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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA DE ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA

ESTELA HIROMI YANASE

ESTUDO DIRIGIDO:
ÉTICA A NICÔMACO

CURITIBA
2015
ESTELA HIROMI YANASE

ESTUDO DIRIGIDO:
ÉTICA A NICÔMACO

Trabalho de graduação apresentado


como exigência parcial para a
composição da nota da disciplina de
Ética, Moral e Engenharia, do curso de
Engenharia Química, sob orientação do
Prof. Paul F. Milcent.

CURITIBA
2015
SUMÁRIO

1 BIOGRAFIA RESUMIDA DE ARISTÓTELES .............................................. 4


2 PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA RESUMIDA DE ARISTÓTELES ................ 5
3 IMPORTÂNCIA DA AÇÃO E COMPORTAMENTO RACIONAL .................. 7
4 O BEM DE ARISTÓTELES E O UTILITARISMO ........................................ 9
5 EUDAMONIA E MÉTODOS ....................................................................... 10
6 AÇÃO E ÉTICA .......................................................................................... 11
7 HÁBITO E PRÁTICA.................................................................................. 12
8 TEMPERANÇA .......................................................................................... 14
9 JUSTIÇA .................................................................................................... 16
10 CONSELHOS AOS PAIS ....................................................................... 18
11 LIBERALIDADE ...................................................................................... 19
12 MAGNIFICÊNCIA ................................................................................... 20
13 VERACIDADE ........................................................................................ 21
14 POLÍTICA E LEGISLADORES ............................................................... 22
15 AMIZADE, BONDADE E AMOR ............................................................. 23
16 FELICIDADE .......................................................................................... 24
17 REFLEXÃO COMPLEMENTAR ............................................................. 25
18 COMPARTILHAMENTOS ...................................................................... 27
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 28
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1 BIOGRAFIA RESUMIDA DE ARISTÓTELES

Aristóteles nasceu em Estágira, colônia de origem jônica e porto


marinho na costa da Trácia, no reino da Macedônia, norte da Grécia. Seu ano
de nascimento foi 384 a.C. Dessa forma, também é conhecido por Aristóteles
de Estágira (Aristotle of Stagirus), ou o estagirita.
A família de Aristóteles estava atrelada tradicionalmente à medicina e à
casa reinante da Macedônia. Seu pai, Nicômaco, era médico e amigo do rei
Amintas II, pai de Filipe. Nicômaco faleceu quando Aristóteles era criança e seu
guardião, Proxeno, foi quem o enviou à Atenas a estudos, quando tinha 17
anos, em 367 a.C. Lá, estudou na Academia de Platão, na qual permaneceu
por 20 anos, inicialmente como discípulo de Platão, o qual, por sua vez, foi
pupilo de Sócrates.
Em 343 a.C., Platão já havia falecido e Aristóteles já havia abandonado
a Academia. Filipe confia a Aristóteles a missão de educar seu filho, Alexandre.
Em 336 a.C. Filipe é assassinado, e o discípulo de Aristóteles, o futuro
Alexandre o Grande, assume o poder. Aristóteles então retorna a Atenas, onde
funda uma escola cujo nome foi Liceu, em um bosque consagrado a Apolo
Lykeios (Apolo Lobo) do qual deriva seu nome. Também foi chamada mais
tarde de escola peripatética (os que passeiam), em razão do hábito do filósofo
de ensinar ao ar livre.
Durante 10 anos a escola atuou fortemente na educação de muitos
jovens, como Andrônico de Rodes. Entretanto, com a morte prematura de
Alexandre, após somente 13 anos de reinado, Atenas apresentou um
comportamento fortemente contrário à Macedônia. Além disso, os sacerdotes
da região, principalmente Eurimedonte, acusavam-no de impiedade. Nesta
condição, o filósofo foi obrigado a retirar-se de Atenas, deixando a escola sob
orientação de Teofrasto. Refugiou-se em Cálcis, na Eubéia, local onde morreu
em 322 a.C. de neoplasia gástrica, já com 62 anos.
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2 PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA RESUMIDA DE ARISTÓTELES

As obras realizadas por Aristóteles podem ser divididas em dois tipos:


- Obras exotéricas, endereçadas ao grande público, escritas em forma
mais dialética do que demonstrativa;
- Escritos filosóficos ou científicos, que eram lições destinadas aos
alunos do Liceu.
São tão-somente as do último tipo que se conservaram até a
atualidade. O “Corpus Aristotelicum”, conjunto de obras de Aristóteles, é
sistematicamente dividido. Constam neste acervo tratados sobre lógica, física e
natureza, biologia, e psicologia, metafísica, ética, política, retórica e poética.

- Obras de Lógica (Organon): incluem Categorias, Sobre a Interpretação,


os Analíticos (Primeiros e Segundos) e os Tópicos. Para Aristóteles, a lógica
não seria parte integrante da ciência e da filosofia, mas apenas um instrumento
que elas utilizam em sua construção.
- Obras de física e a concepção do universo: compreendem Física,
Sobre o Céu, Sobre a Geração e a Corrupção e Meteorológicos. A obra Física
abrange conceitos da natureza; nas obras Sobre o Céu e Sobre a Geração e a
Corrupção discute-se a temática sideral; e a obra Metereológicos abrange os
fenômenos atmosféricos.
- Obras psicológicas e biológicas: abrangem Sobre a Alma, além de
pequenos textos reunidos sobre o título de Parva Naturalia e História dos
Animais (com trechos de autoria duvidosa). Em Sobre a Alma, Tratado da Alma
abre a série de obras referentes às faculdades da alma, e sua essencialidade
ao mundo vivo. Na biologia, Aristóteles imcumbiu-se da tarefa investigadora de
descobrir e classificar as formas do mundo material. Partindo de uma
observação sistemática dos seres vivos registrou perto de 500 classes
diferentes de animais (dissecou aproximadamente 50 tipos). Foi o primeiro que
dividiu o mundo animal entre vertebrados e invertebrados; conhecia que a
baleia não era um peixe e que o morcego não era um pássaro, mas que ambos
eram mamíferos.
- Tratados de metafísica: Andronico de Rodes denominou Metafísica
(depois da física) as observações de Aristóteles sobre a investigação do
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chamado “ser enquanto ser”. Significa que buscou compreender o que tornava
as coisas o que elas são. Nesse sentido, as características das coisas apenas
descrevem o estado das coisas, mas não definem ou determinam sua
existência.
- Obras ético-políticas: compreendem a Ética a Eudemo (organizados
por Eudemo, discípulo de Aristóteles), a Ética a Nicômaco (organizada por
Nicômaco, filho de Aristóteles), a Grande Moral (de autoria duvidosa), a Política
e a Constituição de Atenas. Ética a Nicômaco e Ética a Eudemo são obras que
visam caracterizar o bem e indicar formas de atingi-lo. Na política, a sua
primeira elaborou listagem tão completa quanto possível sobre os diferentes
modelos políticos que existiam à época; procurou depois as suas semelhanças
e diferenças, pondo em evidência o que constituía a natureza de cada regime.
Evitou, quanto pode, mostrar as suas preferências por um ou outro regime
político.
- Obras sobre a linguagem e a estética: incluem a Retórica e Poética. A
retórica seria a outra face da dialética, e tratou da arte da argumentação. Na
Poética, analisa-se determinadas formas de arte e literatura, obra de influência
do Teatro Ocidental.

Apenas uma breve pesquisa sobre a obra de Aristóteles revela a


versatilidade de seu gênio e o domínio da pesquisa baseada em observação e
classificação. Assemelha-se, em grande parte, a Leonardo da Vinci, figura do
Alto Renascimento, o qual demonstrou genialidade no campo científico e
artístico.
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3 IMPORTÂNCIA DA AÇÃO E COMPORTAMENTO RACIONAL

Dizer que “ninguém é voluntariamente mau, nem involuntariamente


feliz” parece ser em parte falso e em parte verdadeiro, pois ninguém é
involuntariamente feliz, mas a infelicidade pode ser voluntária. Ou
então teremos de constestar o que acabamos de dizer, e negar que o
homem seja um princípio motor e pai de suas ações como se fosse
de seus filhos. Mas, se esses fatos são evidentes e não podemos
referir nossas ações a outros princípios motores que não sejam os
que estão em nós mesmos, então as ações cujos princípios motores
estão em nós devem também depender de nós e ser voluntárias.
(ARISTÓTELES,2013, p.56).

Para Aristóteles, depende de nós praticar atos nobres ou vis. O homem,


dotado de racionalidade, realiza suas escolhas visando certos fins e estes
devem ser concordantes com os meios de atingi-los. Se agir racionalmente é
sinônimo de utilizar a razão para atingir um objetivo, seria fundamental que
nossos comportamentos estivessem interligados ao nosso raciocínio e dessa
forma, as ações dotadas de virtude são praticáveis. As ações praticadas por
coerção e por ignorância seriam involuntárias, nesse sentido.

(...) há duas espécies de virtude, a intelectual e a moral. A primeira


deve, em grande parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por
isso requer experiência e tempo; ao passo que a virtude moral é
adquirida em resultado ao hábito, de onde o seu nome se derivou, por
uma pequena modificação dessa palavra. (ARISTÓTELES,2013,
p.31).

Aristóteles compreende a virtude como uma prática. Não seria, portanto,


natureza e não haveria um aprendizado suficientemente eficaz para garantir a
ação virtuosa. A virtude poderia ser considerada a forma mais plena da
excelência moral e dessa forma, não poderia existir em seres incompletos
ainda em formação, como as crianças. O exercício da virtude exigiria
conhecimento, julgamento, ponderação, discernimento, cálculo e deliberação.
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Essa ideia é contrária à tradição socrática e platônica: o simples conhecimento


do bem não seria suficiente para originar uma ação justa.
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4 O BEM DE ARISTÓTELES E O UTILITARISMO

Para Jeremy Bentham, o princípio básico do utilitarismo, descrito por


Beccaria e Priestley seria “a maior felicidade para o maior número (de
pessoas)” (BRITO, 2010, p.11). John Stuart Mill estruturou seu utilitarismo
quanto à qualidade dessa felicidade: não seria importante apenas o quanto a
pessoa é feliz, mas como essa felicidade é construída.
Para John Stuart Mill, a utilidade ou o princípio da maior felicidade, como
fundamento da moral, sustenta que as ações são certas na medida em que
elas tendem a promover a felicidade e erradas quando tendem a produzir o
contrário da felicidade. Por felicidade entende-se prazer e ausência de dor, por
infelicidade, dor e privação do prazer.
Independente das diferentes correntes do utilitarismo, as reflexões de
Aristóteles do que seria o bem foram base dos pensadores utilitaristas. A
felicidade seria um bem supremo que todos almejam.

Conforme o pensador, a busca pelo bem deve partir de desejos


comuns. Aqui há uma diferença análoga áquela que há, em um
estádio, entre a reta que vai do ponto em que ficam os juízes até o
ponto de retorno, em um sentido, e o caminho de volta, no outro
sentido. De fato, embora devamos começar pelo que é conhecido, os
objetos de conhecimento o são em duas acepções: alguns o são
relativamente a nós, outros na acepção absoluta do termo. Por
conseguinte, é de se presumir que devamos começar pelas coisas
que são conhecidas a nós (ARISTÓTELES,2013, p.12).

A analogia a um maratonista se refere à corrida em uma pista de


estágio, a qual é oval. O bem que o maratonista busca é completar a volta, ou
seja, chegar ao final da corrida. No entanto, ao atingir à chegada, pode retornar
ao ponto de partida. Nesse sentido, buscar o essencial deve ter a cautela de
não regredir aos desejos comuns, os quais seriam mais superficiais.
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5 EUDAMONIA E MÉTODOS

Para Aristóteles, todas as ações humanas visam uma finalidade com o


propósito de obter um bem. O bem seria uma finalidade própria do homem, que
busca alcançar a felicidade (eudaimonia). A eudamonia significa alcançar o
potencial pleno de realização de cada um.
Para o pensador grego, ela é percebida como um bem supremo,
autossuficiente que é aprazível em si mesmo. Ela nos aproxima do que é nobre
e divino. Constitui-se nesse sentido, em uma atividade da vida contemplativa,
independente de bens exteriores, mas estes bens podem ser usados como
instrumentos para alcançá-la (riqueza, por exemplo).
Aristóteles busca a totalidade do saber, e faz do “ser” o objeto central de
suas investigações. Filosofia e ciência não seriam distinguíveis. Em sua
perspectiva, a filosofia é um anseio de conhecer que tem como ápice o prazer
no conhecimento e seria o único de todos os saberes a ser verdadeiramente
livre, pois somente ela é seu próprio fim.
O método empregado por Aristóteles foi o método dedutivo. Parte-se da
premissa que o bem maior é a felicidade e todos os homens desejam o bem.
Em conformidade com a ética aristotélica, que é a ciência da moderação e da
prudência, o homem se revela através da educação do caráter, que busca na
vida contemplativa a ação racional: “o homem feliz vive bem e age bem”.
Portanto, para obter a eudaimonia, ou seja, a felicidade permanente,
Aristóteles defende que todas as ações humanas buscam um bem. O bem é
idealizado como uma virtude, uma atividade cotidiana que procura a excelência
de acordo com o exercício da razão.
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6 AÇÃO E ÉTICA

Para o pensador grego, os homens se ocupam de diversas ações, e


cada ação tem um fim diferente. Cada arte possui uma finalidade distinta: na
medicina tem-se como finalidade a saúde, na estratégia, a vitória. A finalidade
maior, acima de qualquer outra coisa, seria o sumo bem.

O homem que não se compraz com as ações nobres não é sequer


bom; e ninguém chamaria de justo o homem que não sente prazer
em agir justamente, nem liberal o que não sente prazer nas ações
liberais; do mesmo modo em todos os outros casos de virtude.
(ARISTÓTELES, 2013, p. 22)

Compreende-se que as ações devem ser aprazíveis em si, e essa noção


constitui a base das ações éticas. Aquelas ações que não partem de coerção e
ignorância são voluntárias e todo homem é responsável por sua conduta,
nesse sentido.
Sabe-se que existem princípios e virtudes que fazem parte de nós, e
outros que são provenientes de conhecimento. Devemos, primeiramente, partir
dos princípios que nos constroem, e por essa razão é tão importante ter sido
bem educado. Ao ponderar sobre dilemas éticos e na busca de nobreza e
virtude, aquele que tiver uma boa educação e experiência compreenderá e
julgará melhor e com menor dificuldade.
A metrética ou medida utilizada por Aristóteles procurava o meio termo,
explicitamente entre vícios e virtudes. Dessa forma, a conduta do homem era
equilibrada com seu desenvolvimento material e espiritual. Se a especificidade
do homem é a de ser um animal racional, a felicidade só poderia se relacionar
com o total desenvolvimento dessa capacidade, apoiada em bens materiais e
espirituais.
Em suma, para Aristóteles, a vida contemplativa traria maior realização
para o ser humano do que a vida das atividades das virtudes morais.
Considerando a razão como uma das maiores características humanas, a
virtude seria consequência dela.
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7 HÁBITO E PRÁTICA

Principalmente nos livros I, II e III de Ética a Nicômaco, Aristóteles


discute sobre as ações que levam ao bem e como as virtudes se envolvem
nesse processo. Há a existência de dois tipos de virtude: as intelectuais -
advindas do ensino-, e as morais, advindas do hábito. Ou seja, é do hábito e da
experiência que o homem adquire as virtudes morais.
Quando o hábito das virtudes é adquirido, torna-se uma disposição, ou
seja, um estado de espírito, um critério de orientação do modo de agir.
A virtude moral atuaria em uma parte irracional da alma que obedece ao
princípio racional, e consiste em submeter esta parte irracional do homem, ou
seja, as tendências e impulsos passionais, à parte racional da alma humana.
Além disso, pelas experiências com o agradável e o doloroso,
vivenciados na infância, as ações humanas são medidas pelo critério do prazer
e do sofrimento. Os homens, mesmo dotados de racionalidade são fortemente
influenciados nos comportamentos e nas ações, não só por paixões, como
também pelos prazeres e sofrimentos. Seria essa a causa de nobres ações
evitadas.
É no exercício de atividades que se formam as disposições de caráter.
Interpreta-se que o homem que age injustamente provavelmente deseja ser
injusto e um homem que se entrega todos os prazeres deseja ser
intemperante. No entanto, essa interpretação pode consistir em falha, pois a
condição pode ser imutável, por exemplo: o injusto e o intemperante assim se
tornaram por sua própria vontade, no início; mas depois que se tornaram tais
homens, não poderiam mais ser diferentes.
A alegoria da lebre e do lobo ilustra a importância do
treinamento/educação. Aristóteles cita que um sábio, quando requisitado à
palestrar sobre educação, trouxe duas gaiolas: uma com uma lebre e outra
com um lobo. Na primeira vez, as gaiolas foram abertas e a lebre foi
estraçalhada pelo lobo. Em seguida, trouxe duas outras gaiolas, com outra
lebre e outro lobo. No entanto, na segunda vez, a lebre e o lobo correram um
em direção ao outro e brincaram. A diferença estaria na educação dada aos
últimos animais. Dessa forma, nossas características indesejáveis poderiam
ser alteradas por treino.
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A importância da virtude moral proposta por Aristóteles, é compreendida


na medida em que ela constitui-se em critério de orientação na conduta
humana, para que esta seja conveniente às circunstâncias particulares
suscetíveis da influência das paixões, prazeres e sofrimentos humanos, e neste
sentido faz excelência moral da ação humana.
O critério de orientação seria um meio-termo entre excesso e falta, pois
consiste em não agir de forma excessiva, tampouco deficiente em relação às
circunstancias que influenciam nossos impulsos.
Confúcio definiu que a virtude se estabelecia na moderação entre a
deficiência e o excesso, e nesta justa medida é que se construiria o que é
dignamente moral. Para Confúcio e Aristóteles, a excelência moral seria
propensão inata ao ser humano, dada pela sua própria natureza. A natureza do
ser, por si só, não conduziria à excelência moral, mas estaria a capacidade de
atingi-la pela prática da virtude estaria presente nessa natureza.
Segundo a concepção de Aristóteles, a alma se constitui de duas partes:
uma que concebe uma regra/princípio racional e a outra, uma esfera destituída
de razão. Essa divisão objetiva identificar no homem a virtude intelectual
agindo sobre a virtude moral de modo que seja possível ao homem ser virtuoso
nas suas ações.
A virtude intelectual seria inata e progrediria frente aos resultados da
aprendizagem e da educação; a virtude moral não é gerada em nós por
natureza, mas seria o resultado do hábito que nos torna capazes de praticar
atos justos.
A prática pode ser compreendida como oposto da teoria apesar de
também lhe ser complementar. Pode ser definida como ação que se desenrola
com a aplicação de certos conhecimentos.
Em suma, o hábito é adquirido pela prática, até fazer-se próprio da
natureza humana, em reflexo, ou raciocínio instantâneo. A razão deve dirigir o
cotidiano, para dominar as paixões e criar bons hábitos, e em complemento, a
mediania entre as atitudes também deve ser considerada, pois estabelece um
bom equilíbrio.
Como exemplo, pode-se citar um músico. Somente a prática
proporcionará o domínio do instrumento, e conforme o hábito é adquirido, o
músico desenvolverá novas composições e melodias.
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8 TEMPERANÇA

No final do Livro III de Ética a Nicômaco, Aristóteles discorre sobre a


temperança. A Tabela 1 organiza as virtudes segundo a escala de vícios por
deficiência e por excesso.

TABELA 1. COMPORTAMENTOS DE VIRTUDE.


Vício por deficiência Virtude Vício por excesso

Covardia Coragem Temeridade

Insensibilidade Temperança Libertinagem

Avareza Liberalidade Esbanjamento

Vileza Magnificência Vulgaridade

Auto-piedade Respeito Próprio Vaidade

Moleza Prudência Ambição

Falsidade Sinceridade Grosseria

Indiferença Gentileza Irascibilidade

Enfado Amizade Condescendência

Ira Calma Passividade

As emoções e paixões tem tendência ao excesso ou à deficiência. A


virtude seria a moderação, já que está situada entre os extremos opostos. Os
extremos tem mesma gravidade e dessa forma, a virtude representa o centro
da balança, ou seja, o equilíbrio.
A prudência tem papel bastante importante nesse contexto, pois é uma
das quatro virtudes cardeais (prudência ou sabedoria, justiça, coragem e
temperança) da Antiguidade e da Idade Média. Aristóteles defende que a
prudência não pertence à arte nem à ciência. Para o filósofo grego, o homem
prudente é em geral aquele que sabe deliberar o bem. Acrescenta que é
inviável deliberar sobre assuntos que não se tem domínio, ou coisas que não
mudam e nem sobre coisas que não se sabe fazer. Nesse contexto, sabe-se
que a ciência é suscetível de demonstração e que a demonstração não se
aplica a coisas que constantemente mutáveis. Ou seja, pode-se concluir que a
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prudência não seria ciência já que é objeto da ação e pode ser distinto do que
ela é, e nem arte porque o gênero a que pertence a produção seria diferente
daquele a que pertence a ação.
A virtude da coragem está entre o excesso (temeridade) e a falta
(covardia). Nem o covarde, nem o temerário possuem a virtude da coragem,
pois o covarde é paralisado pelo medo, que lhe impede de agir e de se expor
em situações nas quais seria aconselhável fazê-lo. Já o temerário pode parecer
à primeira vista, corajoso, mas utiliza a coragem de maneira insana, sem
prudência.
A temperança apresenta-se, nesse contexto, como meio termo entre as
paixões e os prazeres. Se o homem desconhece esse equilíbrio, tende a sofrer
em demasia ou a tornar-se escravo dos prazeres. Dessa forma, o homem
comedido e disciplinado atingirá o equilíbrio. A analogia de uma tábua
empenada e seu endireitamento ilustra a disciplina e o hábito. Uma tábua
empenada ao ser endireitada, é forçada repetidamente para o lado contrário ao
do empenamento. Dessa forma, para atingir uma tábua plana, ou seja, atingir o
equilíbrio e simetria deve-se praticar por algum tempo tal exercício, e somente
após atingir esse estado, a tábua poderá ser útil.
O taoísmo, filosofia chinesa, está centrado na harmonia com o Tao, ou
caminho. Entre os valores defendidos, estão a moderação e o equilíbrio: a
temperança deve ser uma lei, uma regra, uma disciplina indispensável para
todos aqueles que um dia queiram ser Filhos de Deus, e não filhos da Terra”.
Dessa forma, como Aristóteles, o Taoísmo defende a moderação, a
temperança como um meio de obter um bem maior.
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9 JUSTIÇA

Para Aristóteles, a justiça seria a disposição de caráter que torna as


pessoas propensas a fazer o que é justo e a desejar o que é justo. Dessa
forma, a justiça seria uma virtude completa, ou poderia até ser considerada a
maior das virtudes. Seria completa porque o indivíduo que a possui pode
exercer sua virtude sobre si e sobre o próximo. Por isso se diz que somente a
justiça, entre todas as virtudes, é o bem do outro, visto que é possível fazer o
que é vantajoso ao próximo. Por consistir-se em uma tarefa difícil, praticar uma
virtude para com o outro poderia caracterizar o melhor dos homens.
Pode-se classificar a justiça em dois tipos: aquela que se manifesta na
distribuição das honras, do dinheiro, entre aqueles que tem parte na
constituição; e outra, a qual atua corretivamente nas transações entre os
indivíduos; ela se divide em transações voluntárias e involuntárias.
Embora seja frequente a listagem de outro tipo de justiça – a
reciprocidade –, essa não pode ser enquadrada nas citadas acima. A
reciprocidade não seria justiça, porque pagar o mal com o mal ou o bem com o
bem faz parte das ações dos cidadãos, e não caracteriza ação justa.
A justiça política pode ser dividida em natural e legal. A primeira seria
aquela que tem a mesma força em toda parte. A segunda seria a justiça
estabelecida. Embora seja comum que toda justiça seja confundida como
estabelecida, isso acontece porque há alterações na percepção das coisas
justas, e erroneamente interpreta-se que, se fossem naturais, as percepções
deveriam ser imutáveis. No entanto, tanto a justiça natural quanto a justiça
estabelecida são mutáveis. As coisas justas por convenção são semelhantes à
medidas, as quais não são iguais em toda parte.
Aristóteles propõe-se primeiramente a verificar a polissemia dos termos
justiça e injustiça. Destaca, nessa linha, dois sentidos: o justo que o é pelo
respeito à lei, e o justo que o é por respeito à igualdade. Da mesma forma, há
os tipos de injustiça por desrespeito à lei e à igualdade. O filósofo compreende
que a justiça da lei o é apenas num certo sentido, e que a Justiça tem várias
dimensões.
A Filosofia de Jesus é diretriz da Religião Cristã. No entanto, a ética de
Jesus é expansiva e similar a de outros filósofos, no que tange praticar o bem e
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a virtude ao próximo. Seus preceitos podem ser adotados por qualquer


indivíduo que busque a paz e o bem. A justiça de Jesus também é praticada
em nome da virtude para o outro. O diferencial da ética de Jesus é que a
aplicabilidade de seus princípios está interligada ao plano espiritual: as
reflexões de Jesus levam em consideração à extensão da vida, além da
matéria. Nesse sentido, as consequências de ações injustas seriam
vivenciadas em um plano intocável, e julgadas de forma universal, por Deus.
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10 CONSELHOS AOS PAIS

Conforme Aristóteles, a teleologia da educação seria formar o indivíduo


para viver em comunidade. A educação seria, nesse sentido, um processo de
melhoria gradual da natureza humana. Para ele, o indivíduo se constrói na
relação com o outro. Em geral, as relações humanas deveriam ser orientadas
pela Ética, com o fim de que os indivíduos que convivem próximos, sejam
virtuosos.
Em suma, a educação deve formar o indivíduo para se tornar cidadão.
Como cada indivíduo é parte da comunidade, deve receber uma educação que
seja pública e equivalente para todos e seria somente pela educação que um
indivíduo tornar-se-ia bom cidadão.
Outra reflexão de Aristóteles está acerca da infância. No começo da
vida, uma criança deve receber as melhores impressões, pois “são as primeiras
impressões que mais nos afetam”. Dessa forma, a educação da criança deve
ser um dos primeiros cuidados do legislador, ou seja, a negligência na
educação ocasionará prejuízo social, pois, pois haverá desfalque de bons
cidadãos e por conseguinte, de bons legisladores.
Aristóteles reforça em vários trechos dos livros de Ética a Nicômaco, a
importância da disciplina, principalmente no que se refere á prática e aos
hábitos para alcance de virtudes, como a temperança. Tais conselhos são
condizentes com a boa educação juvenil: crianças crescem por meio de
reforços positivos e negativos com o objetivo de discipliná-las para que criem
bons hábitos.
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11 LIBERALIDADE

Para Aristóteles, a virtude é entendida como o meio-termo entre dois


vícios, na escala dos extremos do excesso e da falta. A liberalidade pode ser
entendida como o meio-termo entre dar e obter riquezas. O homem liberal se
desfaz e gasta os valores certos com os objetos certos e também obtém as
quantias convenientes de fontes propícias. De forma simplificada, o indivíduo,
através de uma conduta ética – ou seja, virtuosa – procurará obter riquezas
para seu desenvolvimento, e na mesma proporção, auxiliar os demais. Portanto
o indivíduo deverá dosar suas riquezas com sabedoria: não deve utilizá-la
como forma de assistencialismo ou nem com a intenção de guardá-la.
Traçando um paralelo com teorias administrativas, verifica-se que as
reflexões de Aristóteles são observadas também por pesquisadores das mais
diversas áreas. A conhecida pirâmide de Maslow, que trata da hierarquia de
necessidades do ser humano, descreve que na base da pirâmide encontram-se
as necessidades fisiológicas, seguidas de segurança, relações pessoais, auto-
estima e por fim, auto- realização ( Para alcançar a auto-realização, o homem
utiliza de certos recursos, entre eles, o financeiro. O consumismo exacerbado,
bem como a avareza, impedem que o homem desfrute corretamente dos
benefícios de seus bens e possa sucumbir economicamente. Dessa forma, as
necessidades primárias não serão satisfeitas, bem como não será alcançada a
auto-realização (MAXIMIANO, 2009).
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12 MAGNIFICÊNCIA

No que se refere à magnificência, para Aristóteles, o magnânimo deve


ser não apenas bom, mas o melhor: as honras nunca estão suficientemente à
sua altura, e por saber disso, o magnânimo age com desdém.
O filósofo conceitua essa virtude do mesmo modo que a liberalidade: é
um meio-termo quanto ao dinheiro dado em grandes quantias; o excesso seria
vulgaridade e o mau gosto e a deficiência seria a mesquinhez.
A magnificência seria uma virtude relacionada com a riqueza, mas se
estende apenas às ações que envolvem gastos. Seria o gasto apropriado de
grandes quantias.
Nos extremos da magnificência tem-se a humildade e a vaidade. O
humilde seria aquele que se priva do que merece por se considerar indigno. Os
vaidosos são tolos que se consideram merecedores daquilo que não merecem.
Se gastos do homem magnificente são apropriados, assim serão os
seus resultados. Ou seja, tem-se um grande dispêndio com grandes
resultados. A magnificência é um atributo dos gastos honrosos e dessa forma,
um homem pobre não poderia ser magnificente.
O autor nessa discussão parece desafiar os ricos e poderosos de sua
época. Ao induzi-los a determinado comportamento, o de honrar gastos de
grandes quantias de dinheiro, o filósofo não ressalta a virtude do poder
financeiro em si, mas o bem maior da aplicação desse grande poder a um bem
coletivo.
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13 VERACIDADE

Conforme apresentado em vários trechos, o bem humano é seria


definido como ação que procura a virtude. Cada virtude é um meio entre dois
vícios, extremos opostos. Algumas virtudes não podem ser dessa forma
esquematizadas e um exemplo seria a veracidade. Aristóteles situa a
veracidade entre a vanglória e a falsa modéstia. Mas isso só se aplica à
veracidade a respeito de si mesmo. Dessa forma, o meio é uma regra ou um
princípio de escolha entre dois extremos, os quais estariam situados entre a
emoção e a ação. Por fim, veracidade seria o meio-termo tangente à verdade,
o exagero seria a jactância e o que a subestima seria a falsa modéstia.
Ou ainda, a veracidade se apresentaria entre a arrogância, presente em
homens que se vangloriam do que não tem para si, e a falsa modéstia,
negação daquilo que possuem. Ambas são repreendidas com o mesmo vigor
para Aristóteles: o falso modesto faz papel de impostor ao subestimar seus
atos e méritos e também deve ser repreendido, embora pelo senso comum
apenas o arrogante seja pejorativamente descrito.
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14 POLÍTICA E LEGISLADORES

Aristóteles distingue precisamente, em todas constituições, três poderes:


poder deliberativo, que compete a uma Assembleia (equivalente a nosso poder
legislativo); poder de magistraturas governamentais (executivo); e poder
judicial.
Para o filósofo, o estado surge a partir de uma necessidade natural do
homem em criar instituições que garantam a felicidade de seus cidadãos.
Nesse contexto, Aristóteles tem argumentos de que o homem seria, por
natureza, um animal político.
Na política aristotélica seria inconcebível que aqueles que foram por
natureza destinada a obedecer, se tornassem governantes. A natureza teria
encontrado meios de diferenciar os subordinados dos líderes na própria
estrutura corpórea.
Para o filósofo, o que constituía a cidade era a diversidade de funções
exercidas pelos seus cidadãos, como também a desigualdade entre os
homens. Ou seja, a unidade das funções e a igualdade entre os indivíduos
representavam a morte de uma cidade.
Nessa linha de raciocínio, Aristóteles afirmava que não seria possível
que todos exercessem a autoridade ao mesmo tempo, e seria melhor,
inclusive, que os mesmos homens ficassem sempre no poder. Para ele não
existiria um tipo de sociedade política ideal. O filósofo reconhece vantagens e
inconvenientes de cada forma de governo, estuda as suas formas de corrupção
e não demonstra inclinação a nenhum deles.
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15 AMIZADE, BONDADE E AMOR

No Livro VIII, o filósofo apresenta a amizade como uma relação


fundamentada no bem, solidariedade, e em sentimento recíproco. O homem
seria um ser social por natureza. Dessa forma, a justiça, a felicidade e a
amizade seriam alicerces da sociedade.
Aristóteles acredita que amizade em si seria justa, e não solicitaria a
justiça. Nesse sentido, seria um virtude soberana em relação às demais. Ao
descrever a amizade política – a amizade civil –, concluiu que o bem comum
em comunidade e a concórdia seriam fundamentos para a amizade, e para que
haja amizade, deve haver convívio.
As espécies de amizade seriam tantas quanto seriam as comunidades
ou partes da sociedade civil. O compartilhamento de interesses como lazer,
trabalho, atividades artísticas também se constitui em compartilhar amizade por
convivência e participação diária.
Os gregos antigos admitiam à amizade uma conotação que não a
distinguia do amor. Aristóteles busca uma distinção entre o amor e a amizade,
uma definição de amizade tendo como princípio um ponto comum, designando-
a como uma agradável convivência. O amor seria mais próximo de uma
emoção e amizade seria uma disposição de caráter. Para Aristóteles, ninguém
vive sozinho, pois o homem seria um animal político por natureza, destinado a
conviver com os outros em comunidade. Dessa forma, não poderíamos viver
sem amigos, seja para partilhar alegrias ou tristezas e frustrações.
A amizade seria tanto mais forte quanto mais comum entre iguais, e a
amizade mais sincera é a que existe entre duas pessoas boas.
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16 FELICIDADE

Em resumo, a felicidade aristotélica relaciona-se às ações racionais, as


quais visam um determinado bem, ou atividade prática da razão. A busca de
uma felicidade perene seria o fim de todas as ações e o bem maior e supremo.
Para Aristóteles, a especificidade humana do raciocínio seria uma
dádiva, ou seja, a razão seria nosso melhor dirigente inato. Se o diferencial
humano em relação aos demais animais seria pensar, então esta seria sua
maior virtude e, portanto, nessa maior virtude reside a felicidade humana.
Aristóteles verificou que o homem se orienta necessariamente pela ideia
de bem e de felicidade e que bens como honra, prazer e riqueza não geram a
felicidade em si, apenas a complementam.
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17 REFLEXÃO COMPLEMENTAR

O centro de um círculo pode ser determinado geometricamente


traçando-se 4 circunferências cujos centros situam-se nos encontros das retas
AB e CD, que cruzam o perímetro do círculo em questão, conforme Figura 1.

FIGURA 1. GEOMETRIA: MÉTODO PARA CENTRO DO CÍRCULO

Se o método referenciado é esse, a analogia referente aos


comportamentos próprios pode ser discutida no contexto das virtudes que são
naturais e as que são adquiridas e provenientes de conhecimentos externos.
Para determinação do centro desse círculo, tanto como para a análise de
comportamentos próprios, são fundamentais conhecimentos específicos, ou
seja, para que o objetivo fosse alcançado, foi preciso o domínio do método
geométrico, o qual se constitui como meio de resolver o problema.
Mais profundamente, a determinação do centro do círculo envolveu a
delimitação de outros 4 objetos do mesmo gênero, cujos centros estão nos
limites do círculo analisado. A análise de nossos comportamentos é
comparável ao método, porque não pode ser concluída de forma isolada, sem
que se envolvam os comportamentos daqueles que estão ao nosso redor. Da
mesma forma, o centro do círculo não pôde ser determinado utilizando apenas
a própria forma geométrica; foram precisos 4 formas semelhantes, as quais
podem parecer redundantes, mas não são dispensáveis. Os limites do círculo
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são atravessados para que se possa conhecer sua simetria, seu ponto de
equilíbrio. Da mesma forma, comportam-se as virtudes e as delimitações de
seus extremos. Apenas conhecendo o excesso e subestimação é que é
possível determinar a virtude em si.
A evidência das coisas sensíveis se refere àquilo que é perceptível pelos
nossos sentidos. Pode-se dizer que é a percepção em um primeiro nível: aquilo
que pode ser visto, tocado, escutado ou saboreado. No entanto, há fenômenos,
ideias e situações que não podem ser analisadas pelas impressões, apenas.
Foram essas chamadas de invisíveis, por Aristóteles. Elas requerem apoio de
nossa percepção instintiva para que possam ser compreendidas, mas exigem
maior reflexão.
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18 COMPARTILHAMENTOS

O conhecimento, em uma linha simplificada de pensamento, é gerado a


partir da investigação e estimulado por curiosidade; quando alcançado, amplia-
se de maneira vasta as fontes de investigação. Apenas o domínio de
determinado assunto dá sentido a um problema e quanto maior for o domínio
sobre as diversas áreas de conhecimento, maiores problemas serão definidos.
A definição desses problemas é que instigam a curiosidade científica/artística.
Nessa linha, figuras como Aristóteles e Leonardo da Vinci, reconhecidos por
sua genialidade plural, foram bem sucedidos na forma como compreenderam o
conhecimento como uma unidade, independente de áreas específicas, mas
oscilando entre objetividade e subjetividade; ciência e artes, precisão e retórica.
A forma com que organizaram suas observações acerca do homem e da
natureza e a maneira com que foram divulgadas (grande parte por terceiros)
revela a intenção inata de buscar o conhecimento pela simples finalidade de
compreender fenômenos e comportamentos e proporcionar melhorias. Nos
nossos ofícios, esse princípio não deve ser ignorado. Se o conhecimento pode
ser simplesmente prático, em determinada situação, esperamos que os
estímulos para alcança-lo sejam sempre provenientes de reflexão interior e
observação e assim o conhecimento técnico será alcançado pelo bem.
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REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 6 ed. São Paulo: Editora Martin Claret


LTDA, 2013.

MILL, J.S. Sobre a Liberdade. São Paulo: Editora Hedra, 2010.

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. 7 ed. São Paulo: Atlas,


2009.

As virtudes confucionistas. Disponível em: <http://justa-medida.blogspot.com.


br/2007/07/as-virtudes-confucionistas-e.html>. Acesso 25 abr. 2015.

Aristotle biography. Disponível em: <http://www.egs.edu/library/aristotle/biogra


phy/>. Acesso 15 mar. 2015.

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