível encontrar doses de 2mg, que pode ser divida
ao meio e obter uma dose de 1mg. Por contraste, a menor dose disponível de
lorazepam (ativan) é de 0.5mg (equivalente a 5mg de diazepam) e a de
alpralozam é de 0.25mg (equivalente a 5mg de diazepam). Ainda que você
quebre esses comprimidos pela metade a sua dose mínima será de
aproximadamente 2.5mg de diazepam

Alguns médicos nos EUA fazem a transição para o Rivotril, acreditando que a
retirada será mais fácil do que, por exemplo, retirar o alprazolam ou o lorazepam
devido ao foto de ser eliminado de forma mais lenta no organismo. Contudo, o
Rivotril está longe de ser o remédio ideal para realizar o desmame. É uma droga
extremamente potente e é eliminado muito mais rápido do que o diazepam e as
doses disponíveis nos mercados norte-americanos e canadenses são de no
mínimo 0.5mg (equivalente a 10mg de diazepam) e 0.25mg no Canadá
(equivalente a 5mg de diazepam). Existe uma dificuldade com essa droga de
atingir uma redução branda e gradual nos níveis de benzodiazepínicos no
sangue e existem evidências que a retirada do rivotril é particularmente difícil.
Algumas pessoas, no entanto, aparentam ter uma dificuldade em trocar do
Rivotril para o Diazepam. Nesse caso, é possível que o paciente corte seus
comprimidos até atingir a dose desejada. Dosagens menores podem ser
compradas em farmácias de manipulação (*adendo: não sei se no Brasil é
possível fazer isso, estou traduzindo o Manual ao pé da letra sem ter
conhecimento sobre esse fato na realidade brasileira).

ADENDO A REALIDADE BRASILEIRA: No mercado brasileiro não temos


disponível as doses de 2mg de diazepam. O benzodiazepínico que tem maior
variação entre as doses disponíveis é o clonazepam /rivotril, existindo doses de
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0.25mg (sublingual), 0.5mg, 2mg e gotas de (0.1mg). Para o propósito de


realização da retirada com o rivotril é importante termos o costume de cortar as
doses, as vezes em até 1/4, e irmos diminuindo daí. Isso pode ser feito com um
cortador de comprimidos encontrados na farmácia ou até com as próprias mãos.
O maior problema se apresenta quando alcançamos doses muito pequenas,
como 0.1mg, que equivalem a 2mg de diazepam. A partir daí a melhor estratégia
seria adquirir a dosagem de 0,25mg de rivotril e tentar partir na metade por um
tempo e depois cortar em quatro partes para continuar a redução gradual.
Qualquer dúvida em relação a dosagem sintam-se livres para mandar um e-mail
para largarrivo@gmail.com. Um exemplo: se você está tomando 1mg de Rivotril
e quer reduzir para 0,95mg você pode tomar 7 gotas (0,7mg) + (0,250). Com
isso, é importante ter em mãos todas as doses possíveis para que você consiga
reduzir de forma realmente lenta.

Criando e se comprometendo ao seu cronograma de desmame. Alguns


exemplos de cronogramas de desmame pode ser encontradas nas próximas
páginas. A maioria desses cronogramas foram de fato utilizado por outras
pessoas que conseguiram fazer a suspensão completa da medicação. Porém, é
importante lembrar que cada cronograma deve ser criado de forma
individualizada, respeitando os sintomas que aparecem e escutando seu
organismo. Abaixo estão alguns pontos a serem levados em conta ao criar seu
cronograma de retirada.

Crie o cronograma de acordo com seus sintomas. Por exemplo, se a


insônia é um grande problema pra você, comprometa-se a tomar a sua
maior dose antes de ir para a cama. Se você tem ansiedade para sair de
casa pela manhã, tome sua dose logo antes de sair de casa.

Quando trocar para o diazepam, substitua uma dose por vez,


normalmente começando pela dose da tarde ou da noite, a partir daí
substitua as outras doses com intervalos de dias ou até semanas. Ao
menos que você esteja reduzindo de altas doses, não é necessário focar
em reduzir sua dose, apenas se comprometa a achar a dose equivalente
de diazepam. Uma vez que você fez a transição completa, aí sim você
pode iniciar sua redução de diazepam. Se, por acaso, você estiver
tomando uma dose alta, como , por exemplo, 6mg de alprazolam (o
equivalente a 120mg de diazepam), você poderá realizar pequenas
reduções enquanto estiver fazendo a transição, e talvez necessitará trocar
apenas uma parte da dose. Isso tem como objetivo atingir uma dose de
diazepam que previna sintomas de abstinência mas sem lhe causar
sonolência extrema.

O diazepam é eliminado de forma muito lenta e necessita no máximo de


duas doses diárias para que as concentrações no sangue do remédio
permaneçam estáveis. Se você está tomando benzodiazepínicos de 3 a 4
vezes por dia é aconselhável que você espace suas doses para, no
máximo, duas vezes por dia após ter feito a transição para o diazepam

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Quanto maior sua dosagem inicial, maior a possibilidade de fazer


reduções maiores em sua dose. Você pode ter como objetivo diminuir sua
dose até 10% a cada redução. Por exemplo, se você está tomando o
equivalente a 40mg de diazepam você pode inicialmente reduzir de 2-4mg
a cada 1 ou duas semanas. Quando você estiver tomando 20mg, as
reduções podem ser de 1-2mg por semana ou a cada duas semanas.
Quando você tiver alcançado 10mg de diazepam, reduções de 1mg são
indicadas. A partir de 5mg de diazepam, algumas pessoas se sentem
mais confortáveis reduzir 0.5mg a cada duas semanas.

Não existe necessidade de estabelecer uma data limite para concluir seu
processo de desmame. É uma boa ideia fazer um cronograma das
primeiras semanas e caso necessário faça alterações de acordo com o
seu progresso. Prepare seu médico para que ele seja flexível em relação
ao seu cronograma de retirada, ainda mais quando você decide que
adotará um processo mais lento ou mais rápido do que inicialmente
planejado.

Se possível, tente não aumentar sua dose uma vez que você a reduziu. É
preferível que você mantenha a sua dose e tire “férias” do seu processo
de retirada até que seu organismo se acostume e você possa continuar a
realizar o desmame sem muito problema, porém, resista ao máximo para
aumentar novamente sua dose. Você não quer perder território que você
conquistou.

Evite tomar comprimidos extras em momentos de maior stress. Aprenda a


ter controle sobre seus sintomas, isso lhe dará mais confiança e
determinação de que você, sozinho, sem remédios, consegue gerenciar
suas emoções.

Evite trocar sua redução de benzodiazepínico pelo aumento do consumo


de álcool, maconha ou remédios que não precisam de receita.
Ocasionalmente, seu médico poderá sugerir outras drogas para sintomas
específicos, mas não tome remédios indutores de sono como o zolpidem
(Ambien), zoplicone (Zimovane, Imovane) ou zaleplon (Sonata) pois estes
remédios tem a mesma ação dos benzodiazepínicos e isso poderá
prejudicar seu progresso com a retirada.

Tomar o último comprimido: parar de usar a últimas miligramas do


remédio normalmente é visto como algo particularmente difícil. Isso se
deve, principalmente, pelo medo de como você irá viver sua vida sem a
ajuda do benzodiazepínico. Na verdade, o estágio final de desmame é
surpreendentemente fácil. Quem já passou pela experiência diz que a
sensação de liberdade do benzodiazepínico é extremamente
recompensadora. De qualquer maneira, a 1mg ou 0,5mg de diazepam
que você está tomando já não surte mais efeitos terapêuticos, apenas
está mantendo a sua dependência fisiológica a droga. Não tente, no final
do processo, a adotar uma retirada ridiculamente lenta tomando, por
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01/12/2018 Como suspender o uso de benzodiazepínicos após o uso de longo prazo – Um guia para a retirada de benzodiazepínicos

exemplo, 0,25mg de diazepam. Pare de tomar uma vez que você chegar
a 0,5mg de diazepam (equivalente a 0,025 de rivotril). A recuperação
completa do organismo não começa até que você pare de tomar
benzodiazepínicos. Algumas pessoas, quando chegam no final da sua
retirada, gostam de andar com alguns compridos na bolsa “caso seja
necessário”, mas raramente utilizam esses compridos.

Não fique obcecado com o seu cronograma de retirada da medicação.


Apenas deixe que isso seja outro ponto da sua vida cotidiana. Sim, você
está fazendo a retirada do benzodiazepínico; como muitos outros. Não é
nada demais

Se por algum motivo você não conseguir suspender a utilização do


benzodiazepínico, não se desanime, você sempre pode tentar novamente
no futuro. A média de tentativas das pessoas que tentam parar de fumar
tabaco é de 7 a 8 tentativas até que finalmente conseguem alcançar seu
objetivo. A boa notícia é que a maioria dos usuários de longo prazo de
benzodiazepínicos, munidos de informação sobre como fazer o desmame
lento, consegue suspender a medicação na primeira tentativa. Uma
retirada lenta, gradual e constante, com você no comando do seu
cronograma, é quase sempre bem sucedido.

O desmame em idosos. Pessoas idosas conseguem fazer a retirada de


benzodiazepínicos de forma bem sucedida tanto como jovens, mesmo que eles
tenham usado a medicação por mais anos. Um estudo realizado com 273
pacientes idosos, atendidos por clínicos gerais, que utilizavam
benzodiazepínicos no longo prazo (aproximadamente 15 anos) e que optaram
por conta própria iniciar uma redução gradual ou uma suspensão total da
medicação resultou em melhoras na qualidade do sono, melhoras na saúde
física e mental e menos visitas aos médicos. Resultados parecidos foram
documentados em outros países com pacientes idosos que utilizavam
benzodiazepínicos no longo prazo.

Existem motivos especiais que fazem com que retirada de benzodiazepínicos em


idosos seja particularmente indicado, já que, quanto mais a idade avança mais
essas pessoas estão propensas a sofrer acidentes como quedas, fraturas,
confusão mental, problemas de memória e problemas psiquiátricos.

Os métodos sugeridos para a retirada de benzodiazepínicos de idosos são os


mesmos para pessoas jovens. Uma retirada lenta e gradual, na minha
experiência, é facilmente tolerada, mesmo por pessoas de 80 anos que
utilizaram benzodiazepínicos por 20 anos ou mais. O processo pode demandar
que se utilize a solução em gotas, caso seja possível, de maneiro que a redução
seja ainda mais lente do que com as dosagens em comprimidos.

Antidepressivos. Muitas pessoas que tomam benzodiazepínicos por longos


períodos de tempo acabam sendo receitados antidepressivos, por
desenvolverem depressão tanto durante o uso diário da medicação como
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01/12/2018 Como suspender o uso de benzodiazepínicos após o uso de longo prazo – Um guia para a retirada de benzodiazepínicos

durante o processo de retirada. Antidepressivos também devem ser retirados de


forma gradual e lenta devido a possibilidade do surgimento de sintomas de
abstinência (eufemisticamente chamado pelos psiquiatras de síndrome de
descontinuação). Se você já está tomando um antidepressivo e um
benzodiazepínico é aconselhável que você comece primeiramente o processo de
desmame do benzodiazepínico

O documento apresentado nessa pagina é de grande utilidade para pessoas que


desejam administrar seu próprio processo de retirada de um benzodiazepínico e
para médicos que tem interesse em ganhar maior entendimento sobre o
processo de retirada de benzodiazepínicos de forma a melhor ajudar seus
pacientes. Na minha clínica eu tinha o costume de planejar um cronograma de
retirada junto com o paciente e debater se aquele era um caminho confortável
para o mesmo. A maioria dos pacientes participa de forma ativa na construção
do seu cronograma e realizem alterações e ajustes de tempos em tempos.
Porém, também existem aqueles pacientes que não tinham muito interesse nos
detalhes e apenas seguiam a risca o cronograma de retirada que lhes era
apresentado. Ambos os perfis de pacientes alcançaram o sucesso em sua
retirada. Existiam também aqueles que não queriam ter nenhum tipo de
envolvimento na construção do processo de retirada e apenas queriam receber a
medicação. Para esse grupo (com seu consentimento) comprimidos placebo
foram gradualmente sendo substituídos pelos benzodiazepínicos. Esse método
também obteve sucesso e no final do processo de retirada os pacientes desse
grupo estavam incrédulos e maravilhados de saber que nas últimas 4 semanas
não haviam consumido nenhum tipo de benzodiazepínico.

Esse artigo é uma tradução do capítulo 2 do Ashton Manual da Professora de


Psicofarmacologia da Universidade de New Castel, Heather Ashton e pode ser
encontrado aqui na língua inglesa

https://largarorivotril.wordpress.com/2017/09/02/capitulo-ii-como-suspender-o-uso-de-benzodiazepinicos-apos-o-uso-de-longo-prazo/ 12/12

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