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º 6
TEMA – O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica
Estatuto do conhecimento científico
GRUPO I
1. Na resposta a cada um dos itens que se seguem selecione a única opção correta.
1.1. Analise as afirmações que se seguem acerca do senso comum e do conhecimento
científico.
1. O senso comum é mediato e o conhecimento científico é metódico.
2. O senso comum é superficial, dado que esgota as possibilidades de investigação de
determinado fenómeno.
3. A linguagem científica evita ambiguidades.
4. O conhecimento científico é metódico e o senso comum é espontâneo.
GRUPO II
1. Leia o texto que se segue e responda às questões.
O que diferenciava estas diferentes escolas não era esta ou aquela falha de método – todas
elas eram "científicas" – mas o que iremos designar como a incomensurabilidade entre formas
de ver o mundo e de nele praticar a ciência. A observação e a experiência podem e têm de
restringir drasticamente o âmbito das crenças admissíveis como crenças científicas, pois de
outra maneira não haveria ciência. Mas não podem só por si determinar um dado conjunto
desse tipo de crenças.
Um elemento aparentemente arbitrário, composto de acidentes pessoais e históricos, é
sempre um ingrediente formativo das crenças adotadas por uma dada comunidade científica
numa dada época.
T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Guerra e Paz, 2009, p. 23.
1.1. Partindo do texto, explique o que é a incomensurabilidade dos paradigmas e as razões
apontadas por Kuhn para caracterizar os paradigmas como incomensuráveis.
1.2. Esclareça o conceito de revolução paradigmática.
SER NO MUNDO 11 141
2. Leia o texto e responda às questões.
Pelo facto de enfatizar que aquilo que os cientistas partilham não é suficiente para impor um
assentimento uniforme sobre matérias como a escolha entre teorias rivais ou a distinção entre
uma anomalia vulgar e uma que provoca uma crise, sou ocasionalmente acusado de glorificar a
subjetividade e mesmo a irracionalidade. Mas essa reação ignora duas características que
fazem parte dos juízos de valor em qualquer domínio. (…).
T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Guerra e Paz, 2009, p. 250.
2.1. Que razões apresenta Kuhn para sustentar a subjetividade referida no texto?
3.1. A partir do texto, apresente as razões que levam Karl Popper a sustentar o
falsificacionismo.
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TÓPICOS DE RESPOSTA
GRUPO I
1.
1.1. (D); 1.2. (B); 1.3. (C); 1.4. (A); 1.5. (B)
GRUPO II
1. 1.1. Dizer que os paradigmas são incomensuráveis equivale a dizer que não há maneira de comparar
dois paradigmas de forma objetiva e concluir que um é efetivamente melhor que outro. As razões da
dificuldade em encontrar um consenso prendem-se com o facto de não haver concordância quanto aos
problemas que o paradigma deve resolver, com o aparecimento de mal-entendidos entre escolas rivais
e os defensores de paradigmas rivais praticarem a sua atividade em mundos diferentes (devido ao
conjunto de regras e metodologias de trabalho adotados).
1.2. Quando surgem dois paradigmas rivais, a comunidade científica depara-se com uma escolha entre
dois modos de vida comunitária incompatíveis e que incluem regras distintas e métodos de investigação
diferentes. Nesta altura, um grande número de fatores influencia a escolha pela manutenção do
paradigma antigo ou pela sua substituição por um novo. O termo revoluções científicas designa
episódios de um desenvolvimento científico não cumulativo, nos quais um paradigma mais antigo é
substituído total ou parcialmente por um novo, com ele incompatível.
2. 2.1. Pode dar-se o caso de os cientistas atribuírem importâncias diferentes a cada uma das cinco
características que, de acordo com o autor, uma teoria científica deve ter. Podemos ainda imaginar que
entre dois paradigmas um poderia ser mais exato e outro mais abrangente, o que nos deixaria num
impasse. Aquilo que leva um determinado grupo de cientistas a ter uma opinião positiva ou negativa em
relação a um paradigma prende-se com a forma como olham para o mundo (à luz do modelo por si
adotado).
3.
3.1. Para Popper, não é possível comprovar definitivamente que uma hipótese é verdadeira. A ciência
não pode dar garantias absolutas de que as "verdades científicas" atuais vão manter esse estatuto para
sempre e nunca vão encontrar-se evidências de que, afinal, estávamos enganados. Neste sentido, cada
teoria representa apenas uma conjetura, isto é, uma explicação mais ou menos provável sobre a
realidade. Assim, para Popper, cada cientista deve procurar dar o seu melhor na tarefa de refutação das
hipóteses, pois o valor científico de uma teoria será tanto maior quanto a sua resistência às sucessivas
tentativas de falsificação.